sexta-feira, 28 de junho de 2013

Antu Ninquén Syrah 2009



Antu na língua dos Mapuches (gente da terra) significa Sol. Essa linha de vinhos é inspirada neles, conhecidos por sua perseverança.

Ninquén significa platô na montanha e é o nome desse vinhedo, primeiro do tipo no Chile.

Antu Ninquén é portanto Sol da Montanha, criado pela Viña Montgras para justamente expressar a particularidade desse terroir de montanha.

Além desse Syrah há também um blend de Cabernet Sauvignon e Carmenère, que se for de tanta qualidade quanto esse Syrah, já está valendo.

Tio Parker e a WS definiram-no como um frutado com várias camadas, aproximando-se de geléia, com notas de amoras, mirtilos, figos, defumados, especiarias, cedro. 90 e 91 Respectivamente foram as notas. O Descorchados deu 90.

Modéstia à parte, concordo com ambos, no quesito camadas de frutas chegando próximo à sensação de geléia, tanto em boca quanto no nariz. Há algo de especiarias sim, mas o defumado não chega a ser determinante. Um vinho "maduro" e suculento, bem a cara do Colchagua, confesso que lembrei dos vinhos da Casa Silva. Aqui, uma boa acidez salva o vinho de ser enjoativo, transformando-o num vinho muito bom, que vale a pena ser provado.

Interessante dar-lhe um tempinho para se abrir. Já está pronto para beber, e arriscaria dizer que está no momento ótimo, bem redondinho e harmônico, com os taninos maduros, funciona sozinho se for bebido devagar.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$99,90 no Pão de Açúcar.

Site -> Ninquén.

Degustação Miolo: terroirs do Brasil


Mais uma degustação promovida pela Sbav-Rio, dessa vez na adega do Icaro do Rio Sul.

Havia comparecido em 2011 a uma degustação vertical do Lote 43, no mesmo restaurante e também com a presença do Adriano Miolo.

Dessa vez, o tema era os terroirs do Brasil, especificamente os locais onde a Miolo possui projetos.


Como da outra vez, o Sr. Miolo nos brindou com diversas curiosidades e informações técnicas de uma forma bastante didática, enriquecendo a degustação e possibilitando que comparássemos não só os sabores e aromas dos vinhos, mas também que associássemos tudo ao local de origem e suas condições.


Fomos recebidos com o Cattacini Extra-Brut Magnum. Muito bom! Refrescante, cítrico, levemente mineral, perlage intenso e amargor final pequeno, gostei bastante. 

Cattacini é o sobrenome de Luiz Carlos Cattacini Gelli, engenheiro apaixonado por vinhos e agora empresário do ramo, o que vem ao encontro de seu sonho de possuir uma marca própria de vinhos nacionais e exclusivos. Ele compra as uvas, seleciona-as e vinifica tudo nas instalações de terceiros, em muitos casos na própria Miolo.

Já provei seu Peverella que surpreendentemente casou muito bem com comida japonesa, e recentemente adquiri seu Gewurztraminer, o qual será comentado assim que for degustado. O Barbera dele também está na "alça de mira".


Na sequência veio o Bueno Cuvée Prestige. Untuoso, mineral, aromas de frutas secas. Um bom espumante, gostei mais porém do extra-brut do Cattacini.


O Alvarinho veio após, com seus 13 meses (!) e barricas mas sem aparecer demais, muito perfumado, um alvarinho mais no estilo espanhol nas palavras do próprio Adriano. Um vinho tropical, vindo da região da campanha gaúcha.


Já o RAR tem quase o mesmo tempo de barrica (12 meses), bastante mineral e com toques lácteos. Interessante aqui que ele não faz a Maloláctica e ainda tem um relativo caminho pela frente. Esse vem de Campos de Cima da Serra, das terras de Raul Anselmo Randon, que envia as uvas para serem vinificadas nas instalações da Miolo.


