sábado, 30 de junho de 2012

Mendoza parte III - Achaval Ferrer

Hoje vou falar da Achaval Ferrer. Bodega famosa, de pequena produção. Famosa por conta das altas notas que o Parker concede aos vinhos, se não me engano desde a primeira colheita.

A Achaval Ferrer fica na ponta da Calle Cobos, coladinha no Rio Mendoza (ou onde ele passava antes de represarem-no).

O legal de Mendoza é que a maioria das bodegas fica perto da estrada, ou em ruas paralelas à estrada.

Olha que bonita é a Calle Cobos:


Para chegar na Achaval Ferrer você precisa segui-la até o fim, vai se transformar em rua sem pavimentação:


No finzinho à direita, eis que surge ela:


Após alguns metros, chega-se às instalações da Bodega:


É um lugar agradabilíssimo, e as degustações são feitas do lado de fora, aproveitando o sol e a brisa gelada de Mendoza. Na ocasião, nos foram apresentados os vinhos da linha clássica deles:


O Malbec ainda estava muito jovem e agressivo. O Quimera já se apresentou muito bem, muito condimentado, com boa acidez, um aroma delicioso. Mas certamente é melhor deixá-lo em garrafa por mais um tempo.
Já os Fincas, bem, um bastante diferente do outro. Eu gostei mais do Bella Vista, que aliás é o vinhedo que fica ali ao lado da Bodega. Os 3 são realmente grandes vinhos, e que ainda têm muito a evoluir, a estrutura deles é incrível.

Olha as notas que o RP deu para os Fincas:



Falei linha clássica anteriormente porque na área de rotulagem, que diga-se de passagem é feita à mão, observei rótulos de Cabernet Sauvignon: 


E também por conta do vinho de sobremesa deles, um Malbec Doce, que só é vendido lá, e é muito bom:


Com mais algumas garrafas na mala, seguimos viagem...





domingo, 24 de junho de 2012

Chateau Los Boldos Grand Reserve Cabernet Sauvignon 2007



Confesso que esperava mais desse vinho. Me fez pensar se uma formalização das denominações do Chile faria bem aos vinhos. O que acontece é que tem muita coisa por aí com as mais variadas denominações, o que faz com que você não tenha como saber o que esperar mais ou menos de uma garrafa. Como se isso fosse chato rs.

Bom, esse Chateau Los Boldos na abertura mostrou-se bem quente, com aromas frutados. Na taça uma cor púrpura com uma borda mais rubi, e lágrimas abundantes e lentas, bem bonito.

Depois de um tempo surgiu um leve tostado (o vinho passa pouco tempo em madeira, mas me pareceu de muito boa qualidade), e os herbáceos dominaram. A acidez é bem marcante, o que faz dele uma boa companhia pra comidas gordurosas. Encarou um Masdam holandês e um Brie da Polenghi muito bem.

Achei os aromas um pouco fugidios, isso me entristeceu um pouco, visto que a capacidade do vinho de permanecer no nariz é coisa que me agrada bastante.

Mas ele é gostosinho, apesar de ainda quente. A rolha é aquela com a borda sintética. Ganhou medalha de ouro no concurso Catad'Or Grand Hyatt em 2008.

Esse vinho eu ganhei de presente de uma conhecida que foi ao Chile, logo não sei quanto ela pagou por ele.

Nota -> 3 de 5.

Site -> Viña Los Boldos


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mendoza parte II - Viña Cobos

Por uma mudança de planos repentina, me vi às portas da Viña Cobos, a qual não hesitei: encostei o carro e perguntei se havia a possibilidade de um "tour", como eles gostam de chamar por lá.

Dica: não aposte nisso, porque a chance de não haver horário é grande, principalmente em épocas do ano concorridas.

Por sorte havia horário disponível, e o portão me foi aberto. E logo ali, a natureza já nos presenteava com belas visões:



Uma coisa que observei foi o cuidado de quase todas as vinícolas em solicitar a educação dos motoristas ao trafegar, para evitar a poeira no ar, que segundo alguns daña la fruta. Uma pena que por vezes vi que mesmo algumas pessoas que trabalham nas vinícolas não respeitam.


