sexta-feira, 31 de maio de 2013

Leyda Single Vineyard Neblina Riesling 2010


O primeiro vinho que bebi da Leyda foi o Reserva Pinot Noir. Não sei o porquê mas os rótulos deles me são simpáticos, eis que resolvi experimentar o exemplar acima, que além de simpático é muito bonito (só perde pra Isis rs).

Como não podia deixar de ser, ao ser aberto já pudemos notar o perfume, apesar de ainda estar muito gelado. Com o tempo se abriu muito, bastante cítrico ao nariz. Quase transparente, um verdinho bem fraquinho.

Na boca alto frescor, e uma mineralidade marcante ao final. Você fica se lembrando das frutas brancas, aquele gostinho cítrico com impressão adocicada, e a acidez em alta te impede de enjoar dele.

A garrafa é aquela clássica alsaciana, fininha e comprida.

Belo vinho. Boa expressão da Riesling, com um pezinho no Pacífico.


Nota -> 4 de 5.

Preço -> pagamos R$88,00 no Noi. Na Grand Cru cobram R$70,00. O Noi tem umas garrafas com um preço bem próximo das lojas, mas há outras com um sobrepreço considerável.

Site -> Leyda (LINDO o site).


Hoje, o Bebadovinho faz um ano! Veja aqui o primeiro post!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Vendas mundiais de vinho se concentram em mercados e internet

Interessante artigo (espanhol) e original em inglês (reuters). Atentem que as vendas em lojas especializadas e restaurantes caiu.

Sou um grande defensor do lucro baixo nas garrafas nos restaurantes. Se encontrássemos preços menores nos restaurantes para os vinhos, certamente aumentaríamos o consumo durante as refeições, a meu ver o grande apelo do vinho. Eu mesmo muitas vezes optaria por sentar em um local agradável e jantar com uma garrafa de um belo vinho, fato esse que nos é muitas vezes impedido por conta dos preços exorbitantes cobrados, já vi 130% de acréscimo em relação aos preços das lojas e importadores.

Tirem suas conclusões...

Tapiz Bicentenario 2008 e Quimera 2009


Dois argentinos na véspera do feriado, provados e comprados em Mendoza, direto das vinícolas (Tapiz e Achaval Ferrer).

Qual a diferença? Bem, pelo menos não ficaram estocados no porto de uma grande cidade como o Rio de Janeiro, aguardando liberação para os estoques das importadoras, sofrendo calor extremo. Chacoalhadas por chacoalhadas, prefiro as que sofreram no avião junto das outras bagagens. 2:30h tá de bom tamanho, estão dormindo na minha geladega há pouco mais de um ano, já deu tempo de se rearranjar e voltar a descansar. E calor por calor, sofreu pouco ou quase nenhum.


Começamos pelo Bicentenario, que foi feito para se comemorar os 200 anos da Argentina como a conhecemos hoje, o que se daria em 2010. A safra porém é 2008 e foi comprado em 2012. Não encontrei à venda por aqui no Rio, e online só a £20,49. Caro.

Ganhou medalha de prata no Decanter Wine Awards 2010 e no Argentina Wine Awards 2012, e 88 pontos no Descorchados. Trata-se de um blend com 60% Malbec de Ugarteche e Agrelo (esses lugares ficam em Lujan de Cuyo), 30% Bonarda de Ugarteche e 10% de Torrontés (!) vinda do vale de Famatina, em la Rioja (na Argentina mesmo, não é na Espanha rs).

Interessante esse corte branco no tinto. Estou visando há um tempo dois Syrah-Viognier: o El Enemigo do Alejandro Vigil e um da Las Perdices.

O vinho tem uma cor púrpura impenetrável, brilhante, coisa bonita. Halo violáceo, mais clarinho. Lágrimas lentas e abundantes. 


No nariz, o álcool ainda aparece, mas a presença da fruta é abundante e inegável, fruta fresca. Leve tostado. Na boca, aveludado, sensação adocicada, boa concentração e frescor. A fruta se repete, sabor de mirtilo. O final não é longo, não é um vinho complexo mas acredito que não era esse intuito. O vinho é muito bom, gostoso, suculento-adocicado.


Depois veio o Quimera, "A perfeição que sonhamos e pela qual nos empenhamos. A procura por um vinho ideal.", segundo eles mesmos. São um pouco mais de 57 mil garrafas, mas a idéia que eles passam é de uma certa exclusividade. 

Blend de Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, e Petit Verdot. Esse possuía uma cor mais avermelhada, embora mais jovem. 


As uvas vêm de diferentes altitudes: 731m a Cabernet Sauvignon, 1036m a Malbec e a Petit Verdot, e 1097m a Cabernet Franc e Merlot.

No nariz, ervas, especiarias, frutas vermelhas e tostado bem harmonizados, ninguém rouba a cena.