O aromático e maduro Testardi vem das terras do vale do São Francisco. Um ano de barrica, mas ela não sobrepõem-se à fruta, apesar de ser notada. Floral, especiaria. Bom vinho, estilo internacional. Fácil de ser apreciado e de gostar.



O famoso Merlot Terroir veio depois. Esse vinho tem 5 parcelas de vinhedos de Merlot diferentes, mas aqui é importante observar que o vinho é feito a partir das parcelas do vinhedo identificadas como especiais, o que eles chamam de "manchas". É justamente aquele pedacinho de terreno que produz uvas superiores.

Bem mineral, frutas no aroma, café, mentol de leve, muita elegância nos taninos. O vinho está pronto para ser bebido, apesar de ainda tecnicamente jovem.


Por fim, o melhor da noite na minha opinião. Almadén Vinhas Velhas Tannat 2012. Jovem, vigor, taninos presentes, sensação adocicada/abaunilhada, ótima textura e corpo, na boca deu show, com uma persistência muito boa também. Porém, já pode ser bebido com bastante prazer, fato confirmado por muitos à mesa, que também elegeram-no como o melhor da noite. 

As Vinhas Velhas têm 38 anos. A Almadén foi a primeira na região da campanha gaúcha, há 40 anos, e até 15 anos atrás só havia ela. Na minha opinião, essa é a melhor região do RS, e uma das melhores do Brasil. São produzidas cerca de 5000 garrafas.

Interessante aqui é que o vinho descansa na mesma barrica que fermentou. Esse, juntamente com o Testardi e o Cattacini foram os meus escolhidos da noite, devidamente adquiridos.

Parabéns à Miolo por acreditar no país e na sua vocação, e por nos apresentar belos vinhos.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Viapiana Expressões Marselan 2010


Há tempos que venho buscando abrir os rótulos brasileiros, o que se mostra claramente pela quantidade de posts com vinhos nacionais que coloquei por aqui.

Por que? Porque temos coisa boa, embora a questão do preço sempre acabe por roubar a cena.

Forma de taxação, frete, custos altos de produção, ICMS diferentes para cada estado, etc. Enfim, a análise não é superficial, tem muita coisa "trepada" no preço, e não há sinal que a cadeia vá ser desonerada e que os lucros de distribuidores e lojas vá reduzir. Enfim, há muito a se conversar e analisar sobre isso.

A verdade é que, quando você consegue comprar coisa boa a um preço razoável, acaba ficando feliz.

Cabe aqui também uma reconsideração. Não acredito muito na opinião dos outros, salvo algumas poucas pessoas conhecidas ou não. Confesso que as últimas experiências com clubes de compra ou de curadoria não tem sido boas.

Porém, da mesma forma que criticamos negativamente, os elogios devem ser feitos. E o pessoal do site Sonoma nesse rótulo, na minha opinião, acertou. Quem escolheu esse foi a Sonia Denicol, que tem trabalhado nessa linha de divulgação dos vinhos brasileiros junto a eles. Belo trabalho!

O vinho tem uma cor púrpura bonita, bem escura. Os aromas são ótimos, frutas vermelhas maduras e os aromas da classe "animal". O famigerado couro apareceu, notado por todos à mesa.

Confesso que ao sentir tais aromas "animais" me surge um quê de desconfiança, visto que há como fabricar isso num vinho. Mas se fabricaram, fizeram de forma imperceptível ao nariz, pois estava bem entrosado, nada em excesso, e o frutado (ótimo) também não sumia. (Falou o entendido rs).

Na boca tudo corretinho, em seu lugar, acidez boa, concentração média, o vinho é muito bom. Não tem exageros e está macio. Nem os 14 meses de barrica deram características muito amadeiradas a ele. Você nota algo de tostado e ainda há tanino, mas repito: está tudo certinho e em seu devido lugar, a sensação é muito boa na boca, e o vinho acabou rápido! Interessante notar que tem "apenas" 12,5% de álcool, e que antes de sair ao mercado descansou mais 6 meses.