Internamente o prédio da Viña Cobos tem um pé direito bem alto, conjugando madeira, vidro e metal numa decoração bem moderna, a sala utilizada para espera e degustação é muito bonita e agradável, impecavelmente arrumada.


Quem nos atendeu foi o Pablo, muito simpático e profundo conhecedor da história da Viña e de seus vinhos ( o Cobos Malbec já recebeu 99 do RP o.O )



Como chegamos de surpresa, não procurei ser muito exigente no sentido de escolher a degustação, deixei a cargo do Pablo. Ele nos brindou com a experiência Cabernet Sauvignon, até queijo de cabra ali de Mendoza mesmo tinha pra gente (muito gostoso por sinal, bem suave e nada enjoativo)



O Cobos Felino estava jovem ainda, se mostrou bastante frutado, com leves toques de flores e algumas especiarias, um vinho bem gostoso. O Bramare (do meio) foi uma explosão de flor, uma coisa bonita, seu sabor também agradabilíssimo e um final excelente; já o Bramare Marchiori Vineyard é um vinho bem mais estruturado, com madeira pronunciada, e que provavelmente vai ganhar muito em garrafa se tratado direitinho, a madeira estava muito presente. Quem gosta dos espanhóis talvez se identifique bastante com esse.

Eu já havia comprado o Cobos Felino em Mendoza, numa das lojas especializadas. Foi interessante provar os Cabernet Sauvignons deles... Aliás, o Cabernet Sauvignon de Mendoza tem se mostrado bem diferente dos chilenos. Não à toa acabei comprando também o Cobos Bramare Cabernet Sauvignon que provei.

Abaixo toda a linha deles:

   





A Viña Cobos é um prédio espelhado e imponente, parece até sede de empresa de tecnologia:



Estando em Mendoza, não deixem de passar por lá e mandar um abraço ao Pablo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nederburg Winemaster's Reserve Pinotage 2008



Ao ser aberto me decepcionei: um aroma de azeitona, uma entrada ruim, ácida e amarga, com um final que parecia aqueles xaropes com falso sabor de framboesa, que grudam lá atrás da língua deixando um gosto horrível na boca.

Depois do último Pinotage que havia provado e gostado muito (Avondale - post anterior), fiquei pensando se iria rever meus conceitos acerca da uva.

Deixei bastante tempo respirando, aí melhorou um pouco. Sua cor é granada, apareceram ameixa e demais frutas vermelhas, taninos leves, pouca concentração, acidez pronunciada, um pouco quente, em boca algo como uma geléia com álcool.

Não gostei muito e não aconselho. Por esse preço tem coisa muito melhor, como um EA, ou um Uxmal ou Punto Final etiqueta negra, um Domaine Conte ou um Norton D.O.C.

Preço -> R$38,00 não lembro onde.

Nota -> 2,5 de 5.

Site -> Nederburg

Marquês de Montemor 2010



Alentejanos dificilmente decepcionam.

Este não agiu diferente, cor púrpura e aromas adocicados, framboesa acabou dominando no nariz e em boca (olha a Aragonez de novo aí).

Pouco concentrado e não chega a ser totalmente turvo. Acidez correta.

Muito elegante e bem harmonizado, leve, bastante agradável; minhas amigas da pós gostaram.

Se esquentar porém perde muito.

Nota -> 3,5 de 5.

Preço -> Não vale, mais caro que o preço de lojas pois foi na Fiammetta.

Site -> Quinta de Plansel (ainda com o rótulo antigo).

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Rocca delle Macie Famiglia Zingarelli Chianti Classico Riserva 2007 e Zuccardi Serie A Syrah 2008


Sexta-feira ensolarada, um pouco quente para vinhos, mas o pessoal da confra não aguentou, afinal ela só ocorre quinzenalmente, seria uma pena esperar mais tempo segundo alguns.

Enfim, vamos ao "esforço"...

