quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Matua Valley Sauvignon Blanc 2008 e Pierre Ponnelle Chablis 2008



Com um tempo quente desses, os brancos são a solução. Mais uma vez nos reunimos para, pela primeira vez, degustarmos dois vinhos brancos, e dois vinhos de regiões que eu ainda desconhecia.

O primeiro foi o Matua Valley Sauvignon Blanc 2008. E não fez feio defendendo seu país. Um vinho muito agradável, bem refrescante, cítrico no nariz e na boca, de um amarelo mais "forte" que os Sauvignon Blanc da America do sul. E sabor completamente diferente. O final dele porém é mínimo. Vai embora rápido. Algo me diz que essa era realmente a proposta: vinho descompromissado e refrescante.

Depois de um tempo, a palavra que o define é: maçã. Às vezes mostrava uma fruta mais "verde", e talvez um melão. Nos deixou rápido, durou muito pouco mesmo.



A primeira vinícola a produzir Sauvignon Blanc na Nova Zelândia foi a Matua Valley, em West Auckland (Marlborough). Plantam também Pinot Gris, Chardonnay, Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah. A identidade visual da marca foi refeita e a meu ver ficou muito bom.



Já o Pierre Ponnelle Chablis 2008 tem mais estrutura, traz aquela leve manteiga ao nariz. Entrada rápida, ele demora um segundo para se mostrar na boca, parece que ele aparece do meio da boca pra trás, com um final longo para um branco, mostra bem a madeira, não é um branco para iniciantes. Essencialmente mineral, muito boa acidez. Ordena uma comida, deu conta muito bem do sanduba de salmão. Muito boa permanência. Belo vinho também.

Pierre Ponnelle foi uma grande figura do século XIX na Borgonha. Fundou sua própria companhia em 1875. Era dedicado aos estudos e montou um laboratório de enologia para aprimorar as técnicas de produção, que na Borgonha eram até então basicamente empíricas. Foi o primeiro a submeter as uvas que comprava a uma análise química preliminar para atestar a qualidade das mesmas.

Nota -> 3.5 de 5 para os dois.

Preços -> R$69,00 o Matua Valley e R$100,00 o Pierre Ponnelle na Lidador.

Sites -> Matua Valley e Pierre Ponnelle.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Bonarda impressões VII - (La Posta Estela Armando Vineyard 2010)


Havia gostado muito da safra 2008 deste vinho. Como os outros confrades ainda não conheciam a casta, sugeri que fosse aberto para que todos tivessem sua primeira experiência com ela.

Mas fiquei um pouco chateado, visto que essa versão 2010 perdeu em complexidade para a 2008. Esse 2010 estava basicamente framboesa no nariz, com uma consistência boa na boca mas um sabor quase adocicado. A textura levemente emborrachada permanece perceptível, mas repito, o 2008 supera e muito essa versão 2010. Depois de um tempo ficou um pouco enjoativo. Pode ser uma opção para quem gosta pouco de acidez e prefere algo mais aveludado.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$54,00 no Rosita.

Site -> La Posta

Montelig 2004 e Pêra Manca 2007



Eu sei, eu sei. Muito quente. Mas graças a Deus alguém inventou o ar condicionado.

Em nosso almoço de despedida de 2012, a confraria mais uma vez se reuniu, para degustar dois vinhaços.

O Montelìg é da Viña Von Siebenthal. A Viña von Siebenthal é resultado do sonho de um advogado e da ajuda financeira de 4 amigos, que se tornou realidade em 1998. Localiza-se em Panquehue, no Vale do Aconcágua, Chile. Já ganhou prêmio de melhor vinícola do Chile, já esteve por aqui com seu belíssimo Carmenère varietal e seus vinhos tem (já de acordo com a nova norma gramatical rs) recebido boas notas do tio Parker. Esse Montelig por exemplo recebeu 93.

Montelig é a fusão de "monte" com "lig", que significa luz. Segundo eles, são os dois elementos mais representativos da paisagem chilena. Esse vinho é um corte de 65% Cabernet Sauvignon, 25% Petit Verdot e 10% Carmenère, com 18 meses em barris novos de carvalho francês.

O vinho é muito, mas muito bom. Já apresenta certa evolução na cor. Você percebe uma quantidade grande de frutas, baunilha, tostado, defumado. Na boca não possui arestas, num conjunto harmônico e belíssimo. A textura é excelente, provoca um sorriso e deixa uma lembrança de café, com um final enorme. Depois de um tempo, a Cabernet Sauvignon domina com o leve mentolado no nariz, e por incrível que pareça um herbáceo surge também, nos fazendo ponderar se a pequena parcela da Carmenère tem toda essa potência. Palmas, muitas palmas.

São 7.095 botellas, e esta foi a 6.701.

No site deles aconselham no mínimo 15 anos de guarda. Para mim o vinho está pronto.

E o Pêra-Manca? Toda essa rasgação de seda para o Montelig? Vai precisar de um poeta para falar do Pêra-Manca...