A Marselan é um cruzamento entre a Cabernet Sauvignon e a Grenache, feito em 1961 pelo ampelógrafo Paul Truel nos arredores de Marseillan, sul da França, na região conhecida como Languedoc-Roussillon, e é lá que é mais plantada.

Esse cruzamento foi feito no Instituto Nacional de Pesquisa Agrônoma (INRA), no intuito de produzir variedades de grande capacidade de produção com frutos grandes de qualidade moderada. Como a Marselan não atingiu essa meta, por conta de seus grânulos pequenos, foi "arquivada" na época e não foi considerada como comercialmente viável. Mas o mundo dá voltas...

Olha ela que bonitona:


A Marselan parece que se adaptou bem ao RS, a Viapiana não é a única a produzir vinhos com a cepa.

A Viapiana fica em Flores da Cunha. Seu primeiro vinho fino foi produzido em 1999. A linha Expressões é grande e confesso que fiquei interessado em prová-la inteira!

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 60,89 com o frete, no Sonoma.

Site -> Viapiana.

domingo, 23 de junho de 2013

Belas frases sobre o vinho - IX

"Somos todos mortais até o primeiro beijo e a segunda taça de vinho." ---Eduardo Galeano

Ramos Pinto LBV 2005


Post rápido, baseado nas minhas recordações.

Belíssimo Porto, com bastante sedimento visível e ainda com muito vigor. Aromas bastante complexos, desde o frutado doce, calda, tostados, leve queimada na narina. Na boca também repete a queimada, mas tem ótima textura, para ser bebido aos poucos e bem devagar. De preferência em boa companhia ;-)

Degustação Tenuta Sette Ponti


Post retroativo.

Fui convidado pelo amigo Osvaldo Sandim para uma degustação da Tenuta Sette Ponti, promovida pela World Wine, aqui no Rio de Janeiro.

A Tenuta fica no coração da região de Chianti e as sete pontes do nome se referenciam às pontes que cruzam o Arno de Arezzo até Firenze.

A colega blogueira Fabiana Gonçalves do escrivinhos esteve na mesma degustação em Recife, e seu post está ótimo. Portanto, não vou me concentrar na história, muito bem contada pela Fabiana, mas nas minhas impressões sobre os vinhos. Ainda mais que essa degustação foi no mesmo dia da degustação da Suzin, então não pude tomar minhas notas costumeiras da forma que gosto.


O primeiro foi o Crognolo 2009: aromático, frutas vermelhas, ervas, especiarias. Taninos aveludados, é um vinho "juicy" como dizem os americanos. Boa acidez, é no estilão dos bons chianti, embora não seja classificado como um. ganhou 91 do tio RP e 89 da WS.



Depois veio o Poggio al Lupo, mais "xaropão", taninos suaves, mais encorpado que o Crognolo, baunilha, madeira, estilo internacional. Parece mais um vinho do novo mundo. Esse levou 89 da WS também.


Depois o Orma, propriedade em Bolgheri vizinha do Sassicaia, mais classudo, mais frescor, elegantão, até um "chocolate tostado" apareceu rápido. Vinhaço. 93 do RP e 91 da WS.


Por fim a grande estrela deles, o Oreno. Literalmente o irmão mais velho e mais parrudo do Crognolo, tudo melhorado e mais complexo e intenso, flores, frutas, acidez, eucalipto, alcoólico, pimenta doce, taninos não agressivos mas bem marcantes (como é isso? Se você curte vinho assim, sabe!). Perfumadíssimo, defumadão. Um estilo nobre e uma bela experiência. Titio Parker deu 94+ e a WS "só" 90.

Vinhos excelentes, mas preços proibitivos. O mais "barato" é o Crognolo e não sai a menos de R$120,00 e o Oreno bate em grandes R$280,00. Se for comparar aos Sassicaia, Ornellaia e etc, vale muito a pena pelo preço e pela pontuação até maior que seus "concorrentes". Aconselho porém a trazê-lo (s) de lá.

