sexta-feira, 30 de maio de 2014

Porto Taylor's LBV 2008



Conheci os LBVs da Taylor's na degustação que fui com a Isis na confraria carioca.

Na ocasião bebemos o 2007, que estava muito harmônico. Esse 2008 estava um pouco mais vivo.

Muito bom, alia fruta de qualidade à madeira, com uma concentração interessante, enche a boca. Dulçor persistente, gostoso, chama o álcool e com ele alternam a "liderança". Um belo vinho.

Os LBVs são Portos que ficam de 4 a 6 anos em madeira, compostos por uma seleção de vinhos do porto de excelente qualidade de um único ano. Foi criado em 1970 pelo atual presidente da Taylor's como alternativa ao Porto Vintage, que requer muitos anos em garrafa para se arredondar.

É um vinho que traz uma qualidade bem superior aos Ruby, Tawny e Reserve, sem ter que pagar grandes somas de dinheiro (como fazemos para os tawny envelhecidos e Vintages).

Nota -> 4 de 5.

Preço -> €19 no free shop do aeroporto de Lisboa

Site -> Taylor's

sábado, 24 de maio de 2014

Pancrazio Chianti DOCG 2009



Mais um rápido. Na taça uma cortina de lágrimas numerosas e lentas, com cor já puxando para uma evolução, vermelho "cansado" com nuances acastanhadas (palavra feia).

O nariz é basicamente defumado e ervas secas. A boca é bem ácida, com um quê frutal e final médio. Os taninos estão lá mas estão bem integrados.

Um bom chianti que grita por uma comida mais gordurosa, algo com um molho de queijo. Nada extraordinário mas cumpre o seu papel.

O colega blogueiro Ewerton bebeu esse para um post da #CBE. Não curtiu muito também...

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ 34,00 a meia garrafa na Grand Cru

Site -> Fattoria San Pancrazio.

Cono Sur Bicicleta Gewürztraminer 2013



Amarelo claro e límpido, brilhante.

Nariz cítrico com algo de especiarias, um quê adocicado e floral. O álcool dá uma queimadinha nas narinas (13,5%) de vez em quando mas depois some.

Boca levemente quente, média acidez, pode-se dizer certa mineralidade, sensação doce bem presente terminando com uma pequena pinicada na língua, com boa persistência.

Um vinho bem intenso, de boa qualidade, e agradou à minha amada Isis. Melhorou muito com o tempo na taça. O nariz é elegante mas a boca é explosiva.

Este vinho vem do não-tão-famoso vale de Bío-Bío, num terreno bem argiloso, segundo o site da vinícola.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> paguei cerca de R$35,00. No Chile sai a menos de R$20, é a linha de entrada da vinícola.

Site -> Cono Sur.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Allegrini Valpolicella 2011



Post rápido.

Um valpolicella rubi, muito frutado ao nariz, com taninos presentes mas não incômodos que dão uma leve "pegada" no final, e muito boa acidez. Média concentração. Não acrescentou muito e mesmo sendo meia garrafa chegou uma hora que enjoei um pouco dele.

Achei caro pro que apresentou, mas é um vinho bem feito, com fruta pura, um vinho "limpo".

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ 44,00 a meia garrafa na Grand Cru.

Site -> Allegrini.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Matarromera Ribera del Duero Crianza 2010



E a Espanha finalmente retorna à minha taça...

Há tempos que não bebia um bom vinho espanhol. E sinceramente não sei porque fico tanto tempo assim sem provar um.

Até pouco tempo atrás, a Espanha era o país com maior área plantada de vinhedos. Grande parte é de Tempranillo (ou Ull de Lebre, Tinto Fino, Tinta Roriz, Aragonez, etc.), uma cepa com diversas denominações.

Ao nariz: chocolate, ervas, tostado, parecia um cabernet sauvignon varietal dos melhores rs!

Na boca repetiu tudo, seus taninos são macios e "marcam" levemente, há uma certa maciez e o final não é longo, mas o forte dele é o "enquanto na boca".

Este vinho já ganhou 91 pontos da WE, passa 12 meses em barricas e é composto por 100% Tempranillo.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$58,00 a meia garrafa (caro).

Site -> Matarromera.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Casa Silva: Sauvignon Blanc Reserva 2011 e Gran Reserva Lolol Viognier 2010

Domingo, belo almoço na casa da minha mãe, para onde eu e Isis rumamos para encontrar com ela, minha avó e com um casal de grandes amigos, Camilo e Gabi.