Na boca muito bom, ótima sensação, taninos suaves, boa acidez, maior que a do Bicentenario, álcool ainda aparece. É um vinho mais sério que o Bicentenário, e muito bom. Acredito que ganha em garrafa, mas não muito. Mais um aninho talvez.

Esse, em conjunto com o Malbec deles, é um vinho que fica pronto mais rápido, diferente dos Fincas, que ainda precisam de anos em garrafa para se mostrarem em todo o seu potencial, e que volta e meia recebem altas notas de Parker e cia.

Aconselham uma hora de decantação, a qual não fiz. Não verifiquei sedimentos porém.

Notas -> 4 de 5 Bicentenario; 4.5 de 5 Quimera.

Preços -> R$54,00 o Bicentenario e R$100,00 o Quimera, ambos preços da loja das vinícolas.

Sites-> Tapiz e Achaval Ferrer 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Amat Tannat 2005 e Epu 2009


Há tempos este exemplar está em minha geladega esperando ser aberto. Eis que chegou o momento.

Bem evoluído, de início ainda fechadão. Com o tempo liberou especiarias, frutas vermelhas. Até um café.

Na boca o que chamou atenção foi uma acidez inimaginável e uns taninos ainda resistentes, coisa de Tannat de primeira. É um belo vinho, ainda com vigor mas que não apresentou a potência de um Bouza por exemplo, provavelmente por conta da idade. Não que seja um defeito ou um problema, muito pelo contrário. Final longo.

Sugiro abrir a garrafa um tempo antes e depois decantá-lo durante um tempo. Um belo vinho, um grande e diferenciado Tannat.


EPU: muito boato ronda esse vinho, segundo vinho da Almaviva? Vinho que não virou Almaviva por conta de proximidade de eucaliptos ao vinhedo? Mais procurado que o Almaviva?

Enfim, boatos à parte, é um extrato muito concentrado e potente, muita fruta, baunilha, madeira, é denso, volumoso, sensação adocicada, especiarias, algo herbáceo, boa persistência. A verdade é que trata-se de um belo vinho, mas ainda tem alguns anos pela frente para se arredondar, ainda assim já propicia um belo prazer ao ser bebido.

Notas -> 4 de 5 para os dois.

Preço -> US$32,00 o Amat no Uruguai, R$ (presente) o EPU.

Site -> Bodegas Carrau e o EPU não aparece no site da Almaviva.



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Suzin - Degustação na SBAV-Rio

Ontem estive na SBAV-Rio para degustar alguns vinhos da Suzin, vinícola de São Joaquim-SC, com altitudes de 1200m acima do nível do mar.

Havia conhecido essa vinícola através do Suzin Cabernet Sauvignon 2007 que degustei, e gostei muito.


Tudo começou com o espumante rosé brut deles, 2011, feito pelo método charmat, com 2 semanas sobre as leveduras. Tenho provado alguns espumantes nacionais, e gostado bastante deles, principalmente dos Geisse e dos Valduga. Mas esse da Suzin achei um pouco doce. Como prefiro os extra-brut e nature, já viu a dificuldade que tive em terminar a taça né?



Depois nos foi apresentado o Sauvignon Blanc 2012. Incrivelmente alcoólico (quase 14%), este vinho para mim foi a surpresa da noite. Muito bom, ao nariz maracujá, algo de "mato", e depois de muito tempo, uma nuance de mel queimado, realmente sensacional. Acidez em alta mas não agressiva, a estrutura é muito boa, e o mais impressionante: combinou muito bem com o gorgonzola ao final da degustação, na mesa de frios. Uma garrafa comprada!



O vinho seguinte foi o rosé. Não sou um fã de rosé, mas aqui cabem duas observações: este é um rosé corte (base Merlot e leve corte de Cabernet Sauvignon), e é um rosé power, bem escuro, mais pra tinto que pra branco. Veio frio demais, melhorou com uma leve "esquentada". Já faturou uma medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas.



O Merlot 2009 veio em sequência, medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2011, um Merlot completamente fora da curva. Nariz diferenciado, não identifiquei como sendo Merlot, de acidez marcante e final mais mineral (!?!). Um vinho realmente diferente, "gastronômico", mas não me conquistou.



O Cabernet Sauvignon 2008 veio em sequência. No nariz: pimentão! Na boca: boa acidez, taninos presentes porém "educados", bom final e sabor meio chocolate. Mas na minha opinião merece tempo em garrafa ainda, um bom Cabernet Sauvignon, diferente dos vinhos varietais da mesma cepa da Serra Gaúcha. Ganhou Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2012. No site não encontramos mais à venda esta safra, lembrando que foi uma safra tão boa quanto a 2004, segundo os pro(s).



