quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Semana da Torrontes no Vinarquía


Meu amigo Ariel tomou uma bela iniciativa e fará uma semana dedicada à Torrontés, uva plantada principalmente em Mendoza e Salta e que segundo meu outro amigo Alejandro Vigil, trata-se de cruzamento da criolla pequena e da moscatel de alexandria, feito pelos jesuítas no século XII já em Mendoza.

Bom, acompanhem os posts dele, a começar pelo de abertura. Em espanhol...

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Casa Valduga Leopoldina Chardonnay 2013



Desde a última degustação da Casa Valduga que tenho observado uma linha pra mim muito clara nos vinhos da marca. A meu ver estão investindo num perfil com mais frescor e elegância.

Fora toda a reformulação da marca, com rótulos muito bonitos.

Este Chardonnay Leopoldina vai bem nessa linha. Já identificado com a D.O. Vale dos Vinhedos, de cor amarelo claro meio verdeal, ao nariz uma coleção de fruta de polpa branca.

A Casa Valduga identifica seus terroirs como Leopoldina (Vale dos Vinhedos -> Chardonnay e Merlot), Raízes (Campanha Gaúcha -> Sauvignon Blanc, Cabernet Franc e Sauvignon, e Tannat ) e Identidade (Encruzilhada do Sul -> Marselan, Pinot Noir, Arinarnoa e Gewurztraminer). Todos em terras gaúchas.

Na boca notadamente maçã. A acidez manda, e algumas vezes o vinho nos remete aos espumantes mas sem o gás e o dulçor (a Isis definiu-o muito bem). Realmente a lembrança é dos espumantes.

O final é bem legal, e dura razoavelmente. Leve amargor.


Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$33,00 (meia garrafa em restaurante, caro)

Site -> Casa Valduga.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Viu Manent Reserva Chardonnay 2013: uma boa surpresa


Este vinho me chegou como sugestão do sommelier do restaurante, após a negativa para dois outros brancos que havia escolhido, da África do Sul.

Resolvi testar. E que boa surpresa!

Este que vos escreve é fã da Sauvignon Blanc do loire e do Chile, e dos brancos portugueses. Chardonnay nunca é minha primeira opção, seja onde for.

A cor desse garoto é aquela dourada clara, bem característico dos Chardonnays jovens. Mas a primeira surpresa veio no nariz: um adocicado de frutas de polpa branca bem maduras, nada exagerado e muito agradável. Provocou um sorriso por conta da surpresa, como dito acima.

Na boca, uma boa textura e concentração, a sensação é de pêssego na boca com uma boa acidez e uma mineralidade que provocou nova surpresa, não esperava encontrar isso num chardonnay do Colchagua, que é um vale considerado "quente", de onde saem ótimos Carménères e Cabernet Sauvignons.

Para coroar, um final bastante expressivo e de boa persistência.

Mais uma vez sou lembrado pelos próprios vinhos que não podemos ter opiniões formadas quando se fala deles. Temos que provar. Não dá pra formatá-los.

Procurando pela internet, não encontrei disponível para venda, mas eles são importados pela Hannover.

Para terminar, a Viu Manent limpou seu nome comigo pois havia bebido um Cabernet Sauvignon Gran Reserva há um tempo atrás e sinceramente não havia gostado.

Este tem um leve corte de Viognier (cerca de 3%) em algumas safras anteriores. Nesta, não pude confirmar.

Parabéns à Viu Manent!


Nota -> 4 de 5.

Preço -> Não lembro. No restaurante, claro, foi bem mais caro infelizmente.

Site -> Viu Manent.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quinta da Neve Sauvignon Blanc 2011


Sábado estava quente, muito quente. Queria beber um vinho com um casal de queridos amigos que estão de mudança, e definitivamente devia ser algo branco e bem fresco.

Nada como um belo Sauvignon Blanc...

O escolhido foi o Quinta da Neve Sauvignon Blanc 2011. Já havia provado o 2010, o qual gostei e foi diferente desse 2011. Esse 2011 conheci no Circuito Brasileiro de Degustação e estava melhor que o 2010. Segue foto do 2010:



Esse apresentou um amarelo bem claro, com poucas nuances verdeais. Nariz muito herbáceo e uma planta vem à mente: Arruda! Depois de um bom tempo consegue-se divisar uma fruta branca madura lá por trás.

