domingo, 31 de março de 2013

Lamadrid Single Vineyard Reserva Cabernet Franc 2010 e Echeverria Reserva Cabernet Franc 2010



Havia provado o Bonarda dessa mesma série Single Vineyard, e gostado muito. O pessoal da Lamadrid utiliza leveduras indígenas (leveduras da própria uva) e tanques de concreto.

O vinho de início lembrou alguns Cabernet Sauvignons que já bebi de Mendoza, com muita baunilha. Depois foi se abrindo, firmou-se num frutado muito gostoso, com algo de ervas e especiarias e um fundo de baunilha. Na boca os taninos se mostram mas não incomoda, boa estrutura e pouco herbáceo. Boa acidez. Muito bom.



O Echeverria se abriu muito herbáceo. De cara fiquei um pouco preocupado, mas resolvi - claro - dar um tempo a ele. E não decepcionou. Subiu um frutado meio doce delicioso, com um leve herbáceo nada agressivo, interessante aliás. Quanto mais tempo, melhor ficava. Na boca, boa acidez, média concentração, boa persistência e um mentolado também de leve, bem gostoso. O final é ótimo! Terceiro vinho da casa que provo e até agora todos agradaram - e muito.

Recomendam 7 anos de guarda no mínimo, mas pra mim já está bom pra beber.

Notas -> 3.5 de 5 para o Lamadrid e 4 de 5 para o Echeverria.

Site -> Lamadrid e Echeverria.

Preços -> R$64,10 o Lamadrid na Lidador e R$90,00 o Echeverria na VinExpress.

Vallado Quadrifolia Douro 2010 e Echeverria Family Reserva Cabernet Sauvignon 2007


Um vinho de entrada da Quinta do Vallado, muitos aromas frutados doces. Bela opção de entrada para o Douro pelo preço, para quem gosta de vinhos do Douro, de vinhos portugueses, e de vinhos em geral. Rs. A maior parte é Touriga Franca e Tinta Roriz (Aragonez no Alentejo e Tempranillo na Espanha, fora outros nomes...). Muito agradável na boca, é o vinho para se levar em algum jantar que você tenha sido convidado, onde os participantes não têm costume de beber vinho. Ou como presente para pessoas na mesma situação.



Esse Echeverria é um Cabernet Sauvignon vindo do Curicó, um vale mais frio que o Maipo e seus subvales e que o quente Colchagua, não tirou porém as características da Cabernet Sauvignon chilena, se é que podemos falar assim. Não tirou, mas atenuou e acrescentou mais coisa. O vinho é muito bom, tem uma persistência ótima, passeia por aromas frutados, baunilha, tostados, especiarias, algo mentolado. Muito boa acidez, um vinho para ser bebido bem devagar, de preferência com uma comida consistente, ainda há algo do álcool mas não chega a incomodar se você tiver um pouco de paciência com ele na taça. Acho que ainda persiste em garrafa, não saberia dizer se ganha algo, mas sinceramente não esperaria muito mais para abri-lo.

E olha que acima dele ainda há mais dois, um limited edition (que me instigou a comprá-lo, além da garrafa ser belíssima) e um founder's reserve, este último o ícone. Esses dois porém trazem uma pequena parte de Syrah e Carmenère.

No site eles aconselham 8 anos no mínimo para o 2010; esse 2007 na minha opinião está ótimo com 6 anos de idade, ficou cerca de uma hora decantando, se mostrou muito bem.

Percebi uma boa distribuição dos vinhos dessa vinícola ultimamente, chegaram pra ficar ao que tudo indica.

Provei também o Cabernet Sauvignon 2010 de entrada deles, bastante interessante.

Notas -> 3.5 de 5 para o Quadrifolia e 4.5 de 5 para o Echeverria.

Site -> Echeverria e Quinta do Vallado.

Preços -> R$40,00 para o Quadrifolia e R$110,00 para o Echeverria, ambos na VinExpress.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Castillo Ducay 2011, Grey Carmenère 2010 e Quinta dos Bons Ventos Touriga Nacional 2008


Sexta-feira, dia de confraria 256. Fomos no excelente winebar que funciona aqui no 3o piso do Shopping Città America. Bons preços e boas opções, e boa comida.

Esse Castillo Ducay é novidade, toda a linha é recém-chegada no Brasil, um branco, um rosé, um tinto e um tinto Crianza.