Por fim veio o exemplar mais esperado da noite: Zelindo 2008, Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2011, e segundo lugar do Top Ten da última Expovinis. A safra 2007 ganhou a mesma medalha no Concurso do ano anterior, e também foi eleito um dos 7 melhores tintos do Brasil pela revista Adega. Levando em conta seus prêmios e a opinião da crítica e dos consumidores que já o provaram, é sem dúvida dos melhores tintos do país.

O vinho realmente é bem mais complexo que os outros, passeia nos aromas, muita fruta negra e especiarias, boa acidez, bom corpo, boa persistência, taninos marcam presença sem incomodar, belo final, mas também merece mais um tempinho na garrafa para mostrar todo seu potencial. Para se abrir na taça levou um tempinho, mais uma garrafa adquirida na noite.

O Zelindo é composto de 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon, com 10 meses de barricas francesas.

No mais, deixo aqui um abraço ao consultor Ivan de Barros, uma figura muito simpática e grande conhecedor da história da vinícola, e pelo que mostrou e comentou, de toda a região de São Joaquim. Sucesso a ele e à Suzin!


Nicasia Red Blend Malbec 2010



Mais um filho do Alejandro Vigil na taça. Anteriormente havia provado o DV Catenna Adrianna Vineyard 2005, belíssimo vinho, mas não possuía o blog ainda, então não está comentado por aqui. Na época, foi comprado na Catena mesmo, em Mendoza, onde a vontade era comprar caixas e caixas, mas infelizmente por conta de orçamento e logística não podemos fazer isso rs.

Este me foi oferecido pelos grandes amigos Marcelo e Miriam, meus vizinhos e também amantes de um belo vinho, que aliás retornaram de Portugal com ótimas compras, alguns elogios e críticas que talvez comentemos no futuro, em um outro post.

Vamos ao vinho.

O Nicasia tem uma cor belíssima, um púrpura com um halo largo rubi, mais para um vermelho sangue. Muito bonito mesmo.

Ao nariz, muita fruta e muita coisa adocicada/baunilha, mas nada exagerado. Algo de especiarias muito de leve.

Na boca um vinho redondo, de bom corpo, os famosos taninos aveludados, um vinho pronto e "guloso", de impressão fortemente adocicada e bem fácil de se beber. Boa persistência e no final uma leve impressão apimentada, acredito que por conta do pequeno corte com Petit Verdot, uma uva que acrescenta ótimas características aos vinhos em geral, quando em um corte bem feito como esse.

Além dos 4% de P. Verdot, temos 6% de Cabernet Sauvignon, para completar o "sumo".

Este vinho vem dos vinhedos de 1230m de altitude em Altamira, região de solo profundo e muito festejada pelos seus Malbecs de altíssima qualidade, com 12 meses de barricas francesas. Um belo e descompromissado vinho, daqueles capazes de abrir sorrisos em todos, até nos não-enófilos, e que foi embora numa velocidade espantosa. Eu diria que é um vinho "internacional", no estilo daqueles que colocaram a Malbec Argentina no mundo, mostrando que é possível fazer coisa muito boa de forma descompromissada (ou compromissada com a felicidade de quem degusta-o) e nada exagerada.

Agora quero provar o blend com maior parte de Cabernet Franc, uva que gosto muito e que tem me mostrado bons exemplares vindos da Argentina.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> Desconhecido, e também não encontrei à venda por aqui. Vi preços na Argentina pela internet variando de 58 a 72 pesos (entre R$22,57 e R$28 com a cotação do BACEN de 22/05/2013). Imagina quanto seria no Brasil...

Site -> Catena Zapata.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Joaquim 2008 e Gran Lovara 2005



Há algum tempo venho querendo experimentar esse vinho da Vila Francioni, situado logo acima da linha Aparados, e abaixo da linha VF, que tem os brancos Sauvignon Blanc e Chardonnay lote II (ambos já provados porém não comentados aqui; do Sauvignon Blanc eu gostei muito), os tintos Francesco, VF e o Michelli.

Desses, ainda não experimentei o Aparados e o Michelli, as duas pontas da VF, o mais barato e o mais caro.

Esse Joaquim é um vinho muito agradável, de cor púrpura, boa concentração, aromas bem frutados, boa acidez e em boca uma sensação levemente aveludada e doce. Bastante acessível, me surpreendeu pois após algum tempo surgir um pimentão bem característico de alguns Cabernets do Chile, o que me agradou muito. Sinceramente não esperava essa mudança. Isso fez com que o vinho não ficasse enjoativo, o que contou pontos para ele.

Confesso que não achava que seria bom esse vinho, mas recomendo-o a você, que já conhece um pouco ou que nada conhece. É um bom exemplar a um preço relativamente honesto.


Já o Gran Lovara, foi um achado. Numa tarde despretensiosa num mercado da Região dos Lagos, eis que me deparo com essa garrafa da melhor safra do Brasil até hoje. 

Primeira coisa que surgiu na cabeça foi a dúvida: será que conservaram direito?

