Uma vez mais, Mendoza é assunto no jornal O Globo. Dessa vez, deram destaque ao vale de Uco, e algumas vinícolas não tão conhecidas quanto Catena Zapata, Trapiche, etc.
Comentaram sobre a Cobos e eu - que estive lá - reforço o coro: é uma das melhores visitas e degustações.
Leia.
“No vinho estão a verdade, a vida e a morte. No vinho estão a aurora e o crepúsculo, a juventude e a transitoriedade. No vinho está o movimento pendular do tempo. Nós mesmos somos parte do vinho e da vinha. No vinho espelha-se a vida”. (Roland Betsch)
sábado, 14 de junho de 2014
Domaine Marey Gevrey-Chambertin La Justice 2011
Meu primo Daniel trouxe para mim essa bela garrafa da Borgonha. A apelação Gevrey-Chambertin é a maior da Côte de Nuits, e a maior também em produção, quase dois milhões de garrafas/ano.
Localiza-se logo acima de Morey-St-Denis, seus vinhos são os mais tânicos, vigorosos, encorpados da Borgonha, e os Pinot-Noir mais longevos do mundo. Os Grand Crus alcançam cifras altas, principalmente na Inglaterra, onde são bastante apreciados.
No passado era apenas Gevrey, mas em 1847 o nome do vinhedo de maior prestígio, Le Chambertin, acabou sendo acrescentado ao nome da vila. E isso virou moda para várias vilas da Côte d'Or.
O vinho tinha cor bem rubi, translúcida.
Ao nariz muita fruta fresca, umas nuances "suadas", couro, aromas comumente encontrados em vinhos da pinot noir um pouco mais evoluídos.
Na boca pouco concentrado e acidez pungente, com uma textura aveludada e quem sabe terrosa. Algo mais adocicado como alcaçuz algumas vezes.
Um vinho muito bom.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> cerca de €18
Site -> Domaine Marey.
Fonte de dados-> Livros sobre vinhos e Internet.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Gran Lovara 2008
Na taça cortina de lágrimas lentas, com o vinho já apresentando uma cor de evolução, menos púrpura e mais vermelho, com nuances alaranjadas.
Nariz de fruta muito fresca (amora notadamente, comia-as no pé quando criança), com baunilha e leve tostado. Após um tempo, o tostado permaneceu e surgiu um defumado muito definido, a impressão era que estava cheirando algum embutido com temperos e aromas um pouco mais adocicados. Bem interessante.
Muito aromático esse vinho, o "fundo de taça" é cravo! Impressionante a nitidez.
Boca bem fresca, taninos puro veludo, fluido, a fruta continua a aparecer na boca, mas sem aquele dulçor, que na verdade é quase nenhum. Sente-se perfeitamente a madeira, que também não destoa. Acredito que o Sr. Rolland preste consultoria à produção deste vinho também, como faz com diversos para a Miolo.
Composto por 60% Merlot, 25% Cabernet Sauvignon e o restante de Tannat, na minha opinião quem se ditou o ritmo foi a Tannat, e se eu tivesse provado este vinho às cegas talvez não acertasse nada a respeito dele além de ter a Tannat no caldo. Pareceu ter um DNA italiano, em alguns momentos me lembrei de alguns chianti que já bebi (será que estou "viajando"? Sei que não tem nada a ver mas vinho é isso, a experiência e memória de cada um).
Os 13,5% de álcool não incomodam e são 12 meses de barris americanos e franceses.
Gosto muito do rótulo deste vinho, acho de bom gosto e simples sem perder a elegância. E atentem: traz informações em braile. Bela iniciativa.
Já havia bebido o 2005, o qual também gostei muito, e tirando esse bate-papo aqui, os colegas Fabiana Gonçalves, Jurandir, Beto Duarte, Daniel e Silvia também já comentaram esse vinho, cobrindo as safras 2005, 2006 e 2008.
É um vinho diferente da maioria dos vinhos brasileiros, bebi coisa parecida do Maximo Boschi numa degustação, vinhos bem evoluídos. Gostei desse também e recomendo!
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$64,90 no Hortifrutti.
Site -> Lovara.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Corralillo Winemaker's Blend 2009
Inicialmente havia comprado este para dar de presente a um amigo, mesmo sem tê-lo provado.
Mas, a 'precisão' como dizem os mais humildes trabalhadores da construção civil, me fez abri-lo.
Conheci os vinhos da Matetic pelo EQ Coastal Sauvignon Blanc, e depois pelo Corralillo Sauvignon Blanc. Muito bons, ultimamente em termos de vinhos chilenos tenho buscado aqueles oriundos dos vales costeiros do Chile, notadamente Casablanca e San Antonio, e outros micro vales nos arredores, como Leyda e Rosario, que é o caso desse vinho, e que fica dentro de San Antonio.
Na taça: escuro. Cortina densa de lágrimas.
