sábado, 8 de setembro de 2012

Quinta do Alqueve 2 Worlds 2007


Me parece que os produtores de Portugal se dividem naqueles que aceitam as castas vindas de outros lugares e aqueles que não as aceitam. No quente Alentejo por exemplo, o pessoal da Cortes de Cima faz um belo trabalho com a Syrah, que por lá se adaptou muito bem. Já Paulo Laureano brada aos 4 ventos que utiliza apenas castas portuguesas, com relativo sucesso.

Não, o vinho acima não é do Alentejo, mas do Tejo, anteriormente conhecido como Ribatejo.


Este vinho vai justamente ao encontro dessa acalorada divisão, fazendo uso de duas castas bastante conhecidas: a Touriga Nacional (autóctone de Portugal) e a Cabernet Sauvignon (talvez a casta tinta mais difundida no mundo). No caso, a Touriga era a representante do novo mundo (sim, Portugal é considerado mais do novo mundo por conta de sua produção de tintos de alta qualidade ser recente - não considerar os do porto e madeira, que de há muito são grandes vinhos) e a Cabernet Sauvignon a representante do velho mundo.

Ao abri-lo, a impressão que veio foi de que era um vinho feito mais ao gosto do velho mundo, fechadão, aromas ainda discretos, requerendo um tempo para se mostrarem, cor rubi e reflexos já caminhando pro âmbar. Lágrimas abundantes e lentas.

Aerado, mostrou claramente um passeio por frutas vermelhas, dava para divisar framboesa e mirtilo. Ameixa e algo levemente tostado talvez.

O que chama atenção nesse vinho é sua acidez, bem marcante mas não incômoda. O álcool também se apresentou integrado, um vinho muito bem feito. Taninos leves, boa persistência e final bem agradável, de sensação levemente doce (olha a acidez se mostrando de novo).

Mais um exemplar para confirmar a máxima do blog: os portugueses raramente decepcionam!

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$ 39,00 com frete no Sonoma (acho que eles erraram pois subiu para R$79,00 com o frete logo depois que comprei)

Site -> Pinhal da Torre

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