Como estava sem preço, pedi a um funcionário que estava próximo que o descobrisse para mim. Ele pegou a garrafa e dirigiu-se a algum terminal para consulta, fato que não acompanhei até o fim porque a forma como ele segurou a garrafa e caminhou, de cara já me decepcionou e diminuiu minha esperança de uma boa conservação e minha vontade de comprá-lo.

Devidamente identificado seu preço, resolvi arriscar.

Já em casa, na hora que saquei a cápsula que envolve a rolha, minha confiança aumentou pois a rolha estava com uma coloração e umidade na ponta que fica em contato com o vinho que indicava aparentemente estar ok.


Porém, na hora de sacar a rolha a mesma quebrou ao meio e não foi possível retirá-la visto que no processo a mesma caiu no líquido... Vida que segue.

Devidamente colocado em taça, fui premiado com um vinho muito bom. De aspecto bem evoluído, ainda trazia algo de frutas em calda meio adocicado, alguma madeira, na boca ainda com taninos marcantes e o álcool também marcando presença, numa textura e estrutura ótima, e final agradável.



O Gran Lovara é um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Tannat. A Lovara é uma empresa da família Benedetti Tecchio, que produz vinhos desde 1967, sendo uma das vinícolas mais antigas do Brasil. Os vinhos são elaborados com a supervisão técnica do pessoal da Miolo.

Novamente, com boa conversa e boa companhia, degusta-se devagar, nota-se mais as nuances do vinho e até quem não é fã começa a ceder um espacinho no coração para ele (dá-lhe Marcelo, mais novo enófilo do Brasil). Um fim de semana ótimo, coroado com um sábado inesperadamente bom!

Notas -> 4 de 5 para os dois.

Preços -> R$29,92 (1/2 garrafa) o Joaquim na Lidador e R$43,00 o Gran Lovara no GreenFruit.

Sites -> VF e Lovara.

El Principal Auqui Sauvignon Blanc 2011


Sexta-feira, mente sossegada, leve saudade, eis que me dirigi a Niterói para remediar a situação. Apesar do ótimo clima ameno do Outono carioca, salvo quebra numa quinta-feira (imediatamente anterior) extremamente quente, a vontade de beber um Sauvignon Blanc chileno, geralmente bem característico, ecoava em meu palato.

Restaurante escolhido, carta de vinhos à mão, me perguntei: "onde estão os sauvignon blancs?"

Achei apenas um, e era do Maipo.

Sauvignon Blanc do Maipo? Bem, como não sou um cara preconceituoso, e como experimentar vinhos inusitados e diferentes sempre me instigou, parti com curiosidade a experimentá-lo. Se bem que não era algo tão inusitado assim, mas de fato não havia experimentado ainda os blancs do Maipo.

Claro que a chance de ser ruim era pequena (boa companhia, oriundo de um país conhecido pelo custo x benefício, eu gosto da uva, etc.), mas ainda assim esperei para experimentá-lo antes de qualquer constatação.

Garrafa aberta, o jovem sommelier provou o vinho antes de mim numa pequena taça (o que achei um abuso), e só então me serviu. Não quis parecer esnobe ou antipático então nada falei. Ele deveria ter perguntado antes.

Vamos ao vinho.

De início se abriu muito ácido e muito cítrico, bem refrescante. Com o tempo, melhorou muito, mas muito mesmo, trazendo as notas herbáceas e o paladar "verde" sobrepondo-se ao frutado, bem característico dos Sauvignon Blancs chilenos, até então dos de vales mais frios e costeiros, visto que - repito - ainda não os havia provado do Maipo. No final, levemente mineral. Conjugou bem três características dos bons brancos.

O fato é que a companhia tem um poder muito grande sobre o vinho. Dificilmente o vinho será tão bom bebido sozinho quanto bebido com pessoas especiais ao seu lado. Um beijo, Isis! :-)

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$56,00 na Decanter. No restaurante foi mais caro.

Site -> El principal.

Rubrica 2009 e Nimbus Cabernet Sauvignon 2007


Mais uma sexta de confraria, e como na maioria das vezes optamos por dois rótulos distintos, no intuito de realmente impor condições não usuais às nossas papilas e narinas.

O primeiro foi o Rubrica 2009, um alentejano clássico. Na taça exibiu um púrpura bonito, nos aromas evocou todo aquele frutado preto combinado a uma madeira de boa qualidade que os bons vinhos do Alentejo costumam exibir, às vezes trazendo à lembrança algo mais passificado.

Fácil de beber, agradou de imediato a todos, e rapidamente se estabilizou, depois trazendo à tona também algo de especiarias bem leve, que se confirmou e se mostrou mais à boca. Bom vinho, saboroso, boa sensação na boca, boa acidez.

É feito pelo Sr. Luis Duarte, já famoso em Portugal e responsável pelos também ótimos Rapariga da Quinta, branco, tinto, escolha e reserva. Há também o Rubrica branco. 19.800 garrafas.


