Vinho bebido em restaurante, num jantar com minha querida Isis.
Infelizmente pagamos muito mais do que na Decanter (eles estão em vários restaurantes!), que já não é uma importadora barata. E infelizmente também não tirei foto. Então vai a foto comercial...
Mas isso de lado, é um ótimo Chardonnay, madeira de leve sem queimar a acidez, as frutas estão lá e além de untuoso (jargão terrível mas incrivelmente cabível) a persistência do vinho é ótima, e a boca fica salivando.
Casou bem com um risoto. Gostamos bastante, Isis mais do que eu (ela adora os Chards).
Eu gosto do Sauvignon Blanc deles. Aliás, eu gosto de Sauvignon Blanc, e gosto dos Sauvignon Blanc de Santa Catarina (São Joaquim e Vale do Contestado -> Suzin, Hiragami, Quinta da Neve, Vila Francioni, Villagio Grando).
Outros blogs que provaram-no: Enodeco, Jeriel.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$75,00 (ui) mas na Decanter custa R$50,35 (sem o frete). Nessa loja tem também.
Site -> ???
“No vinho estão a verdade, a vida e a morte. No vinho estão a aurora e o crepúsculo, a juventude e a transitoriedade. No vinho está o movimento pendular do tempo. Nós mesmos somos parte do vinho e da vinha. No vinho espelha-se a vida”. (Roland Betsch)
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Simcic Sivi Pinot
Conheci a Simcic através de uma degustação na SBV, comentada aqui.
A Eslovênia é um país muito interessante no quesito vinhos, mas pouca coisa chega aqui, pela falta de importadores interessados e também por conta da população de lá consumir bastante seus ótimos vinhos.
Por ocasião do meu aniversário, rumei com minha amada Isis e minha querida sogra para uma recém-inaugurada deli no bairro do Ingá, em Niterói.
Não foi minha primeira opção (havia pedido um Quinta da Neve Sauvignon Blanc do qual gostamos bastante). Como queríamos um branco por conta do calor que fez no dia, optei por ele para que elas pudessem experimentar um vinho esloveno.
Toda a "crocância" da pinot grigio, numa versão mais alcoólica e ácida, num quê de limão e maçã, ao nariz e na boca.
A Pinot Grigio é uma uva que geralmente é colhida cedo, para manter acidez visto que no geral possui baixa acidez. Os vinhos feitos com ela mais madura chegam a ser um pouco enjoativos. Encontrei italianos e americanos assim.
A Pinot Gris é a mesma uva. Mas geralmente os estilos são um pouco diferentes. Vai entender...
Muito refrescante, é um vinho interessante mas o preço cobrado é exagerado. Geralmente é um vinho para se beber jovem, mas sinceramente acho que esse estilo da Simcic aguenta um tempinho na garrafa...
Embora seja vinho branco, a Pinot Grigio não é uma uva essencialmente "branca":
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$110,00; é importado pela Decanter.
Site -> Simcic.
domingo, 16 de novembro de 2014
A Lisa 2008
Comprei esse há bastante tempo, pelo site da Vinci.
A Vinci é o braço mais alternativo da Mistral, trazendo bons vinhos a preços mais, digamos, amigáveis. Pelo menos era isso o que eu encontrava na época.
Esse A Lisa foi uma boa surpresa. É um vinho da Bodega Noemía, famosa e bem pontuada pelo titio Parker, principalmente pelo seu vinho ícone Noemia. Além dele há o J.Alberto e um A Lisa Rosé.
Seus vinhos são da patagônia Argentina, fria, seca. Está situada basicamente no meio do deserto.
Na taça, coloração bem rubi, denotando menos concentração e um brilho interessante.
Os aromas são deliciosos, mineral, conserva, tostado doce, algo de frutas pretas e silvestres. Tem cravo, canela ou algo mesclando esses dois. Daria pra usá-lo de perfume rs.
Um Malbec leve, com pequeno corte de Merlot, que se apresenta com menos concentração mas com boa carga tânica, embora marque presença sem perder a elegância. A acidez é correta e o vinho é muito gostoso. Daqueles que você vai bebendo aos poucos, apreciando, mas mesmo assim se deixar a garrafa vai acabar rápido.
Me fez lembrar do Loma Larga Malbec 2008 (que aliás é Chileno e vem de outra região tida como fria, talvez menos que a Patagônia) e do Bressia Profundo.
Gostei do estilo e recomendo a compra. Ah, pra quem se guia pelo estilo RP, ganhou 91 pontos.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> na época R$63,85 sem frete. Hoje, veja aqui (uma pena).
Site -> Bodega Noemía de Patagônia.
Cavalleri Chardonnay 2012
Mais um interessante Chardonnay brasileiro.
Há algum tempo eu me perguntava o porquê de ainda não conhecer um bom Chardonnay brasileiro se produzimos espumantes de nível mundial.
Bom, isso mudou ao provar o Salton Virtude Chardonnay 2011. Há pouco tempo foi o Sopra Chardonnay 2012.
Somado a isso, a passagem por barris também costuma não agradar, onde para mim a maioria fica enjoativo.
Vamos ao vinho.
Na taça trouxe um amarelo forte, dourado. Bonito.
O nariz nos brindou com algo próximo a um mel bem suave, bem fino, abacaxi e um quê de manteiga.
Na boca acidez gentil, sensação untuosa, sente-se que passou em madeira, não apresenta muita fruta; finaliza "salgadinho" e traz boa persistência. Me lembrou aquela manteiga quando derrete, líquida. Não tem nada de doce no final e isso me agradou muito. Um vinho nacional diferente do que encontramos por aí.
Confesso que fiquei intrigado como e porque o final trazia essa sensação mais mineral, bem mineral na verdade.
Outro ponto interessante: 12% de álcool.
São 3.000 garrafas produzidas, tive o prazer de degustar a de número 2.112.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$35,90 na Vinumday. Valeu muito o preço pago.
Site -> Cavalleri.
Há algum tempo eu me perguntava o porquê de ainda não conhecer um bom Chardonnay brasileiro se produzimos espumantes de nível mundial.
Bom, isso mudou ao provar o Salton Virtude Chardonnay 2011. Há pouco tempo foi o Sopra Chardonnay 2012.
Somado a isso, a passagem por barris também costuma não agradar, onde para mim a maioria fica enjoativo.
Vamos ao vinho.
Na taça trouxe um amarelo forte, dourado. Bonito.
O nariz nos brindou com algo próximo a um mel bem suave, bem fino, abacaxi e um quê de manteiga.
Na boca acidez gentil, sensação untuosa, sente-se que passou em madeira, não apresenta muita fruta; finaliza "salgadinho" e traz boa persistência. Me lembrou aquela manteiga quando derrete, líquida. Não tem nada de doce no final e isso me agradou muito. Um vinho nacional diferente do que encontramos por aí.
Confesso que fiquei intrigado como e porque o final trazia essa sensação mais mineral, bem mineral na verdade.
Outro ponto interessante: 12% de álcool.
São 3.000 garrafas produzidas, tive o prazer de degustar a de número 2.112.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$35,90 na Vinumday. Valeu muito o preço pago.
Site -> Cavalleri.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
CBE: Sopra Chardonnay 2012
Todo mês nós blogueiros afiliados ao enoblogs degustamos um vinho relacionado a um tema escolhido por um dos participantes. Mês passado fui eu. Esse mês o tema foi da Juliana do Vou de vinho.
O tema proposto foi: "vinho branco brasileiro de qualquer valor".
Havia lido a respeito desse vinho ao lado na internet, e decidi experimentá-lo. Comprei-o direto da vinícola, que se localiza em Campos de Cima da Serra. Aliás essa é uma boa prática, o vinho sofre menos com armazenagens inadequadas, apenas o trajeto que o pune.
A primeira vez que conheci um vinho desse terroir foi com o RAR Cabernet-Merlot 2005.
Essa região é uma região bem fria de nosso país, também conhecida como Campos de Vacaria (a maior cidade da área), fazendo fronteira com Santa Catarina. Invernos longos e muito frios, verões secos, às vezes não parece o Brasil que geograficamente compõe a maior parte do território. Os vinhedos variam de 950 a 1200m acima do nível do mar. Pra se ter uma idéia, é mais alto que a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.
Mas vamos ao vinho.
Ao sacar o lacre, tive um pequeno susto que me deixou apreensivo: a rolha estava um pouco defeituosa.
