domingo, 29 de março de 2015

Chile: Catrala Sauvignon Blanc 2011

Bom, se você acompanha o blog sabe que eu gosto muito da Sauvignon Blanc. Se não acompanha, bem, está sabendo agora.


Esse foi comprado na Vinum Day por um preço bem razoável. Peço desculpas por ter perdido minhas anotações acerca desse vinho. Mas me lembro que estava muito bom. Muito mesmo.

Tinha traços minerais, e trazia também frutas e vegetais; e a estrutura era boa. Sinceramente dos melhores do Chile até hoje.

O vale de Casablanca é definitivamente o lar do melhor Sauvignon Blanc do Chile.

Recomendo.

Catrala é a mulher do século XVII chileno, inteligente, forte e misteriosa, conhecida por suas excentricidades e costumes estranhos, vivia em um ambiente onde se mistura fantasia, lenda e realidade.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$49,90

Site -> Catrala.

In English:

Well, if you are my blog habitué you already know about my Sauvignon Blanc passion. If you are not, well, at least now you know.

Sorry for losing my notes on this wine. But it was so good that I had to mention it here.

I remember his hard mineral and citric notes, in a pungent acidity body with some heat. A good white wine, with some structure. 

Definitely the Casablanca valley gifts us the best chilean sauvignon blanc. That is a fact.

I do recomend this wine.

Catrala is the 17th century chilean woman, smart, strong and misterious, know for her eccentricities and odd traditions, surrounded by fantasies, legends and reality.


Grade -> 4 ot of 5.

Price -> R$49,9 something like US$16

Site -> Catrala.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Brasil: Don Laurindo Reserva Estilo 2009

A vinícola Don Laurindo, localizada no vale dos vinhedos, em Bento Gonçalves, nunca me apresentou algo ruim. Seus vinhos caminham numa trilha um pouco diferente dos vinhos ditos "internacionais", mas isso não significa que sejam vinhos estranhos, hippies ou esquisitos.

São vinhos com uma pegada diferente.

Recentemente o Sr. Laurindo Brandelli veio a falecer, o que não tira os brilhos dos vinhos que levam seu nome, visto que seu filho Ademir toca a vinícola há um bom tempo.

De cor púrpura com halo já caminhando para um vermelho mais "cansado", este abriu-se em frutas vermelhas frescas, bem frescas. Surgiu aquele aroma associado à violetas (eu diria que é um floral mesmo) comumente em vinhos feitos com Malbec. Até umas notas que me lembraram remédio (sério, daqueles que você tomava quando criança), que algumas vezes encontrei em tempranillos, principalmente argentinos (que não são muitos). Depois de um tempo me veio algo como um "suadinho", algo como um couro. Realmente depois de um tempo ele se assemelhou a alguns vinhos feitos com Tannat que pude experimentar ao longo do tempo.

Não à toa, esse blend é composto de Malbec, Tannat e Ancellota. Porcentagens não declaradas.

Na boca é igualmente fresco, rápido, boa acidez, álcool bem escondidinho, taninos presentes mas bem redondinhos. Um vinho de churrasco eu diria. Na boca é essencialmente um Tannat depois de um tempo, me lembrou outros tannats que já bebi.

Eu gostei e me lembrou um pouco do estilo do Gran Lovara que bebi há um tempo atrás.

São 5.950 garrafas e esta é a de número 4.994. Não é lá uma série especial, mas também não é produção em série.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$ 45,90.

Site -> Don Laurindo.



In English:

Located in Brazil's south region, Don Laurindo winery never presented me anything less than very good. Their wines follow a path quite different from the "international" wine-style spreaded today. They follow a "classic" style, a fresh and rich nose style without letting the fruit disappear.

The founder, Mr. Laurindo Brandelli, died recently, but the quality of his family wines are assured since his son, Mr. Ademir Brandelli has been in charge of the wines for a good time.

It is a brown to ruby hued purple wine, with clear notes of very fresh fruit and something like leather. Some violets or flower-like aromas appeared, denouncing the Malbec. It is a Malbec, Tannat and Ancellota blend.

In mouth I really think the Tannat takes control. It is very fresh, the alcohol is well hidden, the tannins are there but very well tamed. It is fast, clearly a wine to harmonize with meat.