Há tempos esses dois descansam na geladega, vindos direto da vinícola (até hoje não fiz posts sobre as vinícolas que visitei no Chile, e pelo jeito não o farei mais por conta de tanto tempo que já se passou).

A Casa Silva - lembrem - conta com o talento de Mario Geisse, produtor dos melhores espumantes nacionais na minha opinião.



Pois bem, começamos pelo Sauvignon Blanc Reserva. Bem verdeal, fomos surpreendidos por aromas suaves clássicos desta cepa, com frutas cítricas e brancas, um pouco de ervas e uma mineralidade bem de fundo que me deixou intrigado.

Passando para a boca, nova surpresa com uma elegância fora do comum para vinhos brancos do quente colchagua, somada a uma leve mineralidade que confirmou o nariz, e fez a alegria de todos à mesa. Sinceramente um belíssimo vinho, daqueles que passam, agradam, ficam e pedem mais. Excelente surpresa.




Já o Gran Reserva Viognier começou surpreendendo pela cor, um amarelo bem clarinho com nuances verdes, esperava realmente algo mais amarelado.

Ao nariz, dessa vez uma mineralidade até certo ponto esperada (Lolol é a porção costeira do Colchagua, a poucos quilômetros do Pacífico), damascos e muita fruta cítrica, notadamente uma tangerina que marcou presença constante e depois de um tempo dominou.

Na boca ele entrou literalmente abraçando a língua, numa acidez pungente (não muito comum para essa uva) e mineralidade, com final ótimo e tendendo para o adocicado, viscoso. É o corpo de um branco com leve passagem em madeira mas sem ter madeira e sem ser enjoativo, ou trazer o excesso de "manteiga" ou baunilha, com um belo final e certa complexidade.

A viognier tende a um nível alcoólico alto com muita facilidade (esse tem 14,5) então é preciso saber trabalhar com ela, muitos produtores inclusive driblam esse álcool com um açúcar residual para mascará-lo e torná-lo menos "quente". Bem trabalhada, dá belos vinhos, alguns paladares podem achar um pouco cansativos ou poderosos demais. Para mim esse é mais um dos bons, parabéns à Casa Silva.

O Sauvignon Blanc vai levar meio ponto a mais por conta da incrível relação qualidade x preço.


Nota -> 4.5 de 5 o Sauvignon Blanc e 4 de 5 o Viognier.

Preços -> R$23,00 o Sauvignon Blanc (na vinícola em 2012) e o Viognier eu não me lembro.

Site -> Casa Silva.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Vinhos Santa Rita agora são distribuídos pela Miolo - boa chance de compra

O primeiro vinho da Santa Rita que bebi foi logo o ícone da casa: Casa Real.

Muito impressionante, extremamente macio, grande concentração, elegante, um vinhaço.

Seus vinhos eram encontrados na Grand Cru com facilidade, mas agora com a troca da representação aqui no Brasil, temos uma boa oportunidade para comprá-los a preço mais acessível. Estão vendendo as últimas caixas a preços mais em conta, visto que não mais a representam e para eles o melhor a se fazer é realmente zerar o estoque.

Recentemente provei também um viognier bastante expressivo e o 120 Sauvignon Blanc, da linha de entrada da vinícola.

Vamos ver a quanto serão vendidos pela Miolo... Espero que mais baratos (mas desconfio que não...).

Mancura Guardián Carignan 2011



A Carignan dificilmente se expressava em vinhos varietais, e esses eram quase que desconhecidos por aqui, até que o Chile começou a fazê-lo e a divulgá-lo, em grande parte graças ao VIGNO - Vignadores de Carignan, um grupo de produtores que decidiu resgatar o patrimônio enológico do vale del Maule.

Lá se encontram vinhas bem antigas, de pouca produção. E ultimamente têm dado vida a vinhos premium, muito bons por sinal, alguns deles já foram comentados aqui no blog. No Brasil, como sempre, o problema era o preço.

Foto: vigno

Quando vi esse exemplar da Mancura, decidi comprá-lo justamente por ir contra o exposto acima (preço), ainda não havia visto um exemplar com um preço mais acessível como esse.

Bom, vamos lá:

Muito púrpura na taça e lágrimas lentas e numerosas.

