domingo, 27 de novembro de 2016

Portugal: Fonte de Santa Quitéria 2015 #CBE

Este post estava rascunhado há bastante tempo, infelizmente acabou ficando para trás.

Este vinho foi bebido para o tema de janeiro desse ano, para a confraria brasileira de enoblogs. O confrade Daniel Perches foi quem sugeriu o tema (um vinho verde).

Amarelo claro, com aromas basicamente de frutas brancas maduras, este vinho mostoru pequenas bolhinhas na taça ao ser servido. É um meio seco, com menos de 10% de álcool declarado.

Na boca às frutas soma-se uma boa acidez (a maçã verde aparece bastante nítida), e o dulçor é notado, bem gelado é muito agradável e casa bem com calor, como aperitivo, acompanhando peixes (com uma puxada mais apimentada fica bom) ou saladas bem elaboradas.

                                            Imagem do blog Vou de Vinho

Os vinhos verdes tem uma comissão de viticultura bastante séria, que trabalha em termos de certificação; a região demarcada fica ao norte de Portugal (terra dos meus ancestrais). No Brasil o famosíssimo Casal Garcia é um vinho verde (o rosé e o tinto também são denominados vinhos verdes, que é a denominação de origem e não a cor do vinho).

Mês que vem o tema é portuga também, sugestão para o fim de ano para acompanhar a ceia de natal. Aguardem!

This one comes from the region called vinho verde, in northern Portugal. Home to fresh and easy to drink wines, fruity (white fruits) and most of the times demi-sec. Note that they present themselves all the time with lower alcohol levels, so it becomes suitable to people who do not like drinking too much.
This one does follow those characteristics, and showed itself remarkably with green apple in mouth. Very pleasant and a good pair to fish, salads and a hot day on the pool.


Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ na Vinum Day.

Site ->Terras de Felgueiras.                                


sábado, 26 de novembro de 2016

Chile: Koyle Gran Reserva Carmenère 2012

Bonita cor entre púrpura e carmin. Aromas remetem a pimentão misturados com frutas vermelhas maduras. Na boca se torna refrescante, inicialmente algo próximo a pimenta e especiarias e termina bem frutado, pimentão do nariz não se confirma então se você foge desse tipo de sabor (não é meu caso), pode aproveitá-lo também.
 É um vinho muito gostoso de se beber, não é um Carmenère sobremaduro nem verde em excesso. 

Explora um lado muitas vezes menos explorado, com frescor em alta. Bons taninos, o vinho agradará facilmente à maioria dos paladares. Mais um vinho de los Lingues, notadamente a região premium para a Carmenère, dentro do vale do Colchagua, no Chile. Recomendo a visita, lá você encontrará a Koyle (com seus vinhedos biodinâmicos), Casa Silva, Viña Montes, entre outras.

 Very nice and round Carmenère, the famous bell pepper is straightforward in the nose but do not affects the palate, where its roundness and surprisingly acidity come after the black pepper and the berries, all of those make this wine a lightspeed ending one.

This one comes from Los Lingues, the place that almost every year shows all the beautiful characteristics of the long forgotten Carmenère.
 

Nota -> 4 de 5.

Preço -> bebido em restaurante, certamente acima dos R$120,00.

Site -> Koyle.


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Portugal: Monte Velho Branco 2015

Um blend portuga de 3 das inúmeras cepas portuguesas interessantes, tanto nos nomes quanto em suas histórias e sabores.
 
A Herdade do Esporão é sinônimo de qualidade em seus azeites e seus vinhos (particularmente acho os brancos fantásticos, e o Esporão tinto também) e este não foge à regra.

E o blend resultou num vinho que lembra um Sauvignon Blanc mais "maduro", cítrico, boa acidez, mineralidade farta, bem gostoso. É o primeiro da linha da Herdade e não faz feio, pelo contrário.

A 3-grape portuguese blend that resulted in a ripen Sauvignon-Blanc style, citric, good acidity and the famous Alentejo minerality. This is the entry level of the winery, and is absolutely delicious.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> trazido pelo amigo-irmão Camilo.