Torii Sauvignon Blanc 2010: que grata surpresa


O Torii é representado por duas colunas que sustentam o céu e por vigas que simbolizam a Terra. Este portal divide o mundo material e divino e, ao ultrapassá-lo, a pessoa entra em um ambiente sagrado, assim diz a crença.

Diz o colega Epifânio, do Vinho Sim :

"A Hiragami foi fundada na década de 1970 e desde então vem produzindo maçãs com excelência em São Joaquim/SC até que, em 2001, vislumbraram a possibilidade de produzir vinhos de qualidade.

Em 2006 foi implantado o primeiro vinhedo e em 2011 lançadas ao mercado 4500 garrafas distribuídas em 6 rótulos: dois homônimos Torii Cabernet Sauvignon 2008, cuja diferença é o tempo de estágio em barricas de carvalho (14 e 12 meses), o Torii Sauvignon Blanc 2010, o Torii Merlot 2010 e os espumantes Rosé Brut e Rosé Demi Sec(...)"

As uvas são plantadas a 1427m de altitude, e os Cabernet Sauvignon acima levam um pequeno corte de Merlot. São os vinhedos mais altos do país, e a maturação de suas uvas é lenta e delicada.

Essa é a Curucaca, comum na região:



O Torii Sauvignon Blanc usa uma garrafa daquelas do estilo portuga, mais fina, e bem escura. Um branco com uma garrafa verde escura já nos dá a idéia de um branco de guarda.



Ao ser aberto e vertido na taça, nos mostra um amarelo ainda levemente verdeal mas já caminhando no sentido da evolução. De cara a concentração do vinho me impressionou. "Oleoso, denso" foram as palavras que vieram à mente, confirmadas pelo meus grandes amigos Aisgo e Janette.

No nariz: presença muito forte de herbáceos e fruta branca madura. Depois de um tempo algo bem próximo de arruda domina. Lindo, muito aromático. Gosto dessa linha herbácea bem feita, não à toa sou fã da Cab. Franc e da Cab. Sauvignon, e agora um amante da Sauvignon Blanc.



Na boca: corpo! Sério, confirma o visual denso, mostra a que veio. Certo dulçor presente, mas sua boa acidez o impede de ser enjoativo. Apesar de apenas 11,8% declarados, se esquentar um pouquinho o álcool aparece de leve, mas não incomoda, apenas soma-se à experiência. O vinho preenche a boca, é muito bom, com ótima persistência. Recomendo para os amantes da Sauvignon Blanc!

Funciona tanto sozinho quanto acompanhando queijos (dá-lhe gorgonzola), ou uma comida leve. Ou uma pizza vegetariana de massa fina, como foi o caso. Não o combinaria a comidas mais pesadas ou muito condimentadas.

O Sr. Hiragami, fruticultor de renome em todo o país:



Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$48,00 (muito bom o preço na minha opinião).

Site -> Hiragami (ainda não traz info dos vinhos). É associada da ACAVITIS

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Bonarda: impressões - XI: Navarro Correas 2008

Mais um Bonarda pra conta.

O que tenho visto é que são vinhos bem feitos, e fáceis de beber, não sei a razão de ainda não terem "pego" os consumidores, fora a pouca atenção que se tem para eles, por conta da ofuscante Malbec.

Enfim, como decidi provar um sempre que houvesse oportunidade, eis que aqui vai mais um post sobre esta casta.



As etiquetas da linha exibem obras de renomados artistas argentinos, essa garrafa em particular achei bem bonita. Gosto desses rótulos mais sérios com um toque artístico, sem exagero. O ponto aqui é o vinho, não o rótulo.

A obra é de Raquel Forner (1902-1988).

Esse tem a cor púrpura famosa, não tão concentrada, com halo aquoso fino e continua num vermelho mais evoluído até voltar ao púrpura. Lágrimas lentas e abundantes.