Começamos pelo Zuccardi Serie A. Apesar de não ser fã da linha Santa Julia, gosto da Serie A e gosto muito da Serie Q, aliás bebi um Tempranillo desta última, 2007, simplesmente fantástico, bastante diferente do que se faz na Espanha, onde ela reina absoluta. Gostei muito do Zeta 2008 também, mas isso é assunto para outro post, ainda falarei da Zuccardi pois lá também passei quando estive em Mendoza.

Voltando ao Serie A Syrah, se apresentou de coloração jovem, bem frutado (famosas frutas vermelhas) mas o que mais chamou atenção foram as especiarias passeando pelas narinas. Em boca trouxe todo esse sabor frutado condimentado, e deixou um final bem agradável apesar do álcool ainda aparecer. Surpreendeu, apesar de aqui no Brasil custar caro.

Fomos então para o Famiglia Zingarelli Chianti Classico Riserva. Que belo o galo nero! Segundo Chianti Classico em poucas semanas, será que a Italia está vindo pra ficar (Dani?) ?

Trata-se de um 90% Sangiovese com 5% de Cabernet Sauvignon e 5% de Merlot. Coloração fechada com uns reflexos rubi/sangue, surgiram aromas de algo como uma cereja temperada e um leve tostado. Na boca foi algo bem interessante, os taninos chegaram rápido, parecendo que iam agredir, mas suavizaram na mesma velocidade e desapareceram, deixando um belo final em boca. Vinho estruturado, encara facilmente um bifão ou um queijo parrudo. Sinceramente perdeu um pouco por estar aberto há pouco. Uma pena.

Só eu notei ou são dois nomes italianos com Z? Juro que foi obra do acaso.

Notas -> 3.5 de 5 para o Serie A e 4 de 5 para o Famiglia Zingarelli

Preços -> R$64,10 para o Serie A e R$119,90 para o Rocca, ambos na Lidador.

Site -> Zuccardi e Rocca delle Macie

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mendoza parte I - Finca La Anita

Vou começar a postar aqui algumas fotos e impressões das bodegas que visitei em Mendoza, em Abril desse ano. Foi uma época excelente pois era finalzinho de colheita para quase todas, então foi um bom momento para inclusive provar vinhos com poucos dias de fermentação (ainda bem doce) e outros já com algum tempinho de fermentação (aí sim o gosto fica esquisito).

A Finca La Anita eu conheci numa degustação promovida pela SBAV , em agosto de 2009. Na ocasião foram degustados diversos vinhos, Cuarto de Milla, Luna, Finca La Anita Varietais e um Blend (Linea Tonel). A exceção foi o top de linha, o Varúa.

Posso afirmar que todos os vinhos demonstraram muita qualidade, sendo que os Finca La Anita visivelmente eram vinhos tops, com muitas características bem expressivas.

Pois bem, o sonho de visitar Mendoza se realizou, e não poderia deixar de conhecer a Finca.

Olha ela aí, na Calle Cobos, no extremo oposto do Rio Mendoza:




O lugar é muito bonito, pequeno se comparado às grandes de Mendoza, mas sinceramente o tamanho da Finca La Anita não está em sua propriedade, mas em seus vinhos!



A produção é pequena e extremamente bem cuidada. Pouquíssimas pessoas trabalham na Finca, todos muito simpáticos e solícitos.

A própria área de produção tem uma atmosfera muito particular, a sensação que se tem é de que se está em um paraíso perdido, eu parecia um garoto entrando na oficina do avô...



O lugar também é referência para artistas Mendocinos, em toda parte há peças expostas, até uma bela coleção de Santos de madeira...


Trouxe exemplares dos Finca La Anita Malbec e Merlot 2009, e Tonel 2000 (70% Syrah e 30% Malbec).

O Tonel já foi (excelente por sinal), paladar de especiarias, café, mentol. Muito elegante, aromas delicados e bastante complexos. Deste, apenas 6687 garrafas. Nota -> 4.5 de 5!