A história do Pêra-Manca é curiosa. Antes de tudo é necessário esclarecer: o nome é o mesmo, mas dificilmente o vinho é o mesmo que Cabral trouxe e ofereceu aos nossos ancestrais. Muito bem contada pelo colega Copello, o Pêra-Manca desapareceu em 1920 e retornou em 1988, quando o nome foi doado à Fundação Eugénio de Almeida. Acabou tomando o lugar do Cartuxa Garrafeira, que até então era o vinho top da casa.

O "Pêra" é feito apenas em safras consideradas excepcionais, o que sinceramente não parece ter sido difícil no Alentejo: 1990, 91, 94, 95, 97, 98, 2001, 03, 05, 07 e 08. Quando não vira o "Pêra", o vinho é vendido sob a insígnia Cartuxa Reserva, por cerca de 1/4 do preço. O 2008 então está inflacionadíssimo, passando dos R$800,00.

Aí a gente entra em outro assunto, o preço. Mas essa história é longa e controversa, dessa vez não vamos entrar nela. Ou pelo menos ainda. Um fato interessante é que o Brasil absorve boa parte da produção, e até gente que não bebe vinho com regularidade conhece o nome. O que nos leva a outro assunto, o nome forte da marca, mas já estaremos divagando demais.

O pêra-manca é um vinhaço. A base é sempre Aragonez (Tempranillo/Tinta Roriz) e Trincadeira. Começa fechadão, vai se abrindo aos poucos, e durante essa abertura se modifica rapidamente, passeando por todos aqueles aromas que você encontra nos bons alentejanos. Notadamente frutas levemente passificadas e ameixa, com algo das madeiras utilizadas para o vinho descansar. Interessante que são barris de 3.000 litros de mais de 50 anos, onde o vinho fica por cerca de 18 meses.

Na boca ele mostra uma estrutura muito boa, a impressão que deu é que ainda aguenta mais tempo em garrafa, podendo mostrar realmente todo o seu potencial num futuro próximo. Mas já dá um prazer imenso agora. É quase como um doutorado do vinho do Alentejo. Ou pelo menos boa parte dele.

Me desculpem mas não há comparação entre os dois, são estilos distintos, mas experiências interessantes para todos aqueles que apreciam um belo trabalho. O Montelig vai levar leve vantagem por se encontrar, em minha opiniao, pronto.

Notas -> 5 de 5 para o Montelig e 4.5 de 5 para o Pêra-Manca.

Preços -> R$198,00 o Montelig (foi promoção, o preço normal é R$322,00 na Terramater e na Lidador) e R$639,00 o Pêra-Manca no Rosita.

Sites -> Von Siebenthal e Cartuxa.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jancis Robinson e a Finca La Anita

O colega Rubén Duarte colocou um post interessante sobre o comentário da fera Jancis Robinson sobre a Finca La Anita.

A Finca La Anita para mim é a expressão máxima de qualidade e da proposta que eu acredito ser a melhor hoje em dia: pequenas propriedades dedicadas a produções que prezam pela qualidade. Fora que a finca é lindíssima, e seus funcionários simpáticos e atenciosos.

Tudo o que bebi deles até hoje é muito bom, com destaque para o Linea Tonel 2000 e o Malbec e Syrah 2006.

Ainda tenho algo guardado, inclusive o Merlot 2009 considerado o melhor Merlot da Argentina pelo Descorchados 2012.

Olho neles!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Benchmark Shiraz 2011



Este vinho foi um presente do meu chefe, que é associado à Sociedade da Mesa. Um shiraz australiano dificilmente é ruim, nisso concordamos.

Mas esse garoto surpreendeu pois é de uma acidez diferente dos outros shiraz australianos que conheci até hoje. Pura vocação gastronômica. Bem fresco, gostoso de se beber.

Permaneceu aberto durante um tempo, e me agradeceu destilando uma profusão de frutas, e algo de especiarias, mas as frutas dominaram e muito. Alternavam-se a todo momento.

Não arriscaria dizer que evoluirá na garrafa, porque estava muito bom para beber já. Quem sabe...

A Grant Burge, que fica no vale Barossa, produz uma variedade grande de vinhos, algo como 12 linhas diferentes, inclusive vinhos fortificados à moda dos vinhos do Porto.

Preço -> presente.

Nota -> 3.5 de 5.

Site -> Grant Burge.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Lidio Carraro Grande Vindima Tannat 2005


Muita expectativa em torno desse vinho. Já havia provado o Merlot e o Cabernet Sauvignon da mesma safra.

Havia gostado bastante do Don Laurindo Reserva Tannat 10 anos, da mesma safra. Porém, diferentemente da Don Laurindo, esse tem origem em Encruzilhada do Sul, e não no vale dos vinhedos.

O vinho tem uma consistência pesada, bonito de ver. Sua cor já demonstra evolução. O nariz é bastante complexo, alguma fruta, balsâmicos, café...

