quinta-feira, 31 de julho de 2014

Gran Tarapacá Reserva Sauvignon Blanc 2011



Post rápido.

O vinho estava altamente sem graça e com álcool muito aparente. Não sei se por conta de armazenamento, mas me pareceu ok a rolha e a garrafa.

Falo isso por conta do lugar onde consumi ter ficado fechado durante um tempo.

Fato é que não havia as características do Sauvignon Blanc. Não recomendo e não sei se vou tirar a prova real dele.

O Gran Reserva dessa cepa vem do vale de Leyda, não do Colchagua. Deve ser melhor.

Nota -> 1.5 de 5.

Preço -> R$37,00 a meia garrafa em restaurante.

Site -> Tarapacá.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dios Ares Reserva Rioja 2006: a opção pelo melhor preço e maior evolução num restaurante


Qual enófilo por aí ainda não se viu na seguinte situação: escolher um vinho num restaurante caro, onde muitos nomes conhecidos figuram com valores estratosféricos completamente em desacordo com o que o vinho apresenta?

Pois é, nessas horas eu busco algo que possa nortear a escolha, que faça a dor de pagar o alto e absurdo valor por um vinho seja amenizada pelo menos num bom vinho.

Que bom que essa foi mais uma vez que consegui. É difícil, eu afirmo. Geralmente busco casar preço com idade e proposta do vinho, e é claro, vendo o que o pessoal sentado à mesa escolheu para comer.

Este vinho era um dos mais "baratos" da lista que continha bebês (falando de tintos, safras 2012, 2013) em sua maioria, que pelas opções certamente amarrariam a boca de todos à mesa, que conhecidamente prefeririam vinhos mais elegantes e menos vigorosos (sogra, cunhada e meu amor). Havia ainda a opção Crianza, mas optei pela Reserva.

Aproveito para deixar a crítica às cartas de muitos restaurantes: optam por nomes e não pela harmonização em si.

A Espanha é o país que tem essas denominações bem organizadas. No caso da denominação Rioja: Crianza, Reserva e Gran Reserva.


  • Crianza: o vinho precisa amadurecer pelo menos 12 meses em barricas e mais 12 meses em garrafa.
  • Reserva: o vinho precisa amadurecer pelo menos 24 meses em barricas e mais 12 meses em garrafa.
  • Gran Reserva: o vinho precisa de 2 anos em barricas e 3 anos em garrafa.


Esse aqui passou 26 meses em barricas.

Pois bem, ele caiu como uma luva. Seus 8 anos nos brindaram com um caldo elegante e saboroso, jugoso como diriam meus amigos argentinos. Nuances adocicadas, fácil de beber, com fruta ainda presente.

Tudo no lugar, deu conta do recado e animou.

Curiosidade: Dios Ares é o Deus Ares, Deus da Guerra na Grécia Antiga.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> absurdos R$138,00 no restaurante.

Site -> Bodegas Pujanza.

Casajus Splendore



Este é mais um dos espanhóis pontuados pelo pessoal da WA, e vendido pela Grand Cru.

De cor essencialmente púrpura, formou uma cortina de múltiplas lágrimas lentas, muita fruta fresca e madura ao nariz, daquela que você abre pra comer e afirma: está no ponto!

Há algo herbáceo de leve também.

A boca é clássica de um tempranillo espanhol, taninos aveludados marcando de leve e tem algo de chocolate. Lembrei de um ótimo Tempranillo Argentino que bebi, o Q da Zuccardi, que aliás é superior a esse na minha opinião.

Bom vinho mas não é algo novo ou indubitavelmente superior a seus pares.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$62,00 na Grand Cru.

Site -> Bodega J Alberto Calvo. Estranho que no site não há esse vinho...

Maximo Boschi Merlot 2004 #CBE (muito atrasado)



Este post deveria ter sido escrito para a CBE do mês de abril , conforme sugerido pelo Luis Cola, do Vinhos e mais vinhos: vinhos evoluídos com pelo menos dez anos de vida.

Conheci a Maximo Boschi através de um espumante de boas vindas em uma degustação na confraria carioca. Era o Maximo Boschi tradizionalle, e surpreendeu pela qualidade.

Mas o post não é sobre ele.