Esse acima é o tinto, despretensioso mas interessante, de entrada doce, bons aromas de frutas vermelhas, acidez leve, textura elegante e final honesto. Por R$35,00 uma bela pedida, inclusive para quem está começando no mundo dos vinhos.



A coisa ficou séria e partimos para o Grey, que o Sandro já estava namorando há tempos.

Ao ser aberto, foi rapidamente para as taças e ao chegar no nariz - que surpresa! Um carmenère de flores! Rosas foi o nome mais votado, belíssimo aroma adocicado. Em algum momento pude notar algo semelhante a hortelã, para logo depois um breve herbáceo e ao final a barrica se revelar de forma elegante, sem tomar conta do conjunto. Talvez côco (rs). Na boca, perfeito. Talvez um cadinho de nada mais acidez, porém acidez na cepa é um pouco complicado, tira outras qualidades quase sempre. Quer saber? Não mexam nele, está ótimo do jeito que está. R$88,00 realezas.


Dois posts para trás comentei sobre o Quinta dos Bons Ventos 2010. Vinho de entrada da Casa Santos Lima, da região de Lisboa, uma ótima opção na faixa dos R$30,00 para todos os gostos (mortais).

Dessa vez, abrimos o irmão mais velho dele. Confesso ser meu primeiro 100% Touriga Nacional e: gostei! De estilo fechadão, mais austero, foi se abrindo aos poucos. Mostrou o DNA portuga, algo de frutas pretas e aquele velho ar de antigão, apesar de ser jovem. Dá uma limpada na boca, mostra os taninos mas não incomoda. Um belo vinho e valeu os R$65,00 pagos por ele.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Bonarda: impressões - VIII (Las Perdices Reserva 2008)


Comprado na promoção wine 50 anos. Muito li a respeito, falaram muito bem. E com razão.

Ao ser aberto, o aroma defumado/tostado sobe. Servindo na taça, depois de um tempo sentimos as frutas, e o defumado ainda permanece, pontuado por algo de especiarias por detrás.

Na boca tem bom volume, aveludado. Baixa acidez, funciona melhor com queijos. O toque "emborrachado" da Bonarda é muito discreto, só se nota após um bom tempo na taça.

A Las Perdices é famos pelos seus brancos. Mas esse vale (e muito) a pena ser provado. São 10.000 garrafas.

Um belo vinho, fez frente ao Lamadrid e ao Serrera, embora num estilo mais elegante e menos explosão.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$50,00 na promoção 50 anos Wine. O preço normal é R$80,00 (R$68,00 para os associados do clube deles).

Site -> Las Perdices.

Quinta dos Bons Ventos 2010 e Hartenberg Cabernet-Shiraz 2005



Há algum tempo queria tirar a prova real desse Quinta dos bons Ventos, vinho que inclusive pode ser encontrado em supermercados da rede Hortifrutti aqui no Rio de Janeiro.

Bem, o vinho é da região de Lisboa, antiga Estremadura se não me engano, e realmente é um vinho bem honesto, de aromas frutados bem agradáveis. Para vinho do dia-a-dia ou sem compromisso, é uma boa aposta. Trata-se de um blend de Castelão (Periquita), Camarate, Tinta Miúda e Touriga Nacional com um vigor que não chega a ser agressivo. No caso, pude experimentá-lo, sendo que a garrafa saía a R$30,00. Facilmente encontrado também em diversas lojas online. É melhor que muito "reserva" que se encontra por aí.

Eles possuem uma linha bem extensa, sendo que ainda vi um Touriga Nacional 100% (que me interessei e dentro em breve se tudo correr bem aparecerá por aqui), e um Reserva, que traz as mesmas uvas que esse "de entrada" da casa.


Já esse Hartenberg, que vinhaço! 8 anos de idade e está no auge, sem arestas, dê-lhe um tempinho com uma temperatura controlada e eis que se mostra em todo o seu esplendor. Se esquentar o álcool ainda sobressai, mas acaba por fim indo embora a maior parte. Um passeio de aromas bem presentes, no final podemos notar até um belo café e algo de tabaco (?!?). Um achado por R$70,00.

Notas -> 3 de 5 para o Quinta dos Bons Ventos e 4 de 5 para o Hartenberg

Sites -> Quinta dos Bons Ventos e Hartenberg

Preços -> R$30,00 o Quinta dos Bons Ventos e R$70,00 o Hartenberg na VinExpress.

domingo, 10 de março de 2013

Amalaya blanco 2012 e Colomé Torrontés 2011



Sábado à noite, belo jantar em Santa Teresa na casa de um casal de grandes amigos, daqueles que você reconheceu, porque grandes amigos você não faz: reconhece!