É um corte de 5 uvas, trazendo duas não muito comuns em cortes tradicionais Alentejanos (Syrah e Petit Verdot). Para conhecer bem o que a Syrah do Alentejo é capaz de fazer, sugiro os vinhos com a cepa da Cortes de Cima. Eles foram os pioneiros no plantio e no seu uso comercial em larga escala na região.


Em seguida veio o Nimbus Cabernet Sauvignon 2007. Mais "coroa" que o Rubrica, esse vinho eu definiria como um mutante. Demorou bastante para se definir, mudando a cada momento nos aromas e em boca. Por fim, algo de levemente mentolado e um quê herbáceo, trazendo o DNA do Maipo, território bastante respeitado quando referido à Cabernet Sauvignon, embora tenhamos exemplares bastante festejados também oriundos do Aconcagua e do Colchagua. Na boca também especiarias e um final muito bom lembrando café. Dê tempo a ele!

Ambos ganhariam com uma decantação, é visível a presença de sedimentos, o que só não foi possível por conta da ausência desse no restaurante.

Notas -> Rubrica e Nimbus: 4 de 5.

Preços -> R$99,00 o Rubrica e R$79,00 o Nimbus, ambos na Lidador.

Sites -> Luis Duarte Vinhos (em atualização) e Viña Casablanca.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Comprar vinho no Brasil: estamos sendo enganados?



Recebi o email acima da Wine, imediatamente procurei opiniões de colegas blogueiros e/ou pro(s) sobre o vinho.

Pois bem. Encontrei um colega que havia provado-o, e deu suas opiniões. Foi então que me surpreendi: ele informou o preço como € 2,48 ! Pela cotação de ontem, dá R$ 6,47 ! Quase 6x o preço em Portugal, lugar de origem do vinho...

"Ah Felipe, mas e os impostos? E o frete? E o lucro do importador? E o lucro do revendedor?"

Ok, ok, mas daí a quase 500% de diferença? Tenha dó...

Resolvi procurar outra fonte de informação e encontrei a € 3,15, variação pequena em relação ao preço informado no blog. Ou seja, esse deve ser mais ou menos o preço dele mesmo.

Pra piorar, olha o preço na Todovino, importadora das grandes: R$52,90 !!!

Me desculpem, mas não tem imposto+frete que justifique isso...

Resumindo: não comprei. E não vou comprar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Canepa Genovino Carignan 2008


Este vinho foi recomendado pelo meu amigo Alexandre, gerente da Lidador Downtown.

"Leva, você vai gostar, ainda mais você que gosta de experimentar uvas diferentes, coisas novas."

Pois bem. Aberto e degustado dia 12/05, domingo passado, em homenagem à minha mãe.

E que belo vinho. De cor púrpura, entrada e estrutura bastante em linha com os demais Carignans degustados e comentados por aqui, mas com um grande diferencial. Acidez. Simplesmente ótima, impede o vinho de se tornar enjoativo.

Ao ser aberto liberou um aroma adocicado, algo como uma calda de frutas levemente tostada (rs), belíssimo. A impressão que se tinha era de que viria um vinho com muita estrutura, muito corpo. Mas não foi o que encontrei, não tão estruturado, passeia muito bem por conta da acidez assinalada acima. Depois de bastante tempo surgiram os famosos lácteos...

A persistência é ótima, a boca fica pedindo mais. Muito bom, se pretende conhecer a Carignan e ir direto ao ponto, dentre os já comentados aqui sugiro esse.

Assim como o Parinacota, as uvas vêm das colinas vulcânicas de Cauquenes, no vale do Maule, a região das vinhas velhas de Carignan. Tem 14 meses de barricas.



Para quem gosta de pontos, recebeu 91 no guía descorchados.

Curiosidade: Genovino é o nome da primeira moeda cunhada em ouro na Itália, assim como em toda Europa Ocidental na época romana, sendo utilizada pela República de Gênova nas relações comerciais que tinha com outros países. Informação que vem no rótulo.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$ 99,00 na Lidador (há bastante tempo). Na Wine cobram R$112,50 (sem o frete).

Site -> Canepa.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Villalobos Assemblage 2010


Post rápido. Vinho comprado em restaurante, oferecido pelo maitre. Era a melhor opção para quem ia beber sozinho.

Não decepcionou. Agradável, cor púrpura, entrada adocicada, aromas bem frutados (vermelhas); com o tempo melhorou bastante e a textura da merlot sobressaiu. Um bom vinho para acompanhar pizza e massa, vem de Luján de Cuyo, em Mendoza.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$52,00 no Cugine.

Site -> Villalobos.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Essência do Vinho Rio 2013 - Primeiro dia (quinta-feira)


Estive no evento no dia 02, quinta-feira, basicamente para comparecer ao painel 04, "Chile Wine Tour", onde o Alexandre Lalas daria uma palestra sobre o Chile e sua busca de identidade de seus vinhos, através de um panorama com 7 de seus melhores vinhos.