Na boca boa acidez, o vinho é bem fresco e agradável e facilmente encara uma massa com molho branco ou de queijo.

Ficarei devendo a foto, e infelizmente o site da Quinta da Neve não tem a foto dele também, uma pena. Alô pessoal da Quinta da Neve! Atualizem o site. Mas coloquei uma imagem que achei na internet...

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$49,00 na Espirito do Vinho, cobal do Humaitá. A Decanter que distribui, os donos têm participação na Quinta da Neve e no site deles está mais caro. Há um ano atrás mais ou menos era um pouco mais barato, conforme postou o colega do blog Enodeco.

Site -> Quinta da Neve.


Diferença de preços: tirem suas próprias conclusões...

Recebi esta dia desses:


Achei quase R$40,00 por um Cono Sur de entrada um assalto. E me desculpem, mas chamar isso de 'Achado' é um abuso, o Cono Sur Bicicleta é o vinho de entrada, acima dele há 5 linhas, contando com o OCIO, ícone da vinícola, que pertence ao grupo Concha Y Toro, o grande exportador do Chile e uma das maiores e mais conhecidas marcas de vinho do mundo. Segue o belo site.

Um amigo está morando temporariamente em Santiago. Segue foto recebida ontem com o preço do vinho no supermercado:


Pois bem, pela taxa de câmbio oficial do BACEN de sexta-feira:


Este vinho no Chile custa R$10,8 !!! E olha que se comprar em quantidade certamente sai mais barato...

Realmente é muito difícil democratizar o consumo do vinho no Brasil com diferenças de preços tão absurdas como essa. Não acredito que impostos por maiores que sejam justifiquem um acréscimo tamanho no preço do produto como esse.

Tirem suas próprias conclusões...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Luigi Bosca Gala 4 2009 e Ventisquero Vertice 2007


Em mais uma edição da confraria 256, voltamos à Vin Express onde o ar condicionado é sensacional (alguns sentem até frio lá dentro, o que não é o meu caso), estávamos com força total.

Começamos com esse Gala 4, um corte inusitado de Cabernet Franc e Malbec. De cara achei que a chance de encontrarmos um vinho fechadão era grande por conta de sua idade, mas fomos adiante mesmo assim.


Essa era a cor do garoto, que formava uma bela cortina de lágrimas lentas na taça. Ao nariz percebemos frutas vermelhas com uma nota de baunilha, e alguns toques defumados, sem exagero. Nariz elegante de um vinho que não era muito concentrado, e se mostrou bastante fácil de ser bebido, com mais fruta na boca e embora com certo vigor e trazendo taninos marcantes, estes não eram agressivos ou incômodos. Acidez agradável, dando a impressão que enjoaríamos, o que não aconteceu. Pelo contrário, desceu fácil e acabou rápido. Ao final, pudemos perceber até algo mineral na boca.

São 14 meses de barricas para as duas variedades, separadamente. Me pareceu que a Cabernet Franc deu estrutura e a Malbec completou o vinho com suas características já tão conhecidas do brasileiro e dos amantes do vinho.

Gostei bastante, menos do preço. Importado pela Decanter.


O vinho não é lacrado com o lacre regular que envolve o pescoço/gargalo da garrafa, apresentando apenas um lacre na parte superior da rolha. No rótulo traseiro estava informado que o potencial de guarda é de 15 anos, o que sinceramente achei muito.


O segundo foi o Vertice. Já há bastante tempo estava querendo provar este vinho da Ventisquero, que até agora sempre apresentou coisa boa em todas as suas linhas. Era o dia do corte inusitado pois esse era Carmenère + Syrah.

O Vertice é mais um exemplo de superextrato, muito escuro e com um nariz exuberantemente "adocicado", muita fruta madura, que se repetiu em boca, a definição de um vinho aveludado. Um clássico exemplar do quente Colchagua. Achei que enjoaríamos uma vezmais, porém o tempo em taça fez bem a ele, modificando-o e surgindo uma leve acidez, em mais um belo vinho do cone sul.

Fiquei curioso em como ele estaria se estivesse um pouco mais jovem.