Muita fruta no nariz, bem maduras, e um leve tostado.

Na boca entra macio, aveludado, sensação resinosa, quentinho, acidez moderada, e vai embora rápido.

É gostosinho e pelo preço valeu a pena (não disse que é justo, mas comparando com o que se cobra por aqui, fico obrigado a dizer que é um bom preço).

Interessante também ver o comercial feito para eles, onde o "R" bastante presente no nome da vinícola tornou-se o mote principal do comercial: http://www.youtube.com/watch?v=04kGcQ_gIVk . Achei de muito bom gosto e criatividade.

Esse comercial eu descobri por conta dos colegas do Q Vinho, que beberam a safra de 2005.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$30,00 na Lidador.

Site -> Navarro Correas.

Degustação Maia na SBAV Rio

A Andes Grapes é mais uma vinícola mendocina, e se encontra em Coquimbito, na zona conhecida como Maipú (não confundir com Maipo, ao sul/redor de Santiago).

Tive a oportunidade de conhecer seus vinhos da linha Maia na 4a feira.



Começamos com o Torrontés da linha varietal. Verdeal, o clássico floral+fruta branca do torontés, bem aromático mas sem exagero. Boa acidez, evitando que se torne enjoativo, apesar do toque adocicado. Um bom vinho para se beber bem gelado e com preço na faixa de R$31,00.


O segundo foi o Malbec da linha varietal. Despretensioso, ácido, aromas de frutinhas vermelhas bem interessantes também, veludinho de leve, final também levemente salgadinho. Mesmo preço que o Torrontés. A foto ficou uma porcaria, peço desculpas.


O terceiro da linha varietal foi o melhor deles na minha opinião. Um Cabernet Sauvignon, diferente dos outros que conheço de Mendoza, que geralmente também são muito bons. Mais estrutura e taninos que o Malbec, é um vinho melhor e mais pronto (o Mlabec realmente era mais jovem - 2012). Ele tem um pouquinho de tudo o que a Cabernet Sauvignon apresenta, mas bem de leve, e bem organizadinho. Depois de um tempo surgiu um café no nariz que conquistou o pessoal. Tive que adquirir uma, em conjunto ao Torrontés. Mesmo preço dos dois anteriores.



Em sequência trouxeram o Cabernet Sauvignon Premium, na faixa dos R$49,00 e literalmente a evolução do anterior. O único "problema" foi que, depois de um tempo, se tornou um pouco desequilibrado, não só pela temperatura, mas não gostei da evolução dele na taça. Talvez precise de mais um tempinho na garrafa, quem sabe.



O Malbec Premium foi o seguinte, trazendo flor, baunilha, madeira, fruta preta e uma cor bem escura. Merece mais tempo em garrafa mas já dá pra ser apreciado com sua boa estrutura, acidez e leve tostado, pedindo comida. Mesmo preço que o anterior.


O último foi o grande Malbec deles, o Gran Reserva. Mais escuro, mais intensidade dos aromas na mesma linha que o Premium, porém acidez, taninos e estrutura mais "parrudos", notadamente mais encorpado. O interessante é o final puxando pra um lado mineral. R$125,00.

Por incrível que pareça para mim o campeão da noite foi o Cabernet Sauvignon Varietal 2010, ótimo preço, frescor, sabor e aromas que não imaginava encontrar num vinho com essa proposta. Parabéns à Andes Grapes.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Viña Montes lança vinho super ícone


O Taita - que significa "sabedoria" ou ainda "pai" - foi lançado pela Montes na Vinexpo 2013, que direcionou a maior parte das 3000 garrafas para a Asia. Este vinho foi desenvolvido com a colabroação do terroir-star Pedro Parra e tem 85% de Cabernet Sauvignon do Colchagua, mais especificamente de uma localidade chamada Marchigue.

A primeira safra é a 2007, será lançado apenas nos anos excepcionais e tem 15,7% de álcool. Tem 2 anos de barricas.

