A Confraria Carioca é uma deli situada no shopping Rio Plaza, ali pertinho do Rio Sul. Tem uma seleção interessante, e um atendimento ótimo.
Todos os participantes foram recepcionados com o espumante aí de cima. Em termos de espumantes, figura fácil entre os melhores nacionais. Feito através do método tradicional ou champenoise (segunda fermentação em garrafa - o método obrigatório dos champagnes e cavas), mostrou-se de uma qualidade excepcional.
Estando quase todos presentes, foi iniciada a degustação. O primeiro foi o Fox Brook Chardonnay 2010. 12,5% de álcool, sem madeira, cor esverdeada. Mineral no início, fresco e agradável. Bem delicado. Foi divisado um melão maduro no nariz. Custa cerca de R$48,00.
Interessante a garrafa, uma versão mais bojuda e arredondada da clássica borgonhesa.
Logo depois veio o Forest Ville Chardonnay 2009. Mesmo teor alcoólico e também sem madeira. Mais amarelado, no nariz trouxe uma mantega, depois uma calda em preparo no fogão. Parecia aquele biscoitinho amantegado recém-saído do forno, muito interessante. Um belo vinho. R$66,00.
O terceiro foi o Freestone Chardonnay 2008, do vale de Napa. Esse produtor é bastante famoso. De cara se nota a incrível cor dourada-escura. Resolvi levá-lo à boca antes de perceber os aromas, que estrutura incrível para um branco! De olhos vendados diria se tratar de um tinto leve. Esse vinho passa 14 meses em barril. A laranja domina o nariz, no fim aparece um caramelo incrível, perfeito. Um vinhaço, de preço proibitivo: R$325,00!
Partimos para os tintos. Quem inaugurou foi o Fox Brook Cabernet Sauvignon 2010. Flores, levemente turvo, boca rápida. Boa acidez. No final um pouco de álcool mas o vinho é bom, bem leve. Os mesmos R$48,00 do Chardonnay.
Veio-nos então o segundo tinto, o Forest Ville Cabernet Sauvignon 2010. De início vegetal, nos fazendo lembrar os chilenos, taninos presentes mas não incomodaram. Lágrimas espaçadas. 12,5% de álcool, assim como o anterior e os dois primeiros brancos. Vinho de boa persistência, amoras notáveis. No fim café. Sem madeira! Belo vinho. R$66,00.
O último tinto foi o De Loach Cabernet Sauvignon 2009. Semelhante ao anterior, porém muito melhor em todos as características. Apenas 3 meses em barricas, notou-se isso facilmente. Belo vinho. Alguns colegas gostaram mais do segundo tinto. R$99,00.
Os vinhos californianos se assemelham aos brasileiros no quesito álcool. Todos os californianos degustados apresentaram algo em torno dos 12,5%, quando chilenos e argentinos facilmente ultrapassam esse valor.
Finda a degustação, papo correndo solto, todos entusiasmados com a qualidade dos vinhos apresentados, eis que levantei a idéia de abrirmos mais alguma coisa. Nem todos aceitaram mas ainda assim a idéia foi adiante e o escolhido foi o Casa Das Mouras Reserva Tinto 2005, do Douro. Cor de vinho jovem, madeira perceptível na boca, de início nos lembrou um espanhol. Boa acidez, depois vieram as frutas vermelhas e uma framboesa se fez notar mais acentuadamente. Taninos educados, num vinho muito gostoso, com aquele salgadinho no fim e ainda com vigor. Aguenta mais tempo em garrafa facilmente (e os portugueses continuam sendo aposta certeira). R$119,00.
Alguns poucos guerreiros aguentaram e assim veio a terceira garrafa pós-degustação dos californianos: Bodega Sottano Reserva de Familia 2008. Malbec puro e simples. Já havia atestado a qualidade dessa bodega anteriormente, quando provei um cabernet sauvignon 2005 varietal, aveludado e bastante interessante.
Bem, após todos esses vinhos, o nariz e o paladar já estavam meio que saturados, mas o BS nos falou em alto e bom som (ou aroma): Couro! Incrível.
De cor ainda púrpura, bem escura, com reflexos também púrpuras, na boca se mostrou mais leve que o esperado, apimentado. Interessantíssimo, fechou com chave de ouro. R$99,00.
E assim terminou esse rally de belos vinhos, onde conheci também muita gente legal e que espero reencontrar nas próximas degustações ali na Confraria Carioca.