O Merlot 2009 acaba de ser eleito o melhor Merlot da Argentina pelo guia descorchados 2012:



Se forem viajar a Mendoza, visitem-na, a experiência e os vinhos valem!

Agradecimentos ao Sebastian e à Soledad pela sua atenção e dedicação.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Cortes de Cima Chaminé 2009



Visitando o site da Cortes de Cima, baixei a ficha técnica deste, onde chamavam a atenção para o melhor momento deste vinho, que seria jovem, com pouco tempo de garrafa.

A curiosidade me fez seguir os comentários e abri esse vinho ainda jovem para as minhas avaliações, visto que tenho tentado praticar um mínimo de 4 anos de diferença entre safra e ano corrente, salvo para os brancos e para vinhos que bebo em outros lugares (os quais não tenho poder de decisão sobre rs).

Não vou argumentar que sempre é melhor fazer isso, mas tenho praticado e não tenho me arrependido.

Cortes de Cima afirmam terem sido os primeiros a plantar Syrah no Alentejo, e têm uma linha grande de varietais, um dos tops deles inclusive é 100% Syrah (Incógnito).

Trata-se do vinho de entrada da casa, me custou algo como R$32,00, o que depois de bebê-lo vi que valeu muito a pena! Mais uma boa compra.

85% do vinho é Aragonez (Tempranillo pelo mundo e Tinta Roriz no norte de Portugal) e Syrah. Touriga Nacional, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot completam a obra.

Os aromas eram bem típicos da Aragonez/Tempranillo (frutas vermelhas, notadamente framboesa), com alguns toques de temperos, já herdados da Syrah creio eu, e na boca a entrada era suave mas as especiarias logo aparecem e permanecem até o final de boca. Bem legal esse vinho para seu preço, mais um alentejano, que aliás, dificilmente decepcionam.

Fiquei com bastante curiosidade em provar o varietal Syrah deles, bem como o Incógnito, que só é feito nos grandes anos.

Logo acima deste há o Cortes de Cima, que traz o nome da vinícola, basicamente as mesmas uvas mas com 12 meses de barrica. Para esse, aconselham de 3 a 5 anos em garrafa. Tenho o 2009, o preço já é bem superior ao Chaminé (isso tá um saco aqui no Brasil). Abro ou espero?


País -> Portugal

Região -> Alentejo

Nota -> 3,5 de 5

Preço -> + ou - R$32,00

Site -> Cortes de Cima

domingo, 10 de junho de 2012

Chocalán Malvilla



Já havia degustado um Chardonnay 2008 deles, e um Gewurztraminer 2008, que me surpreenderam (o Gewurz eles não fazem mais... :-( pelo menos não tem mais no site). O Chardonnay estava no auge, deu aula. O Gewurz se apresentou bem mineral, com especiarias e flores ao fim.

Este Chardonnay 2009 apareceu encorpado para um branco, cor dourada lindíssima, aromas de frutas brancas, até um milho (?!?!) apareceu, belíssimo vinho e diferente do 2008. Recomendo. Encarou o spaghetti com molho branco parrudo, com linguiças fritas bem temperadas.

O Sauvignon Blanc 2010 se apresentou muito herbáceo, com aromas e gosto de temperos exóticos porém suave, uma coisa elegante, especial, não dá pra descrever apenas em palavras. Bem diferente dos Sauvignon Blanc amantegados que encontramos por aí, mas bem característico dos Sauvignon Blanc do Chile.

Sinceramente aconselho a quem gosta de vinhos brancos que experimentem os vinhos da Chocalán Malvilla, que tem seus vinhedos no vale de San Antonio, que recebe a influência das brisas frias do Pacífico, e está sendo usado para plantar até Pinot Noir e Syrah, com resultados razoáveis. Ainda não provei o Pinot Noir deles (caro aqui no Brasil), mas me dá um interesse absurdo, visto que ainda não bebi um grande Pinot Noir do Novo Mundo, o melhorzinho foi um tal de Finca Roja 2004 da Argentina, que bebi no ano passado, e mesmo assim não era nada de mais.