Fonte

domingo, 16 de junho de 2013

Echeverria Sauvignon Blanc 2011


A viña Echeverria dista cerca de 200km ao sul de Santiago, na cidade de Molina. Está localizada no vale de Curicó, e é de lá que vêm as uvas para esse vinho.

A safra 2012 deste vinho traz uvas do vale de Casablanca.

Esse 2011 tem cor amarelo-claro com nuances de mesma cor e é bastante transparente. Lágrimas rápidas.

O nariz é presenteado com muitos vegetais, e frutas cítricas maduras. Depois, algo como uma mantega.

Na boca é bem untuoso, boa acidez, muito boa persistência. O vinho "preenche" a boca. O final é levemente mineral (salgadinho), embora oriundo não de um vale costeiro, mas de um da área dos Andes.

Para um vinho da linha de entrada (classic), vale bastante. Aliás, volto a dizer, os brancos chilenos evoluem a olhos vistos.

Por enquanto, a Echeverria, junto com a Casa Silva e a Catena, é daquelas que nunca decepcionaram. Sempre entregam qualidade, desde suas linhas de entrada.

Ganhou medalha de prata e figurou como best buy para o beverage tasting institute dos EUA.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$34,00 (meia-garrafa) na VinExpress no Città.

Site -> Echeverria.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Malbech M Gli Aceri IGT 2008


Às vezes não sei porque insisto em colocar à prova minhas resoluções.

Comprei este no Selo Reserva. Fiquei interessado, afinal, Malbec da Italia?

Pois bem, halo aquoso fino, nuances já começam a denotar alguma evolução. A cor é um já-saindo-do-púrpura-indo-pro-vermelho. Lágrimas rápidas.

Nariz queima um pouquinho por causa do álcool, frutas vermelhas bem maduras, no início pareceu até meio forçado, sei lá.

Média concentração, na boca pareceu só acidez+álcool+leves taninos. Depois os taninos ficaram mais presentes (temperatura correta), o álcool evaporou um pouco, mas o vinho na boca parece que ficou devendo alguma coisa.

Não sei, talvez seja a tal "personalidade" tão escrita por aí afora.

A verdade é que como sempre teceram mil elogios ao vinho. Juro que quero ver uma vezinha só eles colocarem "esse vinho nem é tão bom mas serve para agradar no dia-a-dia." Rs.

Agora, o incrível é o ótimo cheiro tostado+frutado que fica na taça com o restinho do vinho... Vai entender.

Nota -> 2.5 de 5.

Preço -> R$ 68,78 (caro!) no Selo Reserva.

Site -> Nem procurei.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Altavista Atemporal Blend 2009 e Suzana Balbo Signature Cabernet Sauvignon 2010


Muito se falou da safra 2008 desse vinho. Em mais um encontro dos colegas confrades decidimos abrir esse 2009.

Halo aquoso, uma cor mais puxada para um vermelho rubi, frutas vermelhas em profusão, notadamente amora e framboesa. Álcool ainda queima a narina um pouquinho. 

Na boca bons taninos, quentinho, bem "apimentado", média concentração e persistência, bom final. Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot compõem esse blend, com 12 meses de barricas.


Susana Balbo é conhecida pelo perfume e suavidade de seus vinhos. E nesse continuou a saga: o vinho é um legítimo caldo púrpura, mais concentrado, no nariz abriu-se em alecrim! Calma, não estou ficando doido, apesar de ser um grande fã do rosmarino, esse aroma foi unanimidade entre os 4 confrades.

Depois frutas doces. Na boca repete as frutas, num estilo aveludado e de madeira presente. Bom vinho, sensação de suavidade. Tem ainda 10% de Malbec em 13 meses de barricas (80% novas).

Ganhou 90 do ST, 92 do tio RP, e incríveis 94 do Descorchados 2013, figurando como melhor Cabernet Sauvignon.

Notas -> 3.5 de 5 para os dois.