A boca é pimenta pura, com algo de mentol. Muito boa acidez e corpo, é um vinho que dá vontade de beber em bicadas, bem devagar, com queijos mais fortes.

Entre esse e o Tannat 10 anos da Don Laurindo, na minha opinião o Don Laurindo ganhou.

Agora só falta o Quorum 2005 da série Grande Vindima da Lidio Carraro, desta magnífica safra.

Garrafa número 2.053 de 3.380 produzidas.



Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$134,00 no Castelo de Baco.

Site -> Lidio Carraro.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Suzin Cabernet Sauvignon 2007 e Bouza Tannat Parcela Unica A8 2007



A Suzin produz suas uvas em São José do Alecrim, em São Joaquim - SC, numa altitude de 1200m, tendo começado em meados de 2001, criada pelo patriarca da família Sr. Zelindo Melci Suzin, atualmente com 73 anos, juntamente com Everson e Jeferson Suzin, seus filhos.

Originalmente plantavam batatas e, como a Hiragami, maçãs. Buscaram diversificar e implantaram 10 hectares de vinhedos. A vinificação é pela Vila Francioni, mas planejam em breve construir sua própria cantina. Seus primeiros produtos foram varietais de Cabernet Sauvignon e Merlot, em 2006. Hoje, metade do vinhedo é dedicada à Cabernet Sauvignon, boa parte do restante para Merlot e o restante para Pinot Noir e Sauvignon Blanc.

Esse Cabernet Sauvignon surpreendeu. Muito aromático, principalmente condimentos e frutas vermelhas, na boca uma acidez ótima, e um sabor convidativo, mais frutas e pimenta, algo de ervas, menta bem de leve, o vinho acabou muito rápido. Um gole chama outro. Muito boa persistência, lembrou um pouco o grande Heitor Villa-Lobos da Casa Valduga (2005), porém um pouco diferente e tão bom quanto.

Novamente: o estilo da Cabernet Sauvignon brasileira me agrada muito, diferente da Chilena e bem diferente da Mendocina. E na minha opinião melhor que os Merlot(s) nacionais.

Recebeu medalha Gran Ouro no 7º Concurso Mundial de Bruxelas de Vinhos Finos & Destilados 2010, avaliado às cegas pelo júri internacional do concurso, em setembro de 2010.

A garrafa é numerada mas não sei quantas foram produzidas no total.



Depois abrimos o Bouza Tannat A8 Parcela Única. A Bouza trabalha no Uruguai a seguinte premissa: o trabalho em pequena escala gera sempre os melhores resultados. São plantadas Alvarinho e Chardonnay para os brancos e Merlot, Tempranillo e Tannat para os tintos. Por isso essas identificações "A8", "B6", etc., refletem a parcela do vinhedo da qual aquela garrafa teve origem.

Um vinho bem potente, 15% de álcool se mostram na garganta, acidez bem viva, aromas deliciosos, percebe-se madeira de boa qualidade. Muita coisa no nariz, uma coisa se sobrepondo à outra. Já proporciona prazer, mas ganha ainda em garrafa. No final mostrou que uma rápida decantação teria feito bem, mas não chegou a atrapalhar a festa.

Ele toma conta da boca, faz uma faxina, esquenta, e vai embora, ficando uma sensação muito boa. Um vinho muito bom.

3.418 garrafas produzidas, esta foi a de número 1.860.



Notas -> 4.5 de 5 para os dois!

Preços -> R$54,8 o Suzin no Rosita Café e R$164,00 o Bouza na Lidador.


Sites -> Suzin e Bouza.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Viñamar Reserva Merlot 2003


Este vinho me despertou a atenção por ser um Merlot do vale de Casablanca, famoso pelos seus brancos.

Com seus 9 anos de idade, a rolha já estava ressecada, e o vinho sem acidez, pálido, mas foi interessante pelos seus aromas, e ainda um pouquinho de mineralidade na boca. Havia um pouco de tanino e álcool.

Não há muitas condições de avaliá-lo, mas o vinho foi uma experiência bem válida.

No site da vinícola, o Merlot da linha reserva agora vem do Maipo, enquanto que o Merlot do Casablanca passou a ser Reserva Especial.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$46,00 na Lidador.

Site -> Viñamar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Leyda Reserva Pinot Noir 2011



Pinot noir bem típico (na linha do que já bebi do novo mundo e do velho mundo), nos aromas e no palato; o álcool ainda aparece mas dei um desconto por ser 2011, acredito porém que dê uma mínima melhorada em garrafa (screwcap).

Na taça, após um tempo, melhorou bastante. Não necessita decantação.

A cor é bem bonita.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ 62,00 no Rosita.

Site -> Leyda.

domingo, 25 de novembro de 2012

Robertson Chenin Blanc 2011


Havia conhecido este no evento da Cavist, em agosto. Meu primeiro Chenin Blanc foi o Avondale.

O que eu realmente gostei nesses dois vinhos dessa cepa foi que ele tem volume, é um vinho gostoso.

