Ontem estive na SBAV-Rio para degustar alguns vinhos da Suzin, vinícola de São Joaquim-SC, com altitudes de 1200m acima do nível do mar.
Havia conhecido essa vinícola através do Suzin Cabernet Sauvignon 2007 que degustei, e gostei muito.
Tudo começou com o espumante rosé brut deles, 2011, feito pelo método charmat, com 2 semanas sobre as leveduras. Tenho provado alguns espumantes nacionais, e gostado bastante deles, principalmente dos Geisse e dos Valduga. Mas esse da Suzin achei um pouco doce. Como prefiro os extra-brut e nature, já viu a dificuldade que tive em terminar a taça né?
Depois nos foi apresentado o Sauvignon Blanc 2012. Incrivelmente alcoólico (quase 14%), este vinho para mim foi a surpresa da noite. Muito bom, ao nariz maracujá, algo de "mato", e depois de muito tempo, uma nuance de mel queimado, realmente sensacional. Acidez em alta mas não agressiva, a estrutura é muito boa, e o mais impressionante: combinou muito bem com o gorgonzola ao final da degustação, na mesa de frios. Uma garrafa comprada!
O vinho seguinte foi o rosé. Não sou um fã de rosé, mas aqui cabem duas observações: este é um rosé corte (base Merlot e leve corte de Cabernet Sauvignon), e é um rosé power, bem escuro, mais pra tinto que pra branco. Veio frio demais, melhorou com uma leve "esquentada". Já faturou uma medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas.
O Merlot 2009 veio em sequência, medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2011, um Merlot completamente fora da curva. Nariz diferenciado, não identifiquei como sendo Merlot, de acidez marcante e final mais mineral (!?!). Um vinho realmente diferente, "gastronômico", mas não me conquistou.
O Cabernet Sauvignon 2008 veio em sequência. No nariz: pimentão! Na boca: boa acidez, taninos presentes porém "educados", bom final e sabor meio chocolate. Mas na minha opinião merece tempo em garrafa ainda, um bom Cabernet Sauvignon, diferente dos vinhos varietais da mesma cepa da Serra Gaúcha. Ganhou Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2012. No site não encontramos mais à venda esta safra, lembrando que foi uma safra tão boa quanto a 2004, segundo os pro(s).
Por fim veio o exemplar mais esperado da noite: Zelindo 2008, Grande Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas 2011, e segundo lugar do Top Ten da última Expovinis. A safra 2007 ganhou a mesma medalha no Concurso do ano anterior, e também foi eleito um dos 7 melhores tintos do Brasil pela revista Adega. Levando em conta seus prêmios e a opinião da crítica e dos consumidores que já o provaram, é sem dúvida dos melhores tintos do país.
O vinho realmente é bem mais complexo que os outros, passeia nos aromas, muita fruta negra e especiarias, boa acidez, bom corpo, boa persistência, taninos marcam presença sem incomodar, belo final, mas também merece mais um tempinho na garrafa para mostrar todo seu potencial. Para se abrir na taça levou um tempinho, mais uma garrafa adquirida na noite.
O Zelindo é composto de 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon, com 10 meses de barricas francesas.
No mais, deixo aqui um abraço ao consultor Ivan de Barros, uma figura muito simpática e grande conhecedor da história da vinícola, e pelo que mostrou e comentou, de toda a região de São Joaquim. Sucesso a ele e à Suzin!
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