Aromas bem "vermelhos" um traço pequeno de álcool.

Na boca sedoso, relativamente concentrado, mais frutas, muito boa acidez e uns taninos agradáveis, álcool às vezes aparece, agradável porém o conjunto. Talvez uma rápida decantação ajudasse, bem macio mas há aquela sensação de "coisas em suspensão".

Bem gostosinho, pretendo comprar outros da linha.



Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$43,00 na Grand Cru.

Site -> Mancura.

Encontro Mistral 2014 - um pouco do que vi e gostei

A Mistral é a maior importadora de vinhos do Brasil (acho que ainda o é), e seu bienal encontro, que está em sua sétima edição, ocorreu no Rio de Janeiro no último dia 08, no belo hotel Sofitel em Copacabana.

Ela possui em seu portfolio nomes de peso como Catena Zapata, Luis Pato, Domaine Faveiley, Pisano, Bollinger, entre outros.

Não preciso comentar que é praticamente impossível provar tudo que nos é oferecido, e que chegar lá sem uma programação prévia do que visitar pode te confundir um pouco.

Indo ao assunto, logo que cheguei rumei para o stand da Bodega Aleanna, estava ansioso em provar as criações de Alejandro Vigil (o grande responsável pela minha presença no encontro - obrigado, Ale!), enólogo chefe da Catena Zapata. A Bodega Aleanna é o seu projeto pessoal em conjunto com Adriana Catena, filha do famoso Nicolás Catena, que dispensa apresentações.

Da sua linha El Enemigo estavam lá:


  • Chardonnay (já havia gostado muito do Chardonnay Catena, também feito por ele). Esse aqui é simplesmente o melhor que já bebi da Argentina, opinião compartilhada com o Jorge do blog Contando Vinhos. 

  • Syrah Viognier: muito fresco, fácil de beber, bem leve, outra proposta de Syrah. A Viognier na Argentina tem dado coisa boa, estou de olho nela.
  • Bonarda: chocolatão, emborrachado leve na boca, muito frescor e com caráter, conseguiu fazer um bonarda elegante e nunca enjoativo, também dos melhores vinhos com a cepa que já bebi. Um vinho para realmente dizer o potencial da Bonarda. 
  • Malbec também fresco e muito complexo, esse foi o primeiro vinho lançado da bodega, e de cara já arrematou diversos elogios dos pro(s). Um pouco diferente do estilo mendocino consagrado, e a meu ver melhor.
Todos os três com um toque rústico que muito me agrada.

O Gran Enemigo, seu ícone, é um capítulo à parte. Muito complexo, também muito fresco e aromático, é um vinhaço. Daqueles que te fazem lembrar porque você bebe vinho. Titio Parker (acho que o Neal Martin) já havia notado os vinhos do Alejandro, dando 94 ptos a essa edição 2008 com base Malbec, mas na última edição do WA o Alejandro conseguiu belas pontuações à safra 2010, para 3 dos seus vinhos (e todos de Cabernet Franc, minha uva preferida):


Eu e Alejandro:



De quebra, com o stand da Catena ao lado, provei dois vinhaços ícones deles:


O Nicolás Catena Zapata é um vinho potente, quente, taninoso, para quem gosta do estilo. Muita coisa no nariz, boca carnuda e densa, ainda aguenta tempo em garrafa, gostei bastante. Um vinho para poucos.

O Catena Zapata Adrianna Vineyard Malbec Gualtallary é uma visão muito elegante e frutada do Malbec, uma coisa muito bem feita e um vinho delicioso. Daqueles que a garrafa acaba rápido.

Outro stand que visitei do novo mundo, o qual me surpreendeu bastante foi o da Pisano. Tida como a melhor vinícola do Uruguai por muitos, pude conhecer o enólogo e diretor Gustavo, que me recebeu com muita simpatia e ficamos conversando por muito tempo. Seu filho é meu xará!


Provei o Cisplatino Torrontés (sim, eles plantam Torrontés no Uruguai!), bem fresco e fácil, e seu irmão mais velho, o Río de los Pájaros Reserve Torrontés, simplesmente o melhor Torrontés que já bebi (se você pesquisar aqui no blog, verá que nesse ano bebi vários).


Da famosa linha RPF, provei o Chardonnay, e depois o Petit Verdot e o Tannat.