Este Robertson, que tem uvas compradas de produtores certificados, é amarelo claro, muito límpido, lágrimas espaçadas e lentas. O nariz traz as frutas brancas e um leve cítrico. Ótimo frescor, provoca salivação intensa, na boca algo como as frutas brancas ainda verdes, conseguiria funcionar sozinho mas pede uma comidinha.

A parte da comida deixei a cargo da Dani... Belíssimo risoto de tomate "executado" com maestria!
;-)

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$34,20 no evento da Cavist, referido acima. Hoje está mais barato (Vinci).

Site -> Robertson Winery.

Bressia Profundo 2007


Que belo vinho!

Uma cortina de lágrimas lentas e simétricas na taça. Um púrpura meio avermelhado

Muito complexo no nariz, mudou ao longo do tempo, mostrou desde fruta madura, baunilha, algo floral, até ervas, temperos, côco e café. Algumas vezes pudemos notar o álcool, mas de leve.

Na boca algo levemente aveludado, muito boa acidez, taninos firmes. Seca a boca com um final bem longo.
Retorna a sensação de frutas, ervas, chá, côco. Fica a sensação boa no palato, ele dá uma leve aquecida. Média concentração.

Este vinho é um blend. Segundo o próprio Sr Walter Bressia: "Para mí, profundo significa pasión, alma, vigor y perseverancia. No fue fácil intentar expresar estos sentimientos tan personales en un solo varietal, es por eso que elegí la pasión en el Malbec (50%), el alma en el Merlot (10%), el vigor en el Cabernet Sauvignon (30%) y la perseverancia en el Syrah (10%)."

São apenas 8.000 botellas. Interessante decantá-lo um pouco.

Aprovadíssimo, Sr. Bressia!

Para quem gosta de notas: 92 RP e 91 ST.

Nota -> 4.5 de 5.

Precio -> R$76,00 (veio da argentina, não comprei aqui no Brasil).

Site -> Bodega Bressia.

sábado, 24 de novembro de 2012

Mendoza parte IV: Tapiz



A bodega Tapiz não é muito conhecida por aqui no Brasil. Deveria pois seus vinhos são muito bons e bem "prontos", o que tem sido bastante buscado pelo pessoal.

Na bodega Tapiz há uma criação de Lhamas, logo na entrada:


O problema é que de vez em quando elas escapam e vão onde não devem...



Essa época de fim de colheita é interessante, porque o pessoal tá mais sossegado, e você acaba tirando fotos muito boas...


Aqui a remontagem já tinha terminado, estavam limpando o tanque:


Quem nos atendeu (havia um casal de brasileiros também - aliás presença constante em Mendoza) foi Carolina, que tinha se formado há poucos dias! Uma simpatia de pessoa...


E olha a linha deles toda. O fundo com pedras mantem a umidade:


Usam cascas americanas!


E agora ao que interessa: as provas! Na Tapiz eles não regulam e você vai provando os vinhos com diversas "idades", e algumas vezes comparando com as safras anteriores já engarrafadas.


Chegamos a provar um Malbec de 3 dias de vida!


De todos que foram degustados, dois chamaram bastante a atenção: o Sauvignon Blanc e o Malbec Reserva:



Mas o campeão foi o Bicentenario. Já pronto, complexo, fresco, delicioso. Um vinho muito bom, um corte das uvas que se tornaram sinônimo de vinhos argentinos:


Um vinho em honra aos fundadores do que hoje chamamos Argentina, por ocasião do bicentenário do país.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Villa Francioni Tinto 2005



Continuo a analisar a safra 2005 no Brasil... Dessa vez abri o Vila Francioni Tinto 2005. Um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec (!).

Denso, vermelho bem escuro, halo meio rubi, aromas defumados dominam. Lágrimas múltiplas e lentas. Depois de um tempo é possível divisar algo de ervas e mentol.

Na boca meio apimentado, mentol, café! Um final salgadinho e uma acidez que faz "aquela faxina". Seu final é muito longo.

É um belo vinho, não esperava absolutamente que fosse assim. Foi uma boa surpresa, acabou rápido apesar  da boa concentração. Seus taninos estão presentes, a aparência é de um vinho que bem conservado ainda aguenta com louvor mais um tempinho na garrafa. Coisa muito bem feita.

Recomendo uma rápida decantação.

Passou 13 meses em barricas de carvalho.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 109,53 na Lidador.

Site -> Vila Francioni.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Angove Bear Crossing Cabernet Merlot 2005 e Kankana del Elqui Syrah 2008


Confesso que ficamos um pouco receosos acerca desse vinho, por ser 2005. Mas ao abri-lo, que surpresa. Bem aromático, rapidamente se fez notar. Lágrimas abundantes e um tanto lentas, de um vermelho atijolado, o vinho estava sutil, mas delicioso. Sedoso, descia calmamente pela garganta, uma boa surpresa. Bem diferente dos cortes desse tipo que já experimentei. Se aproxima um pouco dos grandes vinhos brasileiros, com uma acidez bem interessante. Não aguenta mais tempo na garrafa, já está em sua hora.




