quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Vallontano Brut


Mais um post rápido. Mas não é porque o assunto não tem importância, muito pelo contrário, a noite foi muito importante, uma das mais importantes de minha vida, mas isso é outro assunto, a idéia é passar as impressões do espumante.

Pois bem, usarei as palavras de minha amada Isis para defini-lo: "começa como um espumante mas termina como vinho". A impressão é exatamente essa.

Na boca realmente entra como brut mas o final lembra muito um extra-brut. Lembrei-me do Valmarino Churchill Extra-Brut, embora este seja um pouco menos expressivo.

Não é ruim, muito pelo contrário, é um bom espumante. Mas só agradará a quem gosta realmente de espumante, se você curte o docinho do espumante brut, não venha nesse.

Bem cítrico, é nisso que ele se concentra, refrescante e com boa acidez. Seu final é levemente amargo. Eu gostei. O perlage é muito bonito e constante, centralizado.

Preço -> acho que R$43,00 pela meia garrafa, no Aprazível.

Nota -> 3.5 de 5. Ganhou mais meio ponto pelo momento.

Site -> Vallontano.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Saint Clair Vicar's Choice Sauvignon Blanc 2010


Continuando com a atualização do blog, com certa velocidade.

Esse Sauvignon Blanc foi o primeiro de Marlborough. Já havia bebido um Sauvignon Blanc de Hawkes Bay (relembrando).

Bastante distinto dos chilenos costeiros e dos franceses de Sancerre e Pouilly-sur-Loire. Esse é mais discreto nos aromas e mais "apimentado" no palato. Boa acidez, um discreto amargor ao final, que não tirou o seu brilho.

Ainda prefiro os franceses, chilenos e brasileiros com a cepa.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> cerca de R$90,00 (caro) em restaurante.

Site -> Saint Clair Family Estate Wines.

Aracuri Sauvignon Blanc 2012



Campos de cima da serra é uma região do Rio Grande do Sul que faz fronteira com o estado de Santa Catarina, ao longo do rio canoas. Como você pode ver no mapa, (a marcação é o município de Muitos Capões, não o maior mas a referência dos vinhos da região) essa região conjuga-se à região da Serra Catarinense, onde podemos notar também o famoso município de São Joaquim.


No mapa podemos ver também os municípios que estão na região do Vale dos Vinhedos, e mais abaixo podemos ver ainda a área de Encruzilhada do Sul, outro importante terroir brasileiro. Das regiões produtoras importantes, não podemos ver porém a Campanha Gaúcha, que é a região fronteiriça com o Uruguai e que nos "fornece" ótimos Tannats!

Os Sauvignon Blanc vindos da área de São Joaquim têm me impressionado bastante (Suzin, Vila Francioni, Quinta da Neve, Hiragami). Esse é o primeiro do lado gaúcho que provo.

Um vinho muito delicado no início, com um amarelo claro porém não tão verdeal, aromas adocicados predominando mas sendo possível verificar um leve vegetal característico da cepa e que tanto me agrada.

Na boca muito frescor, um final levemente adocicado com um azedinho delicioso. No rótulo há descrição de algo como aspargos em boca. Minha querida Isis adorou. Também gostei e pretendo repetir a dose, pelo valor cobrado a qualidade entregue é muito boa.

Produzidas 2300 garrafas:



Realmente uma bela surpresa, dica do amigo Jorge do Contando Vinhos, comprado na MondoVino.


Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$34,00.

Site -> Aracuri Vinhos Finos.

Domaine Prieur - Brunet Santenay - Comme 2010



Mais um post rápido. Há muito para colocar em dia no blog, e tem muita coisa que anotei brevemente, então infelizmente não terei como enriquecer todos os posts com detalhes, embora o essencial seja facilmente considerado e lembrado.

Este Domaine Prieur - Brunet é um belo exemplar de um vinho muito bem feito da Borgonha. Seus aromas são encantadores, muita fruta vermelha notando-se uma tendência ao cereja, o vinho tem um belo vigor e uma "quantidade" de taninos notável para um Pinot Noir. Certamente ainda está jovem mas já nos proporcionou um prazer inquestionável. Nada fora do lugar, suas características harmonizavam-se muito bem. Sinceramente gostei muito, um estilo mais rústico e diferente do Dubois Nuits-San-Georges. Talvez esses dois aninhos de diferença entre eles seja a razão.

O domínio localiza-se na côte de beaune, abaixo da côte de nuits, as duas partes principais da Borgonha. No post do Dubois você encontra um mapa com as principais apelações da Borgonha. Em 2004 comemoraram o bicentenário de criação do domínio, que possui um pouco mais de 20 Ha divididos nas seis principais vilas/denominações da côte de beaune.

E assim minha lacuna da Borgonha vai sendo preenchida aos poucos...

Preço -> Não sei, foi bebido na casa do Luizinho. E presente a gente não procura saber né?

Nota -> 4.5 de 5.

Site -> Domaine Prieur-Brunet.

Catena Chardonnay 2011 e Don Adelio Ariano Tannat 2009


Post rápido. Esses tive o prazer de beber ao lado de minha querida Isis e do belo casal Anderson e Alessandra, que apadrinhei há um ano na ocasião, em meados de Novembro.