A opção foi por brancos, nas atuais temperaturas, fica difícil colocar nossos colegas tintos na roda.

A família Amalaya é muito interessante. A começar pelo nome, que significa "esperança por um milagre". Vinhos que são originados no vale Calchaquí, Cafayate, entre Salta e San Miguel de Tucumán, nordeste da Argentina.

São os chamados "vinhos de altura" da Argentina. Bem diferentes dos irmão mendocinos e igualmente deliciosos.

Para se ter uma idéia das alturas:



Este Amalaya blanco 2012 tem no frescor o seu ponto alto. Aromas cítricos bem presentes, puxando mais para as frutas mais verdes que maduras. Encara um molho branco muito bem. Composto por Torrontés com um aporte de Riesling, não evidenciado no rótulo, e que colabora com um toque mineral ao vinho.

O Colomé, 100% Torrontés, é mais estruturado, untuoso, acidez menor que o Amalaya, entrada doce. Conseguiria funcionar sozinho num dia (ou noite) quente como a de ontem. Complexo em nariz e boca, um belo vinho branco.

A Torrontés é a variedade branca da Argentina, e segundo eles próprios atinge a sua máxima expressão no vale Calchaqui. Confesso que da variedade é realmente o que de melhor bebi até hoje.

As duas são bodegas irmãs, com a Colomé fazendo os "irmãos mais velhos" dos Amalayas.

O único pesar é o preço cobrado pelos dois aqui no Brasil... São importados pela Decanter.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Falsas promoções online

Deparei-me com o seguinte email:


Já havia comentado algo a respeito por aqui. Temos a tendência de achar que as lojas online de vinhos cobram mais barato que as tradicionais.

Não é o que tenho visto.

Moro no Rio de Janeiro. Sinceramente tenho comprado vinho no mesmo preço ou ainda mais barato que nas lojas online, e ainda não tenho a necessidade de pagar frete. Apesar de ainda assim estar caro, mas isso é outro assunto.

E se você compra com frequência, e negocia um desconto, ainda sai um pouquinho mais barato.

"Ah, mas a entrega é gratuita, eles disseram isso." E?

O vinho acima, bem gostosinho, pode ser encontrado a R$36,00 no Mundial, rede de supermercados que tem uma boa seleção de vinhos portugueses principalmente, e que como único incoveniente não aceita cartão de crédito.

Cuidado pessoal. Olho vivo.

Carmen Reserva Pinot Noir 2011


Mais um PN chileno. Gostei mais do Leyda, esse me pareceu mais herbáceo (!?).

Interessante como o Chile apresenta coisas diferentes baseadas na mesma cepa.


quinta-feira, 7 de março de 2013

Encontro de Vinhos Rio de Janeiro

Vinhos que me chamaram a atenção (tive foco apenas nos vinhos brasileiros):

- Toda a linha de espumantes do Geisse (o nature então, excelente).
- Pizzato DNA Merlot 2008 (não está à venda ainda; aromas interessantíssimos, frescor surpreendente).
- Casa Valduga Extra Brut 60 meses.

Outros dignos de nota:

- Casa Valduga Heitor Villa-Lobos Cabernet Sauvignon 2007 (relembre o 2005 e o 2006 aqui).
- Aurora Millesime Cabernet Sauvignon 2009.

Saiba mais aqui.

Parabéns aos colegas Daniel Perches (Vinhos de Corte) e Beto Duarte (Papo de Vinho) pela iniciativa.


Parcela #7 2009 e Serrera Reserva Malbec 2008


Post rápido. O Parcela #7 é o vinho de maior produção da Von Siebenthal. Mas nem por isso deve ser menosprezado. Já degustei o Carmenère e o excelente Montelíg.

Muito interessante, com um caráter bem francês. Uma pena seu preço exorbitante aqui no Brasil, que parece precificar as garrafas pelo que se acha ao invés de uma razão relacionada à produção. Um vinho de 73.542 garrafas custar mais de R$80,00 é no mínimo estranho. Enfim...


Já o Serrera Reserva Malbec me surpreendeu de uma forma negativa. Acho que criei expectativa por conta do excelente Bonarda.

É um Malbec mais austero, sem muita identidade eu diria. Mas, de novo, acho que criei muita expectativa.