Numa outra degustação pude conhecer outro vinho deles, o Cabernet Sauvignon safra 2000, e isso já em 2012 se não me engano. Mostrou-se um belo vinho, evoluído mas ainda com certo vigor (!). Boa acidez, no meio de um monte de vinho gringo marcou sua presença sem fazer alarde.

Mas também não é sobre ele.

Esse Merlot 2004 eu comprei na Mondovino, um dos melhores lugares para se comprar vinho nacional no Rio de Janeiro, quando estive por lá depois de um bom tempo. A loja é muito boa, há boas opções a preços honestos e há muita coisa que eu só vi por lá.

Bom, ao abrí-lo fiquei um pouco preocupado com uns aromas um tanto fortes de algo como amônia. Decidi deixá-lo aberto por um tempo (um bom tempo). Ainda bem que dissiparam.

Na taça um rubi opaco, cansado, com nuances castanhas.

Os aromas transformaram-se em algo de fruta fresca, mas depois basicamente em notas balsâmicas e ervas secas, e um pouquinho de álcool que acabou por sumir. Há um quê de chocolate também.

Boca suave, pouca acidez, taninos apenas levantam a mão. Dá uma leve esquentada. Corpo médio e o final também eu classifico como médio.

Já está na fase final de sua vida mas devo dizer que o vinho é bem gostoso de ser apreciado, sem pressa, e que pra mim suportou bem os dez anos, fazendo jus ao que pretende a vinícola. Mas está na hora de ser bebido na minha opinião.

Pra quem gosta de vinhos evoluídos é um prato cheio, pra quem gosta de vinhos brasileiros é uma experiência para ver até onde podem ir os nacionais, e quem sabe até além.



São produzidas apenas 2700 garrafas, e essa que tive o prazer de conhecer foi a de número 535. Ganhou 91 pontos no guia adega de vinhos do Brasil 2012-2013.


Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$64,00 na Mondovino.

Site -> Maximo Boschi.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Salton Virtude Chardonnay 2011: mais uma grata surpresa



Este vinho foi um achado. Meu amigo Jorge, do Contando Vinhos, me mandou mensagem quando achou no Makro da Barra da Tijuca esse vinho.

A razão? O preço estava em R$22,50. Havia duas garrafas da safra 2011 e uma da 2012.

Não tive dúvida e pedi para ele comprar uma pra mim também.

Bom, abri o vinho e aqui estão minhas impressões:

Na taça um amarelo dourado bem bonito, bastante brilhante.

Ao nariz bastante coisa, manteiga, banana, tostado, traços de outras frutas brancas.

Confesso que imaginei que seria enjpoado na boca, por conta dos aromas e da passagem em carvalho. Para minha sorte, ledo engano...

A boca é bem séria, repete as frutas do nariz sem exagero, ótima acidez, o vinho tem um bom corpo e "gruda" na boca, dando uma limpada geral antes. Muito bom.

Já estava na hora de beber um brazuca desse nível feito com a Chardonnay, haja vista que temos ótimos espumantes feitos com base dela. Minha amada Isis adorou, virou fã!

Embora eu provavelmente não encontre mais a esse preço, pretendo comprar outras safras desse vinho para comparação.

Parabéns à Salton. Ganhou mais meio ponto por conta do ótimo preço rs.


Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$22,50 (condições únicas, acredito que por serem as últimas garrafas)

Site -> Vinícola Salton. Há possibilidade de compra no site mas no momento esse vinho se encontra indisponível.

domingo, 20 de julho de 2014

Miolo Merlot Terroir 2011



Muitos enófilos sabem que a Merlot se adaptou bem ao vale dos vinhedos, na serra gaúcha. De lá saem bons vinhos com a uva. Este é um deles.

Com aromas bem pronunciados de frutas vermelhas (lembrei de mirtilo, pra mim o mais nítido de todos), alcaçuz, baunilha e um leve tostado. Algo de ervas e - acho eu - de mentol.

Na boca muito gostoso de beber, acidez leve, taninos aveludados, álcool integrado (14%), aquela sensação de madeira de primeira qualidade. Um vinho "internacional", fruto da parceria da Miolo com o famigerado Michel Rolland. Preferi ele "funcionando" sozinho do que com comida.