Segundo veiculado entre os enólogos de Mendoza, 2011 foi um belo ano. O post anterior fala do ótimo Alamos Cabernet Sauvignon 2011. Esse agora traz o Catena Chardonnay da mesma safra.



Muito elegante, suave, é um vinho que dificilmente alguém dirá que não gostou. Se você acompanha o blog sabe que minha cepa branca preferida é a Sauvignon Blanc, sendo que gosto muito da Chenin Blanc também. Mas, esse Chardonnay realmente é de tirar o chapéu. Tudo em seu lugar, de um frescor no ponto e um final bastante agradável. Parabéns, Vigil!



Já o Don Adelio Ariano Tannat foi uma surpresa. Ao ser aberto facilmente notamos um quê de couro, na boca nada agressivo, apesar de demonstrar seu vigor e seus taninos. Um belo Tannat para quem gosta de Tannat. Outra escolha bem acertada.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alamos Cabernet Sauvignon 2011


Descomplicado e ao mesmo tempo com uma certa complexidade. Um belo vinho e uma bela surpresa. Finalmente um vinho com 90 RP que eu concordo e, não obstante, acho até que foi pouco.

Dizem que 2011 foi uma das melhores safras da história em Mendoza, embora não haja muito alarde. As uvas estavam com uma qualidade tremenda, muita "fruta" como gostam de dizer os enólogos.

Meu colega Ewerton já postou sobre esse mesmo vinho, que também o encantou.

E repito o que ele disse: nem só de Malbec vive a Argentina. Além de tudo, Cabernet Sauvignon e Bonarda também, aliás uma cepa que tem passado por aqui muitas vezes.

A verdade é que realmente tem muita coisa nele, recomendo. Um cabernet sauvignon muito bem feito e agradável.

Já bebi o Malbec da mesma safra, muito elegante e nariz bem agradável, mas no geral esse aqui é superior.

Legal ver isso, a Argentina atingindo níveis ótimos em outras cepas. Parabéns ao Alejandro Vigil e a todo o pessoal da Catena!

O chato é, repito, que a linha Alamos sofreu um salto de preço considerável. Cheguei a pagar R$36,00 neles. Hoje por menos de R$45,00 não se acha. Quem distribui é a Mistral, e ela faz seus preços em dólar. Ou seja, varia bastante.

Nota -> 4.5 de 5. Ganhou mais meio ponto por conta da surpresa agradável.

Preço -> R$45,00 na Lidador.

Site -> Alamos.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Allegrini Corte Giara Pinot Grigio Delle Venezie 2010


Começamos o post com a belíssima foto que minha querida Isis tirou, em mais um momento de paz e serenidade que um belo Sábado à noite pôde nos proporcionar.

Amarelo ouro na taça. Mel ao nariz. Causou certa expectativa.

Na boca, mais um melzinho mas: cadê a acidez?

O vinho é gostoso, bem suave, mas à certa altura tornou-se um pouco enjoativo. Não chegava a ser doce, parecia um vinho de sobremesa sem o dulçor (?!?). Sim, a definição que me veio à cabeça é exatamente essa.

Se fosse uma garrafa de 750ml, certamente seria difícil terminá-la. Será que ele passou do ponto?

Fui com sede ao pote por gostar dos Pinot Grigio, mas acho que criei expectativa demais, embora a noite tenha sido ótima.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$30 e poucos.

Site -> Allegrini.

Leyda Single Vineyard Las Brisas Pinot Noir 2012 #CBE


Nosso colega Tiago Bulla do blog Universo dos vinhos disparou: "Pinot Noir chileno sem limite de preço."

Bem, missão dada é missão cumprida. Lá vamos nós para o post da CBE para o mês.

De quebra, peguei mais um Single Vineyard da Leyda. Acima deste há o Lot 21, que foi bastante elogiado já. Mas como infelizmente o preço dessas séries especiais aqui no Brasil se torna exorbitante, optei pelo Single Vineyard, de qualidade incontestável visto os outros da mesma linha que já bebi.

Além desse vinhedo Las Brisas, que pelo próprio nome já podemos concluir que recebe as frias brisas do Pacífico, regulando a temperatura do vale, há também o Cahuil, que significa "lugar de gaivotas".

Bom, este Pinot Noir chileno de excelente qualidade apresentou uma cor vermelho-sangue escuro na taça. Muita fruta fresca ao nariz, bem intenso, e algo de ervas bem de leve. Na boca mineralidade, mais fruta, taninos mais marcantes que o comum em outros Pinot Noir(s) mas que em nada incomodaram. Ele não dá a impressão de ter corpo, mas na boca se percebe. Frescor! Muito frescor.

Álcool bem integrado, confesso que depois de dois dias fechado na geladeira após eu ter dado uma provadinha de leve fez muito bem a ele.

Esse é o primeiro Pinot Noir do Chile que posso dizer: gostei.

Um vez que já ando passeando de forma quase que profissional pelas linhas da Leyda, talvez eu siga pro Cahuil e quem sabe pro Lot 21. 

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$99,00 na Grand Cru.

Site -> Leyda.

Leyda Single Vineyard Kadun Sauvignon Gris 2012



Conforme prometido no post do Garuma, eis que falaremos do Kadun Sauvignon Gris!

Kadún significa Cinza (Gris) no idioma dos índios Mapuche, habitantes do território Chileno antes da colonização.