O Petit Verdot é um vinho tânico e com certa potência, um belo vinho. O Tannat também segue na linha, mais mineral porém. Gostei muito dos dois.


O Pisano Axis Mundi 2002 passa 30 (!!!) meses em barricas e mais dois anos em garrafa. É um vinho amadeirado mas incrivelmente integrado, muito persistente, com boa acidez, taninos presentes, aromas de evolução muito agradáveis combinados com traços mais adocicados, realmente uma experiência interessante e que me agradou muito.

O Arretxea é uma pequena produção de um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat, e que resultou num vinho complexo e delicioso, outro que me conquistou.

Pra finalizar, provei o vinho tinto fortificado Etxe Oneko Tannat, que é simplesmente dos melhores que já bebi. Sinceramente entre ele e um porto para a sobremesa, que me desculpem meus ancestrais mas prefiro esse! A foto fico devendo. Ganha fácil de muitos Amarones também.

Vale ressaltar também que eles fazem um espumante de Tannat (!!!), que infelizmente não havia para ser degustado. Realmente a Pisano se fez um local a ser visitado quando no Uruguai.


Pude degustar também alguns vinhos da Domaine Faiveley, famoso produtor da Borgonha que é considerado uma das maiores fontes de vinhos de alta qualidade da região, e que é o maior proprietário de vinhedos finos da Borgonha, incluindo boas parcelas de Grand Crus e Premier Crus, engarrafados artesanalmente e sem filtração.

Provei o Nuits-Saint-Georges (excelente), o Gevrey-Chambertin (muito bom mas preferi o estilo do Nuits-Saint-Georges) e o Clos des Cortons, que não gostei muito. Esse vinho na safra 2009 ganhou mais pontos do ST que o Domaine de la Romanée Conti.


Na Bollinger pude provar a linha Ayala de entrada, bem frescos e com ótima qualidade, infelizmente chegam por aqui inflacionados (temos coisa melhor por aqui), e os famosos Bollinger, bem diferentes dos onipresentes Moët & Chandon e Veuve Clicquot, que o brasileiro acaba pagando caro sem necessidade.

Tive a honra de degustar também o Millesimé 2002, mas que infelizmente teve problemas com a rolha e não estava em todo o seu esplendor, embora ainda assim seja algo notável.


Por fim coloco aqui a foto do Chryseia, famosíssimo vinho do Douro que se mostrou extremamente elegante e ao mesmo tempo bastante expressivo, um belo vinho mas que sinceramente não sei porque alcança valores altos por garrafa. Uma pena.

No mais, o evento é muito bem organizado, bem servido inclusive de pães e queijos, não há acotovelamento nos stands e o fato de você falar direto com o produtor e muitas vezes proprietário torna-o único e melhor que todos os outros do gênero. Parabéns à Mistral e a todos os expositores que lá estiveram, mas fica aqui a dica: fazer em dois dias no Rio de Janeiro também, assim a gente tem tempo de visitar tudo (ou quase tudo)!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Camigliano Rosso di Montalcino 2010


Mais uma meia garrafa indo pra história.

Ele estava com a rolha levemente externada, e um pouco seca.

Na taça mostrou uma cor mais pro lado do alaranjado, e denotando pouca concentração.

Nariz já com aquelas notas balsâmicas, louro, coisa do tipo. Pouca fruta, e nada de floral, não trouxe as características dos vinhos jovens com Sangiovese.

Em boca chocolatão com baixa acidez. Estava agradável, mas definitivamente parecia muito envelhecido para apenas 4 anos de vida. Taninos bem levinhos. Final médio a curto.

Nunca havia bebido um rosso di montalcino de qualidade, então troquei uma idéia com a colega Alessandra Esteves, do blog Dama do Vinho, grande conhecedora dos italianos, e ela me confirmou a suposição: envelhecimento precoce.

Confesso que continuei bebendo, sem pressa, agradou bastante, e minha amada Isis adorou. Ela tem um paladar mais pro lado dos delicados, e esse estava bastante elegante. Que bom que ela gostou.

Descansa 6 meses em madeira, e mais 6 meses em garrafa. Parece que ganhou 89 do titio RP, embora o pessoal da Camigliano tenha dito que essa safra foi muito boa.

Preço -> R$57,00 a meia garrafa na Porto di Vino.

Nota -> 3.5 de 5.

