“No vinho estão a verdade, a vida e a morte. No vinho estão a aurora e o crepúsculo, a juventude e a transitoriedade. No vinho está o movimento pendular do tempo. Nós mesmos somos parte do vinho e da vinha. No vinho espelha-se a vida”. (Roland Betsch)
terça-feira, 8 de julho de 2014
Encontro dos blogs: BebadoVinho e Contando Vinhos (Villagio Grando SB 2013 e Erasmo 2007)
Há tempos que estou para marcar com meu amigo Jorge para degustarmos alguma coisa. Esse vai e vem e a correria de nossas vidas nos impede muitas vezes de dar cabo de tudo o que queremos, ou somos nós que queremos demais? Sem contar nas dificuldades da vida urbana como trânsito, atrasos e etc.
Enfim, deixando a filosofia de lado, vamos aos vinhos que abrimos!
O Jorge trouxe uma surpresa, para que eu degustasse às cegas. Obviamente ao ser aberto vi que era um vinho branco, mas o máximo que cheguei de imediato foi à cepa: Sauvignon Blanc. Sabendo que gosto muito dessa uva, ele quis fazer uma pegadinha comigo, e confesso que funcionou!
O vinho de cara mostrou ter muito caráter e era extremamente agradável, um gole puxava outro. Sinceramente não conseguia descobrir exatamente de onde era, havia fruta mas também mineral, a boca era saborosa, acidez muito convidativa a um prato. Acabou em alta velocidade. Concentrei minhas cartas em dois países: França e Brasil. E acabou que era brasileiro:
Muito bom! Não o conhecia, o Jorge esteve recentemente em SC e visitou a serra catarinense e outros locais com produção vinícola, como o vale do Contestado, lugar de origem desse vinho maravilhoso e desconhecido da maioria da população brasileira.
Como foi às cegas, posso assegurar-me que minha opinião foi a que veio realmente dos sentidos excetuando-se o visual, que aliás influencia em nossas decisões e avaliações enormemente. Eu particularmente achei o vinho muito parecido a alguns Sancerre que bebi quando estive por lá no Vale do Loire, o que comentei aqui em dois posts.
Depois dessa ótima surpresa, foi a vez de abrir o vinho que havia separado para a ocasião. Na verdade apresentei ao Jorge algumas opções, sendo que escolhemos essa:
O Erasmo 2007 dispensa apresentações, pelo menos no que se refere ao pessoal enófilo e blogueiro, e a quem lê o guia descorchados de Patricio Tapia. Este vinho recebeu muitos pontos no guia descorchados (94 ou 95, não consegui descobrir com certeza haja vista a confusão que se vê na internet com respeito a essa informação). Fato é: um vinho com essa pontuação e menos de R$100,00 me levou a adquirí-lo para posterior prova.
Eis que surgiu o momento e posso dizer: não decepcionou. Mas vamos por partes.
Enquanto estávamos conversando e degustando o Villagio Grando, ele já estava aberto e respirando, sob temperatura controlada. E sinceramente acho que foi essencial, haja vista as informações recolhidas nos blogs amigos e escutando o que muitos outros falaram a respeito dele.
É um corte no estilo bordalês (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc), vinificadas em separado em aço inox e depois de "misturadas" vão para o descanso em barricas por 12 meses, para depois mais um ano de descanso em garrafa.
Não possui muita concentração apesar de relativamente escuro, mas ao nariz e na boca ele surpreendeu.
Encontramos muita coisa: bastante fruta, baunilha, tostado, traços de "xarope". Ervas, canela. De cara a gente chegou a pensar que havia Syrah no corte. O vinho realmente exala seus aromas com uma bela potência.
Na taça muitas lágrimas lentas, muito boa acidez e taninos bem marcantes mas nada agressivos. Arrisco a dizer que ainda aguenta mais tempo.
Quem já bebeu o Erasmo 2007: Vinho Para Todos, Leigo Vinho, Adega para Todos, Vinho e Gastronomia, Escrivinhos, Vivendo a Vida, Confraria 2 Panas, Tommasi no Vinho. Na Winetag também está cotado.
Notas -> 4.5 de 5 para os dois. Vinhaços.
Preço -> R$40,00 o Grando (na vinícola) e R$89,00 o Erasmo (na Lidador - mas tem bastante tempo).
Sites -> Villagio Grando e La Reserva de Caliboro. E o blog do Jorge: Contando Vinhos
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