Cheguei um pouco cedo, resolvi dar uma passada nos stands, e provar alguma coisa sem exagerar, para não comprometer a noite, pois coisa muito boa estava planejada nessa palestra.

De quebra vi o stand da Cortes de Cima, o qual não pude resistir a visita. Gosto muito dos vinhos deles. Como não havia o Incognito, tampouco o Reserva para degustação, procurei o Petit Verdot e o Trincadeira, tendo sucesso apenas na segunda opção.

O Trincadeira é ótimo, muita fruta, redondo, agradabilíssimo. Um belo vinho. De quebra aproveitei para degustar novamente o Hans Christian Andersen, para mim a prova que concentração não necessariamente é sinônimo ou pré-requisito para um grande vinho. Nota 4 para o Trincadeira.

Pouco concentrado mas com incrível corpo, o vinho é muito bom, e seus aromas tostados permanecem vivos na taça um longo tempo após o término do caldo, bem como em boca sua persistência também é muito boa. Outro vinhaço deles. Nota 4,5 para ele.



Dali fui ao stand da Terramater. Lá, provei o Puro Instinto e o Sultán (acima), dois belos vinhos. O Puro Instinto custa cerca de R$200,00 no site da Terramater e é um blend com base Syrah muito gostoso, com Cab. Sauvignon e Franc em partes iguais (20%), e traz aquela potência dos grandes vinhos sulamericanos. É do Maipo Alto, com 18 meses de barrica de 1o uso. No site pelo boleto sai a R$175,12. Nota 4 de 5.

Já o Sultán (quem exerce o poder em árabe), com seus 97 ptos no concurso de enólogos do Chile e suas 3.925 garrafas, é um 70% Syrah com 15% de Malbec e 10% de Cabernet Franc, com 21 meses (!) de barricas francesas novas, oriundo do frio Casablanca. Muito mineral, no nariz o champignon toma conta. Depois de um tempinho surge uma fruta doce no fundo (no fundo?). Belíssimo vinho, boa acidez, e caro -> R$399,00. Nota 4,5 para o garoto, um vinho bem diferente e interessante.

Começo a ficar intrigado com os vales mais frios do Chile e seus vinhos, dois vinhos do Casablanca que também me trouxeram boas impressões foram os Loma Larga Malbec e Cabernet Franc. Outro que traz impressão correlata é o Kankana del Elqui, do vale del Elquí, com suas frias brisas marítimas.

Perto da hora de início, rumei para a sala 2 onde aconteceria o painel com os vinhos do Chile.

De quebra já fiquei um pouco chateado por conta do atraso de meia hora. Outro ponto que continua a me deixar profundamente chateado é a tremenda falta de educação do pessoal, que chega empurrando e forçando barra para aproximar-se, quase como competição. Enfm, não exaltemos as partes ruins.

Já devidamente sentado na mesa, gerenciando a expectativa...


O evento teve também a presença da Pedras Salgadas, água mineral natural de Portugal, naturalmente gasosa, igual à nossa querida São Lourenço. Gostei da água, embora bastante salgada (claro Felipe, olha o nome rs).

Bem, vamos aos vinhos.



O primeiro foi o Marina Sauvignon Blanc 2012 da Bravado Wines. A Bravado Wines é de um casal de enólogos (Felipe Garcia e sua esposa), oriundos de grandes vinícolas e que resolveram tocar o seu próprio projeto. De aspecto verdeal, com algo de mato (sério) no nariz, mas o maracujá dominante, coisa linda. Belíssimo vinho, acidez boa, sensação adocicada, muito bom mesmo.Me lembrou o Sauvignon Blanc da Chocalán, em um nível claramente superior porém.

100% S. Blanc, de 3 clones diferentes porém. 8715 garrafas. Bastante premiado:



O Lalas fez uma ótima observação: esse vinho consegue uma acidez que a maioria dos S. Blancs do Chile não consegue. Conseguiu me agradar mais que o S. Blanc da Vila Francioni, que havia provado anteriormente e gostado muito, estando os dois na mesma faixa de preço. Nota 4,5 de 5 pra ele.

O segundo vinho foi o Flaherty 2007, de base Syrah mas com boas partes de Cabernet Sauvignon e Tempranillo:



Cor de vinho evoluído, parecia um Porto ao ser vertido na taça, e no nariz. Depois modificou-se, aromas adocicados e em constante mutação. Boca rápida, bom vinho, interessante, gostei bastante no início, mas me decepcionou depois de um tempo. O Lalas o definiu como um vinho "sujo", e muitos informaram que esse vinho costuma confundir muita gente "expert". Começou muito bem mas terminou fraco na minha opinião. 3,5 de 5 pra ele.