Uva pouco conhecida de nós brasileiros, ainda é encontrada no Chile, Uruguai e em Graves, Bordeaux, de onde provavelmente se originou. Muitos acreditam ser uma mutação da Sauvignon Blanc, outros dizem que a Blanc é mutação da Gris.

Ela possui uma casca mais rosada, tipo a Gewurztraminer, e tem um rendimento significativamente menor que a Sauvignon Blanc e as outras brancas em geral. Possui níveis mais altos de açúcar e geralmente dá vinhos mais redondos e fáceis de beber, porém menos aromáticos.

Este pode-se dizer que era exatamente isso: redondo, fresco e frutado, mineral, e concordo com o pessoal da Leyda: quase que cremoso. Muito bom e muito fácil de se beber. Conseguiu tirar o pessoal da Cerveja!

Quinto post sobre a Leyda. Virei fã dessa vinícola. Além dela, a Cousiño Macul e a Casa Silva também fazem ou já fizeram exemplares com a cepa.

O que já bebi e comentei deles:

Leyda Reserva Pinot Noir 2011
Leyda Reserva Sauvignon Blanc 2012
Leyda Single Vineyard Neblina Riesling 2010
Leyda Single Vineyard Garuma Sauvignon Blanc 2012

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 78,00 na Grand Cru.

Site -> Leyda.

Almoço na casa do chefe



Bom, estou muito atrasado com os posts. Tem bastante coisa pra colocar, tem coisa ainda da viagem que não botei.

O problema é que a gente vai se esquecendo das impressões, nem sempre dá pra anotar, aí a gente acaba se perdendo.

Almoço na casa do (ex) chefe. Levei um Pouilly-fumé de vinhas velhas, dum domaine chamado Jean Jacques Bardin, lugar que já é da mesma família de vignerons há 7 gerações. De um amarelo mais forte, demorou muito a abrir, mas estava extremamente elegante, tinha muita coisa na taça. Acabei passando na frente, esse foi o terceiro.

O primeiro foi esse Albariño de Rías Baixas, muito bom, o primeiro dessa uva que realmente posso dizer: bom vinho! Muito agradável e refrescante, desceu como água.

Depois o Don Nicanor Chardonnay - Viognier. Inusitado corte que na minha opinião funcionou. Não deixou o vinho ficar enjoado, apesar de ter passado em barrica (não é regra ser enjoado o chardonnay que passou em barrica, mas geralmente fica).

O terceiro já comentei e quem fechou foi o espumante Gran Legado Brut Champenoise. Não conhecia mas sinceramente foi outra bela surpresa da noite. Um espumante top, recomendo.

No mais, uma tarde/noite ótima acompanhada de boa comida, pessoas queridas e bom papo.

Cave Geisse Nature 2011

Post rápido. Infelizmente não pude registrar a garrafa nem me ater às impressões, mas sinceramente o Nature é o que de melhor o Geisse faz na minha opinião.

Há um tempinho bebi o Brut da mesma safra. No post comentei que costumo gostar mais dos Nature e Extra-Brut. E realmente esse Nature está melhor. Recomendo.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Uxmal Syrah-Malbec 2012


Post rápido. Havia bebido um Uxmal Malbec 2008, o qual gostei bastante. Vai muito na linha de outro malbec "de entrada" que faz muito sucesso, o punto final etiqueta negra. Dois vinhos muito bons para a faixa de preço da época, agora não sei quanto cobram por eles.

Além desses dois, outros bons Malbecs no mesmo nível são o Alamos e o Norton D.O.C.

Voltando, minha experiência com a Syrah Argentina só mudou quando conheci os Syrahs da Finca La Anita. Realmente um outro nível de vinho. Até então só havia bebido coisa muito ácida, que chegava a incomodar.

Esse tinha uma acidez boa, mas não agressiva. Um bom vinho para se beber descompromissadamente. Nariz de frutas vermelhas e especiarias de leve, bem razoável, agradável. Funcionou bem.

Preço -> não lembro, foi em restaurante e era meia garrafa. Mas certamente menos de R$50,00.

Nota -> 3.5 de 5. E novamente a Isis provoca um aumento na nota (a boa companhia é essencial).

Site -> Bodega Uxmal

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Champagne: um pouco do que bebi em Paris...

Sem querer ser repetitivo, estive na França, e nessa estadia pude provar o que há de melhor no país: bons pães, bons queijos e bons vinhos.

Vou deixar aqui uma pequena amostra do que pude beber em termos de champagne, com breves comentários (haja memória para anotar tudo o que bebi e vi).


Este Charles D'Embrun se revelou com uma acidez elevada, bastante cítrico. Achei um pouco desequilibrado embora seja bom e de boa qualidade.


Esse Tsarine já segue uma linha bem tradicional, um champagne mais encorpadão, um pouco mais pesado porém mas gostoso de se beber. Você consegue sentir aquelas frutas brancas bem maduras, aquele aroma parecido a pão (que o pessoal gosta de chamar de casca de pão), um champagne que por si só funciona muito bem sem precisar de acompanhamentos. Muito boa a "cremosidade", aquela sensação gostosa das bolhinhas com o paladar do champagne.


O Bisinger vai na linha do Tsarine, mas seu final amarga um pouco, ele realmente é um pouco mais doce que o Tsarine. Note que o fato dos dois serem Brut não significa que possuem a mesma quantidade de açúcar residual: Brut está compreendido numa pequena faixa de valores, mas que mesmo assim dá uma margem pro produtor trabalhar. E olha que faz diferença.


