segunda-feira, 20 de maio de 2013

Joaquim 2008 e Gran Lovara 2005



Há algum tempo venho querendo experimentar esse vinho da Vila Francioni, situado logo acima da linha Aparados, e abaixo da linha VF, que tem os brancos Sauvignon Blanc e Chardonnay lote II (ambos já provados porém não comentados aqui; do Sauvignon Blanc eu gostei muito), os tintos Francesco, VF e o Michelli.

Desses, ainda não experimentei o Aparados e o Michelli, as duas pontas da VF, o mais barato e o mais caro.

Esse Joaquim é um vinho muito agradável, de cor púrpura, boa concentração, aromas bem frutados, boa acidez e em boca uma sensação levemente aveludada e doce. Bastante acessível, me surpreendeu pois após algum tempo surgir um pimentão bem característico de alguns Cabernets do Chile, o que me agradou muito. Sinceramente não esperava essa mudança. Isso fez com que o vinho não ficasse enjoativo, o que contou pontos para ele.

Confesso que não achava que seria bom esse vinho, mas recomendo-o a você, que já conhece um pouco ou que nada conhece. É um bom exemplar a um preço relativamente honesto.


Já o Gran Lovara, foi um achado. Numa tarde despretensiosa num mercado da Região dos Lagos, eis que me deparo com essa garrafa da melhor safra do Brasil até hoje. 

Primeira coisa que surgiu na cabeça foi a dúvida: será que conservaram direito?

Como estava sem preço, pedi a um funcionário que estava próximo que o descobrisse para mim. Ele pegou a garrafa e dirigiu-se a algum terminal para consulta, fato que não acompanhei até o fim porque a forma como ele segurou a garrafa e caminhou, de cara já me decepcionou e diminuiu minha esperança de uma boa conservação e minha vontade de comprá-lo.

Devidamente identificado seu preço, resolvi arriscar.

Já em casa, na hora que saquei a cápsula que envolve a rolha, minha confiança aumentou pois a rolha estava com uma coloração e umidade na ponta que fica em contato com o vinho que indicava aparentemente estar ok.


Porém, na hora de sacar a rolha a mesma quebrou ao meio e não foi possível retirá-la visto que no processo a mesma caiu no líquido... Vida que segue.

Devidamente colocado em taça, fui premiado com um vinho muito bom. De aspecto bem evoluído, ainda trazia algo de frutas em calda meio adocicado, alguma madeira, na boca ainda com taninos marcantes e o álcool também marcando presença, numa textura e estrutura ótima, e final agradável.



O Gran Lovara é um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Tannat. A Lovara é uma empresa da família Benedetti Tecchio, que produz vinhos desde 1967, sendo uma das vinícolas mais antigas do Brasil. Os vinhos são elaborados com a supervisão técnica do pessoal da Miolo.

Novamente, com boa conversa e boa companhia, degusta-se devagar, nota-se mais as nuances do vinho e até quem não é fã começa a ceder um espacinho no coração para ele (dá-lhe Marcelo, mais novo enófilo do Brasil). Um fim de semana ótimo, coroado com um sábado inesperadamente bom!

Notas -> 4 de 5 para os dois.

Preços -> R$29,92 (1/2 garrafa) o Joaquim na Lidador e R$43,00 o Gran Lovara no GreenFruit.

Sites -> VF e Lovara.

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