Site -> Herdade do Esporão.

Italia: Camigliano Poderuccio Toscana 2013

Este foi bebido na despedida do Freitas. Apesar de ser de uma vinícola bem interessante, esse vinho
acabou sendo bebido rapidamente sem a devida atenção, apesar de ter me deixado um pouco intrigado, pois não tive tempo de identificar nada além das costumeiras frutas vermelhas, baunilha e tostado. Talvez chocolate.

É um filhote de supertoscano (esse tem Sagiovese com Cabernet Sauvignon e Merlot), com boa acidez e estrutura, taninos fortes, ainda fechadão, acho que mais um tempo em garrafa vai lhe fazer bem.

Pequena parte desse vinho passa por barrica. Acredito que vá bem com carne, massas e uma pizza.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> não me lembro.

Site -> Camigliano.

Bulgária: Suhindol Chardonnay & Traminer 2013

Um branco da Bulgária. Meu primeiro. Um vinho bem amarelo na taça, com aromas de abacaxi doce bem presentes, mais cítricos associados e notas florais.

Na boca percebe-se claramente a Chardonnay, que domina com mais abacaxi, acidez delicada, mas em alguns momentos o vinho chega a ter uma puxada mais doce. Dá até pra desconfiar que há passagem em madeira de uma parte, o que provavelmente não é o caso.

É gostoso, descomplicado, agradável, agrada a paladares mais delicados.

Este vinho vem da planície do Danubio, ao norte da Bulgária. É feito pela mais famosa vinícola local, de mais de cem anos.

Não confundir Traminer com a Gewürztraminer, esta não possui a casca avermelhada.

This is a bulgarian wine, from its most famous winery. It is a Chardonnay with citric and floral notes, centered in pineapple. In the mouth it is almost Chardonnay with a delicate acidity, almost sweet in the end. Tasteful, uncomplicated, pleasant. Traminer is not the same as Gewurztraminer.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$ 59,90.

Site -> Lovico.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Brasil: Lidio Carraro Grande Vindima Merlot 2008

A safra 2008 brasileira continua mostrando vigor. Ao ser aberto, álcool e taninos ainda muito presentes, contrastando com a cor já bem cansada e o halo começando a ficar transparente.
No início aromas muito fortes de estrebaria e frutas frescas por trás, invertendo a lógica. Depois de um tempo suaviza, harmoniza, o álcool some. 
Na boca balsâmico, um quê de ervas secas, álcool educado, algo de fruta, boa acidez, taninos ainda ali, estruturando, ao final dá quase que para dar uma mastigada. Está ótimo mas acredito que ainda aguente mais um pouquinho. Delicioso, para ser apreciado devagar.

Este vinho recebeu 93 pontos da Decanter Magazine; a MW Jancis Robinson é fã declarada da vinícola. E eu também! Basta ler um dos posts abaixo sobre os deliciosos vinhos da linha grande vindima da grande safra 2005: Tannat, Cabernet Sauvignon, Quorum, e Merlot

This is a very interesting and delicious brazilian Merlot. This harvest is known as a very good one, but it has been proven to be better than expected in terms of longevity. 
Besides its aged color, alcohol showed itself, warming the nose. Stall and new leather, fruits behind inverting logics. After some time alcohol finds his way inside the wine. Balsamic, dried herbs, some hidden fruits and still firm tannins. In the end you can almost chew it. Delicious, to be slowly appreciated.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$99,00 em promoção na Vinum Day. Devia ter comprado mais...

Site -> Lidio Carraro.

domingo, 20 de novembro de 2016

Argentina: Miras Joven Trousseau Nouveau 2015

Às vezes a gente se depara com um vinho que faz a gente rever conceitos. Um vinho que surpreende.

Esse é o caso desse vinho, bebido em 02 de setembro deste ano (um mês incrivelmente atípico no Rio de Janeiro, com temperaturas bem amenas, que vai deixar saudade).