E pra finalizar, esse que talvez seja o mais conhecido dos champagnes, pelo menos de nós brasileiros, aberto já aqui no Brasil com a minha querida Isis.

Realmente é uma aula de champagne. Possui um dulçor notável (eu realmente prefiro os extra-brut e natures que são menos doces) mas que não incomoda de forma alguma, com um paladar cítrico e toda aquela coleção de aromas que remetem a coisas doces e bem feitinhas, com um frescor sensacional e um final limpo. Na boca ele passeia e facilmente é um champagne que será apreciado por quase todas as pessoas com muita facilidade.

Uma pena que aqui no Brasil pague-se tão mais caro por uma de suas garrafas.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Dubois Nuits-Saint-Georges 2008



Confesso que a Borgonha é uma lacuna que possuo. Seja pelos preços absurdamente altos que cobram por aqui, seja por pura negligência mesmo, não "mergulhei" ainda por esse microuniverso que é a rival (?) de Bordeaux como região mais celebrada da França quando se fala em vinho tinto, embora bastante distinto o estilo de seus vinhos.

Abaixo um pequeno mapa da região, com as apelações. Desculpe mas não tenho mais o endereço da fonte...


Além dos óbvios (para quem já conhece um pouquinho) Vosne-Romanée e Vougeot, outras bem famosas e com preços igualmente altos fora da França são Gevrey-Chambertin e Nuits-Saint-Georges na côte de nuits e Puligny-Montrachet na côte de beaune.

Bom, sobre o vinho: bastante aromático e complexo, temperos, frutas, alguns aromas mais comuns em vinhos mais evoluídos, um passeio. Na boca, incrivelmente elegante e redondo, embora com um certo corpo, é um vinho de boa presença e de uma concentração abaixo do que se está acostumado por aqui no Brasil, mas de uma cor bem escura pra um Pinot Noir. Mais definitivamente um belo vinho, a Pinot Noir na sua melhor forma, na sua origem.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> cerca de € 18,00. Aqui não tenho idéia.

Site -> Domaine Dubois

Château Paran Justice Saint Émilion 1981


Em recente viagem à França pude ter o prazer de degustar o vinho que minha tia comprou na ocasião do nascimento do meu primo.

Saint-Émilion possui 4 apelações de origem: Saint-Émilion, Saint-Émilion Grand Cru, Lussac Saint-Émilion e Puisseguin Saint-Émilion. (Fonte: Conseil des vins de Saint-Émilion)

Fica na margem direita e seus vinhos tem base Merlot, complementados por Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, e alguns usam um pouquinho de Malbec. É a pequena área de número 21 no mapa abaixo (Fonte: Wikipedia):


No site oficial de Bordeaux eles ainda acrescentam Saint-Georges Saint-Émilion e Montagne Saint-Émilion, mas dentro da mesma área.


Ainda segundo o conseil, 6% dos vinhedos de Bordeaux estão nessa área. Acredito, os vinhos de Saint-Émilion são facilmente encontrados nas lojas de Paris. São longevos e de características aveludadas e frutadas.

Interessante observar que os vinhos comprados como Bordeaux ou Bordeaux Superieur são vinhos ordinários e sem características marcantes, ainda assim vendidos por aqui a preços muitas vezes exagerados, tendo em vista a excelente qualidade dos vinhos sulamericanos na mesma faixa de preço.

Bom, vamos ao vinho né?

Abri-lo foi um desafio. Não possuía aquele sacarolhas das duas lâminas, muito menos o novo lançado pela Durand que mistura dois tipos, o tradicional e esse de duas lâminas, conforme postado pelo colega Luiz Cola.

Com muita paciência, consegui o feito:


Com muito cuidado, servi o vinho nas taças, e sinceramente eu não acreditava que ele estaria bom, por conta dos anos e da rolha, embora tenha sido guardado basicamente em dois lugares nesses 32 anos, certamente com temperaturas bastante aceitáveis, visto que não estávamos no Rio de Janeiro e sim em Paris.

No nariz era um passeio de geléia de frutas vermelhas. Na boca, ele realmente começou bem, embora um pouco alcoólico. Seus taninos bem domados, uma textura já mais delicada. Após um tempo, surgiram os aromas balsâmicos mas o paladar caiu, com o álcool separado e já nublando o sabor do vinho.

Uma pena mas realmente uma experiência única!


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Bonarda: varietal único de Argentina e com grande potencialidade


A Argentina hoje já provou definitivamente a qualidade de seus vinhos. Impossível não associar seu nome à da uva Malbec, fenômeno de vendas no Brasil, nos EUA.

Porém, o fantasma que assombra os enólogos hoje, principalmente em Mendoza, principal região produtora, é: somos mais do que a Malbec? O que nós temos a mais?

Confesso que já provei alguns grandes vinhos feitos com a Cabernet Sauvignon de Mendoza, e inclusive a gigante Catena aposta nela para produzir seus grandes vinhos. Mas ao que parece os olhos estão se voltando à Bonarda. Seus vinhos são aveludados, de aromas muito frutados e textura que agrada, sendo em sua maioria fáceis de beber. Quase como uma prima da Malbec.