O terceiro foi o Vigno. 100% Carignan do Maule, 30 meses de barricas francesas 25% novas, 90 ptos no Descorchados, feito pela Bravado Wines.  Fazem parte da Vignadores de Carignan, associação que vale ser conhecida. Bem escuro, um nariz meio chocolate, bom corpo, um vinho de presença em boca, ótima sensação de contato, ele realmente preenche a boca. Taninos perfeitos, e uma acidez boa também, que impede-o de se tornar chato. São 1.299 garrafas de vinhas de 54 anos de idade. Mais um belo vinho, 4 de 5 sua nota.



O quarto vinho me provocou um sorriso: Montelig! Aberto o 2004 no fim do ano passado, conquistou a todos os presentes, ofuscando um pouco o Pera Manca (ok, o portuga estava jovem ainda). Recebeu 92 ptos do RP e do descorchados, o que na minha modesta opinião é pouco. Como não ligo muito pro que eles falam, na minha opinião e na de muitos presentes o melhor vinho da noite. Composto de 40% Cabernet Sauvignon, e partes iguais de Petit Verdot e Carmenère, do Aconcagua, lar de grandes vinhos como o Seña e o Don Maximiano Founder's Reserve (os quais infelizmente ainda não provei). De aparência ainda jovem, nariz maravilhoso, delicado, em boca suave e agradável, mas com personalidade inconfundível. Confesso que era parecidíssimo com o 2004, embora com mais vigor e menos ervas. Sua estrutura é ótima, seu final memorável. Nota 5 de 5. Para muitos o melhor do Chile. Dentro do que já provei, o melhor do Chile e talvez o melhor de tudo que já bebi.

Partimos para o Amir (príncipe em árabe) 2008, do Maipo. 3.996 garrafas:



Base Cabernet Franc (50%), com boa parte de Syrah (40%) e traços de Petit Verdot e Malbec. Outro vinhaço! Já com aspecto evoluído (tem 21 meses de barricas), muita erva e fruta ao nariz, alguns condimentos também. Acidez agradável, concentrado, muito bom, "quase mastigável" foi a opinião do Lalas, imediatamente compartilhada. Junto com o Puro Instinto e o Sultán, esse é da Una Hectarea. Esse vinho é feito pelo Felipe Garcia, da Bravado Wines, o 3o com suas mãos do painel. Cara bom!

A Viña Una Hectarea é um projeto de um projeto familiar pertencente a um enófilo brasileiro, que arrenda terras de 1 Ha nos vales de Casablanca, Maipo Alto e Maule, e direciona esses vinhedos para produzir vinhos pessoais e únicos, pelas mãos de grandes enólogos.



O penúltimo vinho é o quase-lenda Toknar, 100% Petit Verdot de 24 meses de barricas francesas. Toknar significa pedra, e o vinho é muito potente, muitos taninos, muito boa acidez, quente, muito púrpura. Ao nariz um xaropão de frutas, muita madeira em boca, decantação obrigatória e muito, muito bom. Vinho para quem gosta de corpo, deve durar mais uns 10 anos. Repito: não é para os que preferem ou só gostam de delicadeza e elegância. Pelo menos, não por agora.


O último vinho foi o Tatay de Cristóbal. Vinho que já passa dos mil reais no site da Terramater, essa safra 2009 ganhou 93 do tio RP, enquanto a 2007 recebeu grandes 97. Muito jovem, muito "verde" na boca, mas delicioso! Cheiro literalmente de mato ao nariz! Também tem muita vida e incrível a quantidade de taninos desse Carmenère com 10% de Verdot.



No mais saí de lá satisfeito por conhecer os grandes da Siebenthal. Deles, só falta o Carabantes, de base Syrah com pequenas parcelas de Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, mas esse vai aparecer aqui mais pra frente...

Agradecimentos ao meu amigo Osvaldo pelas fotos!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Amplus Old Vines Carignan 2009 e Grey Cabernet Sauvignon 2009


Já havia provado esse vinho na degustação da Santa Ema na SBAV_Rio, porém da safra 2007.

O 2007 estava redondo também, com uma cor de vinho jovem, certa densidade, escuro, lágrimas espaçadas e lentas. Aromas adocicados, baunilha em profusão e uma textura agradável na boca, com uma boa presença e alguns taninos, mas nada agredindo, tudo bem encaixado. Podemos dizer que já está pronto para o consumo, trazendo imenso prazer no nariz e quando em boca.

Diferentemente da  maioria dos Carignans, este não vem do Maule, mas do Peumo, que está localizado dentro do Cachapoal, e é considerado o lar dos melhores Carmenères do Chile.