O senhor Marcelo Miras é o responsável pelos vinhos da Bodega del Fin del Mundo, na Patagônia, que me surpreenderam bastante no passado com sua linha reserva e sua linha superior, principalmente por conta de seus varietais, que diferiram bastante de tudo o que eu já havia provado até então vindo da Argentina, e me agradaram muito. Principalmente o Cabernet Sauvignon, na ocasião.


Este vinho, pouco concentrado, traz aromas belos de groselha e mirtilos, e também terra. Muito frescor, parece que vai ser rápido na boca por conta do exame visual, mas não é. Mais frutinhas, algo mineral e um quê rústico, taninos inesperados e que lhe aportam uma ótima estrutura. Ao final traz uma sensação levemente adocicada e persiste, te faz salivar. Saborosíssimo.


Esta uva, Trousseau, francesa, aparentada da Pinot Noir. Considerada ainda mais difícil de ser cultivada que a famosa da Borgonha por ser mais exigente. Muito utilizada na região de Jura, perto da fronteira com a Suíça. Em Portugal é chamada Bastardo (por que será rs).


Me fez lembrar o Domaine Marey La Justice que bebi em 2014. Parabéns ao Marcelo Miras por ter feito algo tão interessante, se assemelhando a vinhos mais caros e apreciados no mundo, por preços mais acessíveis. Esse é o tipo de cara que dá orgulho admirar.


Pra comprar uma dúzia (se ainda tiver por aí).


This is the kind of wine that remembers you why - oh why - you started drinking wines. Absolutely unexpected, feels like a good Pinot Noir from Burgundy, with its rustic aromas and tannins but yet fruitforward, fresh and pleasant. A must talking about Argentinian wines.

If you find this one in the USA or UK, or even somewhere else, do not hesitate - buy at least two bottles, if you are a Burgundy fan. And one bottle if you are not, since this is a very nice piece of work.



Nota -> 4.5 de 5.


Preço -> R$ 89,90.


Site -> Bodegas Miras.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Vinho de Mandioca?

Estudantes de SP criaram um vinho feito a partir de Mandioca. Há gente que diga ser parecido à Chardonnay...

Leia.

sábado, 5 de novembro de 2016

Portugal: Herdade do Portocarro 2010 e Cavalo Maluco 2010

Em minha recente ida a São Paulo, dias antes do nascimento da minha sobrinha amada, estivemos eu e minha noiva jantando com meu irmão, com sua esposa e com ela ainda na barriga, numa noite fresca pra gelada para apreciarmos uns queijos, pizza e vinhos (e charuto).

No processo de escolha do que beber (gosto também dessa fase), eis que meu irmão surgiu com esses dois petardos. 

Agora sei que são petardos, mas embora não duvide um segundo sequer de um vinho português, não os conhecia.

Esses vinhos são obra de José da Mota Capitão, que - como boa parte daqueles que confiam em seus instintos e vão contra o establishment - iniciou sua produção vinícola num lugar conhecido por ser lar de cortiça e gado.




Se gostaria de saber mais sobre o produtor e um pouco de sua história, peço a visita no blog da Fabiana Gonçalves que teve o prazer de conhecer mais essa personalidade do mundo do vinho português, definitivamente alguém a se respeitar nesse quesito após provar esses dois deliciosos vinhos.

Outra ótima opinião sobre o cavalo maluco está aqui. Um belo site diga-se.

Enfim, vamos aos lusos: o Herdade do Portocarro de cor bem rubi traz os aromas parecidos a um porto, muitas frutas vermelhas com boa acidez e certa mineralidade. Em alguns momentos evoca o Alentejo. Aragonez, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon (!!!). Ótimo vinho.

O Cavalo Maluco - ah o Cavalo Maluco! - é enorme.

Denso, granada, flores, frutas, chocolate, especiarias, café, fumo, couro, talvez menta, algo parecido a alguma calda doce. Tudo isso se alternando diversas vezes e alguns vindo junto, acidez pungente, estruturado, tânico mas sem ser agressivo, profundo e complexo mas ainda assim delicioso e fácil de beber, funcionando bem sozinho ou acompanhado de comida. Final quase infinito. Para beber devagar e apreciando.

Um vinhaço.