Preços -> R$100,00 o Altavista (Caro!) e R$80,00 o Signature (Carinho) na VinExpress.


sábado, 8 de junho de 2013

Degustação Villa Francioni na SBAV-Rio


Conheci a Villa Francioni com o Villa Francioni Tinto, não poderia ser melhor. Provei em sequência o Francesco, o Joaquim, o Sauvignon Blanc, todos muito bons.

Quando recebi o email com o anúncio da degustação, não pensei duas vezes.

Contamos com a ilustre presença do Jose Paulo Schiffini, que nos brindou com uma aula de como degustar um vinho, fora os insights, dicas e uma mini aula das etapas produtivas do vinho. Um espetáculo à parte.


Começamos pelo Joaquim Espumante Rosé Brut. Blend de Syrah, Pinot Noir, Cabernet Franc, Sangiovese, Merlot, Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot (!). Bela cor, perlage fino e elegante, no nariz: pão! Em boca muito bom, refrescante, me surpreendeu, menos doce que muitos brut, o que me agrada bastante (prefiro os extra-brut e nature). Faixa de preço: R$52,00. (Comprei).


Em seguida veio o Sauvignon Blanc, uva que me conquistou e que ultimamente tem sido minha primeira opção nos restaurantes. Já conhecia o 2011 embora não comentei por aqui por não ter tomado notas, mas ainda assim digo que o vinho é muito bom e de boa acidez, e na minha opinião vai melhorar com o tempo, embora já esteja pronto (como é isso Felipe?).

Esse 2012 tem aroma suave, floral, cítrico, até arruda! Tem cor bem clarinha, verdeal. Na boca mais suavidade, acidez delicada, no finzinho leve pinicada nos lados da língua, levemente untuoso e cítrico. Menos ácido que o 2011. Segundo informações, o 5o melhor Sauvignon Blanc da América Latina para o Descorchados. Faixa de preço: R$76,00 (O vinho é bom, mas não é barato).



Na sequência nos trouxeram o rosé 2012. Fico devendo a foto porque a garrafa veio vazia, e perde muito do seu charme sem o líquido no interior, embora o formato seja muito bonito (foi encomendada a um perfumista francês segundo informações da Monica, sommelière da VF).

Bem aromático, de acidez marcante, álcool presente. Não me conquistou, embora seja um vinho de muita qualidade. Feito com as mesmas uvas do espumante Joaquim Rosé, embora colhidas mais tarde, segue o estilo dos vinhos de provence. Foi considerado o melhor rosé nacional pelo Anuário Vinhos do Brasil e pela Folha de São Paulo. Faixa de preço: R$58,00.



Logo após veio o Joaquim 2009. Havia provado recentemente o 2008, e confesso que gostei e me surpreendi com a qualidade, o que se repetiu nessa nova safra.

Feito com Cabernet Sauvignon e Merlot (a porcentagem é desconhecida), já apresenta uma cor não tão jovem, e seu nariz é que demonstra a grande qualidade dos vinhos da Villa Francioni. Como todos os bons vinhos, eles precisam de tempo para se abrirem, fato que foi repetidamente exposto pela Monica, e assim ele fez, liberando flor, fruta, álcool, café, e depois se estabilizando num pimentão sauve (olha a cabernet aí gente). Na boca acidez, álcool, madeira. Bom vinho, mas ainda precisa de um tempinho na minha opinião. O 2008 (agora só tem meia-garrafa) já está mais pronto. São 10 meses de barril. Faixa de preço: R$48,00 (bom preço).


O vinho seguinte foi o Francesco 2008. Francesco era o pai da Agripina, que foi quem se estabeleceu nas terras catarinenses e deu início à saga da família Francioni no Brasil. Halo aquoso bem largo, vinho escuro, no nariz um impressionante café com leite! Na boca quente e final mineral (!). Um vinho muito bom, mas que também precisa de tempo. São 14 meses de barril para esse blend de Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Syrah. Faixa de preço: R$64,00 (honesto).