Por aqui no blog você encontra diversas opções que tenho provado ao longo do tempo, no intuito de realmente conhecer e verificar o que essa cepa tem a nos oferecer.

Recentemente li mais um artigo muitíssimo interessante, que comprova o que foi dito acima. Será que chegou a vez da Bonarda, casta equivalente à Corbeau francesa e que sempre foi utilizada para fazer vinho em quantidade e sem muito cuidado?

Tire suas próprias conclusões: http://www.winesur.com/es/wines-of-argentina-es/bonarda-varietal-unico-de-argentina-y-con-gran-potencialidad


Clos du Marquis Saint-Julien 2007


Mais um bebido durante minha viagem à França. Saint-Julien é uma pequena área vizinha a Pauillac (que para muitos é o berço dos melhores vinhos de Bordeaux), e produz alguns belos exemplares.

Dizem que este Clos du Marquis é o "segundo vinho" do Château Leoville Las Cases, second cru de renome. O guia Chinês de vinhos de Bordeaux alega que não, que são produtos distintos. Neste mesmo guia está escrito que a primeira vez que o Leoville Las Cases lançou um segundo vinho foi neste mesmo ano de 2007, mas sob o nome Le Petit Lion du Marquis de Las Cases.

Trocando em miúdos, segundo vinho geralmente é lançado quando a safra é muito boa e muito grande, então para respeitar definições de volume os produtores lançam os caldos com outros nomes.

Como os outros vinhos do Medoc (margem esquerda do rio), a Cabernet Sauvignon reina como base, tendo Merlot e Cabernet Franc completando o sumo. Às vezes aparece a tânica Petit Verdot.

Achei na net que a composição é 68% Cabernet Sauvignon; 22.6% Merlot; 6.8% Petit Verdot; and, 2.6% Cabernet Franc. Porém, não sei se é verdadeira.

Fiquei impressionado com o passeio de aromas de frutas e a extrema fineza dos taninos, o vinho acabou na velocidade da luz, o jantar mal havia sido servido e a garrafa estava lá vazia. O final é delicioso. Podemos chamá-lo de elegante, embora haja vigor e para os mais suaves o álcool se mostre.

Voltei pra comprar, quem disse que tinha? Não achei mais...

Preço -> € 27 no mercado E.Leclerc, na semana de vinhos de Bordeaux, em Outubro passado. Nesta loja em Portugal já passa dos € 36

Nota -> 5 de 5.

Site -> ???

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um rosé do velho mundo para a #CBE: Chêne Saint-Louis Sancerre 2011


O tema da CBE - confraria brasileira de enoblogs - de outubro foi escolhido pelo colega Alexandre Frias, que nos pediu para escrevermos (depois de provarmos - claro) nossas impressões sobre um Rosé do velho mundo, para aproveitar o início da primavera.

Bem, não sou um grande conhecedor de Rosés, embora eu tenha aberto um da VF recentemente, após prová-lo numa degustação deles na SBAV-Rio, e tenha agradado bastante a mim e à minha querida Isis.

Bom, este nosso amigo aí de cima eu trouxe diretamente de Sancerre - uma bela cidade, situada no alto de uma colina - para muitos região berço da nossa querida Sauvignon Blanc.


Fica ao lado (do outro lado do rio) de Pouilly-sur-Loire.



Conheci-o numa degustação dos vinhos da região, uma boa parte deles é engarrafado na Cave des Vins de Sancerre, uma cooperativa dos produtores da região, que é basicamente composta de pequenos produtores familiares, que vão surgindo à beira da estrada. Um belo lugar onde podemos ficar a tarde inteira provando os vinhos.

Pois então, o Chêne Saint-Louis na taça se mostra num rosado meio cobreado, uma cor muito bonita.

Ao nariz, toques florais e de frutas, aromas bem agradáveis. De boa intensidade, conquistam de cara.

Na boca mais corpo do que esperava, mas de forma alguma incômodo ou pesado. Muito fresco, repete as frutas na boca e o final é marcante.

Esquentou um pouquinho e o álcool apareceu de leve, mas isso foi rapidamente resolvido.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> € 6,00 !!!

Site -> Cave des Vins de Sancerre (ainda não está lá pois é lançamento).

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Canepa Finisimo Sauvignon Blanc 2012


Após a viagem à França, retorno para os Sauvignon Blanc(s) do Chile!

O primeiro branco da Canepa que bebi foi um ótimo Pinot Grigio, que não se encontra comentado por aqui pois à época ainda não me dedicava ao blog.

Deles, foi degustado também (desta vez comentado!) o ótimo Genovino Carignan 2008.

A linha Finísimo teve um exemplar premiado em 1979 pela Gaut e Millau, revista francesa que o posicionou como quinto melhor vinho do mundo na ocasião, sendo superado apenas por expoentes franceses. Abaixo dele há os Reserva Privada e Novisimo, e acima o Genovino e o ícone Magnificum.

Bom, este adquiri na mais recente promoção da Wine. Desconto bom e frete zero, então a gente aproveita como pode rs.

Transparente, amarelo bem claro mesmo. Aromas deliciosos, relativamente complexo, muita coisa veio à cabeça, e não sei se ainda estou com os aromas dos pouilly-fumés na cabeça mas acho que esse se aproximou um pouco deles, visto ir para um lado mais mineral.

