terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pago Casa del Blanco: um espetáculo!


No dia de meu aniversário abri duas garrafas que comprei no evento da Interfood-TodoVino. Num stand vazio, simples, entre dois stands maiores e com poucas opções (se bem me lembro 3), degustei os melhores vinhos do evento, e sinceramente dos melhores até hoje. Me vi forçado a comprá-los.

Pois bem: valeu muitíssimo a pena. Não são vinhos baratos (o branco me custou R$108 e o preto R$116, infelizmente estão um pouco mais caros hoje) mas repetindo sinceramente: valem muito a pena. Muito. Por que? Porque estão prontos, são deliciosos, e ainda têm potencial (segundo o pessoal da Casa del Blanco, o branco vai até 12 anos e o preto até 10 anos).

O etiqueta preta veio primeiro. Um inusitado corte de Merlot, Tempranillo e Petit Verdot. Mal foi descorchado e um aroma adocicado de baunilha se mostrou, sendo facilmente percebido antes mesmo de servir as taças. Encantou imediatamente. Belíssima cor púrpura, denso, escuro.

Com o tempo o aroma se manteve, engraçado que essa baunilha foi notada antes das frutas, que apareceram numa predominância de cereja, ou cereja em calda. Lácteos também presentes.

Na boca um veludo, gostoso, sedoso, ótimo corpo. Funcionaria bem estando sozinho mas acompanhou de forma espetacular as entradinhas clássicas servidas. Final marcante, sensação agradável, bem estar degustativo. Já estava feliz quando notei que a garrafa já tinha ido embora rs.

"Ah não, vamos abrir o outro, tenho o etiqueta branca" - falei.

E lá fomos nós.

El Quixote etiqueta blanca mostrou-se defumado, um defumado doce. Na boca, acidez em alta, mas muito interessante, tornou-o extremamente fresco apesar de não leve. Concentração menor que o preto, algo de pimenta, balsâmicos, até mineral eu diria. Encarou um gorgonzola muito bem (poucos fazem isso) e realmente combinaria com pratos gordurosos. Outro vinhaço! Nesse, corte de Cabernet Sauvignon e Syrah (alguns belos chilenos trazem esse corte também, como o Tara Pakay).

E lá se foi a outra garrafa, essa segunda foi embora mais devagar, o etiqueta branca não pareceu tão amigável quanto o preta, o que em nada diminui seu brilho. Ao final, eu estava preferindo o etiqueta branca, apesar do etiqueta preta conquistar o sujeito de imediato.

Enfim, se tiver a oportunidade, compre sem medo. E não se arrependerá.



Me surpreendi com a produção (quantidade).

Notas -> 4.5 para os dois.

Preços -> ditos acima.

Site -> Pago Casa del Blanco.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fim da novela da salvaguarda

Parece que a novela da salvaguarda teve fim.

Trocando em miúdos, o governo verificou preliminarmente que a solicitação era absurda (mentira?), e os próprios demandantes retiraram-na.

Óbvio que viram os resultados das análises... O problema é que estas não serão divulgadas.

Por que será que não? Alguém imagina?

Notícia na Folha.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Achaval Ferrer Malbec 2010



Quando estive na Achaval Ferrer em Mendoza, degustei este vinho da safra 2011. Muito nervoso, foi difícil identificar alguma característica mais marcante, amarrava demais a boca.

Um ano antes havia recebido um presente do meu irmão, que tinha ido a BsAs e trazido este 2010 para mim.

Pois bem, recebi a Gigi aqui em casa e, morrendo de fome, comprei uma pizza e perguntei: "Gi, vc curte um Malbec?"

"Meu preferido", ela respondeu.

Excelente, abri a garrafa, voltei com ela aberta para a geladeira-adega (sim, eu tenho uma geladeira só para os vinhos), e aguardei sua chegada.

A Achaval Ferrer é uma bela bodega, um lugar delicioso e calmo, um verdadeiro paraíso para os enófilos que curtem as bodegas chiquitas, bodegas boutique como já cunhado por outros.

Este Malbec é bem diferente dos outros que encontramos por aí, mais austero, mais elegante. De potência média, no início algo floral e baunilha, depois de um tempo algo como um defumado doce muito interessante. Até couro causou uma certa dúvida se havia surgido ou se o cérebro estava projetando algo mais elaborado.

Na boca, fresco, bom volume, acidez marcante, belo vinho. Cor púrpura, acho que ele ganha em garrafa mas dificilmente mais do que 2 anos. A garrafa acabou rápido, deixando gostinho de quero mais.

Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$52,00 em BsAs. Aqui já vi por R$74,00 em promoção na Cobal do Humaitá.

Site -> Achaval Ferrer.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Grandes baboseiras que já escutei - I

"Eu só bebo vinho Reserva."

Storia Merlot 2008 e 2a Garrafa do Toro Loco Tempranillo

Pode parecer sem sentido, e é. Não quisemos compará-los, mas apenas alguns confrades de nossa pequena confraria ainda não tinham provado esse fenômeno de marketing.

Então abrimos a 2a garrafa que tinha, e sinceramente estava torcendo para que ela fosse melhor que a primeira. Pura decepção.

O vinho não tem graça, e com apenas 12,5% de álcool este ainda assim sobressai. Para dar R$25,00 neste vinho prefiro pagar R$28,10 no Pascual Toso. E paro por aqui. Não quero mais falar no assunto.

Já o Storia, que surpresa!