Site -> Camigliano.

domingo, 4 de maio de 2014

Sideral 2010


Conheci o Altaïr numa degustação promovida pela loja da Grand Cru do Jardim Botânico.

O Sideral é o irmão mais novo do Altaïr. Na ocasião não o provei, nem o comprei. Mas agora a curiosidade foi extinta.

O vinho é de cor vermelho rubi vivo, muito bonita. Lágrimas rápidas e abundantes. Não é escuro, se houver pouco na taça ele é até translúcido.

Nariz de frutas frescas mesclado com baunilha, tostado, algo de ervas, álcool se mostra um pouquinho. Bem legal, bem interessante. Uma hora apareceu algo como café. Dá aquela impressão de ser bem feito. E o é.

Boca quente, frutas aparecem bastante, mais baunilha. Taninos se mostram mas não agridem, segura uma comida gordurosa muito bem, com uma boa acidez. A sensação na boca parece aquela que fica após engolir um pedaço de carne feita ao ponto. Belo vinho, belo momento.

O Sideral descansa 10 meses em barricas novas (25%) e usadas. É um blend complexo com Cabernet Sauvignon, Syrah, Carmenère, Cabernet Franc, Petit Verdot e - olhem - Petit Syrah (1%).


Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$70,00 (meia garrafa na Grand Cru).

Site -> Altair Vineyards.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Jaume Serra Cava Cristalino Brut Método Tradicional


Conheci o Cava Cristalino Jaume Serra numa degustação, a da Santa Ema, por conta de divulgação da importadora antes que iniciássemos a degustação dos chilenos propriamente dita. Estava bem diferente nessa noite.

Cremoso, perlage intenso, bem definido, com duas fileiras paralelas permanentes. Ao nariz aquele leque de frutas brancas, algo de pão/fermento, acidez ótima, um excelente vinho espumante.

Era Brut mas em nenhum momento tornou-se enjoativo (sou um cara dos Nature). Antes mesmo de vir a comida, que por sinal estava ótima, eu e Isis estávamos em êxtase, apenas degustando-o junto à tortilla que acabara de chegar e chegou a acabar em um piscar de olhos.

Ah então a comida não valeu? Claro que sim, uma belíssima Paella, coroada por um crema catalana. Que noite no restaurante Parador Valencia, ao lado do meu amor!

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ não me lembro mas valeu cada centavo.

Site -> Jaume Serra.

La Pierrelée Chablis 2011


Esse veio depois de um rosé de Malbec da Viu Manent, que aliás é muito bom. Mas infelizmente perdi as anotações e a foto então vai ficar infelizmente no ostracismo.

Não é um exemplar bem típico do Chablis, é suave e a madeira surge bem leve.

Agradável, interessante, relativa acidez e diferente dos Chardonnays comuns mas realmente Chardonnay+madeira não é meu estilo. Sei lá, acho que falta alguma coisa, fica muito amanteigado.

Fiquei entre essa meia garrafa e um Kopke portuga branco, e depois queria ter escolhido o portuga rs.

Preço -> R$70,00 e pouco em restaurante. Caro!

Nota -> 3 de 5.

Site -> La Chablisienne.

Com atraso: Lagarde Malbec 2012 para o dia do Malbec



Para não deixar o dia do Malbec passar em branco, comprei esse Lagarde Malbec junto com o Jantar após um dia extenuante.

Não é um Malbec muito escuro, apesar de obviamente não ser translúcido. Rubi nas bordas, halo transparente, quase púrpura no meio, lágrimas lentas.

Nariz de álcool às vezes e muito tostado, passando a frente das frutas vermelhas. No rótulo diz 50% do vinho em barricas por 8 meses. A impressão que dá é que tem mais tempo.

Na boca a fruta aparece, o álcool também, e tem um quê mineral (!!!), com boa acidez. Não é leve, nem muito pesadão eu diria média concentração mas parece que ele se perde e depois se encontra, até que depois de uns dias ele se definiu, Malbec clássico, frutas mescladas com baunilha/tostado. Acompanha bem a refeição mas não é um vinho que chama a próxima taça ou que traz algo novo.

Definitavamente ganharia com decantação, mas não foi possível.

A Lagarde é uma vinícola com uma linha relativamente grande, além de vários Malbecs apostam também em Cabernet Franc (que eu gosto muito), algumas cepas brancas e espumantes.