I really liked it, it remembered me of another good brazilian blend that I drank, Gran Lovara. It is a different blend but the style is almost the same. Sorry, the lovara post is not in english yet at this date.

5.950 bottles and mine was 4.994. Not a special edition but neither a broadcasting wine.

Grade -> 4 out of 5.

Price -> R$45,90. Today, something like US$15.

Site -> Don Laurindo.

segunda-feira, 23 de março de 2015

"You do not need to drink expensive wines" - Alejandro Vigil

If you - yet - don't know him (I first met him in Mistral Encounter, the major brazilian importer bianual event with producers) enologist Alejandro Vigil is closely linked to argentinian wine, and is one of the responsibles for its recent worldwide projection, specially for its own El Enemigo wines (amazing ones), but also for being an independent and original voice.

For this easy going and friendly guy, there is a lot of work to be done, and I agree, based on his realistic and humble vision that only people who grew up on the vineyard can have.

Another interview, this time for an argentinian wine site (in spanish) that I liked a lot, pointing:

Bonarda - "What is going on is that I hear voices talking a lot but doing few".

Bonarda is the second most planted variety, that formerly was the dominating one in Argentina. It has to be very well conducted otherwise will end up in a poor wine. It had never been worked seriously and now Alejandro and other guys as Sebastian Zuccardi and Hector Durigutti are dealing with it, some good results already available.

Here in this blog you can find lots of reviews on some bonarda wines (sorry, all of them in portuguese).

Wines - "...no one is going to tell you what you are going to like, you must find out. (...) Not necessarily you have to drink expensive wines, only the ones that make you feel good..."

In my opinion that is what we really need, people who work and not only do marketing!



de Ladoucette Pouilly-Fumé 2011: máxima expressão da uva para a #CBE (in English below)

Mais um post atrasado para a CBE. Aos poucos a gente vai arrumando a casa rs.

O tema para o mês de fevereiro foi escolhido por nosso querido Alexandre Frias: "Sauvignon Blanc sem limite de preço".

Gostei do tema pois sou fã confesso da Sauvignon Blanc (a branca selvagem). Gosto dos traços vegetais, minerais que surgem num bom exemplar.

Este foi trazido pelo meu primo direto da França. Apesar de ter visitado a região e ter passado no Chateau du Nozet, sede do Domaine de Ladoucette, e provado este belo vinho, não trouxe um exemplar do mesmo na bagagem. Bom, isso foi resolvido rs.

Apesar de ser da safra 2011, o vinho se apresentou com uma cor amarelo bem verdeal, transparente, meio brilhoso.

O nariz foi brindado com aquele "esfumaçado/defumado" delicioso, com uns traços que muitos identificam como sendo "pedra quente", a famosa pedra de isqueiro ou pederneira (português), silex (francês) ou flint (inglês). O interessante foi que trouxe a tiracolo um cítrico bem presente, com traços vegetais bem discretos. Lembrando que não passa tempo em barricas de carvalho!

Na boca pudemos verificar tudo isso combinado a uma acidez pungente e vigor invejáveis, o vinho é "ativo" na boca, bastante vivo. Um vinhaço.

O Domaine de Ladoucette pertence à família Ladoucette desde 1787, quando foi adquirida de uma filha ilegítima do rei Louis XV. São os maiores e mais famosos vinhedos de Pouilly-sur Loire, e hoje produzem vinhos sob as apelações Sancerre, Chablis, Vouvray e Chinon. Seu Baron de L é tido como o Sauvignon Blanc mais famoso do mundo.


Nota -> 4.5 de 5.

Preço -> €27 (no Brasil a meia garrafa da safra 2006 está na Vinci a R$136,43).

Site -> de Ladoucette.


In English:

This is the post that had to be released on last february, for the Brazilian Winebloggers Fraternity. It is the first virtual fraternity of our country, every month one of the members choose a theme, and all the others have to drink one bottle following it, and then posting their impressions.

Well, for that month the theme was Sauvignon Blanc, a nice theme for me as I am a Sauvignon Blanc lover. Had already been to Sancerre and Pouilly Fumé, in a post not yet translated :-(

So, this one was brought to me by my french cousin (yes he is french), I already knew it but did not bring a bottle.