E pra quem não gosta dos brancos, ou tem preconceito, abra sua mente (e sua carteira) e compre esses Malvilla. Não irá se arrepender.

Adquiri essas duas garrafas (Chardonnay 2009 e Sauvignon Blanc 2010) na Vinoteca em Santiago, muito, mas muito mais barato que aqui no Rio de Janeiro. Um lugar que vende esses vinhos é a Lidador, com preços que oscilam na faixa de 80 reais pra os brancos e por volta de 140 para o Pinot Noir.

Pra terminar, parabenizo minha mãe pela ótima comida!

Notas -> 4.5 de 5 para o Chardonnay
               4 de 5 para o Sauvignon Blanc.

Site -> Malvilla

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Feriado gastronômico na Pedra Pintada



Pois é. Já gostava dos Chianti, agora gosto mais ainda.

Esse Retromarcia Chianti Classico 2009 deu aula. Agradabilíssimo, ao ser aberto espalhou um aroma floral, meio adocicado, uma coisa bem bonita. Sua cor era aquela sangue, clássica da Sangiovese. Em boca era algo como ameixa, mas de um frescor perfeito e simplesmente acabou muito rápido. Grazie Galo Nero!

O Man Vintners Pinotage se apresentou um pouco quente de início, mas melhorou muito com tempo em taça, um pinotage mais disponível, bem gostoso também, agradou a todos. Jovem, bem frutado, figurinha fácil para o dia a dia. Pode ser acrescentado na lista das boas compras.

O Cousiño Macul foi a surpresa. Confesso que não esperava muito por conta da idade x uva, mas se comportou bem, taninos presentes mas não estavam agressivos, aromas bem agradáveis, um cabernet sauvignon mais disponível, outra figurinha fácil para o dia-a-dia.

Somados às companhias, e à qualidade da cozinheira com mão brazuca-italiana, diria eu humildemente que o feriado foi perfeito.

Só sei o preço do Man Vintners -> R$32,00 (sem o frete).

Notas -> Retromarcia: 4,5 de 5
               Man Vintners: 3,5 de 5
               Cousiño Macul: 3 de 5

Sites -> Retromarcia
             MAN Vintners
             Cousiño Macul

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Lidio Carraro Grande Vindima Merlot 2005



Prosseguindo com a exploração da safra 2005 do Brasil, safra que segundo especialistas foi a melhor da história em nosso país, tendo sido muito boa também para o Chile e para o Uruguai, "descorché" o vinho acima, aproveitando que hoje é feriado.

A garrafa foi aberta 1h antes, e depois optei por colocá-lo para decantar, mas depois vi que a decantação não é tão necessária, pois o depósito foi mínimo. A aeração sim, foi providencial, pois li que alguns colegas por aí tiveram que esperar um tempinho para que os aromas se apresentassem.

De primeira se apresentou bem lácteo, caramelo mesmo. Sua cor é um vermelho granada que impõe respeito, algo que aparenta uma evolução combinada ainda a um certo vigor, resistência para aguentar talvez mais uns anos na garrafa.

Evoluiu para umas notas apimentadas, depois algo mais herbáceo e por fim com uma menta dominando. Não sei dizer se estou falando besteira, mas percebi algo de tostado (?!?) bem de leve mesmo.

Na boca é delicioso, com presença de frutas vermelhas mesmo. Repito: o vinho é delicioso.

Produção -> 6.920 garrafas

Preço -> incríveis R$69,90 em uma promoção pela Winetag. Pesquisei rapidamente na net e o mais barato que encontrei foi aqui (não é propaganda hein pessoal).

Nota -> 4.5 de 5

Site -> Lidio Carraro


Prometo que as próximas fotos serão de qualidade melhor, com câmera e não com celular ;-)


domingo, 3 de junho de 2012

Altosur Sauvignon Blanc 2011



Bem cítrico, aromas de frutas brancas, ótimo frescor, extremamente educado, pouca concentração, bem refrescante. O final é gostoso mas a persistência é pequena.

Os vinhedos ficam em Tupungato, bem altos por sinal (1200m). Me parece que esse é o assunto do momento do vinho de Mendoza, os chamados "vinhos de altura".