Na boca a acidez fala bem alto, o álcool está integrado e há algo de fruta. Mas, repito, a acidez toma a frente. Particularmente achei um pouco exagerada. Se você tem sensibilidade, sugiro outra opção. A Isis não curtiu muito.

O final é bem mineral, e o vinho em geral tem média persistência. Não fica muito tempo na boca mas também não vai embora rápido. É um bom vinho.

Vou dar um 4 porque no geral ele é bem trabalhado, talvez essa acidez melhore com mais um ou dois aninhos.

Ganhou medalha de prata no concurso mundial de Bruxellas - Chile, 2012.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$45,00 (promoção na Wine, sem frete).

Site -> Canepa.

Château Puy Mouton Saint-Émilion 2008


O segundo e último tinto que trouxe de recente viagem dedicada aos brancos de Sancerre e Pouilly-Fumé, este Château Puy Mouton foi para compartilhar com os colegas confrades da Confraria 256, notadamente fãs dos vinhos franceses.

Impressionante o nariz desse vinho! Demora bastante a se abrir mas é um passeio de frutas, com algumas outras notas que vêm de carona (herbáceos, temperos...)

Na boca também surpreendeu, esperava um pouco mais de "agressão" por conta dos poucos anos, mas já se comportou de forma muito elegante. Não é pesadão, acidez agradável, o final traz até certa mineralidade e o álcool por pouco se nota.

Um belo vinho.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> A Mistral cobra enormes R$187,26. Em Paris, algo em torno de € 20 (pra baixo). Faça as contas...

Site -> não tem mas aqui tem o endereço deles.

sábado, 5 de outubro de 2013

BebadoVinho direto de Paris: Champagne para a #CBE !


Seguindo o tema do mes de setembro para a CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs - sugerido pelo colega Daniel Perches, o escolhido foi o champagne Pierre Gerbais Cuvée de Réserve.

Estou em Paris, aos poucos vou colocar o que tenho visto e bebido por aqui. Por enquanto, ai vai o primeiro post que de quebra é o post para a CBE!

Trata-se de um pequeno produtor, ao sul de Reims e Epernay, localizado em Celles-sur-Ource. Tem origem no vinhedo de Cote des Bars, o vinhedo mais ao sul da região demarcada de Champagne.

Esta região era anteriormente considerada mais como Borgonha que Champagne, e é uma extensão natural dos vinhedos que produzem as uvas para os otimos Chablis.



Esse champagne foi realmente uma surpresa! Muito bom, aromas complexos e deliciosos, mais notadamente algo relacionado a macã.

Na boca muita cremosidade e uma persistencia e final sensacionais.

Vou levar uma dessas para o Brasil, para presentear alguém muito especial e que infelizmente não pode me acompanhar!


Nota -> 4.5 de 5.

Preco -> €15.30 no produtor.

Site -> Pierre Gerbais.

 Santé!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Quinta do Ameal Escolha Branco 2007



Este vinho eu conheci ao comprar o Leyda Garuma Vineyard, na Grand Cru. Na ocasião me foi dito que era uma grande compra por conta do excelente preço, visto que não mais faria parte do portfolio da loja.

O vinho tem um amarelo forte, transparente, um aroma adocicado delicioso que denunciam os 6 meses de madeira francesa, em conjunto com algo frutado, floral e de ervas. Muito interessante a suavidade, numa complexidade também interessante, ainda que isso soe paradoxal.

Na boca a acidez é menor que dos últimos SB(s) chilenos que tenho colocado por aqui, mas longe de ser um defeito, é um vinho muito elegante e incrivelmente não-enjoativo, indo na direção contrária ao que se esperaria por conta dos aromas e relativa baixa acidez. Tem o final amarguinho, uma delícia. E o álcool nem se nota, se você se incomoda com o álcool, esse pode ser uma boa opção.

Feito 100% com a casta Loureiro, uma das muitas que só se acham em Portugal, e usada nos vinhos verdes. Seu nome deriva das notas de Louro que costumam se fazer presentes nos vinhos feitos com ela.

A Loureiro, no norte de Portugal

Ainda é conhecida como Loureira e também Galego Dourada, pros lados da Galícia (acima de Portugal, na Espanha).

O último portuga branco que bebi foi o Cartuxa Colheita Branco, e mais uma vez vou repetir: os brancos portugueses são sensacionais, embora os brasileiros prefiram os tintos.

Quem gosta de citações dos pros, este vinho já foi citado por Jancis Robinson (Wine of the week ), Steven Spurrier( Decanter-Best Old World White), Hugh Johnson, entre outros.

Para seus 6 anos, o vinho está muito bom. Os caracteres florais e a elegância conquistaram a Isis no ato! Se você quer agradar a sua namorada/esposa, e ela curte um vinho branco, é aposta certeira. E sinceramente, o preço pago está ótimo pela qualidade apresentada.


Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$49,00 na Grand Cru.

Site -> Quinta do Ameal.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Corralillo Sauvignon Blanc 2011 - post de número 200!


Figurando em um fim de semana excelente, este Corralillo foi aberto no sábado à tarde e finalizado no domingo à hora do almoço.

Cor amarelo palha clarinho, brilhante, bem transparente. Aroma de fruta branca madura bem nítido, novamente surgiu a apreensão de um sabor supermaduro à boca.

Que bom que não se confirmou.