Após terminar, o "fundo de taça" é tostado puro. Bem gostoso.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> oscila entre R$85 e R$110 por aí, seja em mercados, lojas online ou lojas especializadas. Acho bem caro apesar de ser um vinho de boa qualidade.

Site -> Miolo.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Encontro dos blogs: BebadoVinho e Contando Vinhos (Villagio Grando SB 2013 e Erasmo 2007)


Há tempos que estou para marcar com meu amigo Jorge para degustarmos alguma coisa. Esse vai e vem e a correria de nossas vidas nos impede muitas vezes de dar cabo de tudo o que queremos, ou somos nós que queremos demais? Sem contar nas dificuldades da vida urbana como trânsito, atrasos e etc.

Enfim, deixando a filosofia de lado, vamos aos vinhos que abrimos!

O Jorge trouxe uma surpresa, para que eu degustasse às cegas. Obviamente ao ser aberto vi que era um vinho branco, mas o máximo que cheguei de imediato foi à cepa: Sauvignon Blanc. Sabendo que gosto muito dessa uva, ele quis fazer uma pegadinha comigo, e confesso que funcionou!

O vinho de cara mostrou ter muito caráter e era extremamente agradável, um gole puxava outro. Sinceramente não conseguia descobrir exatamente de onde era, havia fruta mas também mineral, a boca era saborosa, acidez muito convidativa a um prato. Acabou em alta velocidade. Concentrei minhas cartas em dois países: França e Brasil. E acabou que era brasileiro:



Muito bom! Não o conhecia, o Jorge esteve recentemente em SC e visitou a serra catarinense e outros locais com produção vinícola, como o vale do Contestado, lugar de origem desse vinho maravilhoso e desconhecido da maioria da população brasileira.

Como foi às cegas, posso assegurar-me que minha opinião foi a que veio realmente dos sentidos excetuando-se o visual, que aliás influencia em nossas decisões e avaliações enormemente. Eu particularmente achei o vinho muito parecido a alguns Sancerre que bebi quando estive por lá no Vale do Loire, o que comentei aqui em dois posts.

Depois dessa ótima surpresa, foi a vez de abrir o vinho que havia separado para a ocasião. Na verdade apresentei ao Jorge algumas opções, sendo que escolhemos essa:



O Erasmo 2007 dispensa apresentações, pelo menos no que se refere ao pessoal enófilo e blogueiro, e a quem lê o guia descorchados de Patricio Tapia. Este vinho recebeu muitos pontos no guia descorchados (94 ou 95, não consegui descobrir com certeza haja vista a confusão que se vê na internet com respeito a essa informação). Fato é: um vinho com essa pontuação e menos de R$100,00 me levou a adquirí-lo para posterior prova.

Eis que surgiu o momento e posso dizer: não decepcionou. Mas vamos por partes.

Enquanto estávamos conversando e degustando o Villagio Grando, ele já estava aberto e respirando, sob temperatura controlada. E sinceramente acho que foi essencial, haja vista as informações recolhidas nos blogs amigos e escutando o que muitos outros falaram a respeito dele.

É um corte no estilo bordalês (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc), vinificadas em separado em aço inox e depois de "misturadas" vão para o descanso em barricas por 12 meses, para depois mais um ano de descanso em garrafa.

Não possui muita concentração apesar de relativamente escuro, mas ao nariz e na boca ele surpreendeu.

Encontramos muita coisa: bastante fruta, baunilha, tostado, traços de "xarope". Ervas, canela. De cara a gente chegou a pensar que havia Syrah no corte. O vinho realmente exala seus aromas com uma bela potência.

Na taça muitas lágrimas lentas, muito boa acidez e taninos bem marcantes mas nada agressivos. Arrisco a dizer que ainda aguenta mais tempo.

Quem já bebeu o Erasmo 2007: Vinho Para Todos, Leigo Vinho, Adega para Todos, Vinho e Gastronomia, Escrivinhos, Vivendo a Vida, Confraria 2 Panas, Tommasi no Vinho. Na Winetag também está cotado.


Notas -> 4.5 de 5 para os dois. Vinhaços.

Preço -> R$40,00 o Grando (na vinícola) e R$89,00 o Erasmo (na Lidador - mas tem bastante tempo).

Sites -> Villagio Grando e La Reserva de Caliboro. E o blog do Jorge: Contando Vinhos