Como não sou de avaliar vinho pela rolha, tratei de abri-lo e prová-lo.
Bonita cor amarela bem clarinha. Muito transparente e um pouco brilhante.
O nariz traz muita fruta cítrica e branca, ensaiando frescor. A boca confirma isso, com boa acidez, o álcool é notado muito de leve e não incomoda (12%). Apresenta um algo mais, uma certa untuosidade que me deixou intrigado visto que o vinho não passa em madeira (o termo unoaked nos informa isso).
O final dele que apresentou um leve amargor e acredito que pode ter sido pela falha de vedação. Mas não tirou o brilho do vinho, embora tenha me deixado com a pulga atrás da orelha.
A Alessandra, do Dama do Vinho, escolheu o mesmo vinho e descreveu-o muito bem, e o mais interessante que nossas impressões foram parecidas. Credito isso à qualidade do vinho, que aliás concordo com ela em mais uma coisa: acabou muito rápido!
Juntamente com o Salton Virtude, dos melhores Chardonnay nacionais. Fogem do lugar comum.
São apenas 1200 garrafas. A versão com passagem em madeira já se esgotou (eram poucas 459 garrafas). Ainda produzem também um Merlot e no site há promessa para novos lançamentos. Aguardemos...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$55,00 mais frete de R$10,00. Gostei desse frete mais em conta.
Site -> Vinhedos Entre Rios.
O tema proposto foi: "vinho branco brasileiro de qualquer valor".
Havia lido a respeito desse vinho ao lado na internet, e decidi experimentá-lo. Comprei-o direto da vinícola, que se localiza em Campos de Cima da Serra. Aliás essa é uma boa prática, o vinho sofre menos com armazenagens inadequadas, apenas o trajeto que o pune.
A primeira vez que conheci um vinho desse terroir foi com o RAR Cabernet-Merlot 2005.
Essa região é uma região bem fria de nosso país, também conhecida como Campos de Vacaria (a maior cidade da área), fazendo fronteira com Santa Catarina. Invernos longos e muito frios, verões secos, às vezes não parece o Brasil que geograficamente compõe a maior parte do território. Os vinhedos variam de 950 a 1200m acima do nível do mar. Pra se ter uma idéia, é mais alto que a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.
Mas vamos ao vinho.
Ao sacar o lacre, tive um pequeno susto que me deixou apreensivo: a rolha estava um pouco defeituosa.
Como não sou de avaliar vinho pela rolha, tratei de abri-lo e prová-lo.
Bonita cor amarela bem clarinha. Muito transparente e um pouco brilhante.
O nariz traz muita fruta cítrica e branca, ensaiando frescor. A boca confirma isso, com boa acidez, o álcool é notado muito de leve e não incomoda (12%). Apresenta um algo mais, uma certa untuosidade que me deixou intrigado visto que o vinho não passa em madeira (o termo unoaked nos informa isso).
O final dele que apresentou um leve amargor e acredito que pode ter sido pela falha de vedação. Mas não tirou o brilho do vinho, embora tenha me deixado com a pulga atrás da orelha.
A Alessandra, do Dama do Vinho, escolheu o mesmo vinho e descreveu-o muito bem, e o mais interessante que nossas impressões foram parecidas. Credito isso à qualidade do vinho, que aliás concordo com ela em mais uma coisa: acabou muito rápido!
Juntamente com o Salton Virtude, dos melhores Chardonnay nacionais. Fogem do lugar comum.
São apenas 1200 garrafas. A versão com passagem em madeira já se esgotou (eram poucas 459 garrafas). Ainda produzem também um Merlot e no site há promessa para novos lançamentos. Aguardemos...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$55,00 mais frete de R$10,00. Gostei desse frete mais em conta.
Site -> Vinhedos Entre Rios.
domingo, 19 de outubro de 2014
ICMS: na teoria não aumentará os preços; na prática a história é outra...
Após conhecer a teoria por trás da substituição tributária do ICMS no RJ, O Globo publicou uma reportagem muito interessante que traz à tona a realidade do problema:
Como o lojista precisará recolher o imposto da venda antes de vender, o problema pode ser fluxo de caixa. E assim, pode ser que necessite de empréstimo.
Para pagar o empréstimo e manter sua margem, precisará aumentar os preços. Aumentando os preços, quem paga?
Um chateau tax para quem acertar...
Como o lojista precisará recolher o imposto da venda antes de vender, o problema pode ser fluxo de caixa. E assim, pode ser que necessite de empréstimo.
Para pagar o empréstimo e manter sua margem, precisará aumentar os preços. Aumentando os preços, quem paga?
Um chateau tax para quem acertar...
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Como guardar seus vinhos
Cito aqui o esclarecedor infográfico do meu amigo Ariel, do Vinarquía, na primeira edição de sua ótima revista (gratuita a partir de seu blog). Se você tem dúvidas sobre o armazenamento de suas garrafas, aqui está uma imagem esclarecedora:
Ainda que a posição horizontal atualmente tenha entrado em questão, inclusive com matéria na última edição da revista adega, as demais instruções são essenciais.
Se você ainda não possui uma adega ou geladega (minha adega é uma grande geladeira só para vinhos), convém procurar um lugar com menor variação de temperatura possível, e se possível sem vibração.
Tradução:
Pouca luz ou escuridão. Nada de luz natural.
Boa circulação de ar.
Posição horizontal.
Evitar vibrações.
75% de umidade (Talvez a mais difícil de se conseguir).
Fonte: Vinarquía
Ainda que a posição horizontal atualmente tenha entrado em questão, inclusive com matéria na última edição da revista adega, as demais instruções são essenciais.
Se você ainda não possui uma adega ou geladega (minha adega é uma grande geladeira só para vinhos), convém procurar um lugar com menor variação de temperatura possível, e se possível sem vibração.
Tradução:
Pouca luz ou escuridão. Nada de luz natural.
Boa circulação de ar.
Posição horizontal.
Evitar vibrações.
75% de umidade (Talvez a mais difícil de se conseguir).
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
ICMS no vinho: entenda mais um aumento nos impostos
O Estado do Rio de Janeiro, a partir de 1 de novembro, alia-se aos outros estados no sistema de substituição do ICMS.
O que isso nos afeta? O preço do vinho vai - pasmem - subir. E de quebra, pequenos comerciantes e lojas especializadas serão mais penalizados.
Quer entender? Três artigos que resumem a tristeza:
IBPT - Instituo Brasileiro de Planejamento e Tributação
Conexão Francesa por Rogerio Rebouças
Portal Contábeis
Esse blog tem lugar de destaque para o vinho nacional, e sempre reclamo aqui do preço pago pelos ótimos vinhos nacionais, muitas vezes sendo preterido aos demais - também ótimos - vinhos sulamericanos, fazendo coro aos que dizem que o vinho nacional não sofre por sua qualidade mas pelo preconceito para com ele. Agora, adicionado ao preconceito, com a substituição do ICMS o vinho importado vai ficar ainda mais barato.
Qual a saída? Talvez comprar vinho brasileiro lá fora... Já imaginou? Ou então parar de beber...
Pelo jeito é isso que o governo deseja.
O que isso nos afeta? O preço do vinho vai - pasmem - subir. E de quebra, pequenos comerciantes e lojas especializadas serão mais penalizados.
Quer entender? Três artigos que resumem a tristeza:
IBPT - Instituo Brasileiro de Planejamento e Tributação
Conexão Francesa por Rogerio Rebouças
Portal Contábeis
Esse blog tem lugar de destaque para o vinho nacional, e sempre reclamo aqui do preço pago pelos ótimos vinhos nacionais, muitas vezes sendo preterido aos demais - também ótimos - vinhos sulamericanos, fazendo coro aos que dizem que o vinho nacional não sofre por sua qualidade mas pelo preconceito para com ele. Agora, adicionado ao preconceito, com a substituição do ICMS o vinho importado vai ficar ainda mais barato.
Qual a saída? Talvez comprar vinho brasileiro lá fora... Já imaginou? Ou então parar de beber...
Pelo jeito é isso que o governo deseja.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Número 1 da revista vinarquía!!!
O excelente blog Vinarquía, de Ariel Rodríguez, agora é uma revista.
O que eu gosto do blog é que ele sempre nos brinda com informações direto da fonte e artigos muito bem escritos. Agora, ele virou revista!
Sugiro a leitura de ambos (em espanhol).