Preço -> ?

Nota -> 3 de 5

Site -> http://www.sophenia.com.ar/espanol/index.php


Foral de Évora Tinto Colheita 2007

Comprei este num belo estojo, com uma taça com o nome Cartuxa gravado.



   

O vinho possui um intenso frescor, com aromas frutados presentes e uma madeira bem sutil. É um vinho de presença, um pouco quente, agradou bastante e foi embora rápido, dando conta de alguns queijos de sabor mais pronunciado.



A Fundação Eugênio de Almeida - Adega Cartuxa produz ainda o EA (que está abaixo desse, mas um vinho bem correto e agradável que raramente decepciona, em termos do que se propõe a apresentar), e o Cartuxa Colheita e Cartuxa Reserva (bem difundidos pelo Mundial e outros mercados, muito bons na minha opinião), Scala Coeli e Pêra Manca (esse então virou símbolo de status aqui no Brasil), esses todos em andares superiores.

Preço -> R$79 eu acho (não me lembro bem) na Lidador. Lembre-se que foi um estojo com taça.

Nota -> 3.5 de 5.

Site -> http://www.fundacaoeugeniodealmeida.pt/cartuxa/produto.aspx?ID=28

Petição pública contra a salvaguarda

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoAssinar.aspx?pi=P2012N22143

sábado, 2 de junho de 2012

Boas compras

Atendendo a pedidos, aí vai uma seleção de boas compras (boa compra = vinho superior para sua faixa de preço; coloco a safra que bebi ao lado, para outras safras só bebendo ;-) ):


  • DAO Cabriz Colheita Selecionada 2005 - Portugal - entre R$30 e R$40
  • Punto Final Etiqueta Negra 2008 (Malbec) - Argentina - entre R$30 e R$40
  • Uxmal Malbec 2007 e 2008 - Argentina - entre R$30 e R$40
  • Palo Alto Reserva 2008 - Chile - entre R$30 e R$40
  • La Posta Estela Armando Vineyard (Bonarda) 2008 - Argentina - entre R$40 e R$50
  • Trio Reserva 2008 (Cab. Sauvignon+Cab. Franc+Syrah) - Chile - entre R$30 e R$50
  • Domaine Conte Seleción de Barricas 2007 (Carmenère) - Chile - entre R$30 e R$40
  • Rapariga da Quinta 2008 - Portugal - entre R$30 e R$40
  • EA (difícil decepcionar) - Portugal - entre R$30 e R$40
  • Norton D.O.C. (também difícil decepcionar - Malbec) - Argentina - entre R$30 e R$40
  • Porca de Murça Reserva 2005 - Portugal - entre R$40 e R$50
  • Angheben Barbera 2005 - Brasil - entre R$40 e R$50


A linha Premium da Casa Valduga também costuma ser bem confiável, e o preço praticado pelas casas do ramo oscila entre os apresentados acima.

Existe uma linha da Concha Y Toro que é fácil de beber mas não é nada de mais, e ainda por cima tem gente subindo demais o preço dela, que é a Sunrise, para quem quer apenas um vinho gostosinho para o dia-a-dia. Confesso que um Frontera Cab.Sauvignon+Syrah que bebi também se apresentou muito bom para o dia-a-dia.

A linha colección da Casa Silva também é muito boa para o que se propõe, assim como a linha Alamos da Catena (conforme conversado num post anterior).


Bonarda: impressões - I (Nieto Senetiner Reserva 2007 e La Posta Estela Armando Vineyard 2008)

A Bonarda já foi a dona de Mendoza uma época... Dava vinhos ordinários, é uma uva de boa produção e boa resistência.

Decidi conhecer a cepa, e bebi o Nieto Senetiner Bonarda Reserve 2007 sem pretensão ou expectativa. Os aromas eram bem interessantes, a madeira ainda pronunciada e o vinho se apresentou "quente", mas em boca era bem gostoso, apesar de pedir uma decantação antes. Notei que ali se houvesse uma dedicação maior, teria sido um vinho bem melhor.