Já o Kankana del Elqui, que contra si apresentava uma certa expectativa visto que a maioria dos confrades gosta da Syrah, foi aberto cerca de 1h antes. Aromas um tanto discretos, mas que se abriram num herbáceo que se definiu como champignon ou azeitonas em conserva. Sua cor púrpura é belíssima! Textura quase leitosa.

Os críticos americanos não deram muita "moral" para esse garoto, e sinceramente acredito que mais uns dois anos em garrafa lhe farão muito bem, embora já possa ser bebido agora.

O Kankana é da VSPT, Viña San Pedro Tarapacá, o segundo maior grupo vitivinícola do Chile, reunindo a vinícola San Pedro, a Tarapacá, a Santa Helena, entre outros.

A San Pedro foi fundada em 1865 pelos irmãos Correa Albano. 1865 é o nome de uma boa linha de vinhos deles.

Kankana significa braseiro, nome dado ao morro existente no vale de Elqui, que se torna extremamente avermelhado ao entardecer, com os últimos raios de sol. O morro é composto basicamente por magnetita, e acredita-se que se configura num imenso ímã de boas vibrações, transformando-se num altar místico.

Não é um vinho para iniciantes. Na boca sua acidez é alta, mas não incomoda. Bastante mineral, me lembrou um pouco o Loma Larga Malbec, com um gosto meio verde na boca; a definição, pra quem já teve a oportunidade de experimentar direto do pé, é de azeitona verde (verde no sentido de não estar madura).

Eu gostei bastante, mas repito: não é um vinho para iniciantes, embora seja relativamente educado, sem agredir o palato. O rótulo em si é um espetáculo à parte.

Nota -> 4 de 5 para os dois.

Preço -> R$45,00 o Angove e R$180,00 o Kankana, na Lidador.

Site -> Angove e San Pedro.


Rondinée Brut e Tonada 2007



Espumante nacional, bom sabor, mais encorpado que o comum, de boa persistência e sabor adocicado bem pronunciado. Esquentando, fica um pouco enjoativo.


O Tonada foi um vinho da Finca La Anita feito especialmente para a Sociedade da Mesa, um clube de compras bem famoso e há pouco tempo atrás um dos maiores que se tem por aí.

Já havia provado o Linea Tonel 2000 deles anteriormente, que também é um blend com Syrah de base. Esse Tonada, nas palavras de Soledad, a engenheira atualmente responsável, é um irmão menor do Linea Tonel (corte de 70% Syrah e 30% Malbec), embora tenha uma pequena parcela de Cabernet Sauvignon. Muito elegante, melhora muito com o tempo, apesar de já estar perfeito para beber no momento da abertura. Está en su momento justo, disse-me ela.

Frutas vermelhas, um fundo bem lácteo, percebe-se a madeira de boa qualidade. Em boca a textura é muito agradável, pimentas e especiarias aparecem, amacia rápido, é um belo vinho. Agrada facilmente.

Nota -> 3.5 de 5 para o Tonada e 3 de 5 para o Rondinée

Preço -> R$40,00 no Sociedade da Mesa o Tonada e não sei quanto foi o Rondinée.

Site -> Finca La Anita

Carta de vinhos: mais cuidado por favor

Impressionante a quantidade de cartas de vinhos com informações erradas, sejam elas o nome dos vinhos (ocorrência quase constante), nome de regiões, nome das uvas, etc.

Concordo que é um processo, estamos todos aprendendo, mas se um restaurante se propõe a compor uma carta de vinhos, que seja feita corretamente!

E olha que isso ocorre também em restaurantes mais exclusivos...

Uma das poucas cartas de vinhos muito bem feitinha nesses aspectos técnicos que encontrei ultimamente foi a da pizzaria Fiammetta, aqui no Rio de Janeiro. O restaurante Tenore em Icaraí, Niterói, também me apresentou uma carta bem interessante.

O que importa aqui: se não dão atenção à confecção da carta, quem garante que a conservação e o serviço serão os corretos e esperados por aqueles que ali se encontram?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Montes Alpha Cabernet Sauvignon 2006



Há tempos que este está descansando em minha adega. Apesar da visita em abril à Viña Montes (será contado em um post algum dia), esse foi comprado por uma amiga, numa loja em Santiago.

Confesso que encontrei um vinho diferente do que esperava. Esperava algo mais robusto e concentrado, mas ele se apresentou já educado de certa forma, abriu num aroma parecido com cacau mas logo as ervas e o pimentão tomaram conta. E não muito tempo depois aparece o mentolado, sob um fundo defumado, ou ao contrário, embora o mentolado seja mais presente.