Antucura La Folie 2012
Provei este vinho ontem, na Grand Cru de Niterói. Recentemente figurou no painel promovido pela Decanter com vinhos argentinos, tendo como tema a Cabernet Franc.
Este vinho não é um varietal, mas um blend. E a nossa amada Cabernet Franc não é a base dele, muito pelo contrário. Um complexo corte de Malbec, Merlot, Syrah, Cabernet Franc, Petit Verdot e Cabernet Sauvignon.
Mas o interessante é que tanto a Cabernet Franc quanto a Petit Verdot são uvas que aportam suas características aos blends, ainda que suas proporções não sejam as maiores.
Nesse caso o blend é:
32% Malbec, 30% Merlot, 16% Syrah, 9% Cabernet Franc (olha ela aí), 9% Petit Verdot, 4% Cabernet Sauvignon. Uma alquimia.
Pois bem, para mim o vinho tinha uma bela cor (veja na foto) para um vinho jovem, seus aromas estavam escondidos e ele precisou de um tempo para se abrir. Pude divisar facilmente algo como um chocolate e grafite, e também algo herbáceo/mentolado. Eram muito bons os aromas. O álcool de vez em quando dava leve queimada nas narinas (são quase 15% de álcool!).
Na boca um conjunto bem arrumado de acidez, taninos, frescor, madurez na medida.
O vinho na minha opinião foi muito bem descrito pelos pros, o que me deixou feliz pois pude concordar com quase tudo, inclusive que ele ainda tem uns anos pela frente, eu inclusive o abriria daqui a dois ou três anos. Só não achei os aromas de pimenta preta recém-moída deles (desculpem-me).
Ganhou 92 pontos nesse painel, então se você gosta de se guiar pelas pontuações é mais uma das opções com pontuações altas a preços mais "convidativos" da Grand Cru, fugindo à hegemonia dos espanhóis desse grupo. Não que sejam ruins (eu sou fã dos vinhos espanhóis), mas bebi alguns que não achei que eram tão notáveis assim. Questão de opinião.
E ainda por cima o rótulo é bonito, então também serve para dar de presente.
O colega blogueiro João Ratão não achou nada de mais. Eu gostei.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$68,00 na Grand Cru.
Site -> Antucura.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Peruzzo Cabernet Franc 2012: vinho brasileiro sem madeira para a #CBE
Como todo início de mês, nós confrades da Confraria Brasileira de Enoblogs temos que degustar um vinho relativo ao tema escolhido por um dos confrades.
Este é um post atrasado, na verdade era pra ter sido escrito para o tema do mês de agosto, escolhido pelo Evandro Gonçalves do Vinhos que Provo.
O tema era: vinho tinto brasileiro de qualquer preço sem passagem por madeira.
Pois bem, escolhi esse após prová-lo numa degustação da Peruzzo na Mondovino, no Recreio. Pude degustar o Merlot, o Cabernet Sauvignon e esse Cabernet Franc, que não passa por madeira.
Belo vermelho rubi, a idéia é de média concentração.
De início o álcool estava presente mas rapidamente se estabilizou, divisei frutas e herbáceos, leve mentolado também.
Bem gostoso em boca, boa acidez, preferi-lo sozinho a acompanhado por comida. Taninos presentes, mais fruta e herbáceos, estrutura boa e final médio, deixa um gostinho parecido a chocolate. Gostei, bom exemplar da cepa!
A Peruzzo localiza-se na Campanha Gaúcha, região ainda relativamente pouco explorada mas que já havia sido identificada com grande potencial vitivinícola desde 1973, por conta de levantamento agroclimático da Universidade de California - Davis e da Universidade Federal de Santa Maria em conjunto com a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul. Fonte: Vinho e Arte.
Adolfo Lona supervisiona tudo.
Outros blogs que provaram-no: Le Vin au Blog e Vou de Vinho.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$39,00 na Mondovino.
Site -> Peruzzo.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Mas des Bressades 2011
Este foi degustado num restaurante na primeira noite em NY com minha noiva, mês passado, numa creperia.
Boa carta de vinhos, decidi optar por esse por conta da Viognier. Depois descobri que não era somente Viognier, mas um corte (meio a meio) com Roussane. Segundo o contrarrótulo, são as duas variedades nobres do vale do Rhône.
Os vinhedos da Mas de Bressades estão localizados entre Nîmes e o Rhône.
São 13.5% de álcool num amarelo claro com nuances verdes. Aromas de limão, manteiga e pão tostado. Álcool aparece também.
Na boca boa acidez, frutas de polpa branca e final com leve queimado adocicado, com o álcool repetindo o nariz. Nota-se claramente a madeira no vinho.
Bom vinho, interessante para conhecer.
Nota -> 3 de 5.
Preço -> Não me lembro.
Site -> Mas de Bressades
Boa carta de vinhos, decidi optar por esse por conta da Viognier. Depois descobri que não era somente Viognier, mas um corte (meio a meio) com Roussane. Segundo o contrarrótulo, são as duas variedades nobres do vale do Rhône.
Os vinhedos da Mas de Bressades estão localizados entre Nîmes e o Rhône.
São 13.5% de álcool num amarelo claro com nuances verdes. Aromas de limão, manteiga e pão tostado. Álcool aparece também.
Na boca boa acidez, frutas de polpa branca e final com leve queimado adocicado, com o álcool repetindo o nariz. Nota-se claramente a madeira no vinho.
Bom vinho, interessante para conhecer.
Nota -> 3 de 5.
Preço -> Não me lembro.
Site -> Mas de Bressades
Marques de Casa Concha Carmenère 2009
A linha Marques de Casa Concha é a primeira linha séria da Concha Y Toro na minha opinião. Casilleros del Diablo são altamente bebíveis, Trio e a Serie Riberas trazem coisa boa de vez em quando, mas realmente a coisa fica séria a partir da Marques de Casa Concha.
O problema é que por aqui alcança um custo absurdo, quase três vezes mais os preços praticados no país de origem.
Bom, este tem uvas de Peumo, tida como a melhor região para a Carmenère para muita gente. Não esquecendo que encontramos muita coisa boa vinda do Colchagua (especialmente na microrregião de Apalta, com Viña Montes e um pouco mais longe com Casa Silva e Santa Helena) e do Aconcagua (Von Siebenthal principalmente).
Não é o top Carmenère da CyT, depois dele tem o famigerado Carmín de Peumo, tido algumas vezes pelo Descorchados como o melhor Carmenère do Chile.
Foi aberto antes da pizza que foi escoltada pelo Dal Pizzol Cabernet Sauvignon do post anterior.
Estava púrpura, escuro, denotando concentração. Engraçado que o halo já estava transparente.
Aromas tostados, defumados (caramba, carmenère defumada?), nada de herbáceos, muita fruta preta, baunilha. Taninos presentes, veludo puro. Leve acidez e chega a dar uma pequena impressão adocicada, mas passa longe de ser enjoativo, com um final bem gostoso e azedinho. Extremamente agradável, daqueles que todos vão beber com prazer.
Acho que agora estão vendendo a safra 2011...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> Sei lá.
Site -> Concha y Toro.
P.S.: Este é o post de número 300 !!!
O problema é que por aqui alcança um custo absurdo, quase três vezes mais os preços praticados no país de origem.
Bom, este tem uvas de Peumo, tida como a melhor região para a Carmenère para muita gente. Não esquecendo que encontramos muita coisa boa vinda do Colchagua (especialmente na microrregião de Apalta, com Viña Montes e um pouco mais longe com Casa Silva e Santa Helena) e do Aconcagua (Von Siebenthal principalmente).
Não é o top Carmenère da CyT, depois dele tem o famigerado Carmín de Peumo, tido algumas vezes pelo Descorchados como o melhor Carmenère do Chile.
Foi aberto antes da pizza que foi escoltada pelo Dal Pizzol Cabernet Sauvignon do post anterior.
Estava púrpura, escuro, denotando concentração. Engraçado que o halo já estava transparente.
Aromas tostados, defumados (caramba, carmenère defumada?), nada de herbáceos, muita fruta preta, baunilha. Taninos presentes, veludo puro. Leve acidez e chega a dar uma pequena impressão adocicada, mas passa longe de ser enjoativo, com um final bem gostoso e azedinho. Extremamente agradável, daqueles que todos vão beber com prazer.
Acho que agora estão vendendo a safra 2011...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> Sei lá.
Site -> Concha y Toro.
P.S.: Este é o post de número 300 !!!
