Nosso grande amigo Bruno entrou em contato na sexta dizendo: "Tô a fim de abrir o Casa Real. Bora?".
Com os devidos ajustes realizados, fechamos o encontro e eis que lá pelas 23h estávamos vertendo o garoto na taça.
O vinho é simplesmente um espetáculo, sem arestas, já prontinho, proporcionou um prazer elevado. Sua coloração ainda é de vinho jovem, amplos aromas, na boca uma textura quase perfeita. Fora o final, enorme. Nem me arrisco a elencar aromas e sabores. Prove-o.
Garrafa finalizada, veio a pergunta: e agora? Quem tem peito de vir após?
Escolhemos o Neblus 2007 que veio direto do Chile em abril do ano passado, tá lá há quase um ano deitadão na geladega. Escuro, denso quase leitoso, explosão láctea constante e álcool ainda queimando um pouco as narinas. Na boca muito quente, de taninos de boa qualidade marcando presença todo o tempo. Dá quase para mastigá-lo. Merecia mais um tempo descansando, embora tenha proporcionado um belo momento também.
Um poderoso Syrah com um leve toque de Merlot...
Bom, e agora? Quem vem?
"Precisamos de potência" - pensei. "Vamos de Tannat!" - concluí.
A Tannat sinceramente é das minhas prediletas. O melhor vinho nacional que bebi por exemplo foi um 100% Tannat (Don Laurindo Reseva Tannat 10 anos 2005). E lá veio ele, o Bouza Tannat Parcela Limitada B6.
Bastante denso, escuro também, abriu-se lácteo - ué, isso não foi o Neblus? - o que surpreendeu a todos, embora os tostados tenham dominado logo após. Álcool no nariz também - afinal são 16% - mais encaixado na boca porém que o Neblus. Depois que sossegou na taça, ah! Só não venceu o Casa Real porque sinceramente a comparação não vale a pena, visto serem estilos completamente diferentes.
Apenas 3.053 botellas...
Uma pena que vinhos tão bons sejam quase inalcançáveis para o grande público. No Brasil, as pessoas ainda acham que vinho é coisa de gente rica (talvez com razão); o vinho é tributado como bebida alcoólica (aqui não se tem a tradição de consumi-lo nas refeições ordinárias) e as vinícolas não conseguem se encaixar em faixas mais simples de tributação. Fora outras exigências legais, frete, ICMS variando de estado pra estado,...
Notas -> Casa Real 5 de 5. Neblus 4.5 de 5. Bouza 5 de 5. Uma noite memorável.
Preços -> Casa Real: não declarado mas pode ser encontrado na Grand Cru a quase R$400,00; Neblus: R$88,29 (comprado no Chile, numa loja de vinhos muito boa, la vinoteca se não me engano...); Bouza: presente, mas custou US$35,00 na Bouza (incrível né? Era pra ter trazido uma caixa!).
Sites -> Santa Rita, Viña Casablanca, Bodega Bouza.
Felipe, vc não vai acreditar no preço pelo qual vi esse Casa Real 2008 no Paraguai: US$ 55,00! Acreditou, então vai outra: não comprei!!!
ResponderExcluirIsso foi há poucas semanas e a situação era a seguinte: mudança marcada, inúmeros vinhos pra trazer e dinheiro no final. Fiquei numa tremenda dúvida e optei por trazer o Carmen Gold Reserve 2007 por US$ 45,00. Depois de 01 hora de indecisão, peguei o Carmem porque eram as últimas garrafas, enquanto havia muitas do Casa Real. Espero encontrá-lo de novo.
Abs,
Vitor
Inacreditável x 2!!!Rs. Dá vontade de pegar um vôo e fazer a festa por aí...
ExcluirTorço para que o encontre, vai ser memorável, aposto!
Abraço.