Na boca, confesso que esperava mais corpo, mas isso não foi um defeito. Algo como especiarias, pimenta mentolada (rs), não incomoda em nenhum momento, o vinho é muito interessante. Os taninos estão lá, mas apenas para confirmar a origem chilena desse cabernet. A estrutura é boa, a acidez é boa, combina bem com algo gorduroso, como o gorgonzola que encarou e em diversos momentos venceu. Ficou bem com um pedaço de pizza também. Gostei.

O Colchagua, mais precisamente Apalta onde fica a Montes, não é o paraíso para a Cabernet Sauvignon. Por lá eles apostam muito na Carmenère e na Syrah, algumas parcelas de Petit Verdot também. Essa linha Montes tem até Malbec agora (2010)!

Os EUA são os grandes compradores da Montes. Acredito que este Cabernet esteja mais direcionado ao mercado americano, apesar de não saber como é o gosto do americano em relação aos vinhos do Chile.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> Presente!

Site -> Montes Wines.

Cartuxa Colheita 2008 e Château Cantegril Sauternes 2008


O português dificilmente decepciona. Esse Cartuxa Tinto Colheita 2008 se apresentou muito elegante, uma surpresa até eu diria. Sinceramente achei que ainda notaríamos alguma coisa de tanino, o que não se concretizou. Agradou a todos. Está mais do que pronto.


Ainda não havia bebido um Sauternes. Esse Château Cantegril é uma propriedade de 22ha situados no plateau de Barsac (calcário). Os vinhedos correspondem a 19,4 Ha sendo 64% Semillon, 34% Sauvignon e 1% Muscadelle com média de mais de 30 anos de idade.

Esse vinho é tido como uma excelente compra em se tratando de Sauternes. Mas posso dizer que minha primeira experiência não foi muito marcante, visto que não achei o vinho, digamos, com caráter. Muito doce na minha opinião, e sem algo que marcasse, que desse a ele sua identidade.

O vinho traz estampado no rótulo o nome de Denis Dubordieu, que é cientista, enólogo e professor de enologia da universidade de Bordeaux desde 1987. Ele, a esposa e os dois filhos produzem vinhos em Bordeaux, notadamente em Graves e Sauternes, em cerca de 120 Ha espalhados pela região.

Acho que ainda não tenho o expertise para entender esse vinho. Enfim, em questão de vinho de sobremesa, ainda fico com o Samos da Grécia.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

E na degustação com queijos suíços: deu Argentina!


Mas uma rodada de queijos suíços, desta vez trazidos pela bela e simpática Patricia Bossart, irmã do meu amigo Roland Bossart, tinha que ter um acompanhamento à altura. O próprio Roland teve a idéia de promover uma degustação às cegas, cada um trazendo um vinho, informando sua faixa de preço (concordo Roland, essencial para a comparação), e depois votando em qual gostou mais. Ah, e é claro, procurando identificar qual era qual, visto que todas as garrafas foram mostradas antes.

Antes de tudo fomos presenteados com um champagne de boas vindas, de altíssima qualidade, oferecido pela nossa querida Miriam e pelo Marcelo (Coroné), que gentilmente cederam o espaço para esse acontecimento único. Afinal, não é todo dia que se come os melhores queijos do mundo, com pessoas simpáticas, inteligentes e extremamente agradáveis. O papo fluiu, e a degustação foi uma aula para todos.


Muito aromático, refrescante, frutas brancas e pão, na boca uma acidez muito boa e um sabor cítrico, muito gostoso. Acalmou perfeitamente nossa ansiedade pelos queijos, enquanto esperávamos o restante dos convidados chegarem.

Pois bem. Queijos, pães, vinhos descendo nas taças. Lado a lado, por diversas vezes provamos um após o outro até cada um montar seu veredito final.

Não lembro da votação geral, mas vou delinear aqui a ordem dos que mais gostei:

1) Las Moras Black Label Cabernet-Cabernet 2008


Esse vinho se apresentou numa explosão de baunilha, invadiu o ambiente. Na boca sedoso, aveludado, bom corpo e acidez. Depois de um tempo a Cabernet Franc também se mostrou, nos seus aromas/sabores herbáceos. Pra mim, o melhor da noite.

2) Miguel Torres Ibéricos Crianza Tempranillo 2009



Tempranillo espanhol típico, tinha me esquecido um pouco dela, estava com uma memória viva da tempranillo porteña, que aliás muito me agrada também. Muito agradável, sente-se um pouco a madeira mas não atrapalha em nada. Ao chegar pareceu que ia agredir mas rapidamente se acomodou e ganhou o segundo lugar.

3) Mendel Lunta Malbec 2010


Este Malbec surpreendeu pois de primeira não parecia um Malbec. Muito boa acidez, é um vinho gastronômico, termo que tem aparecido "a balde" por aí para definir esse tipo de vinho. Ficou em terceiro.

4) Mouton Cadet Rouge 2008


Mouton Cadet. Já havia bebido o 2007 que passou despercebido. Esse 2008 não foi diferente. Ainda assim foi melhor (menos pior) que o:

5) Miolo Reserva Cabernet Sauvignon 2010


Me desculpe meu Brasil, Miolo e seus grandes vinhos, mas esse vinho é muito fraco. Muito ácido também, não apresenta uma qualidade que possa salvá-lo. Uma pena.

