quinta-feira, 30 de maio de 2013

Tapiz Bicentenario 2008 e Quimera 2009


Dois argentinos na véspera do feriado, provados e comprados em Mendoza, direto das vinícolas (Tapiz e Achaval Ferrer).

Qual a diferença? Bem, pelo menos não ficaram estocados no porto de uma grande cidade como o Rio de Janeiro, aguardando liberação para os estoques das importadoras, sofrendo calor extremo. Chacoalhadas por chacoalhadas, prefiro as que sofreram no avião junto das outras bagagens. 2:30h tá de bom tamanho, estão dormindo na minha geladega há pouco mais de um ano, já deu tempo de se rearranjar e voltar a descansar. E calor por calor, sofreu pouco ou quase nenhum.


Começamos pelo Bicentenario, que foi feito para se comemorar os 200 anos da Argentina como a conhecemos hoje, o que se daria em 2010. A safra porém é 2008 e foi comprado em 2012. Não encontrei à venda por aqui no Rio, e online só a £20,49. Caro.

Ganhou medalha de prata no Decanter Wine Awards 2010 e no Argentina Wine Awards 2012, e 88 pontos no Descorchados. Trata-se de um blend com 60% Malbec de Ugarteche e Agrelo (esses lugares ficam em Lujan de Cuyo), 30% Bonarda de Ugarteche e 10% de Torrontés (!) vinda do vale de Famatina, em la Rioja (na Argentina mesmo, não é na Espanha rs).

Interessante esse corte branco no tinto. Estou visando há um tempo dois Syrah-Viognier: o El Enemigo do Alejandro Vigil e um da Las Perdices.

O vinho tem uma cor púrpura impenetrável, brilhante, coisa bonita. Halo violáceo, mais clarinho. Lágrimas lentas e abundantes. 


No nariz, o álcool ainda aparece, mas a presença da fruta é abundante e inegável, fruta fresca. Leve tostado. Na boca, aveludado, sensação adocicada, boa concentração e frescor. A fruta se repete, sabor de mirtilo. O final não é longo, não é um vinho complexo mas acredito que não era esse intuito. O vinho é muito bom, gostoso, suculento-adocicado.


Depois veio o Quimera, "A perfeição que sonhamos e pela qual nos empenhamos. A procura por um vinho ideal.", segundo eles mesmos. São um pouco mais de 57 mil garrafas, mas a idéia que eles passam é de uma certa exclusividade. 

Blend de Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, e Petit Verdot. Esse possuía uma cor mais avermelhada, embora mais jovem. 


As uvas vêm de diferentes altitudes: 731m a Cabernet Sauvignon, 1036m a Malbec e a Petit Verdot, e 1097m a Cabernet Franc e Merlot.

No nariz, ervas, especiarias, frutas vermelhas e tostado bem harmonizados, ninguém rouba a cena.

Na boca muito bom, ótima sensação, taninos suaves, boa acidez, maior que a do Bicentenario, álcool ainda aparece. É um vinho mais sério que o Bicentenário, e muito bom. Acredito que ganha em garrafa, mas não muito. Mais um aninho talvez.

Esse, em conjunto com o Malbec deles, é um vinho que fica pronto mais rápido, diferente dos Fincas, que ainda precisam de anos em garrafa para se mostrarem em todo o seu potencial, e que volta e meia recebem altas notas de Parker e cia.

Aconselham uma hora de decantação, a qual não fiz. Não verifiquei sedimentos porém.

Notas -> 4 de 5 Bicentenario; 4.5 de 5 Quimera.

Preços -> R$54,00 o Bicentenario e R$100,00 o Quimera, ambos preços da loja das vinícolas.

Sites-> Tapiz e Achaval Ferrer 

3 comentários:

  1. Felipe, meus Quimeras 2005 terminaram no ano passado. Comprei uma caixa e bebi um por ano. Foi a 1ª vez que fiz isso. Interessante, mas observei que ele não mudou tanto ao longo dos anos. Concordo que realmente pode ser bebido mais cedo. É um vinho muito bom, mas não tem nada de produção limitada, vamos combinar...
    Como recomendei no meu puxadinho, se vc for à Argentina, procure os varietais de safras até 2006, principalmente Cabernet Sauvignon ou Cabernet Franc. É só filé.
    Abs.

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    1. Sim, esse Quimera tem a produção bem grande, podiam baixar um pouco o preço.
      Rapaz, estive lá na Achaval em abril do ano passado e vi caixas desses varietais, ano 2010, indisponíveis para compra ou degustação, destinados aos EUA. Fiquei interessadíssimo, mas ainda não consegui achá-los :-(
      Você bebeu?
      Abraço.

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    2. Tem deles à venda na fronteira, em Puerto Iguazu. Na última visita, peguei um Cabernet Sauvignon 2004. Estava ótimo e com preço irresistível. Publiquei aqui:
      http://loucoporvinhos.blogspot.com.br/2013/03/achaval-ferrer-cabernet-sauvignon-2004.html
      Abs.

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