Na boca, a acidez está lá mas há um quê mineral, muito presente, chega a ser salgadinho ao final. Chega a ser mais intensa que a do EQ Coastal, bebido anteriormente.

Em alguns momentos o álcool chegou a ser notado e parece que ele vai se perder para algum lado, acidez, álcool ou mineral, mas ele acaba funcionando direitinho.

Menos elegante que o EQ, mas ainda assim um bom vinho.

Nota -> 4 de 5 (ganhou mais meio ponto mais uma vez por conta da Isis rs).

Site -> Matetic.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Leyda Single Vineyard Garuma Sauvignon Blanc 2012


A Leyda já esteve por aqui em 3 ocasiões: o Reserva Sauvignon Blanc, o Single Vineyard Neblina Riesling e o Pinot Noir 2011.

No post do Reserva Sauvignon Blanc, há um breve resumo da história da Leyda. Gostei bastante, era hora de provar o top da cepa.

De cor amarelo-palha, este ao nariz trazia um aroma cítrico muito gostoso, com pouquíssimo vegetal, que aumentou no que sobrou dele no dia seguinte.

Na boca muito frescor e mineralidade, nada exagerado, limpa a boca. Sinceramente um vinhaço. Bons momentos frente ao calor bizarro do fim de semana.

A safra 2010 ganhou 93 pontos no guía descorchados 2011.

Vou tentar agora o Sauvignon Gris.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço ->  R$ 78,00 na Grand Cru.

Site -> Leyda.

Don Abel Rota 324 Cabernet Sauvignon 2005



Provei esse rótulo no circuito brasileiro de degustação. Na ocasião, já havia comprado a garrafa direto do site, por conta dos rasgados elogios feitos a ele.

Realmente o vinho é bom, gostoso de ser bebido.

Já possui uma cor denotando evolução, o nariz é repleto de frutas, algo doce bem leve, alguma especiaria/erva. Apenas 6 meses de barricas, e na minha opinião está ótimo.

Na boca um frescor interessante, álcool dá uma esquentadinha boa no palato, taninos marcam presença sem incomodar. Combinei com queijos (gorgonzola, cablanca, e aquele Van Gogh que é tipo o Old Dutch Master, os 3 são os meus preferidos atualmente) e ficou muito bom.

Meu caro colega blogueiro Louco Por Vinhos acredito não ter tido sorte, pois o exemplar dele estava já na descendente.

O meu estava vivinho (literalmente rs), difícil era controlar o tempo entre-goles.

O preço pago está em linha com outros sulamericanos de mesma qualidade. Na minha visão, tinha de ser mais barato por ser brasileiro e estar à venda aqui mesmo, mas aí a gente entra novamente no assunto do preço...

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$75,00 (sem frete) em 08/04/2013. No site hoje já custa R$83,00.

Site -> Don Abel.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Altivo Vineyard Selection Torrontés 2010


Mais um torrontés de Salta. Os de Mendoza são bem distintos, mais florais e adocicados.

Este foi na linha do esperado, com bem mais acidez e menos flor, mas apresentou algo cítrico bem forte lembrando limão. Aqui, o frescor é quem manda.

Acompanhou comida mas confesso que funcionaria melhor sozinho.

Eugenio Bustos foi o precursor da cultura vitivinícola na região do vale do Uco. A série Altivo é feita de vinhos oriundos de parcelas únicas de vinhedos.

Curiosidade: 20% do vinho teve contato com madeira de Acacia durante 3 meses.

Nota -> 3.5 de 5. (Ganhou mais meio ponto por conta da companhia).

Preço -> não lembro, em restaurante.

Site -> Altivo Wines (Finca Eugenio Bustos).

Degustação Taylor's (Porto)

30 de Agosto de 2013. Último dia útil do mês, lá fomos eu e Isis à degustação de vinhos do Porto da Taylor's, promovida pela Confraria Carioca.

A Confraria Carioca sempre proporciona boas degustações, com tiragostos de primeira e muita simpatia, sempre num ambiente descontraído e aconchegante. Engraçado ver as pessoas passarem no corredor do shopping e se perguntarem "que evento é esse?"

Bem, se elas soubessem, certamente participariam. Tratava-se de uma degustação de vinhos do Porto da Taylor's, onde seriam abertos até os grandes Tawny de 30 e 40 anos.

Fomos recebidos com um drink chamado Portonica, feito com vinho do porto branco e soda, com um raminho de hortelã. Parecia um mojito, mas confesso que era mais refrescante. Eu gostei, Isis não.



A degustação (na verdade uma aula de vinho do porto, ministrada pelo Fernando Seixas, gerente de exportação da Taylor's) mesmo começou com o Porto Taylor's First State Reserve, um Ruby que passa 4 anos em madeira. Bem jovem, taninos muito perceptíveis, um vinho de sensação bem doce, realmente para sobremesa e para harmonizações do tipo. Esse vinho é o início da linha dos Ruby. Achei honesto, Isis não gostou. Achei caro porém.



Aí veio o que pra mim foi o melhor custo x benefício da noite. O LBV (Late Bottled Vintage) 2007. São 6 anos de madeira, num vintage simplesmente pronto. Delicioso, harmônico apesar de estrutura bastante notável na boca. Segundo a Isis, top!


Daí fomos para os Srs. Tawny. O primeiro dos tawny foi o 10 anos. Esse fica em barricas pequenas, algo de ervas ao nariz, com passas, frutas doces ou algo de compota. Bem perto do mel, álcool bem notado.