Já o Grey precisa de um tempo em taça, no meu caso ficou mais de uma hora, enquanto bebíamos o Amplus. Aí sim se mostrou belamente, com presença mas com certa delicadeza, uma mistura interessante de se ver, gostoso em boca, com ótimo final fruta+geléia (???), boa acidez e vontade de beber mais um gole. No início ele ainda estava um pouco nervoso, surpreendente como se densenvolveu na taça, parecia que era só um escudo, um convite aos enófilos mais pacientes para que aguardassem um pouco a arrumação da casa.

Esse é um Cabernet Sauvignon do Maipo mas sinceramente bem diferente de todos os outros Cabernets do Maipo, foge à regra e se apresenta como uma opção mais elegante e algo como adocicada.

Dois ótimos vinhos do Chile, que recuperou seu lugar em meu coração, roubando os holofotes da Argentina.

Notas -> 4 de 5 para os dois.

Preços -> R$88,00 o Grey e R$110,00 o Amplus, na VinExpress Wine Bar.

Sites -> Ventisquero e Santa Ema.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Primeira Estrada Syrah 2010



Sempre gostei de Minas Gerais. Lugar de gente simpática, belas mulheres, estado com muita natureza, boa comida, melhor café, queijos ótimos que a ANVISA proíbe de sair do estado e agora: vinho!

Como assim?

Através de poda direcionada (dupla poda o nome técnico), impede-se o brotamento e inverte-se o ciclo da videira, e assim a colheita é realizada entre Outono e Inverno, com diferença de temperatura entre o dia e a noite, dias ensolarados e pouca chuva, o que confere ótimas condições para o amadurecimento das uvas. Essa é a condição no sul de Minas nessa época. Condição essa citada por Saint Hilaire quando visitando o estado por volta do século XIX, tendo notado a qualidade superior das uvas dessa época fria.

As nuances da técnica podem ser conferidas aqui.

Minha opinião? O vinho é muito bom, cor vermelho bem escuro, quase púrpura, suas gotas na mão mancham como sangue. Aromas frutados, depois de um tempo percebe-se o tostado agradável, talvez algo animal. Muito boa acidez, aveludado sem incomodar, presença muito boa na boca e final muito bom, com boa persistência.

Mais opinião? Compre-o, independente do preço um pouco salgado. Dê um voto de confiança, o vinho é muito bom. Vale a pena, recomendo a experiência. Bem como o peverella do post anterior.

Fora o rótulo lindo, no estilo de alguns bons franceses.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$79,00 no Espirito do Vinho, cobal do Humaitá (Rio de Janeiro).

Site -> Primeira Estrada.

Cattacini Peverella 2011


Antes de tudo, gostaria de dar os parabéns ao colega engenheiro Luis Carlos Cattacini Gelli pela coragem de criar sua própria linha de vinhos.

Em adição, continuo a prestigiar os produtores nacionais, por uma questão de filosofia e curiosidade. Há alguns dias adquiri o Primeira Estrada Syrah 2010, que pretendo comentar por aqui em breve.

Não sou o primeiro a escrever sobre a uva Peverella, tampouco sobre o vinho acima. Paulo Nicolay, Bruno Agostini, Alexandre LalasOscar Daudt, e Silvia Cintra Franco já falaram sobre eles.

Peço até licença ao Bruno para postar a foto da uva, direto do blog dele, a qual achei muito bonita, diferente da maioria:


Enfim, todos escreveram que a casta foi trazida para o sul do Brasil no início do século, sendo originária do norte da Itália e que era até 1970 a casta branca mais plantada na serra gaúcha. Após esse período, perdeu área de cultivo por conta da necessidade de plantar castas mais "comerciais". Sobreviveu graças a pequenos produtores resistentes, sendo a localidade de Caminhos de Pedra o lugar com a maior dedicação a ela, notadamente a vinícola Salvati e Sirena. Um brinde a eles!

O vinho é bem leve, refrescante, com aromas delicados de pimenta e frutas, e acidez gentil. Sem querer elevar meu paladar aos dos grandes "cheiradores", notei leve adocicado também, denotando breve passagem por madeira, o que foi confirmado com a leitura do contrarrótulo. Na boca é comprovada a fama da uva de dar uma sensação levemente picante, que tem a ver com seu nome (pevero = pimenta, no dialeto do Vêneto, conforme nos ensina o Nicolay).

Alguns reclamam de baixa acidez, outros de pouca concentração. Fato é que combinou muito bem com comida japonesa, o que na minha opinião é algo um pouco difícil. Fiquei feliz por isso; além do mais, ainda tinha vinho após a comida, e ele também funcionou muito bem sozinho. Fora o teor alcoólico mais baixo, que possibilita abri-lo em mais ocasiões. Pretendo comprar outra garrafa.

A produção é bem pequena, o 2012 são menos de 2 mil garrafas.

Há ainda o Era dos Ventos Peverella, com produção menor ainda que passa mais tempo em madeira, e o da Salvati e Sirena, que não passa tempo algum.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$69,00 no Manekineko Sushi.

Site -> Cattacini.