Pelas palavras do produtor: "Cavalo Maluco foi um grande chefe Sioux que resistiu à ocupação e destruição das terras e cultura do seu povo, permanecendo fiel aos seus valores e códigos de honra, pelos que deu a vida. Uma personalidade forte e intensa, indomável e irreverente mas também sensível e digna, como este vinho que assume o seu nome. Um vinho que presta homenagem a todos os “cavalos malucos” deste mundo que, apaixonados e destemidos, pensam pela sua cabeça e trilham o seu próprio caminho, com paixão pela diferença. Cada ano de Cavalo Maluco presta homenagem a uma personalidade que se identifica com este espírito (com a justaposição das suas iniciais no rótulo)."

Essa edição é dedicada a Vasco Gallego.


E o video abaixo eu dedico a ele e ao José da Mota Capitão.



Nota -> 4 de 5 & 4.5 de 5.

Preço -> Abertos pelo meu irmão.

Site -> Herdade do Portocarro.

Chile: Loma Larga Pinot Noir 2012

Falar da Loma Larga é chover no molhado. Malbec, Cabernet Franc, Syrah premiado, Sauvignon Blanc. Seus varietais são belos. E diferentes.

Este foi degustado junto a uma pizza em uma ótima pizzaria do Rio, comemorando o dia dos professores.

Sua cor já denotava certa evolução e seus aromas, junto às frutas vermelhas tradicionais e leve terra/umidade, apareceu um incrível aroma de goiaba! Facilmente perceptível...

Na boca muito macio, equilibrado, muita fruta, acidez justa, as duas garrafas terminaram na velocidade da luz. Muito saboroso.

This winery is very interesting, i had tasted its Malbec, Cabernet Franc and Sauvignon Blanc. All of them very distinctive, delicious, full of character and very impressive. This one presented everything a good Pinot Noir must bring, and surprisingly a very well noticed sweet guava on the nose after a little time on the glass. Amazing. Polite acidity and tannins, round and pleasant. Recommended.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$150,00 em restaurante.

Site -> Loma Larga.

Brasil: Aracuri Chardonnay 2013 #CBE

Para o post do mês de novembro da CBE, nossa querida confraria brasileira de enoblogs, a mais antiga em atividade, o tema foi proposto pela Fabiana do escrivinhos: garimpar um vinho legal até R$40,00.

Bom, como costumo não deixar passar oportunidades desse tipo, tinha aqui uma bela carta na manga: este Aracuri Chardonnay que me custou R$39,90, no limite do valor estipulado!

De um amarelo forte, aromas cítricos com traços doces, este vinho tem 10% de sua composição passando em barricas, o que agregou essas nuances doces tanto no nariz quanto na boca sem alterar suas características de frutas brancas e cítricas. Interessante, precisou de um tempinho pra se mostrar. A acidez é muito boa, faz salivar. Funciona bem sozinho também.

A Aracuri tem apresentado excelentes vinhos, tranquilos e espumantes, e se localiza em Campos de Cima da Serra, uma região bem fria que fica mais ou menos no meio do caminho entre São Joaquim e Bento Gonçalves, forçando uma barra no mapa :-)

Very interesting brazilian chardonnay from its colder region. Only 10% in barrels gave it sweet/lacteous hints in nose, followed by citric/tropical fruit. In mouth less milky, still fruits and vanilla too, good acidity makes you salivate. Takes some time to show itself.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$39,90 (promoção).

Site -> Aracuri.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

França: Chateau Bonneau 2013

Inesperadamente aromático, púrpura, muita fruta; confesso que esperava algo mais simples no aroma e no paladar e de menos concentração.

Acidez bem alta, algumas vezes ficou fora de lugar então é interessante que acompanhe alguma comida mais gordurosa ou um queijo mole; taninos já se educando, foi um vinho agradável. Mas eu guardaria mais um pouquinho.

Nice surprisingly aromatic young bordeaux, médoc style. Present tannins but they do not exceed, although I would let it rest for a while due to its pungent acidity. Or you can put it side to side to a fatty cheese.


Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> oferecido pelos queridos Luiz e Andrea.

Site -> Fiée des Lois.