Idealizado pelos enólogos Felipe Tosso e Jonh Duval, dois feras e referências no que fazem.

Esse Vertice facilmente agradará à maioria dos paladares. Já o Gala 4 é um bom vinho mas conquistará aqueles que já bebem vinho há um tempo. Esse comentário tem apenas a intenção de guiar você que deseja comprar um dos dois para experimentar.

Notas -> 4 de 5.

Preço -> R$127,00 o Gala 4 e R$70,00 o Vertice (1/2 garrafa).

Sites -> Viña Ventisquero e Luigi Bosca.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Casa Silva Reserva Pinot Noir 2012



Vinho bebido com o pessoal da confraria 256. Aberto num dia quente, escolhido pelo Freitas. Um Pinot Noir chileno, porém supermaduro. Muita fruta ao nariz e em boca, a meu ver chegando a ser enjoativo. Tinha algo de acidez e o álcool às vezes aparecia.

Não gostei. Os camaradas gostaram. Sinceramente duvidei um pouco do que a Pinot Noir seria capaz de apresentar vinda do quente (em termos chilenos) Colchagua. Mas a curiosidade enocientífica (com o perdão do neologismo) me fez não titubear e ir em frente.

Para não dizer que é perseguição ou preciosismo, atesto que provei um Pinot Noir chileno muito bom, o Las Brisas. E para não queimar a Casa Silva, haja vista que estive lá em abril de 2012 e que gosto dos vinhos deles inclusive, sugiro os Carmenères trabalhados pelo nosso querido Geisse, e os Cabernet Sauvignon.

Nota -> 2 de 5.

Preço -> R$60,00 (caro) na Lidador.

Site -> Casa Silva.

Cartuxa Colheita Branco 2011



A safra 2010 desse famoso vinho português foi bebida para compor o post da CBE de agosto.

Na ocasião, eu e minha querida Isis gostamos muito dele.

Ontem, almoçando com meu irmão e cunhada, optei por pedi-lo novamente.

Mas a safra dessa vez era a 2011. "Mais novo, vamos ver como ele se comporta" - pensei.

Apresentava uma cor amarela bem nítida, pálida. Se abriu lentamente mas ao final não havia muita coisa ali na taça.

Na boca não chegou perto do 2010 que abri, a acidez estava baixa em comparação com o da safra anterior, embora bastante suave, provocando uma sensação adocicada que perdurava na boca.

Não estava ruim, apenas achei que o 2010 foi bem superior. Faltou acidez na minha opinião.

No post da safra anterior há mais detalhes sobre a estória do vinho e da Cartuxa, sugiro a leitura.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$84,00 (em restaurante).

Site -> Cartuxa.

Gran Legado Brut Champenoise #CBE


Mais um mês que se inicia, mais um post para a nossa querida #CBE.

Nossa colega Ale Esteves Macedo estava de mudança e foi a vez dela: "Mas vamos ao tema: o próximo post para 1/1/2014 poderia ser sobre champagne, cava, Prosecco, Franciacorta, qualquer espumante para brindar o novo ano. Mas, de preferencia, que esse espumante seja fotografado em algum lugar especial onde você passará o ano novo. O meu já vai ser no novo país!"

Esse espumante eu conheci no almoço na casa do ex-chefe. Como vocês podem ver na foto, ganhou diversas medalhas por aí, e foi escolhido o melhor espumante nacional em 2010 na Expovinis Brasil.

Esse Gran Legado é realmente um belo espumante, cor dourada e perlage muito bonito e consistente. O nariz é bem cítrico e realmente me lembrou alguns champagnes franceses que pude degustar na minha viagem à França em outubro.

Na boca a acidez é ótima, não se enjoa do garoto, mas ao meu ver o final deixou um pouco a desejar. Um amargor que depois da garrafa quase toda começa a incomodar bem de levinho.

O espumante é realmente muito bom, é um brut que aparenta ser menos doce, mas sinceramente não achei que fosse superior a outros bons espumantes nacionais que bebi, como pode ser conferido por aqui no blog.

Por ele paguei um pouco mais de R$50,00.

No mais é isso, estou tentando pôr em dia os posts, tem coisa ainda da viagem em outubro que não foi colocada aqui!