Muita fruta fresca, com framboesa saltando às narinas. Há ainda chocolate e algo de especiarias. O álcool dá uma leve queimada no nariz.
Na boca o frescor manda, associado às frutas e ao álcool que não queimou a boca (embora o tenha feito ao nariz) num vinho fluido e nada óbvio, com certo viés de alta gama.
Tio Parker deu 92 pontos a ele. Eu também humildemente recomendo, embora por aqui passe dos R$100 :-(
O blend é composto de 63% Syrah, 16% de Cabernet Franc e Malbec e o restante de Merlot, sendo que cada vinho passa 12 meses em barris de carvalho francês separadamente para depois comporem o caldo.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$106,00
Site -> Matetic
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Bouza Tannat 2012
Na taça cor púrpura. Média transparência, nos passa a idéia de um vinho pouco concentrado.
Ao nariz muita fruta vermelha fresca, alcaçuz, baunilha. Fundo de taça tostado delicioso.
Boca fresca, leve, textura de carne. Desce fácil. Um Tannat domesticado e menos concentrado para alegrar a quem gosta de vinho. E a quem não conhece a Tannat.
Os taninos? Estão lá, presentes, mas não agridem. Álcool muito bem integrado, um vinho de qualidade mas pena custar tanto aqui no Brasil, que está literalmente acima do Uruguai. Chega a ser ridículo o preço praticado por aqui. Ainda mais sendo uma produção de mais de 40 mil garrafas, mais precisamente 40.992. Bebi a de número 309.
Apenas 10% passa em madeira, mas parece ser mais...
Nota -> 4 de 5.
Preço -> Absurdos R$76,00 na Bergut Bistrô.
Site -> Bouza.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Alamos Chardonnay 2012
Mais um rapidinho. Vinho muito fácil de ser bebido, muito frutado e agradável. Amarelo citrino na taça, nariz frutadão, boca frutada quase adocicada. Desce escorregando lentamente e pedindo mais, e a garrafa vai embora fácil.
Los Alamos pertence à Catena, e além do visual muito bonito das garrafas apresenta bastante qualidade.
Nota -> 3 de 5.
Preço -> cerca de R$60 em restaurante.
Site -> Alamos.
Zorzal Terroir Único Chardonnay 2013 para o dia da Chardonnay
Post rápido. Esse vinho bebi para não passar o dia da Chardonnay em branco.
Uva branca mais conhecida, acredito que seja a mais plantada. Não é minha preferida mas já bebi coisa muito boa feita com ela.
Esse Zorzal passa em barrica mas uma boa mineralidade e o nível alcoólico impedem que ele se torne enjoado, realmente dá uma "esquentadinha". Aparecem as nuances adocicadas e de baunilha. As uvas são da zona baixa de Tupungato, que é uma área mais inclinada e ao sul de Luján de Cuyo, aos pés dos Andes.
De cor um pouco mais amarela que o comumente apresentado pelos Chardonnay sem passagem em madeira, nariz de frutas maduras, algo mineral (que é repetido em boca conforme dito acima) e uma leve manteiga e baunilha.
Curiosidade: Zorzal é um pássaro que se assemelha ao Sabiá Laranjeira:
Nota -> 3.5 de 5.
Preço -> R$ 50,00 na Grand Cru.
Site -> Zorzal.
domingo, 1 de junho de 2014
Remhoogte Chenin Blanc 2011 #CBE
Como todo mês, dia primeiro é dia de post para a CBE - confraria brasileira de enoblogs.
Para esse mês o tema era: "vinho branco qualquer casta e país com passagem em carvalho", sugerido pelo Victor Beltrami do blog Balaio do Victor.
Esse Remhoogte já estava na alça de mira há bastante tempo, na verdade ele, o Pinotage, o Syrah e um outro blend da mesma casa rs. Tudo o que bebi até hoje de Chenin Blanc e da África do Sul eu gostei bastante.
Bom, a verdade é que eu não fazia idéia que esse vinho passava em barricas, então bebi-o sem ter em mente que esse seria o vinho da CBE. Mas foi só colocá-lo na boca que tive o estalo: caramba, madeira!
O Remhoogte tem um visual muito brilhante e transparente, verdeal. Engraçado que isso vai um pouco contra o comumente observado para brancos que passam em madeira.
Nariz bem interessante, nota-se de leve a madeira, há notas abaunilhadas e amanteigadas, envolvendo fruta madura.
Na boca muito untuoso, mais frutas, o vinho é "crocante" e de sensação doce, com um finalzinho queimado. Você acha que vai enjoar, mas não enjoa, a acidez segura direitinho e o conjunto faz bonito. Esse aqui eu acho que funcionou melhor sozinho do que com comida.
Nota -> 4 de 5.
Preço -> R$66,00 na Grand Cru. Achei bom o custo x benefício, perto do que tenho visto por aí...
Site -> Remhoogte.
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