segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cave Geisse Blanc de Noir 2010

Feriado prolongado é uma bênção. Digam o que quiserem, mas passei 4 dias maravilhosos na serra, longe da agitação e do trânsito do Rio de Janeiro, junto com minha amada Isis.

Buscávamos um lugar para comer alguma coisa, mas não uma refeição, com o dia esfriando um pouco queríamos sentar e beber um vinho. Algo assim como um bistrô.

Pois bem, encontrei o Don Bistrô, com um serviço muito atencioso e capacitado, onde pela primeira vez o garçon e a garçonete me perguntavam toda vez se desejava que o vinho fosse serviço. Pode parecer besteira mas na maioria dos restaurantes eles servem o vinho como se fosse água, enchendo a taça. Não gosto disso, parece que estão empurrando o vinho para forçar a compra de outra garrafa, e também o vinho acaba por esquentar na taça, ainda mais sendo espumante, como foi o caso.


Falando então do espumante, esse foi o escolhido:



Amarelo claro e brilhante, nos brinda com aromas suaves, podemos identificar facilmente pão, flores, e algo relacionado a amêndoas ou coisa do tipo. Fora um leve adocicado que sugere frutas brancas.

Na boca é uma delícia, ampliando o que se encontra ao nariz, combinado a uma acidez correta e a uma cremosidade sensacional. Sentem-se as "pontadinhas" agradáveis na língua. É Brut mas não chega a ser doce como outros brut (sou fã dos nature).

O final é relativamente longo, você fica salivando e verificando até onde vai o sabor, que esmaece devagar.

É um belo espumante, combinado a um belo momento, a uma pessoa amada, a um belo serviço e uma bela comida, sinceramente há pouca coisa mais a se querer.

O Mario Geisse dispensa apresentações. Já havia provado esse no encontro de vinhos no Rio, mas sinceramente não me lembrava dele, apesar de haver notado que era algo de muita qualidade. Nas palavras dele, quando a primeira safra de espumantes que fez aqui no Brasil foi simplesmente melhor que tudo o que ele havia feito no Chile, não se enganou: aqui é o lugar para fazer meus espumantes. Que bom para nós que ele chegou até aqui.

A produção foi limitada a 8000 garrafas e essa foi a de número 2480. Quando o espumante é Blanc de Noir, significa que foi elaborado apenas utilizando uvas Pinot Noir. Geralmente, pelo método tradicional, utiliza-se Chardonnay e Pinot Noir, os espumantes originados da região francesa de Champagne (por isso e por seguirem as regras dessa denominação de origem são denominados 'champagnes') acabam por utilizar também a quase desconhecida Pinot Meunier.

Ou seja, esse é um espumante feito com uvas Pinot Noir mas sem extração de cor e taninos (contato com as cascas).

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$80,00

Site -> Cave Geisse.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Com atraso: semana del malbec no Blog Vinarquía


Tenho tido pouco tempo para dedicar ao blog, então na medida do possível vou atualizando-o e colocando o "papo" em dia.

Falando em dia, 17 de abril foi escolhido como o dia internacional da nossa querida Malbec, e meu colega blogueiro Ariel dedicou toda a semana passada ao assunto, num trabalho muito bonito e bem feito, e como ele havia feito anteriormente para o Torrontés Riojano, repleto de informações.

Embora muita gente ache que o assunto Malbec "já deu", se você dedicar um tempinho a ler (em espanhol) o que ele se propôs a retratar, vai perceber que ainda há muito "pano pra manga", há ainda muita coisa a ser dita.

Pretendo abrir um ou mais Malbecs para registrar esse dia do Malbec, mesmo que de forma atrasada. No dia mesmo eu comprei um para o registro, nada de muito expressivo mas um bom vinho, que será relatado aqui em breve.

Por enquanto, façam o que eu digo: leiam os posts da Semana del Malbec e deliciem-se (ou fiquem com uma invejinha das degustações lá apresentadas, como eu fiquei...)

Salton Intenso Sauvignon Blanc Viognier 2012


O primeiro que provei dessa linha Intenso foi o Merlot-Tannat, no último Circuito Brasileiro de Degustação, o qual eu gostei bastante. É um vinho relativamente barato e que apresenta bastante qualidade. E essa linha tem mais alguns cortes interessantes, como Marselan-Teroldego e Cabernet Franc-Malbec.

Com esse não foi diferente.

Na taça uma cor amarelo-palha; ao nariz temos mais sinais da Sauvignon Blanc que da Viognier (herbáceos, frutas brancas delicadas), mas em boca quem manda é a Viognier. O final é relativamente persistente e é uma mistura das características das duas uvas.

Não achei tão leve como dizem no site da Salton, mas não chega a ser pesado e a acidez acaba dando conta do recado.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> Se não me engano foi R$19,90 no Pão de Açúcar.

Site -> Salton.

Bremerton Selkirk Shiraz 2010



Lembro-me de ter bebido a safra 2006 deste vinho, estava muito bom. Se não me engano foi em 2010.

Este agora ganhei de presente do meu grande amigo e sócio nos vinhos, Camilo Figueira.

O Shiraz da Australia é um vinho muito saboroso, e dificilmente varia muito, no sentido de ser algo ruim.

Este ao ser aberto se revelou num vermelho/vinho bem escuro, turvo, com um halo um pouco mais claro. Visivelmente ganharia com decantação mas infelizmente não o fiz.

Ao nariz: madeira e álcool perceptíveis. Depois de um tempo foi possível divisar frutas vermelhas, sem exuberância.