Tornei a comprá-lo, decantei-o, melhorou bastante mas ainda deixava aquela pulga atrás da orelha. Procurei algo assim, mais elaborado, mas encontrei pouca coisa e tudo bastante salgado.

Será que terei que pagar acima dos R$100 para beber um Bonarda decente?

Eis que conheci o La Posta Estela Armando Vineyard Bonarda 2008. Na Vinci (www.vinci.com.br) saía na época por cerca de R$39,00, e tinha recebido 89 do RP e da WS, segundo a própria Vinci isso era um feito de se ter em conta, por causa da faixa de preço do vinho. Apesar de não ir muito na preferência desses dois personagens, decidi apostar, afinal pontuaram um Bonarda varietal, que não apresenta muita opção por aí...


Não decepcionou, muito pelo contrário, surpreendeu! Certa complexidade de aromas, chegou a lembrar um chocolate, um vinho bem elegante, excelente frescor, e uma permanência digna dos maiores vinhos. Um show à parte. Acabou na velocidade da luz rs

Foi uma luta comprá-lo novamente, visto que na Vinci não havia mais a safra 2008.

Consegui 2 garrafas na Vinhocracia, as últimas... Se achá-lo, não hesite!

A propósito, mais um projeto dos Catena (Laura Catena)... Já falei deles no primeiro post, sobre o Alamos.

Site -> http://www.lapostavineyards.com/

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Avondale

Hoje no almoço a confraria abriu uma garrafa do Avondale Jonty's Ducks 2007:


Mostrou-se muito fresco e bastante aromático (condimentos em geral), foi tendendo com o tempo para algo mais a tostado, café, coisas do tipo. Esquentou rápido, aí atrapalhou um pouco ao final.

O vinho é gostoso, a persistência é muito boa e o final também, dá um gostinho de quero mais. Um pouco caro porém.

70% Shiraz + 30% Cabernet Sauvignon

Preço: R$ 85 na Lidador

Eu já havia provado o Avondale Pinotage 2009 que também gostei muito. Ele apresentou algo de ameixa, chocolate e depois algo mais terroso, e na boca muito sedoso e agradável. Sinceramente a Avondale tem apresentado rótulos bastante interessantes, e minha curiosidade pela Pinotage só tem crescido. Abaixo a garrafa de algum site relacionado, a foto do dia não achei.


Preço: R$ 49,90 na Lidador

Abaixo o site, mas interessante observar que a Avondale renovou sua aparência e seus vinhos. Ou então há duas vinícolas com o mesmo nome rs

Site -> www.avondalewine.co.za/

Don Laurindo Reserva Tannat 10 anos 2005

Muita gente ainda tem preconceito com o vinho nacional. Concordo que o preço praticado muitas vezes é superior aos vinhos importados de mesmo nível de qualidade (aí entra toda aquela discussão de cadeia produtiva, investimento, know-how, impostos, frete e até recentemente o famigerado assunto da salvaguarda, que dá "linha" para uma meia dúzia de posts), mas de vez em quando a gente acha coisa muito boa. E esse é o caso do vinho que dá nome a esse post.

Esse vinho foi feito pela Don Laurindo para celebrar os 10 anos de plantação da cepa.

Aproveitando que uns amigos de confraria beberam-no (em minha ausência), colhi as impressões para fazer minha experiência mais completa: disseram-me que o vinho tinha muita borra. Dito isso, a garrafa foi colocada de pé dentro da adega pela manhã, aberta por 1,5h e depois versada no decanter por quase 1h mais. Resultado: que vinho delicioso! Na minha opinião está num momento muito bom para seu consumo, sua coloração já denota uma certa evolução. Sua coleção de aromas foi memorável, passeando por amoras, ameixas, cravo-da-índia, e uma presença tostada marcante, nada forçada e muito bem integrada. Arriscaria dizer até algo terroso ao final.

O preço: R$90,00 na Lidador.

Produção: 6.000 garrafas.



Site -> www.donlaurindo.com.br/