Acabo de retornar de uma degustação da Casa Valduga, onde nos foram apresentados não só os vinhos e espumantes dessa renomada vinícola nacional, mas também diversos produtos gourmet que eles representam e fabricam.
Me chamem de louco mas não quis experimentar os espumantes. Eu estava com um pouco de fome e achei que não chegaria aos tintos dono de minhas capacidades degustativas e comparativas ainda funcionais, então pedindo perdão ao meu querido país e à sua verdadeira vocação até o momento, pulei-os.
A Casa Valduga separou seus vinhos em 3 linhas: Identidade, Leopoldina e Raízes, cada um representando um terroir, fora a série Mundvs, que são vinhos feitos em outros terroirs da América do Sul.
Identidade -> Encruzilhada do Sul (maior área plantada da Valduga).
Raízes -> Campanha Gaúcha.
Leopoldina -> Vale dos Vinhedos.
Mundus -> Mendoza, Vale do Maipo e Alentejo.
Comecei pelos brancos: Sauvignon Blanc (Raízes), Gewurztraminer (Identidade), Chardonnay e Gran Chardonnay (Leopoldina). Estavam muito gelados, enfim, numa degustação é complicado pela quantidade de gente que aparece, mas desses 4 o Chardonnay foi o que mostrou mais personalidade, embora em boca não tenha entregado tudo o que prometeu no nariz (mel e frutas brancas).
Nos tintos, provei um apimentado, quente e interessante Duetto Pinot Noir+Shiraz, um jovem e fácil Merlot (Leopoldina), acho que esperei demais do Cabernet Franc (Raízes) por gostar dessa cepa e até hoje ter provado vinhos interessantíssimos dela, gostei do vivo e "cheiroso" Cabernet Sauvignon (Raízes), uma boa compra para o dia-a-dia na minha opinião.
Aí, minha curiosidade maior e motivador para a ida à degustação foi saciada: provei o Identidade Marselan e Arinarnoa. A variedade Marselan foi criada em 1961 por Marcel Duquety, diretor do INRA (Institut National de la Recherche Agronomique) de Bordeaux, na França, através do cruzamento das uvas Cabernet Sauvignon e Grenache. Já a Arinarnoa foi o cruzamento de Merlot e Petit Verdot.
O Marselan era legal, mas o Arinarnoa é bem interessante. Trouxe a textura do Merlot somado às nuances chiques da Petit Verdot, gostei bastante. Em minha visita à Zuccardi em Mendoza (ainda não contada aqui) vi que eles também fazem um varietal desse de uma linha chamada Textual, que só é vendida in loco. Me arrependi de não ter comprado.
Daí pulei pra linha Mundvs. Comecei pelo Alentejano que, reforçando o já dito algumas vezes aqui, não decepcionou, muito pelo contrário. Bem aromático, gostoso e fresco na boca, um bom vinho, tanto que foi o escolhido para fechar a degustação com um replay. E pra mim foi o melhor da noite.
No Malbec encontrei um inesperado couro, num vinho bem distinto do que tenho provado desta cepa. Em boca também bem diferente, ainda não consegui definir bem, esse realmente me confundiu.
O Cabernet Sauvignon foi engraçado, trouxe um aroma de creme dental no início (rsrsrs) que rapidamente se transformou num pimentão verde dominante, que assim foi até o final. Em boca também bastante herbáceo, com uma mentinha lá no fundo, bem tímida.
O Storia 2008 não foi degustado, mas estavam aceitando reservas para compra. Não vendiam unidades de nenhum vinho, apenas caixas fechadas. Já é bem difícil achar o 2005 por aí.
Outros que também não marcaram presença foram os Bodega Sottano, havia gostado muito do Cabernet Sauvignon 2005 na outra degustação deles que compareci. Nem sei se ainda fazem parte do grupo.
Depois disso tudo, me veio à cabeça o Gran Reserva Cabernet Sauvignon Heitor Villa-Lobos 2006 que comprei e está aqui em casa, só esperando a ocasião...
Quem quiser aproveitar, são R$30,00 pela taça de espumante que você leva pra casa, para os tintos a taça é fornecida na hora, e vai até amanhã. O endereço é
Hotel Mar Palace – Av. Nossa Senhora de Copacabana, 552. Salão Jorge Amado.
Entre as ruas Siqueira Campos e Hilário de Gouveia.
E vai de 16h às 22h.
Site -> Casa Valduga.
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