domingo, 16 de novembro de 2014

A Lisa 2008


Comprei esse há bastante tempo, pelo site da Vinci.

A Vinci é o braço mais alternativo da Mistral, trazendo bons vinhos a preços mais, digamos, amigáveis. Pelo menos era isso o que eu encontrava na época.

Esse A Lisa foi uma boa surpresa. É um vinho da Bodega Noemía, famosa e bem pontuada pelo titio Parker, principalmente pelo seu vinho ícone Noemia. Além dele há o J.Alberto e um A Lisa Rosé.

Seus vinhos são da patagônia Argentina, fria, seca. Está situada basicamente no meio do deserto.

Na taça, coloração bem rubi, denotando menos concentração e um brilho interessante.


Os aromas são deliciosos, mineral, conserva, tostado doce, algo de frutas pretas e silvestres. Tem cravo, canela ou algo mesclando esses dois. Daria pra usá-lo de perfume rs.

Um Malbec leve, com pequeno corte de Merlot, que se apresenta com menos concentração mas com boa carga tânica, embora marque presença sem perder a elegância. A acidez é correta e o vinho é muito gostoso. Daqueles que você vai bebendo aos poucos, apreciando, mas mesmo assim se deixar a garrafa vai acabar rápido.

Me fez lembrar do Loma Larga Malbec 2008 (que aliás é Chileno e vem de outra região tida como fria, talvez menos que a Patagônia) e do Bressia Profundo.

Gostei do estilo e recomendo a compra. Ah, pra quem se guia pelo estilo RP, ganhou 91 pontos.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> na época R$63,85 sem frete. Hoje, veja aqui (uma pena).

Site -> Bodega Noemía de Patagônia.

Cavalleri Chardonnay 2012

Mais um interessante Chardonnay brasileiro.

Há algum tempo eu me perguntava o porquê de ainda não conhecer um bom Chardonnay brasileiro se produzimos espumantes de nível mundial.

Bom, isso mudou ao provar o Salton Virtude Chardonnay 2011. Há pouco tempo foi o Sopra Chardonnay 2012.

Somado a isso, a passagem por barris também costuma não agradar, onde para mim a maioria fica enjoativo.

Vamos ao vinho.

Na taça trouxe um amarelo forte, dourado. Bonito.

O nariz nos brindou com algo próximo a um mel bem suave, bem fino, abacaxi e um quê de manteiga.

Na boca acidez gentil, sensação untuosa, sente-se que passou em madeira, não apresenta muita fruta; finaliza "salgadinho" e traz boa persistência. Me lembrou aquela manteiga quando derrete, líquida. Não tem nada de doce no final e isso me agradou muito. Um vinho nacional diferente do que encontramos por aí.

Confesso que fiquei intrigado como e porque o final trazia essa sensação mais mineral, bem mineral na verdade.

Outro ponto interessante: 12% de álcool.

São 3.000 garrafas produzidas, tive o prazer de degustar a de número 2.112.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$35,90 na Vinumday. Valeu muito o preço pago.

Site -> Cavalleri.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

CBE: Sopra Chardonnay 2012

Todo mês nós blogueiros afiliados ao enoblogs degustamos um vinho relacionado a um tema escolhido por um dos participantes. Mês passado fui eu. Esse mês o tema foi da Juliana do Vou de vinho.

O tema proposto foi: "vinho branco brasileiro de qualquer valor".

Havia lido a respeito desse vinho ao lado na internet, e decidi experimentá-lo. Comprei-o direto da vinícola, que se localiza em Campos de Cima da Serra. Aliás essa é uma boa prática, o vinho sofre menos com armazenagens inadequadas, apenas o trajeto que o pune.

A primeira vez que conheci um vinho desse terroir foi com o RAR Cabernet-Merlot 2005.

Essa região é uma região bem fria de nosso país, também conhecida como Campos de Vacaria (a maior cidade da área), fazendo fronteira com Santa Catarina. Invernos longos e muito frios, verões secos, às vezes não parece o Brasil que geograficamente compõe a maior parte do território. Os vinhedos variam de 950 a 1200m acima do nível do mar. Pra se ter uma idéia, é mais alto que a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.

Mas vamos ao vinho.

Ao sacar o lacre, tive um pequeno susto que me deixou apreensivo: a rolha estava um pouco defeituosa.

Como não sou de avaliar vinho pela rolha, tratei de abri-lo e prová-lo.

Bonita cor amarela bem clarinha. Muito transparente e um pouco brilhante.

O nariz traz muita fruta cítrica e branca, ensaiando frescor. A boca confirma isso, com boa acidez, o álcool é notado muito de leve e não incomoda (12%). Apresenta um algo mais, uma certa untuosidade que me deixou intrigado visto que o vinho não passa em madeira (o termo unoaked nos informa isso).

O final dele que apresentou um leve amargor e acredito que pode ter sido pela falha de vedação. Mas não tirou o brilho do vinho, embora tenha me deixado com a pulga atrás da orelha.

A Alessandra, do Dama do Vinho, escolheu o mesmo vinho e descreveu-o muito bem, e o mais interessante que nossas impressões foram parecidas. Credito isso à qualidade do vinho, que aliás concordo com ela em mais uma coisa: acabou muito rápido!

Juntamente com o Salton Virtude, dos melhores Chardonnay nacionais. Fogem do lugar comum.

São apenas 1200 garrafas. A versão com passagem em madeira já se esgotou (eram poucas 459 garrafas). Ainda produzem também um Merlot e no site há promessa para novos lançamentos. Aguardemos...


Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$55,00 mais frete de R$10,00. Gostei desse frete mais em conta.

Site -> Vinhedos Entre Rios.