Na boca ainda quente e taninoso, com a madeira confirmando presença e uma acidez notável. A primeira impressão foi ruim mas ainda assim ele parecia dizer que ia demorar a se abrir. Acabei achando que tinha desarrolhado cedo demais. A sorte foi que o vinho não foi bebido todo na hora de sua abertura, na verdade apenas duas pequenas taças foram degustadas. Saquei a bombinha trudeau e tirei um pouco do ar que se encontrava na garrafa, guardando-o para os dias que viriam.

Sobre o funcionamento ou real ganho dessa bombinha, bom, é assunto para outro post mas posso adiantar que já fiz o teste e ela me dá pelo menos dois dias a mais para os vinhos que ainda permaneceram na garrafa.

Então resumindo foi assim:

1o dia: madeira e acidez; quente, taninos gritando. Vê-se que é um bom vinho mas precisa de tempo.
2o dia: menos madeira e mais fruta, acidez mais comportada.
3o dia: fruta e madeira; dulçor. Taninos marcam presença; final prolongado.

Realmente no terceiro dia pode parecer que ele já tinha envelhecido por conta do que escrevi (dulçor) mas confesso que estava muito bom. No segundo dia ele deu sinal que melhoraria e no terceiro se confirmou como um belo shiraz australianao. Definitivamente não se comparou ao da safra 2006, que bebi quatro garrafas e uma apenas que variou, mas as outras três estavam muito boas. Porém, é um belo vinho.

Há algum tempo provei um outro das irmãs Wilson, o Old Adam Shiraz.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> presente, mas pode ser encontrado online aqui.

Site -> Bremerton.

domingo, 20 de abril de 2014

Colomé Torrontés 2013



Depois do Quara, esse é o 12o Torrontés quase que em sequência. E definitivamente: este é o Torrontés!

Fico devendo a foto real (e essa é de 2012 do site), pois bebemos num restaurante em Itaipava e acabou que o gelo do baldinho destruiu o rótulo. Na taça um amarelo verdeal transparente e brilhante, bonito.

Ao nariz toques florais delicados e certa mineralidade, com algo de frutas ao fundo e um certo "cheiro doce".

Na boca frescor, mineralidade, mais flores, muita elegância, limpa a boca e deixa uma sensação delicada. Não incomoda em nada absolutamente.

Escoltou bem um risoto de camarão, e bateu de frente com um de pato e porcine, mas esse de pato não estava muito bom, então não vale comentar.

Já bebi o 2010 e 2011, e agora o 2013. Sinceramente? Se não for o melhor Torrontés da Argentina, é um dos melhores com certeza.

A Colomé, fundada em 1831, se gaba de possuir os vinhedos mais altos do mundo, entre 2.300m e 3.111 m na região de Salta, que em minha opinião nos brinda com os vinhos mais elegantes da Argentina. Muito frescor e mineralidade. Este vem da Finca La Brava em 1.750m acima do nível do mar.

Salta é um lugar a ser visitado, o que pretendo fazer em breve...

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$62,00 em restaurante.

Site -> Bodega Colomé.

Quara Torrontés 2013



Um bom Torrontés, com bastante dessa uva (floral, leve acidez, boca frutada com finalzinho mineral) e com o melhor de tudo: bom preço!

Para quem acompanha o blog, esse já é o 11o Torrontés que bebo praticamente em sequência. O que constatei foi quebra de paradigma. Provei mineralidade em um ou outro de Mendoza, e frutas em alguns de Salta. Existe um estilo básico deles, mas todos variaram em algum ponto, tornando a experiência enriquecedora e única.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> algo em torno de R$30,00 ; não menos que R$29 e não mais que R$35.

Site -> Finca Quara

sexta-feira, 11 de abril de 2014

San Pedro de Yacochuya Torrontés 2012




"Felipe, esse pertence a um outro nível..." disse-me Ariel, colega blogueiro do Vinarquía, um conhecedor do nosso querido Torrontés Riojano.

Realmente ele tinha razão.

Vou começar comentando o nível alcoólico deste vinho: quase 15%!

Em taça um amarelo verdeal, bem transparente.

O nariz foi interessante, pois de início fez com que a Isis lembrasse do Crios da Suzana Balbo, e realmente esse Yacochuya noa traz os aromas do Crios à memória, ampliando muito porém o leque.

Um floral domina a entrada, aos poucos você vai divisando outras coisas, frutas, ervas (?!?), algo mineral.

A boca esquenta, é mineral e provoca salivação intensa com um final "adocicado" e novamente floral. Um Torrontés clássico elevado a outro nível, como bem me disse o Ariel.

Sinceramente não sei se o tempo domará esse álcool, eu queria que sim, é um bom vinho mas às vezes a sensação é de que o álcool sobra um pouco.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$70,00 na Grand Cru.

Herdade dos Coteis Branco 2012



Havia comprado o azeite dessa marca para experimentar mas não gostei muito.

Confesso que a "cara" desse branco deles me chamou a atenção, mesmo sabendo que um rótulo bonito muitas vezes esconde um vinho ordinário, e resolvi dar mais uma chance à Herdade, sabendo que os brancos de Portugal são bons e facilmente agradam, apresentando algo bastante valoroso no quesito custo x benefício.

O interessante é que o rótulo parece uma folha em branco com pautas em relevo. A frase "muito para dizer" termina por instigar a curiosidade.

E não foi diferente. Na taça amarelo, no nariz algo muito leve, cítrico e notas de frutas maduras com alguma coisa a mais, bastante efêmera.

Em boca cumpriu seu papel, lá estava o azedinho dos vinhos alentejanos, tão famoso e celebrado por nós enófilos. Boa persistência e acidez agradável.

Feito com as uvas Antão Vaz, Arinto e Sauvignon Blanc. Varietais de Arinto já me proporcionaram vinhos memoráveis.

Vale a pena pelo preço pago.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ 29,90 no Hortifrutti.

Site -> Herdade dos Coteis.