Ao final a Miriam ainda nos presenteou com um bordalês de Pauillac, o Aurelius 2005, um belo vinho, já podendo ser bebido mas que vai ganhar ainda em garrafa, uma pena que não pude apreciá-lo por completo visto que depois de todos os outros minhas papilas já estavam comprometidas. Se ele tivesse entrado na degustação teria brigado pelas primeiras posições.

Olha a rapaziada aí...

Novamente obrigado aos queridos Bossart pelos deliciosos queijos, aos queridos Miriam e Marcelo pela mansão, e ao Padilha e Lucia pela simpatia e nova amizade.

De repente acordaram para o vinho brasileiro

Pois é. Fim da salvaguarda, acordo de maior exposição e promoção do vinho brasileiro, e pronto: todo mundo agora exalta o vinho nacional.

Ruim? Longe disso! Muito bom. Mas vejo por aí gente que falava mal dos vinhos nacionais e agora aponta com dedo de conhecedor minucioso rótulos e mais rótulos... Hummmm...

Acabo de ver no globo uma matéria sobre os vinhos nacionais, a meu ver mal escrita e diagramada e pouco esclarecedora. Solta no ar meia dúzia de vinhos, com a opinião de algumas figurinhas carimbadas do mundo do vinho brasileiro. Esqueceram da Valmarino, por exemplo, que faz um ótimo Reserva da Família, um outro Cabernet Franc muito bom, e um espumante que ainda não provei mas que dizem ser superior a muito champagne francês que se vende por aí. Outro vinho de boa qualidade é o Casa Valduga Raízes Cabernet Sauvignon 2010, que ainda consegue ser comprado a um preço razoável.

Enfim, sempre fui um defensor do vinho nacional, como pode ser visto em diversos posts meus, embora concorde que os preços praticados são muitas vezes impeditivos. Mas acho um pouco falso esse interesse e amor momentâneo. Olho vivo galera, cuidado pra não levar gato por lebre.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Grandes baboseiras que já escutei - III

"Merlot dá um vinho aguadinho."

Opções ao Toro Loco Tempranillo 2011

Ainda surfando a onda do Toro Loco, no intuito de salvar alguns dos corais ao fundo trago duas opções mais interessantes, na mesma faixa de preço:


Esse Pascual Toso eu comprei por R$28,10 na Lidador. Conheci este vinho em suas versões 2009 e 2009 reserva e me surpreendi com eles. Apesar de ser um vinho de entrada já com 6 anos de idade, resolvi apostar, e "me dei bem" novamente. Muito gostoso, aroma defumado domina, em boca especiarias e ervas finas, chegando a ser adocicado. A Cabernet Sauvignon mendocina é realmente diferente, aproveitando para lembrar que essa safra 2006 na Argentina foi considerada como nota 10.





Com o perdão do trocadilho, este Paulo Laureano Classico é um clássico de relação preço x qualidade. Custou R$19,50 no Mundial. Nada exuberante mas encontramos umas frutas vermelhas, na boca uma acidez muito boa e aquele finalzinho-salgadinho agradável dos alentejanos jovens.

Um abraço, e bons vinhos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pago Casa del Blanco: um espetáculo!


No dia de meu aniversário abri duas garrafas que comprei no evento da Interfood-TodoVino. Num stand vazio, simples, entre dois stands maiores e com poucas opções (se bem me lembro 3), degustei os melhores vinhos do evento, e sinceramente dos melhores até hoje. Me vi forçado a comprá-los.

Pois bem: valeu muitíssimo a pena. Não são vinhos baratos (o branco me custou R$108 e o preto R$116, infelizmente estão um pouco mais caros hoje) mas repetindo sinceramente: valem muito a pena. Muito. Por que? Porque estão prontos, são deliciosos, e ainda têm potencial (segundo o pessoal da Casa del Blanco, o branco vai até 12 anos e o preto até 10 anos).

O etiqueta preta veio primeiro. Um inusitado corte de Merlot, Tempranillo e Petit Verdot. Mal foi descorchado e um aroma adocicado de baunilha se mostrou, sendo facilmente percebido antes mesmo de servir as taças. Encantou imediatamente. Belíssima cor púrpura, denso, escuro.

Com o tempo o aroma se manteve, engraçado que essa baunilha foi notada antes das frutas, que apareceram numa predominância de cereja, ou cereja em calda. Lácteos também presentes.

Na boca um veludo, gostoso, sedoso, ótimo corpo. Funcionaria bem estando sozinho mas acompanhou de forma espetacular as entradinhas clássicas servidas. Final marcante, sensação agradável, bem estar degustativo. Já estava feliz quando notei que a garrafa já tinha ido embora rs.

"Ah não, vamos abrir o outro, tenho o etiqueta branca" - falei.