Dal Pizzol Cabernet Sauvignon 2009
Tirando o atraso... Ainda tenho alguns posts a redigir!
Esse foi bebido na casa da cunhada e do concunhado, enquanto terminávamos uma pizza e tomávamos conta do pequeno Arthur, ligado no 380V.
Primeiro vinho da Dal Pizzol que bebi. E gostei desse.
Após 5 anos, a aparência era de um vinho evoluído, com halo transparente e cor já puxando pra um vermelho mais "cansado". Aromas incrivelmente frutados apesar da aparência evoluída.
Paladar de boa acidez e taninos amaciados, sabor a frutas maduras sem serem doces (como é isso?). O final é persistente sem ser doce. Gostoso, um Cabernet Sauvignon que segue mais um estilo "velho mundo", com mais acidez e menos concentração, com notas balsâmicas. Parecido ao estilo do Cabernet Sauvignon da Maximo Boschi e da Cordilheira de Santanna, embora o Boschi tenha mais taninos e longevidade, e o Santanna madeira mais evidente.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> não faço a mínima idéia do quanto foi pago.
Site -> Dal Pizzol.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Schramsberg Blanc de Blancs 2011: americano também faz bom espumante
Mais um post rápido.
Esse foi degustado por nós (Eu e minha amada Isis) num restaurante em São Francisco, em nossa recente viagem aos EUA.
A Schramsberg produz espumantes no vale do Napa, fica às "margens" da Sta Helena highway, a mesma onde se encontram a Robert Mondavi, Opus One, entre outras.
Infelizmente não pude visitá-la, mas experimentei um dos espumantes no mesmo dia, no jantar. A Damadovinho esteve por lá, o post dela está bem completo!
Este foi o primeiro Blanc de Blanc produzido nos EUA, em 1965. Seus espumantes fazem parte dos eventos oficiais do governo americano.
O Nariz traz pão quentinho, o perlage é belo.
A boca tem boa cremosidade e concentra em maçã verde e algo mais lima-limão ao final, que é marcante.
Um belo espumante mas o preço pago foi alto (restaurante...) e não me conquistou totalmente. Sugerem venda a US$38,00 o que ainda se configura num alto preço para nós Brasileiros pois em cima disso ainda virão so impostos, frete, margens, etc...
Acho que não é vendido no Brasil.
Enfim, é bom mas é caro. Mr. Geisse faz um belíssimo também que compete de igual pra igual (ou talvez até melhor, mas daí vai de cada um).
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> US$60,00 (caro) no Jasper's
Site -> Schramsberg
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Meu tema para a #CBE: Cabernet Franc! Logis de la Bouchardière
Pessoal, no início do mês fui surpreendido pelo Alexandre dizendo: "Esse mês você escolhe o tema".
Sou um fã confesso da Cabernet Franc e da Sauvignon Blanc. O lado herbáceo e o frescor das duas me agrada muito.
No último ano bebi muitos Sauvignon Blanc mas poucos Cabernet Franc. Não há muitos disponíveis no mercado brasileiro mas toda vez que abro um, não me arrependo. E ainda sonho com o Cheval Blanc...
Pois bem, não pensei duas vezes e dei o tema ao Alexandre.
A Cabernet Franc tem estado na mídia especializada, principalmente na Argentina, depois que o Alejandro Vigil, enólogo chefe da Catena e um cara pessoalmente muito simpático e atencioso (conheci-o no encontro Mistral) conseguiu a maior nota já dada pelo tio Parker para um vinho com ela.
E não parou por aí, a Decanter Magazine também ressaltou seus vinhos e blends com a Cabernet Franc, e recentemente a Wines of Argentina organizou um painel de degustação somente com exemplares feitos com a uva.
O lado bom? Mais opções! O lado ruim? Preço subindo...
Claro que já havia bastante coisa além da dele, Humberto Canale, Pulenta, Lamadrid, tem bastante gente já lançando um aqui outro acolá com a uva. Parece que a Argentina busca alternativas à Malbec.
Mas deixemos isso de lado e falemos do vinho.
Escolhi um tradicional Chinon, para muitos a região-lar da Cabernet Franc.
O vinho tem um visual bem rubi, a impressão é de que a cor é mais evoluída que o vinho. Não é muito translúcido e parece até meio opaco, desconfiei de algo em suspensão mas infelizmente não pude decantar. Poucas lágrimas.
O nariz traz fruta bem fresca, chega até a dar um leve suadinho, e o indefectível pimentão verde. Algo de tostado no ar também dá as caras.
Na boca um corpo médio, acidez leve, frescor em alta e taninos bem presentes. Álcool bem integrado, o final é médio e traz um gosto meio tostado, achei um pouco estranho por conta do pouco tempo de barrica (4-6 meses), não me incomodou mas certamente incomodará os paladares mais delicados.
Um vinho bem clássico, e interessante. Uma pena custar tanto aqui no Brasil...
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$95,00 na Grand Cru.
Site -> Serge et Bruno Sourdais
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Boa compra (presente, jantar...): Amalaya tinto
Já havia degustado as safras 2007 e 2010 desse vinho, e agora tive a oportunidade de degustar a 2013. Infelizmente não as tenho comentada por aqui mas me pareceram assim à época (dados do winetag):
2007: Evoluiu rapidamente em taça. Final delicioso, com presença tostada e algo defumado. Excelente custo x benefício. Bela cor. 4 de 5.
2010: Perfumado, levemente "apimentado", final muito agradável. 4 de 5.
Esse vinho é um belo vinho para se dar de presente, tanto pela apresentação (um belo rótulo azul numa garrafa que lembra as alentejanas) quanto pelo caldo que vem nela.
Nas versões anteriores não me lembro de ver escrito "Malbec" no rótulo, e de fato este é um blend e não um varietal, mas acredito que por ser 75% Malbec optaram por classificá-lo assim. À ela juntam-se partes iguais de Cabernet Sauvignon e Syrah e 5% de Tannat.
O vinho tem uma cor púrpura, belas lágrimas, boa concentração, jugoso. Muita fruta e algo de pimenta ao nariz. A boca é uma delícia. Um belo vinho que infelizmente sobe de preço assustadoramente (será que é por que é bom?) e que já beira os R$55.
Uma dica essencial: dê tempo a ele, para que se abra.
Ah, esse vem de Salta, não é Mendoza. Pra mim os vinhos de Salta são mais elegantes que a média geral de Mendoza. São os vinhedos mais altos do mundo, há uma rápida explicação no post anterior sobre a versão branca dele.
Qual o legal aqui? A consistência desse vinho, uma aposta certeira para um presente ou para levar para um jantar.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> oscila na faixa R$50-60. Não pague mais que isso. Mais um importado pela Decanter.
Site -> Bodegas Amalaya.
Arzuaga Crianza 2008
Post rápido, tenho muita, mas muita coisa para colocar aqui no blog e estou bem atrasado.
Esse foi bebido no almoço de ontem na casa de minha querida sogra, na companhia dos cunhados e de minha amada noiva.
Um Ribera del Duero bem arredondado já após 6 anos. Já está na descendente mas ainda mantém acidez e taninos. Gostoso, fácil de beber e escoltou bem o almoço. Difícil achar algo além de fruta vermelha e balsâmicos. Esperava mais, embora tenha sido muito agradável bebê-lo, com boa textura e concentração.
Corte de 90% Tempranillo, 7% Cabernet Sauvignon e 3% Merlot. 16 meses de barricas.
Não é um vinho barato, embora esse meu querido cunhado tenha comprado já há um tempo.
Importado pela decanter, que não é conhecida pelos seus preços em conta...
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> oferecido pelo Milton Antonio, mas a Decanter importa.
Site -> Bodegas Arzuaga Navarro.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Koyle Reserva Syrah 2011
Apresentação: mais uma garrafa borgonhesa do estilo da do post anterior (RAR). Leve corte de 7% de Malbec.
Visual: o vinho é muito púrpura, textura densa mas não chega a ser totalmente turvo. Nariz: quando abri, nossa, subiu muita coisa: baunilha, flores, tostado leve de fundo, frutas vermelhas (engraçado que ao fundo). O chato é que quase tudo sumiu muito rápido.