O 20 veio quase junto com ele, a sensação de mel se intensifica, muito fácil de se beber, a doçura é a mesma e o final é enorme. Incrível como ainda se nota um leve herbáceo. Pra mim o melhor da noite, pra Isis tambem!


Olha a diferença das cores deles na taça (o 10 é o mais avermelhado):


O trintão veio suave, ainda álcool, mas o engraçado foi que dá uma sensação de mais "presença" que o 20.


O último da noite foi o 40 anos, ainda se acha fruta, impressionante como a sensação de madeira se reduziu (?!), menos dulçor, mais álcool, e ainda com acidez.



E aí está o 40:



Foi uma experiência única e todos os vinhos se encontram à venda na Confraria Carioca.

sábado, 7 de setembro de 2013

Casa Valduga Identidade Gewurztraminer 2012


Havia bebido esse vinho safra 2011. Ainda não estava com essa classificação Identidade, aliás achei bem interessante esse trabalho da Valduga, em definir o terroir e dar um nome a ela.

Cor amarelo-palha com reflexos esverdeados. Muito aromático, nos faz lembrar de frutas brancas maduras, talvez algo floral e de ervas. No rótulo diz haver algo de maçãs verdes, peras e lichias.

Na boca uma ótima acidez , untuosidade, preenche a boca, bem gostoso, com um final "azedinho" e toques picantes. Faz jus ao nome, "gewurz" significa tempero/especiaria. Bem elegante, se faz notar sem exageros.

Realmente na boca dá pra notar a maçã verde. Delicioso. Menos doce que os Alsacianos, porém esse azedinho do fim nos faz notar que facilmente passaria a um vinho meio-seco.

Dizem que essa uva casa bem com queijo münster (bem fedorento) e salmão defumado. Ainda não tentei...

(Mais) Um belo vinho da Valduga! Recomendo aos amantes dos brancos.

Identidade corresponde ao terroir de Encruzilhada do Sul, na serra do sudeste gaúcho.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 39,90 no Hortifrutti.

Site -> Casa Valduga.

Morandé Gran Reserva Syrah 2003


Toda vez que você compra ou ganha um vinho com uma certa idade, sempre acende aquela dúvida: será que tá bom?

Pois bem... Vento gelado na quinta-feira, uma vontade grande de comer uns queijinhos, lá fui eu no Zona Sul. Ao chegar em casa, a dúvida: o que abrir?

Eis que esse Syrahzão se mostrou e pensei: "chegou tua hora."

Este é um "Senhor" de respeito. Aos 10 anos se mostrou bem aromático, as especiarias clássicas da Syrah, numa cor tendendo prum tijolo. Uma intensidade notável ao nariz.

Na boca uma estrutura aveludada, merece uma decantação das boas, dá uma esquentada na boca, sinceramente um vigor interessantíssimo para um vinho de 10 anos. Há algo de ervas nele. Um bom vinho.

Tava com saudade da Syrah... Sempre uma coisa boa que ela apresenta.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> 0800!

Site -> Morandé.

domingo, 1 de setembro de 2013

Cartuxa Colheita Branco 2010 #CBE


E lá vamos nós para o segundo post da Confraria Brasileira de Enoblogs.

O tema desse mês foi proposto pelo Cristiano do Vivendo Vinhos: "Chegou a minha vez de indicar o tema do mês, e como agosto é mês dos pais, e o meu como todo bom gaúcho gosta de chimarrão e churrasco, pegunto aos amigos: Qual vinho do Velho Mundo vc abriria com um bom Churrasco??? Até R$ 150".

Pois bem, eu como não como mais carne vermelha, tive que optar por algo assim mais alternativo.

Depois da devida autorização do Cristiano (rs) quem foi pra grelha foi um belo peixe. E para acompanhar, um clássico alentejano: Cartuxa Colheita Branco.

Este vinho associa a sua qualidade ao nome dos monges Cartuxos, que desde 1587 levam uma vida solitária de oração no Convento de Santa Maria Scala Coeli, em Évora. Foi produzido pela primeira vez em 1986.

Feito com as uvas Arinto e Antão Vaz, é fermentado em cubas de inox e tem estágio de 10 meses sobre borras finas com bâtonnage regular.

Se você quer saber o que é bâtonnage, dê uma passadinha nesse post do MondoVinho.

É um vinho que demora a se abrir, fechadão, de um amarelo bem claro e bonito. Mas depois traz aromas frutados bem suaves, com um fundo doce.

Na boca é que ele se mostra, tem bom corpo, acidez chama a atenção e há uma presença mineral, com o famoso azedinho dos portugas do Alentejo, que fica na boca e mostra que se trata de um belo vinho. Muito boa a persistência.

Mais classudo que o comumente encontrado, eu realmente acho os brancos portugueses muito bons. A Isis adorou.

Deu conta do peixe direitinho, na verdade, roubou a cena.



Nota -> 4 de 5.

Preço -> não lembro mas é mais difícil encontrar o branco que seu irmão tinto; o tinto está em praticamente todos os mercados que têm adega ou algo do tipo aqui no Rio de Janeiro.
No site garrafeira nacional sai a ótimos 7,90 euros. Até quando seremos acharcados?

Site -> Cartuxa.