Prometo abrir um Malbec à altura em breve para celebrar com muito atraso o dia do Malbec.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$70,00 em restaurante.

Site -> Lagarde.

Rocca delle Macie Orvieto Classico 2012



Post rápido. Amarelo bem clarinho na taça, fresco, suave, bem sutil nos aromas frutados e acidez bem tranquila. Final mais ou menos. Um vinho para oferecer como entrada aos convidados que acabaram de chegar, quando a temperatura está alta.

Orvietto é a denominação de origem que se localiza na Umbria, no "meio" da Italia, mais ou menos fronteira com a parte Sul da Toscana. Este vinho em particular é um blend de Trebbiano, Verdelho, Grechetto e Malvasia. Dizem fazer parte do que a Italia tem de melhor em brancos, mas sinceramente acho que esse não é o forte da Italia...

Para aqueles que apreciam um bom rótulo, este é bem bonito. Para aqueles que apreciam um vinho fácil de beber e que refresca sem exagero, mas com alguma presença, é uma boa pedida.

No restaurante não bebi tudo então levei pra casa e ele se comportou muito bem após vários dias.

Preço -> R$ não lembro, em restaurante. Acho que em torno de R$60,00.

Nota -> 3 de 5.

Site -> Rocca delle Macie

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Hartenberg Weisser Riesling 2008 #CBE


Todo dia primeiro de cada mês é dia do post sobre o vinho escolhido por um confrade a confraria brasileira de enoblogs.

Para o feriado do dia do trabalho, o vinho a ser degustado foi escolhido pela confrade Evelyn Fligeri, e consistia em um vinho com a uva Riesling.

Não é muito fácil termos diversidade em se tratando de Riesling, pelo menos no Rio de Janeiro. Tanto que aqui estou eu escrevendo o post e o vinho que escolhi foi escolhido também por outro confrade, o Jonas do Simplificando o Vinho. Fora essa, os confrades Jorge e Juliana também acabaram por escrever sobre o mesmo vinho.

A Riesling é uma variedade de casca fina, acredita-se que sua origem seja a Alemanha e para muitos críticos é a variedade branca mais requintada. O país que mais tem área plantada é a Alemanha, seguida dos EUA (!), França e Australia. A Austria, conhecida por ter bons exemplares, por incrível que pareça é a quinta, logo após a Australia. A África do Sul, terra desse que bebi, e o Brasil, ficam agrupados no "outros".

Mas não se enganem: não é muito plantada, e fora da Alemanha, França (Alsácia, que um dia foi território alemão e onde a Riesling é a rainha, de onde para muitos saem os melhores exemplares feitos com a uva), e Austria é difícil encontrar um bom exemplar.

O termo Weisser apenas tenta referenciar a origem germânica da cepa, visto que existem muitos clones, inclusive um de casca avermelhada, e até variedades que possuem o nome "Riesling" mas não são parentes dela, como a Riesling Itálico por exemplo.

Confesso que procurei um vinho brasileiro, mas infelizmente não o encontrei. O último Riesling que bebi foi o Leyda Single Vineyard Neblina Riesling. Esse agora eu encontrei na adega bistrô em Itaipava, e não hesitei em comprá-lo, mesmo sendo de 2008, o que ligou meu desconfiômetro.

Mas vamos ao que interessa, pois gostei do tema. Acho que realmente vale a pena sair do lugar comum, e pelo que tenho lido dos blogs dos colegas, o pessoal está realmente ampliando bem os horizontes no quesito vinho.

Na taça tinha essa bela cor aí:


Ao nariz, diferentemente do comumente atribuído, encontrei frutas de leve, além de uns traços minerais e alguma coisa tostada e "adocicada", uns traços meio amanteigados ou coisa parecida.

Na boca se mostrou um vinho agradável, a acidez característica balanceada com o dulçor passou longe infelizmente, deixando apenas a sensação doce e um finzinho meio amargo, com uma impressão de calda queimada.

Não foi uma experiência ruim, mas sinceramente parece que já teve o seu tempo, contrariando a fama de envelhecerem bem dos bons vinhos feitos com a uva.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$60,00 na adega bistrô, em Itaipava. Você pode encontrá-lo aqui mas achei caro.

Site -> Hartenberg Estate.

Fontes -> livros sobre vinhos, wikipedia e sites na internet.