Paladar: textura sedosa, taninos presentes mas nada agressivos. As frutas se repetem, sente-se o gosto de madeira, com um viés doce. A acidez é boa e o vinho é suculento. Gostoso. Morre rápido. O vinho começou surpreendendo, deu a impressão de ser daqueles vinhos que são mais do que parecem, muito acima da faixa de preço praticada. Mas aí os aromas sumiram e ficou uma relativa tristeza. A boca porém é uma delícia.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$64 na Grand Cru.
Site -> Koyle.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
RAR Collezione Pinot Noir 2011: o melhor?
Este vinho foi recentemente apontado na maior prova de vinhos brasileiros já realizada até hoje (856 rótulos de 108 vinícolas de 7 estados) divulgada durante a Expovinis 2014 como o melhor pinot noir do país.
RAR significa Raul Anselmo Randon, empresário que tem seu vinhedo em Campos de Cima da Serra-RS, a mais ou menos 1000m de altitude, e engarrafa seus vinhos na Miolo. Também faz um grana padano muito bom mas que tem crescido assustodoramente no preço. Além desse, essa linha Collezione tem o Merlot, o Viognier, um Gewurztraminer e tem o RAR homônimo que é um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot, geralmente bem próximo do meio a meio. Já bebi o Viognier em uma degustação e o RAR 2005 (gostei muito desse).
Apresentação: a garrafa é uma releitura da clássica borgonhesa, um pouco mais fina, muito utilizada para os vinhos da PN e no Chile também para alguns Syrah.
Visual: cor puxando para um rubi, translúcido. Passa a idéia de pouca concentração.
Nariz: começou muito bem, com frutas frescas e um tostado de leve. Não senti muito do lado rústico da PN. O "fundo de taça" é tostado puro e simples.
Paladar: é fácil de beber e conserva relativa fruta, embora note-se a madeira claramente. O álcool às vezes aparece um pouco. A concentração é pequena mas a impressão que se tem é que extraíram o máximo de taninos possível. O vinho é bem gostoso mas um dia depois na geladeira ele perdeu bastante, com o nariz praticamente morto e a boca muito rápida. Vale lembrar que usei a bomba para tirar o ar.
Melhor do Brasil? Eu não posso dizer isso porque provei poucos PN do Brasil, mas certamente é mais harmônico que a maioria dos Chilenos por aí, desde que você termine a garrafa toda no primeiro dia ;-)
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$55,9 numa pequena rede de mercados de bairro em Niterói que vende bastante vinho nacional.
Site -> Miolo.
Santa Helena Selección del Directorio GR Chardonnay 2012
Santa Helena Gran Reserva Chardonnay 2012. De novo ao ver um vinho branco de um vale que até hoje só me mostrou coisa boa, a um preço mais acessível que o de costume, fui instigado a comprá-lo. O vale em questão é o de Casablanca, ali pertinho de Valparaiso. A proximidade com o Pacífico ameniza a temperatura e dá mais frescor aos vinhos, que geralmente apresentam também traços mais minerais.
Apresentação: belo rótulo com uma diagramação bem feita embora eu ache que a frase marketeira da parte inferior poderia ser retirada. São 6 meses de barricas.
Visual: cor amarelo clara puxando para um dourado. Bem transparente.
Olfato: frutas maduras, abacaxi bem nítido domina. Manteiga também aparece, com algo de baunilha. No início o álcool dá uma leve queimadinha nas narinas (14%)
Paladar: em boca as frutas se repetem com o abacaxi dominando novamente. Boa acidez e o final é bem adocicado, sensação provocada pelo nível alcoólico e pelo barril.
Em 2012 estive no vale de Colchagua, na Casa Silva que é vizinha à Santa Helena. Infelizmente não pude visitá-la pois estava fechada. Possui bons vinhos, gosto bastante do Notas de Guarda.
Um bom vinho mas não é muito o meu estilo. Minha amada Isis adorou então ganhou mais meio ponto!
Nota -> 3.5 de 5.
Preço: R$48,90 no supermercado Pão de açúcar.
Site -> Santa Helena.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço: R$48,90 no supermercado Pão de açúcar.
Site -> Santa Helena.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Não acredita em terroir? Leia isso...
Muito se discute a respeito do terroir. Uns dizem ser conceito de marketing, outros ampliam esse conceito adicionando o homem como protagonista dele e principal fator de modificação.
Bom, uma coisa é certa: o "endereço" do vinho em breve poderá ser atestado, conforme apontam pesquisadores da Universidade da California Davis.
O texto está em inglês.
Bom, uma coisa é certa: o "endereço" do vinho em breve poderá ser atestado, conforme apontam pesquisadores da Universidade da California Davis.
O texto está em inglês.
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Viu Manent: consistência nos brancos e bons preços
Surpreendi-me com o Viu Manent Chardonnay Reserva 2013, em um restaurante. Tanto que recomprei-o (difícil recomprar um vinho mesmo que tenha gostado dele).
Ok, era um momento especial, mas se o vinho for mais ou menos ele não se tornaria bom por conta disso.
Dessa vez provei o Sauvignon Blanc da mesma safra e série (reserva), lembrando que no Chile essas denominações são dadas pelo fabricante, segundo o nível que ele acha que o vinho tem. Muito bom. De novo, traços minerais e um herbáceo agradável, surpreendente para um vale quente como o Colchagua. A acidez é bem gostosa.
Talvez o ano não tenha sido tão quente por lá, não sei...
Fato é que pela faixa de preço dessa linha (entre R$34 e R$40), são vinhos que apresentam uma boa qualidade.
Logo depois pude provar o Chardonnay 2012, que gostei menos que o 2013, por estar mais "doce" mas ainda assim um bom vinho.
Fato é: de novo parabéns à Viu Manent pelos belos exemplares.
Notas -> 3.5 de 5 para o Sauvignon Blanc e 3 de 5 para o Chardonnay.
Preço -> foi em restaurante mas o preço praticado por aí é o informado acima no post.
Site -> Viu Manent.
Ok, era um momento especial, mas se o vinho for mais ou menos ele não se tornaria bom por conta disso.
Dessa vez provei o Sauvignon Blanc da mesma safra e série (reserva), lembrando que no Chile essas denominações são dadas pelo fabricante, segundo o nível que ele acha que o vinho tem. Muito bom. De novo, traços minerais e um herbáceo agradável, surpreendente para um vale quente como o Colchagua. A acidez é bem gostosa.
Talvez o ano não tenha sido tão quente por lá, não sei...
Fato é que pela faixa de preço dessa linha (entre R$34 e R$40), são vinhos que apresentam uma boa qualidade.
Logo depois pude provar o Chardonnay 2012, que gostei menos que o 2013, por estar mais "doce" mas ainda assim um bom vinho.
Fato é: de novo parabéns à Viu Manent pelos belos exemplares.
Notas -> 3.5 de 5 para o Sauvignon Blanc e 3 de 5 para o Chardonnay.
Preço -> foi em restaurante mas o preço praticado por aí é o informado acima no post.
Site -> Viu Manent.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Ótimo custo benefício do vale de Leyda: LFE Sauvignon Blanc 2012
Luis Felipe Edwards Gran Reserva Sauvignon Blanc 2012.
"Os melhores brancos do Chile vêm dos vales de Casablanca e San Antonio."
Esta frase tem sido repetida à exaustão e confesso que os vinhos dessas duas áreas próximas uma da outra são realmente muito bons.
Não conheço muita coisa do Limarí, que é outro vale/região que também vem apresentando muita coisa boa no quesito brancos, então não posso dizer que essa frase é correta.
Fora as microrregiões que ainda não foram lançadas comercialmente, então acho que é uma frase forte demais no momento.
"Ah, então não é isso?" - Opa, independente dos dogmas e frases eternas, os vinhos desses vales são muito bons, muito bons. Eu mesmo sou um grande fã.
Então, vendo esse vinho oriundo do vale de Leyda, que fica localizado "dentro" de San Antonio, e já passou por aqui com diversos exemplares, a um preço bom, não hesitei em comprá-lo.
O vinho é importado diretamente pelo Pão de Açúcar, muito provavelmente por isso tenham conseguido essa melhor condição.
Bom, na taça apresentou uma amarelo bem bonito, brilhante, com nuances esverdeadas.
No nariz surpreendeu: ótima seleção de frutas de polpa branca, um viés adocicado e certa mineralidade.
Na boca a acidez toma conta, o dulçor é gostoso e as frutas se repetem, bem como a mineralidade ao final, que é bem persistente. Deixa um gosto bom.
