Ela possui em seu portfolio nomes de peso como Catena Zapata, Luis Pato, Domaine Faveiley, Pisano, Bollinger, entre outros.
Não preciso comentar que é praticamente impossível provar tudo que nos é oferecido, e que chegar lá sem uma programação prévia do que visitar pode te confundir um pouco.
Indo ao assunto, logo que cheguei rumei para o stand da Bodega Aleanna, estava ansioso em provar as criações de Alejandro Vigil (o grande responsável pela minha presença no encontro - obrigado, Ale!), enólogo chefe da Catena Zapata. A Bodega Aleanna é o seu projeto pessoal em conjunto com Adriana Catena, filha do famoso Nicolás Catena, que dispensa apresentações.
Da sua linha El Enemigo estavam lá:
- Chardonnay (já havia gostado muito do Chardonnay Catena, também feito por ele). Esse aqui é simplesmente o melhor que já bebi da Argentina, opinião compartilhada com o Jorge do blog Contando Vinhos.
- Syrah Viognier: muito fresco, fácil de beber, bem leve, outra proposta de Syrah. A Viognier na Argentina tem dado coisa boa, estou de olho nela.
- Bonarda: chocolatão, emborrachado leve na boca, muito frescor e com caráter, conseguiu fazer um bonarda elegante e nunca enjoativo, também dos melhores vinhos com a cepa que já bebi. Um vinho para realmente dizer o potencial da Bonarda.
- Malbec também fresco e muito complexo, esse foi o primeiro vinho lançado da bodega, e de cara já arrematou diversos elogios dos pro(s). Um pouco diferente do estilo mendocino consagrado, e a meu ver melhor.
O Gran Enemigo, seu ícone, é um capítulo à parte. Muito complexo, também muito fresco e aromático, é um vinhaço. Daqueles que te fazem lembrar porque você bebe vinho. Titio Parker (acho que o Neal Martin) já havia notado os vinhos do Alejandro, dando 94 ptos a essa edição 2008 com base Malbec, mas na última edição do WA o Alejandro conseguiu belas pontuações à safra 2010, para 3 dos seus vinhos (e todos de Cabernet Franc, minha uva preferida):
Eu e Alejandro:
De quebra, com o stand da Catena ao lado, provei dois vinhaços ícones deles:
O Nicolás Catena Zapata é um vinho potente, quente, taninoso, para quem gosta do estilo. Muita coisa no nariz, boca carnuda e densa, ainda aguenta tempo em garrafa, gostei bastante. Um vinho para poucos.
O Catena Zapata Adrianna Vineyard Malbec Gualtallary é uma visão muito elegante e frutada do Malbec, uma coisa muito bem feita e um vinho delicioso. Daqueles que a garrafa acaba rápido.
Outro stand que visitei do novo mundo, o qual me surpreendeu bastante foi o da Pisano. Tida como a melhor vinícola do Uruguai por muitos, pude conhecer o enólogo e diretor Gustavo, que me recebeu com muita simpatia e ficamos conversando por muito tempo. Seu filho é meu xará!
Provei o Cisplatino Torrontés (sim, eles plantam Torrontés no Uruguai!), bem fresco e fácil, e seu irmão mais velho, o Río de los Pájaros Reserve Torrontés, simplesmente o melhor Torrontés que já bebi (se você pesquisar aqui no blog, verá que nesse ano bebi vários).
O Petit Verdot é um vinho tânico e com certa potência, um belo vinho. O Tannat também segue na linha, mais mineral porém. Gostei muito dos dois.
O Pisano Axis Mundi 2002 passa 30 (!!!) meses em barricas e mais dois anos em garrafa. É um vinho amadeirado mas incrivelmente integrado, muito persistente, com boa acidez, taninos presentes, aromas de evolução muito agradáveis combinados com traços mais adocicados, realmente uma experiência interessante e que me agradou muito.
O Arretxea é uma pequena produção de um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat, e que resultou num vinho complexo e delicioso, outro que me conquistou.
Pra finalizar, provei o vinho tinto fortificado Etxe Oneko Tannat, que é simplesmente dos melhores que já bebi. Sinceramente entre ele e um porto para a sobremesa, que me desculpem meus ancestrais mas prefiro esse! A foto fico devendo. Ganha fácil de muitos Amarones também.
Vale ressaltar também que eles fazem um espumante de Tannat (!!!), que infelizmente não havia para ser degustado. Realmente a Pisano se fez um local a ser visitado quando no Uruguai.
Pude degustar também alguns vinhos da Domaine Faiveley, famoso produtor da Borgonha que é considerado uma das maiores fontes de vinhos de alta qualidade da região, e que é o maior proprietário de vinhedos finos da Borgonha, incluindo boas parcelas de Grand Crus e Premier Crus, engarrafados artesanalmente e sem filtração.
Provei o Nuits-Saint-Georges (excelente), o Gevrey-Chambertin (muito bom mas preferi o estilo do Nuits-Saint-Georges) e o Clos des Cortons, que não gostei muito. Esse vinho na safra 2009 ganhou mais pontos do ST que o Domaine de la Romanée Conti.
Na Bollinger pude provar a linha Ayala de entrada, bem frescos e com ótima qualidade, infelizmente chegam por aqui inflacionados (temos coisa melhor por aqui), e os famosos Bollinger, bem diferentes dos onipresentes Moët & Chandon e Veuve Clicquot, que o brasileiro acaba pagando caro sem necessidade.
Tive a honra de degustar também o Millesimé 2002, mas que infelizmente teve problemas com a rolha e não estava em todo o seu esplendor, embora ainda assim seja algo notável.
Por fim coloco aqui a foto do Chryseia, famosíssimo vinho do Douro que se mostrou extremamente elegante e ao mesmo tempo bastante expressivo, um belo vinho mas que sinceramente não sei porque alcança valores altos por garrafa. Uma pena.
No mais, o evento é muito bem organizado, bem servido inclusive de pães e queijos, não há acotovelamento nos stands e o fato de você falar direto com o produtor e muitas vezes proprietário torna-o único e melhor que todos os outros do gênero. Parabéns à Mistral e a todos os expositores que lá estiveram, mas fica aqui a dica: fazer em dois dias no Rio de Janeiro também, assim a gente tem tempo de visitar tudo (ou quase tudo)!
Os vinhos de Aleanna são muito bons e também Catena. Varreu o recente pontuações Parker, que fala da boa mão de Alejandro Vigil.
ResponderExcluirSim, a Aleanna (El Enemigo) fez bonito, em conjunto com os já referências Catena Adrianna Vineyard.
ExcluirAbraços!
Felipe,
ResponderExcluirConcordo com suas afirmações sobre o evento. Tenho que tomar vergonha e escrever as minhas!
Abraço,
Jorge
Corri pra escrever para não esquecer e/ou perder minhas anotações... Um belo evento, tinha que ser dois dias no Rio também.
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