E lá fomos nós.

El Quixote etiqueta blanca mostrou-se defumado, um defumado doce. Na boca, acidez em alta, mas muito interessante, tornou-o extremamente fresco apesar de não leve. Concentração menor que o preto, algo de pimenta, balsâmicos, até mineral eu diria. Encarou um gorgonzola muito bem (poucos fazem isso) e realmente combinaria com pratos gordurosos. Outro vinhaço! Nesse, corte de Cabernet Sauvignon e Syrah (alguns belos chilenos trazem esse corte também, como o Tara Pakay).

E lá se foi a outra garrafa, essa segunda foi embora mais devagar, o etiqueta branca não pareceu tão amigável quanto o preta, o que em nada diminui seu brilho. Ao final, eu estava preferindo o etiqueta branca, apesar do etiqueta preta conquistar o sujeito de imediato.

Enfim, se tiver a oportunidade, compre sem medo. E não se arrependerá.



Me surpreendi com a produção (quantidade).

Notas -> 4.5 para os dois.

Preços -> ditos acima.

Site -> Pago Casa del Blanco.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fim da novela da salvaguarda

Parece que a novela da salvaguarda teve fim.

Trocando em miúdos, o governo verificou preliminarmente que a solicitação era absurda (mentira?), e os próprios demandantes retiraram-na.

Óbvio que viram os resultados das análises... O problema é que estas não serão divulgadas.

Por que será que não? Alguém imagina?

Notícia na Folha.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Achaval Ferrer Malbec 2010



Quando estive na Achaval Ferrer em Mendoza, degustei este vinho da safra 2011. Muito nervoso, foi difícil identificar alguma característica mais marcante, amarrava demais a boca.

Um ano antes havia recebido um presente do meu irmão, que tinha ido a BsAs e trazido este 2010 para mim.

Pois bem, recebi a Gigi aqui em casa e, morrendo de fome, comprei uma pizza e perguntei: "Gi, vc curte um Malbec?"

"Meu preferido", ela respondeu.

Excelente, abri a garrafa, voltei com ela aberta para a geladeira-adega (sim, eu tenho uma geladeira só para os vinhos), e aguardei sua chegada.

A Achaval Ferrer é uma bela bodega, um lugar delicioso e calmo, um verdadeiro paraíso para os enófilos que curtem as bodegas chiquitas, bodegas boutique como já cunhado por outros.

Este Malbec é bem diferente dos outros que encontramos por aí, mais austero, mais elegante. De potência média, no início algo floral e baunilha, depois de um tempo algo como um defumado doce muito interessante. Até couro causou uma certa dúvida se havia surgido ou se o cérebro estava projetando algo mais elaborado.

Na boca, fresco, bom volume, acidez marcante, belo vinho. Cor púrpura, acho que ele ganha em garrafa mas dificilmente mais do que 2 anos. A garrafa acabou rápido, deixando gostinho de quero mais.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$52,00 em BsAs. Aqui já vi por R$74,00 em promoção na Cobal do Humaitá.

Site -> Achaval Ferrer.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Grandes baboseiras que já escutei - I

"Eu só bebo vinho Reserva."

Storia Merlot 2008 e 2a Garrafa do Toro Loco Tempranillo

Pode parecer sem sentido, e é. Não quisemos compará-los, mas apenas alguns confrades de nossa pequena confraria ainda não tinham provado esse fenômeno de marketing.

Então abrimos a 2a garrafa que tinha, e sinceramente estava torcendo para que ela fosse melhor que a primeira. Pura decepção.

O vinho não tem graça, e com apenas 12,5% de álcool este ainda assim sobressai. Para dar R$25,00 neste vinho prefiro pagar R$28,10 no Pascual Toso. E paro por aqui. Não quero mais falar no assunto.

Já o Storia, que surpresa!


No nariz de primeira um aroma que lembra couro, e um pouco de baunilha. Na boca muito marcante, taninos presentes mas aveludados, baunilha, geléia. O vinho é pra ser bebido vagarosamente. Depois de muito tempo café e chocolate deram o ar da graça.

Confesso que tinha um certo receio quanto à agressividade do mesmo, por ser ainda jovem. Mas já está pronto para ser bebido, ainda que possua potencial de guarda.

Garrafa número 1.774 de 12.000


Não é um vinho barato, mas representa o esforço da Valduga em produzir algo diferente. Realmente acho que o vinho nacional poderia baixar de preço, mas eu acho, para afirmar precisaria estudar e analisr a cadeia de valor do vinho.

Aliás, esse negócio de a Merlot ser a melhor tinta do Brasil, não concordo muito com isso, embora tenha gostado bastante desse vinho. Até hoje, o melhor brasileiro que bebi foi o Don Laurindo Reserva Tannat 10 anos 2005, e pelo que tenho visto por aí, a Tannat tem potencial em nosso país.

Dentro em breve retomarei essa discussão.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 136,10 na Lidador.

Site -> Casa Valduga.