Um pouco mais frutado que os outros exemplares que provei vindos do mesmo vale, mas como sabemos que a safra e principalmente a mão do enólogo influenciam bastante, traduziu-se num belo vinho de ótimo custo benefício.
Recomendo a compra, para quem gosta de vinho branco e para quem ainda não bebeu um vinho dos vales costeiros do Chile, que aportam bastante frescor e mineralidade.
São vinhos de elegância e muito saborosos.
Este vinho foi premiado no IWSC em Londres com o trófeu de Brancos Single Vineyard.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$34,90 no Pão de Açúcar.
Site -> LFE.
O vinho é importado diretamente pelo Pão de Açúcar, muito provavelmente por isso tenham conseguido essa melhor condição.
Bom, na taça apresentou uma amarelo bem bonito, brilhante, com nuances esverdeadas.
No nariz surpreendeu: ótima seleção de frutas de polpa branca, um viés adocicado e certa mineralidade.
Na boca a acidez toma conta, o dulçor é gostoso e as frutas se repetem, bem como a mineralidade ao final, que é bem persistente. Deixa um gosto bom.
Um pouco mais frutado que os outros exemplares que provei vindos do mesmo vale, mas como sabemos que a safra e principalmente a mão do enólogo influenciam bastante, traduziu-se num belo vinho de ótimo custo benefício.
Recomendo a compra, para quem gosta de vinho branco e para quem ainda não bebeu um vinho dos vales costeiros do Chile, que aportam bastante frescor e mineralidade.
São vinhos de elegância e muito saborosos.
Este vinho foi premiado no IWSC em Londres com o trófeu de Brancos Single Vineyard.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$34,90 no Pão de Açúcar.
Site -> LFE.
Herdade dos Coteis Tinto 2012
Bebi o branco desse vinho e gostei muito. Pelo preço cobrado, apresentou relativa qualidade.
Agora foi a vez do tinto, na verdade a Isis que o comprou, uma meia garrafinha, e sobrou um tico que aproveitei para provar.
É um alentejano correto, bem característico dos alentejanos de entrada, com taninos à mostra e final mais mineral. Vez por outra sente-se algo de fruta.
Vale a pena provar? Claro. É bem gostosinho e "barato". Ou seja, uma vez mais ele atendeu ao esperado.
Nota -> 3 de 5.
Preço -> R$19,90 acho.
Site - > Herdade dos Coteis.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Gran Tarapacá Reserva Sauvignon Blanc 2011
Post rápido.
O vinho estava altamente sem graça e com álcool muito aparente. Não sei se por conta de armazenamento, mas me pareceu ok a rolha e a garrafa.
Falo isso por conta do lugar onde consumi ter ficado fechado durante um tempo.
Fato é que não havia as características do Sauvignon Blanc. Não recomendo e não sei se vou tirar a prova real dele.
O Gran Reserva dessa cepa vem do vale de Leyda, não do Colchagua. Deve ser melhor.
Nota -> 1.5 de 5.
Preço -> R$37,00 a meia garrafa em restaurante.
Site -> Tarapacá.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Dios Ares Reserva Rioja 2006: a opção pelo melhor preço e maior evolução num restaurante
Qual enófilo por aí ainda não se viu na seguinte situação: escolher um vinho num restaurante caro, onde muitos nomes conhecidos figuram com valores estratosféricos completamente em desacordo com o que o vinho apresenta?
Pois é, nessas horas eu busco algo que possa nortear a escolha, que faça a dor de pagar o alto e absurdo valor por um vinho seja amenizada pelo menos num bom vinho.
Que bom que essa foi mais uma vez que consegui. É difícil, eu afirmo. Geralmente busco casar preço com idade e proposta do vinho, e é claro, vendo o que o pessoal sentado à mesa escolheu para comer.
Este vinho era um dos mais "baratos" da lista que continha bebês (falando de tintos, safras 2012, 2013) em sua maioria, que pelas opções certamente amarrariam a boca de todos à mesa, que conhecidamente prefeririam vinhos mais elegantes e menos vigorosos (sogra, cunhada e meu amor). Havia ainda a opção Crianza, mas optei pela Reserva.
Aproveito para deixar a crítica às cartas de muitos restaurantes: optam por nomes e não pela harmonização em si.
A Espanha é o país que tem essas denominações bem organizadas. No caso da denominação Rioja: Crianza, Reserva e Gran Reserva.
- Crianza: o vinho precisa amadurecer pelo menos 12 meses em barricas e mais 12 meses em garrafa.
- Reserva: o vinho precisa amadurecer pelo menos 24 meses em barricas e mais 12 meses em garrafa.
- Gran Reserva: o vinho precisa de 2 anos em barricas e 3 anos em garrafa.
Esse aqui passou 26 meses em barricas.
Pois bem, ele caiu como uma luva. Seus 8 anos nos brindaram com um caldo elegante e saboroso, jugoso como diriam meus amigos argentinos. Nuances adocicadas, fácil de beber, com fruta ainda presente.
Tudo no lugar, deu conta do recado e animou.
Curiosidade: Dios Ares é o Deus Ares, Deus da Guerra na Grécia Antiga.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> absurdos R$138,00 no restaurante.
Site -> Bodegas Pujanza.
Casajus Splendore
De cor essencialmente púrpura, formou uma cortina de múltiplas lágrimas lentas, muita fruta fresca e madura ao nariz, daquela que você abre pra comer e afirma: está no ponto!
Há algo herbáceo de leve também.
A boca é clássica de um tempranillo espanhol, taninos aveludados marcando de leve e tem algo de chocolate. Lembrei de um ótimo Tempranillo Argentino que bebi, o Q da Zuccardi, que aliás é superior a esse na minha opinião.
Bom vinho mas não é algo novo ou indubitavelmente superior a seus pares.
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$62,00 na Grand Cru.
Site -> Bodega J Alberto Calvo. Estranho que no site não há esse vinho...
Maximo Boschi Merlot 2004 #CBE (muito atrasado)
Este post deveria ter sido escrito para a CBE do mês de abril , conforme sugerido pelo Luis Cola, do Vinhos e mais vinhos: vinhos evoluídos com pelo menos dez anos de vida.
Conheci a Maximo Boschi através de um espumante de boas vindas em uma degustação na confraria carioca. Era o Maximo Boschi tradizionalle, e surpreendeu pela qualidade.
Mas o post não é sobre ele.
Numa outra degustação pude conhecer outro vinho deles, o Cabernet Sauvignon safra 2000, e isso já em 2012 se não me engano. Mostrou-se um belo vinho, evoluído mas ainda com certo vigor (!). Boa acidez, no meio de um monte de vinho gringo marcou sua presença sem fazer alarde.
Mas também não é sobre ele.
Esse Merlot 2004 eu comprei na Mondovino, um dos melhores lugares para se comprar vinho nacional no Rio de Janeiro, quando estive por lá depois de um bom tempo. A loja é muito boa, há boas opções a preços honestos e há muita coisa que eu só vi por lá.
Bom, ao abrí-lo fiquei um pouco preocupado com uns aromas um tanto fortes de algo como amônia. Decidi deixá-lo aberto por um tempo (um bom tempo). Ainda bem que dissiparam.
Na taça um rubi opaco, cansado, com nuances castanhas.
Os aromas transformaram-se em algo de fruta fresca, mas depois basicamente em notas balsâmicas e ervas secas, e um pouquinho de álcool que acabou por sumir. Há um quê de chocolate também.
Boca suave, pouca acidez, taninos apenas levantam a mão. Dá uma leve esquentada. Corpo médio e o final também eu classifico como médio.
Já está na fase final de sua vida mas devo dizer que o vinho é bem gostoso de ser apreciado, sem pressa, e que pra mim suportou bem os dez anos, fazendo jus ao que pretende a vinícola. Mas está na hora de ser bebido na minha opinião.
Pra quem gosta de vinhos evoluídos é um prato cheio, pra quem gosta de vinhos brasileiros é uma experiência para ver até onde podem ir os nacionais, e quem sabe até além.
São produzidas apenas 2700 garrafas, e essa que tive o prazer de conhecer foi a de número 535. Ganhou 91 pontos no guia adega de vinhos do Brasil 2012-2013.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$64,00 na Mondovino.
Site -> Maximo Boschi.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Salton Virtude Chardonnay 2011: mais uma grata surpresa
Este vinho foi um achado. Meu amigo Jorge, do Contando Vinhos, me mandou mensagem quando achou no Makro da Barra da Tijuca esse vinho.