Por último nos trouxeram a estrela da noite: O VF Tinto 2006. Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec, com uma cor de vinho evoluído e um nariz bastante complexo. Na boca baunilha, quente, taninos presentes, apimentado, e um final muito bom, com uma persistência notável. Faixa de preço: R$117,00 (Muito bom o vinho, aí é com você leitor. Eu acho que podia ser mais barato).

Além do VF Tinto há ainda o Michelli, vinho ícone da casa e que segue uma linha mais "supertoscano", de produção limitadíssima (acho que não chega a 3000 garrafas) e com preço superior a R$300,00.

A VF usa apenas barricas francesas de primeiro uso, ainda segundo a Monica.

O representante no Rio de Janeiro é a Serrado Vinhos, que fica na Tijuca.

Visite o site, com música da Orquestra Sinfônica de Santa Catarina feita exclusivamente para a vinícola.

domingo, 2 de junho de 2013

Sunrise Sauvignon Blanc 2009


Post retroativo. Bebi esse na semana santa. Um achado, guardadinho num buffet de madeira, no fundo da prateleira no espaço bistrô.


Esta singela meia garrafa é a prova cabal de que um vinho bem guardado premia o homem paciente. Estava simplesmente sensacional, não havia excesso nem falta de acidez, macio, tudo era percebido ao mesmo tempo, o único problema era que só havia essa, e era meia garrafa.

As uvas vêm do frio vale de Bio-Bio.

Esta lembrança veio na hora certa, os posts dos últimos dias tem sido sobre a Sauvignon Blanc :-)

Nota -> 4 de 5.

Preço -> Não lembro, mas acho que foi algo como R$23,00.

Site -> Sunrise (Concha Y Toro)

Portillo Sauvignon Blanc 2011


Antes de tudo, estou "amarradão" na Sauvignon Blanc e seus rótulos clean. Dá vontade de levar as garrafas pra casa rs.

Quando esse chegou, confesso que não levei muita fé nele, apesar de ter provado um Portillo Malbec em taça no Outback há um tempo atrás e ter me surpreendido - o vinho é muito bom, mesmo sendo o de "entrada" da Salentein.

Tem uma bonita cor amarelo brilhante, muito bonito.



Enfim, o menino se abriu muito floral, no que conquistou a Isis de imediato. Depois se baseou num cítrico bastante suave, repetindo tudo isso na boca, com um frescor na medida, e chegando a ser levemente adocicado.

Belo e refrescante vinho.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> Não lembro, mas acima de R$50,00 (restaurante).

Site -> Bodegas Salentein.

sábado, 1 de junho de 2013

Amplus Sauvignon Blanc 2011



Dessa linha Amplus já passei pelo Carignan, na verdade por dois deles, o 2007 e o 2009. Dizem que o melhor é o One Carmenère. Bem, resolvi experimentar o Sauvignon Blanc.

Conheci a Santa Ema numa degustação na SBAV, no link acima para o ano de 2007 vocês podem ler o que aconteceu na ocasião. Fato é que nesse dia um dos presentes me disse que o Sauvignon Blanc era ótimo.

Tempos depois, eis que comprei um exemplar para experimentar. Confesso que o colega da degustação tinha razão.

O vinho é muito bom. Amarelo esverdeado, brilhante, se abre para aromas cítricos e depois se concentra num maracujá adocicado, com nuances herbáceas.

Na boca, acidez suave, levemente herbáceo, cítrico, untuoso. Acidez elegante. Bem definido (personalidade!) e repito: muito bom. Encarou uma massa com molho branco levemente adicionado de queijo parmesão ralado.

O vinho é feito com uvas do frio vale de Leyda, perto do oceano Pacífico. Pela manhã, uma fria brisa varre o vale, criando ótimas condições para a Sauvignon Blanc.

Olha ela que bonita (foto do blog vinho em prosa):



Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> R$79,00 na Lidador.

Site -> Santa Ema.