No nariz de primeira um aroma que lembra couro, e um pouco de baunilha. Na boca muito marcante, taninos presentes mas aveludados, baunilha, geléia. O vinho é pra ser bebido vagarosamente. Depois de muito tempo café e chocolate deram o ar da graça.

Confesso que tinha um certo receio quanto à agressividade do mesmo, por ser ainda jovem. Mas já está pronto para ser bebido, ainda que possua potencial de guarda.

Garrafa número 1.774 de 12.000


Não é um vinho barato, mas representa o esforço da Valduga em produzir algo diferente. Realmente acho que o vinho nacional poderia baixar de preço, mas eu acho, para afirmar precisaria estudar e analisr a cadeia de valor do vinho.

Aliás, esse negócio de a Merlot ser a melhor tinta do Brasil, não concordo muito com isso, embora tenha gostado bastante desse vinho. Até hoje, o melhor brasileiro que bebi foi o Don Laurindo Reserva Tannat 10 anos 2005, e pelo que tenho visto por aí, a Tannat tem potencial em nosso país.

Dentro em breve retomarei essa discussão.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 136,10 na Lidador.

Site -> Casa Valduga.


domingo, 14 de outubro de 2012

Lanzerac Pinotage 2009



Meu grande amigo Anderson, em uma de suas viagens a trabalho para a Africa do Sul, disse ter se surpreendido com a Pinotage e que traria um exemplar para degustarmos juntos.

Momento excelente, visto que havia bebido o Avondale Pinotage e gostado muito.

O Lanzerac Pinotage foi um dos primeiros, se não o primeiro rótulo comercial da Pinotage, em 1961.

A Pinotage teve um começo difícil, conforme pode ser lido no blog do colega Sergio.

Pois bem, esse Lanzerac é um belo vinho. Frutas maduras e ameixa sobressaem, baunilha bem presente. São 12 a 14 meses de barril. Sua estrutura é ótima, taninos presentes mas não incomodam. O álcool se faz notar, mas bem integrado no todo. Excelente acidez, combina com pratos fortes.

Uns dois anos farão muito bem a ele, podendo ser bebido agora sem muito esforço e já com relativa satisfação.

A vinícola afirma que quando maduro adquire uma estrutura aveludada e com sabores luxuosos de caramelo e chocolate, que são características marcantes dos seus antecessores.

Anderson, quando você vai de novo mesmo?

Bonarda: impressões - VI (Zuccardi Serie A 2010)


Já havia bebido esse Bonarda na própria Zuccardi, quando estive em Mendoza em Abril. A visita ainda será contada num próximo post.

Gostei tanto que adquiri mais uma garrafa. Aliás a série A já é bem interessante, a série Q muito boa e o Zeta excelente, principalmente o 2008.

Esse não é tão musculoso quanto o Lamadrid ou o Serrera, mas é muito gostoso também, um pouco menos "emborrachado" e muita fruta vermelha (esse realmente mostra o que queremos dizer com frutas vermelhas). No final um chocolatinho.

Como dizem meus colegas paulistas, ENTÃO, uma pena o preço que cobram por aqui, ainda mais quando eu disser que comprei essa garrafa na vinícola pela bagatela de R$24,17. Acreditam?

Pois então, ganhou mais meia estrela por conta do preço ter sido tão baixo e a qualidade tão alta. 4.5 de 5.

Tenho algumas idéias na mente para o próximo Bonarda: El Enemigo, Alto las Hormigas, Alamos. Alguém tem mais alguma idéia?

Salut!

Lidio Carraro Grande Vindima Cabernet Sauvignon 2005 e Valmarino Reserva da Familia 2005



Na saga dos vinhos da safra 2005 no Brasil, há algum tempo abri essas duas acima, com meus amigos Bruno e Camilo, após chegarmos do evento dos vinhos do Alentejo, que aliás foi tão ruim pra mim que nem sei se vou colocar num post, ainda mais depois de tanto tempo. Fazer o que né, o evento começou cedo e quando cheguei havia pouca coisa, somando ainda ao carioca mal educado que parece estar numa autêntica chopada de faculdade, a situação fica realmente difícil.

Enfim, o Lidio Carraro Grande Vindima Cabernet Sauvignon 2005 é um vinhaço! Diferente de todos os Cabernet Sauvignons que provei. Evoluído, ainda com vigor, consistência quase leitosa. Saboroso, elegante, denso, muito bom. Apenas 3400 garrafas numeradas.



Depois abrimos o Valmarino Reserva da Família 2005, o qual foi tão bem descrito pelo colega blogueiro Oscar que nem me atrevo a falar muito dele. Lácteo e ervas ao nariz, em boca delicioso. A Valmarino e a Lidio Carraro são duas vinícolas sensacionais, que mostram ser possível fazermos vinhos de alta qualidade em nosso país. Não acredito que seja possível na quantidade de uma Argentina ou Chile, mas ainda assim vale a pena, haja vista esses dois belíssimos exemplares.

Os dois mereceram nota 4.5 de 5.

O Valmarino Reserva da Família comprei no Armazém Canta Maria (e o Cabernet Franc X e XII referenciados em outros posts e com outros preços) por R$65,00 + R$26,00 de frete. Uma excelente loja, extremamente atenciosos. Se quiser, corra para comprar pois está no fim.

O Lidio Carraro comprei no Castelo de Baco por R$64,00 e R$10,00 de frete, mas esse frete é para SP. Ah, não tem mais.


sábado, 13 de outubro de 2012