A razão? O preço estava em R$22,50. Havia duas garrafas da safra 2011 e uma da 2012.
Não tive dúvida e pedi para ele comprar uma pra mim também.
Bom, abri o vinho e aqui estão minhas impressões:
Na taça um amarelo dourado bem bonito, bastante brilhante.
Ao nariz bastante coisa, manteiga, banana, tostado, traços de outras frutas brancas.
Confesso que imaginei que seria enjpoado na boca, por conta dos aromas e da passagem em carvalho. Para minha sorte, ledo engano...
A boca é bem séria, repete as frutas do nariz sem exagero, ótima acidez, o vinho tem um bom corpo e "gruda" na boca, dando uma limpada geral antes. Muito bom.
Já estava na hora de beber um brazuca desse nível feito com a Chardonnay, haja vista que temos ótimos espumantes feitos com base dela. Minha amada Isis adorou, virou fã!
Embora eu provavelmente não encontre mais a esse preço, pretendo comprar outras safras desse vinho para comparação.
Parabéns à Salton. Ganhou mais meio ponto por conta do ótimo preço rs.
Nota -> 4.5 de 5.
Preço -> R$22,50 (condições únicas, acredito que por serem as últimas garrafas)
Site -> Vinícola Salton. Há possibilidade de compra no site mas no momento esse vinho se encontra indisponível.
domingo, 20 de julho de 2014
Miolo Merlot Terroir 2011
Muitos enófilos sabem que a Merlot se adaptou bem ao vale dos vinhedos, na serra gaúcha. De lá saem bons vinhos com a uva. Este é um deles.
Com aromas bem pronunciados de frutas vermelhas (lembrei de mirtilo, pra mim o mais nítido de todos), alcaçuz, baunilha e um leve tostado. Algo de ervas e - acho eu - de mentol.
Na boca muito gostoso de beber, acidez leve, taninos aveludados, álcool integrado (14%), aquela sensação de madeira de primeira qualidade. Um vinho "internacional", fruto da parceria da Miolo com o famigerado Michel Rolland. Preferi ele "funcionando" sozinho do que com comida.
Após terminar, o "fundo de taça" é tostado puro. Bem gostoso.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> oscila entre R$85 e R$110 por aí, seja em mercados, lojas online ou lojas especializadas. Acho bem caro apesar de ser um vinho de boa qualidade.
Site -> Miolo.
terça-feira, 8 de julho de 2014
Encontro dos blogs: BebadoVinho e Contando Vinhos (Villagio Grando SB 2013 e Erasmo 2007)
Há tempos que estou para marcar com meu amigo Jorge para degustarmos alguma coisa. Esse vai e vem e a correria de nossas vidas nos impede muitas vezes de dar cabo de tudo o que queremos, ou somos nós que queremos demais? Sem contar nas dificuldades da vida urbana como trânsito, atrasos e etc.
Enfim, deixando a filosofia de lado, vamos aos vinhos que abrimos!
O Jorge trouxe uma surpresa, para que eu degustasse às cegas. Obviamente ao ser aberto vi que era um vinho branco, mas o máximo que cheguei de imediato foi à cepa: Sauvignon Blanc. Sabendo que gosto muito dessa uva, ele quis fazer uma pegadinha comigo, e confesso que funcionou!
O vinho de cara mostrou ter muito caráter e era extremamente agradável, um gole puxava outro. Sinceramente não conseguia descobrir exatamente de onde era, havia fruta mas também mineral, a boca era saborosa, acidez muito convidativa a um prato. Acabou em alta velocidade. Concentrei minhas cartas em dois países: França e Brasil. E acabou que era brasileiro:
Muito bom! Não o conhecia, o Jorge esteve recentemente em SC e visitou a serra catarinense e outros locais com produção vinícola, como o vale do Contestado, lugar de origem desse vinho maravilhoso e desconhecido da maioria da população brasileira.
Como foi às cegas, posso assegurar-me que minha opinião foi a que veio realmente dos sentidos excetuando-se o visual, que aliás influencia em nossas decisões e avaliações enormemente. Eu particularmente achei o vinho muito parecido a alguns Sancerre que bebi quando estive por lá no Vale do Loire, o que comentei aqui em dois posts.
Depois dessa ótima surpresa, foi a vez de abrir o vinho que havia separado para a ocasião. Na verdade apresentei ao Jorge algumas opções, sendo que escolhemos essa:
O Erasmo 2007 dispensa apresentações, pelo menos no que se refere ao pessoal enófilo e blogueiro, e a quem lê o guia descorchados de Patricio Tapia. Este vinho recebeu muitos pontos no guia descorchados (94 ou 95, não consegui descobrir com certeza haja vista a confusão que se vê na internet com respeito a essa informação). Fato é: um vinho com essa pontuação e menos de R$100,00 me levou a adquirí-lo para posterior prova.
Eis que surgiu o momento e posso dizer: não decepcionou. Mas vamos por partes.
Enquanto estávamos conversando e degustando o Villagio Grando, ele já estava aberto e respirando, sob temperatura controlada. E sinceramente acho que foi essencial, haja vista as informações recolhidas nos blogs amigos e escutando o que muitos outros falaram a respeito dele.
É um corte no estilo bordalês (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc), vinificadas em separado em aço inox e depois de "misturadas" vão para o descanso em barricas por 12 meses, para depois mais um ano de descanso em garrafa.
Não possui muita concentração apesar de relativamente escuro, mas ao nariz e na boca ele surpreendeu.
Encontramos muita coisa: bastante fruta, baunilha, tostado, traços de "xarope". Ervas, canela. De cara a gente chegou a pensar que havia Syrah no corte. O vinho realmente exala seus aromas com uma bela potência.
Na taça muitas lágrimas lentas, muito boa acidez e taninos bem marcantes mas nada agressivos. Arrisco a dizer que ainda aguenta mais tempo.
Quem já bebeu o Erasmo 2007: Vinho Para Todos, Leigo Vinho, Adega para Todos, Vinho e Gastronomia, Escrivinhos, Vivendo a Vida, Confraria 2 Panas, Tommasi no Vinho. Na Winetag também está cotado.
Notas -> 4.5 de 5 para os dois. Vinhaços.
Preço -> R$40,00 o Grando (na vinícola) e R$89,00 o Erasmo (na Lidador - mas tem bastante tempo).
Sites -> Villagio Grando e La Reserva de Caliboro. E o blog do Jorge: Contando Vinhos
sábado, 14 de junho de 2014
Mendoza de novo é assunto n'O Globo
Uma vez mais, Mendoza é assunto no jornal O Globo. Dessa vez, deram destaque ao vale de Uco, e algumas vinícolas não tão conhecidas quanto Catena Zapata, Trapiche, etc.
Comentaram sobre a Cobos e eu - que estive lá - reforço o coro: é uma das melhores visitas e degustações.
Leia.
Comentaram sobre a Cobos e eu - que estive lá - reforço o coro: é uma das melhores visitas e degustações.
Leia.
Domaine Marey Gevrey-Chambertin La Justice 2011
Meu primo Daniel trouxe para mim essa bela garrafa da Borgonha. A apelação Gevrey-Chambertin é a maior da Côte de Nuits, e a maior também em produção, quase dois milhões de garrafas/ano.
Localiza-se logo acima de Morey-St-Denis, seus vinhos são os mais tânicos, vigorosos, encorpados da Borgonha, e os Pinot-Noir mais longevos do mundo. Os Grand Crus alcançam cifras altas, principalmente na Inglaterra, onde são bastante apreciados.
No passado era apenas Gevrey, mas em 1847 o nome do vinhedo de maior prestígio, Le Chambertin, acabou sendo acrescentado ao nome da vila. E isso virou moda para várias vilas da Côte d'Or.
O vinho tinha cor bem rubi, translúcida.
Ao nariz muita fruta fresca, umas nuances "suadas", couro, aromas comumente encontrados em vinhos da pinot noir um pouco mais evoluídos.
Na boca pouco concentrado e acidez pungente, com uma textura aveludada e quem sabe terrosa. Algo mais adocicado como alcaçuz algumas vezes.
Um vinho muito bom.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> cerca de €18
Site -> Domaine Marey.
Fonte de dados-> Livros sobre vinhos e Internet.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Gran Lovara 2008
Na taça cortina de lágrimas lentas, com o vinho já apresentando uma cor de evolução, menos púrpura e mais vermelho, com nuances alaranjadas.
