Mais uma degustação promovida pela Sbav-Rio, dessa vez na adega do Icaro do Rio Sul.
Havia comparecido em 2011 a uma degustação vertical do Lote 43, no mesmo restaurante e também com a presença do Adriano Miolo.
Dessa vez, o tema era os terroirs do Brasil, especificamente os locais onde a Miolo possui projetos.
Como da outra vez, o Sr. Miolo nos brindou com diversas curiosidades e informações técnicas de uma forma bastante didática, enriquecendo a degustação e possibilitando que comparássemos não só os sabores e aromas dos vinhos, mas também que associássemos tudo ao local de origem e suas condições.
Fomos recebidos com o Cattacini Extra-Brut Magnum. Muito bom! Refrescante, cítrico, levemente mineral, perlage intenso e amargor final pequeno, gostei bastante.
Cattacini é o sobrenome de Luiz Carlos Cattacini Gelli, engenheiro apaixonado por vinhos e agora empresário do ramo, o que vem ao encontro de seu sonho de possuir uma marca própria de vinhos nacionais e exclusivos. Ele compra as uvas, seleciona-as e vinifica tudo nas instalações de terceiros, em muitos casos na própria Miolo.
Já provei seu Peverella que surpreendentemente casou muito bem com comida japonesa, e recentemente adquiri seu Gewurztraminer, o qual será comentado assim que for degustado. O Barbera dele também está na "alça de mira".
Na sequência veio o Bueno Cuvée Prestige. Untuoso, mineral, aromas de frutas secas. Um bom espumante, gostei mais porém do extra-brut do Cattacini.
O Alvarinho veio após, com seus 13 meses (!) e barricas mas sem aparecer demais, muito perfumado, um alvarinho mais no estilo espanhol nas palavras do próprio Adriano. Um vinho tropical, vindo da região da campanha gaúcha.
Já o RAR tem quase o mesmo tempo de barrica (12 meses), bastante mineral e com toques lácteos. Interessante aqui que ele não faz a Maloláctica e ainda tem um relativo caminho pela frente. Esse vem de Campos de Cima da Serra, das terras de Raul Anselmo Randon, que envia as uvas para serem vinificadas nas instalações da Miolo.
O aromático e maduro Testardi vem das terras do vale do São Francisco. Um ano de barrica, mas ela não sobrepõem-se à fruta, apesar de ser notada. Floral, especiaria. Bom vinho, estilo internacional. Fácil de ser apreciado e de gostar.
O famoso Merlot Terroir veio depois. Esse vinho tem 5 parcelas de vinhedos de Merlot diferentes, mas aqui é importante observar que o vinho é feito a partir das parcelas do vinhedo identificadas como especiais, o que eles chamam de "manchas". É justamente aquele pedacinho de terreno que produz uvas superiores.
Bem mineral, frutas no aroma, café, mentol de leve, muita elegância nos taninos. O vinho está pronto para ser bebido, apesar de ainda tecnicamente jovem.
Por fim, o melhor da noite na minha opinião. Almadén Vinhas Velhas Tannat 2012. Jovem, vigor, taninos presentes, sensação adocicada/abaunilhada, ótima textura e corpo, na boca deu show, com uma persistência muito boa também. Porém, já pode ser bebido com bastante prazer, fato confirmado por muitos à mesa, que também elegeram-no como o melhor da noite.
As Vinhas Velhas têm 38 anos. A Almadén foi a primeira na região da campanha gaúcha, há 40 anos, e até 15 anos atrás só havia ela. Na minha opinião, essa é a melhor região do RS, e uma das melhores do Brasil. São produzidas cerca de 5000 garrafas.
Interessante aqui é que o vinho descansa na mesma barrica que fermentou. Esse, juntamente com o Testardi e o Cattacini foram os meus escolhidos da noite, devidamente adquiridos.
Parabéns à Miolo por acreditar no país e na sua vocação, e por nos apresentar belos vinhos.
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