Nariz de fruta muito fresca (amora notadamente, comia-as no pé quando criança), com baunilha e leve tostado. Após um tempo, o tostado permaneceu e surgiu um defumado muito definido, a impressão era que estava cheirando algum embutido com temperos e aromas um pouco mais adocicados. Bem interessante.
Muito aromático esse vinho, o "fundo de taça" é cravo! Impressionante a nitidez.
Boca bem fresca, taninos puro veludo, fluido, a fruta continua a aparecer na boca, mas sem aquele dulçor, que na verdade é quase nenhum. Sente-se perfeitamente a madeira, que também não destoa. Acredito que o Sr. Rolland preste consultoria à produção deste vinho também, como faz com diversos para a Miolo.
Composto por 60% Merlot, 25% Cabernet Sauvignon e o restante de Tannat, na minha opinião quem se ditou o ritmo foi a Tannat, e se eu tivesse provado este vinho às cegas talvez não acertasse nada a respeito dele além de ter a Tannat no caldo. Pareceu ter um DNA italiano, em alguns momentos me lembrei de alguns chianti que já bebi (será que estou "viajando"? Sei que não tem nada a ver mas vinho é isso, a experiência e memória de cada um).
Os 13,5% de álcool não incomodam e são 12 meses de barris americanos e franceses.
Gosto muito do rótulo deste vinho, acho de bom gosto e simples sem perder a elegância. E atentem: traz informações em braile. Bela iniciativa.
Já havia bebido o 2005, o qual também gostei muito, e tirando esse bate-papo aqui, os colegas Fabiana Gonçalves, Jurandir, Beto Duarte, Daniel e Silvia também já comentaram esse vinho, cobrindo as safras 2005, 2006 e 2008.
É um vinho diferente da maioria dos vinhos brasileiros, bebi coisa parecida do Maximo Boschi numa degustação, vinhos bem evoluídos. Gostei desse também e recomendo!
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$64,90 no Hortifrutti.
Site -> Lovara.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Corralillo Winemaker's Blend 2009
Inicialmente havia comprado este para dar de presente a um amigo, mesmo sem tê-lo provado.
Mas, a 'precisão' como dizem os mais humildes trabalhadores da construção civil, me fez abri-lo.
Conheci os vinhos da Matetic pelo EQ Coastal Sauvignon Blanc, e depois pelo Corralillo Sauvignon Blanc. Muito bons, ultimamente em termos de vinhos chilenos tenho buscado aqueles oriundos dos vales costeiros do Chile, notadamente Casablanca e San Antonio, e outros micro vales nos arredores, como Leyda e Rosario, que é o caso desse vinho, e que fica dentro de San Antonio.
Na taça: escuro. Cortina densa de lágrimas.
Muita fruta fresca, com framboesa saltando às narinas. Há ainda chocolate e algo de especiarias. O álcool dá uma leve queimada no nariz.
Na boca o frescor manda, associado às frutas e ao álcool que não queimou a boca (embora o tenha feito ao nariz) num vinho fluido e nada óbvio, com certo viés de alta gama.
Tio Parker deu 92 pontos a ele. Eu também humildemente recomendo, embora por aqui passe dos R$100 :-(
O blend é composto de 63% Syrah, 16% de Cabernet Franc e Malbec e o restante de Merlot, sendo que cada vinho passa 12 meses em barris de carvalho francês separadamente para depois comporem o caldo.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$106,00
Site -> Matetic
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Bouza Tannat 2012
Na taça cor púrpura. Média transparência, nos passa a idéia de um vinho pouco concentrado.
Ao nariz muita fruta vermelha fresca, alcaçuz, baunilha. Fundo de taça tostado delicioso.
Boca fresca, leve, textura de carne. Desce fácil. Um Tannat domesticado e menos concentrado para alegrar a quem gosta de vinho. E a quem não conhece a Tannat.
Os taninos? Estão lá, presentes, mas não agridem. Álcool muito bem integrado, um vinho de qualidade mas pena custar tanto aqui no Brasil, que está literalmente acima do Uruguai. Chega a ser ridículo o preço praticado por aqui. Ainda mais sendo uma produção de mais de 40 mil garrafas, mais precisamente 40.992. Bebi a de número 309.
Apenas 10% passa em madeira, mas parece ser mais...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> Absurdos R$76,00 na Bergut Bistrô.
Site -> Bouza.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Alamos Chardonnay 2012
Mais um rapidinho. Vinho muito fácil de ser bebido, muito frutado e agradável. Amarelo citrino na taça, nariz frutadão, boca frutada quase adocicada. Desce escorregando lentamente e pedindo mais, e a garrafa vai embora fácil.
Los Alamos pertence à Catena, e além do visual muito bonito das garrafas apresenta bastante qualidade.
Nota -> 3 de 5.
Preço -> cerca de R$60 em restaurante.
Site -> Alamos.
Zorzal Terroir Único Chardonnay 2013 para o dia da Chardonnay
Post rápido. Esse vinho bebi para não passar o dia da Chardonnay em branco.
Uva branca mais conhecida, acredito que seja a mais plantada. Não é minha preferida mas já bebi coisa muito boa feita com ela.
Esse Zorzal passa em barrica mas uma boa mineralidade e o nível alcoólico impedem que ele se torne enjoado, realmente dá uma "esquentadinha". Aparecem as nuances adocicadas e de baunilha. As uvas são da zona baixa de Tupungato, que é uma área mais inclinada e ao sul de Luján de Cuyo, aos pés dos Andes.
De cor um pouco mais amarela que o comumente apresentado pelos Chardonnay sem passagem em madeira, nariz de frutas maduras, algo mineral (que é repetido em boca conforme dito acima) e uma leve manteiga e baunilha.
Curiosidade: Zorzal é um pássaro que se assemelha ao Sabiá Laranjeira:
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$ 50,00 na Grand Cru.
Site -> Zorzal.
domingo, 1 de junho de 2014
Remhoogte Chenin Blanc 2011 #CBE
Como todo mês, dia primeiro é dia de post para a CBE - confraria brasileira de enoblogs.
Para esse mês o tema era: "vinho branco qualquer casta e país com passagem em carvalho", sugerido pelo Victor Beltrami do blog Balaio do Victor.
Esse Remhoogte já estava na alça de mira há bastante tempo, na verdade ele, o Pinotage, o Syrah e um outro blend da mesma casa rs. Tudo o que bebi até hoje de Chenin Blanc e da África do Sul eu gostei bastante.
Bom, a verdade é que eu não fazia idéia que esse vinho passava em barricas, então bebi-o sem ter em mente que esse seria o vinho da CBE. Mas foi só colocá-lo na boca que tive o estalo: caramba, madeira!
O Remhoogte tem um visual muito brilhante e transparente, verdeal. Engraçado que isso vai um pouco contra o comumente observado para brancos que passam em madeira.
Nariz bem interessante, nota-se de leve a madeira, há notas abaunilhadas e amanteigadas, envolvendo fruta madura.
Na boca muito untuoso, mais frutas, o vinho é "crocante" e de sensação doce, com um finalzinho queimado. Você acha que vai enjoar, mas não enjoa, a acidez segura direitinho e o conjunto faz bonito. Esse aqui eu acho que funcionou melhor sozinho do que com comida.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$66,00 na Grand Cru. Achei bom o custo x benefício, perto do que tenho visto por aí...
Site -> Remhoogte.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Porto Taylor's LBV 2008
Conheci os LBVs da Taylor's na degustação que fui com a Isis na confraria carioca.
Na ocasião bebemos o 2007, que estava muito harmônico. Esse 2008 estava um pouco mais vivo.
Muito bom, alia fruta de qualidade à madeira, com uma concentração interessante, enche a boca. Dulçor persistente, gostoso, chama o álcool e com ele alternam a "liderança". Um belo vinho.
Os LBVs são Portos que ficam de 4 a 6 anos em madeira, compostos por uma seleção de vinhos do porto de excelente qualidade de um único ano. Foi criado em 1970 pelo atual presidente da Taylor's como alternativa ao Porto Vintage, que requer muitos anos em garrafa para se arredondar.
É um vinho que traz uma qualidade bem superior aos Ruby, Tawny e Reserve, sem ter que pagar grandes somas de dinheiro (como fazemos para os tawny envelhecidos e Vintages).
Nota -> 4 de 5.
Preço -> €19 no free shop do aeroporto de Lisboa
Site -> Taylor's
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