It is a 2011 wine but still showed itself as a young wine, very clean and transparent greened-yellow (this word exists?)

The nose is full of "fumé" and  mineral, together and well balanced with citric notes. These wines are known for their smoked-like aromas, even that they do not spend time in oak barrels. These aromas are also cited as "flint". The greengrass/aspargus/vegetable aroma (which I like a lot) are soft but present.

What calls here is the pungent acidity and mineral plus citric notes. The wine goes through your mouth and says "I am alive!" Quite a bottle!

The Chateau du Nozet (which is inside the Domaine Ladoucette) is owned by the Ladoucette family since 1787, when it iwas bought from an illegitimate Louis XV daughter. They are the most famous and wider vineyards of Pouilly-sur-Loire, and today they produce under Sancerre, Chablis, Vouvray and Chinon appelations. Their Baron de L is known as the world's most famous Sauvignon Blanc.


Grade -> 4.5 out of 5.

Price -> €27 in France

Site -> de Ladoucette.

sexta-feira, 20 de março de 2015

"Não é necessário tomar vinhos caros" - Alejandro Vigil


Para quem ainda não o conhece, (conheci-o no encontro da mistral) o enólogo Alejandro Vigil tem uma trajetória intimamente ligada ao vinho Argentino, e é um dos principais responsáveis pela recente projeção que os mesmos argentinos começam a experimentar mundialmente.

Começam? Sim, segundo ele há muito trabalho a ser feito, e eu concordo com ele, com sua visão realista e humilde, de quem cresceu no vinhedo e tem uma simpatia ímpar.

Ele concedeu mais uma entrevista ( Leia na íntegra em espanhol ), dessa vez a um site argentino dedicado ao vinho e demais assuntos correlatos. 

Dois momentos que gostei bastante:

Falando sobre a Bonarda - "O que passa é que escuto muita gente falando e na hora do 'vamos ver' há muito pouco".

A Bonarda é a segunda uva mais plantada da Argentina (chegou a dominar os vinhedos no passado). Tende a crescer muito portanto é uma variedade que precisa de um bom controle, e nunca havia sido trabalhada a sério, senão nos últimos anos por gente como o Alejandro, o Sebastian Zuccardi, o Durigutti, etc.

Aqui no BebadoVinho você pode verificar minhas opiniões acerca de vários bonardas, um vinho bem macio e gostoso, com preços bastante acessíveis, para todos os paladares. Basta escrever 'Bonarda' no campo de procura ali à direita.

Falando sobre vinho - "... que ninguém vai te dizer o que você vai gostar, você precisa descobrir. (...) Não necessariamente precisa beber vinhos caros, apenas aqueles que te fazem sentir-se bem,...".

Realmente é disso que precisamos, menos marketeiros e mais gente que bota a mão (e o coração) na massa!

Mais uma vez parabéns a ele e a seus maravilhosos vinhos.


domingo, 15 de março de 2015

Cesari Recioto della Valpolicella Classico 2007 #CBE


Este post é o post que deveria ter saído em setembro, para a CBE. Esse tema foi escolhido pelo confrade Alexandre Takei, do Notas Etílicas: “Valpolicella, vale tudo, do clássico ao ripasso, amarone, recioto.”

Escolhi esse, comprado na Vinumday. Quando decidi experimentá-lo para a CBE, tive um problema: o vinho não estava legal. Entrei em contato com o fornecedor, e eles me reenviaram uma garrafa. Só que demorou mais de uma semana.

Várias coisas aconteceram, alguns contratempos, enfim, daqui mais algumas semanas eu consigo tirar o atraso com a CBE de mais uns 3 ou 4 posts (rs). Ainda mais que aí vem o tão esperado inverno (se você mora no Rio de Janeiro e também é um enófilo sabe o que eu digo...)

O Recioto della Valpolicella, assim como os Valpolicella, utiliza as clássicas Corvina Veronese, Rondinella e Molinara, mas passificadas para concentrarem os açúcares e resultarem neste tinto doce. Seu irmão mais famoso, o Amarone, antes era chamado de Recioto della Valpolicella Amarone, e na verdade derivou do Recioto. Talvez pela fama adquirida, passou a ser referido como Amarone apenas. O que pude verificar é que fazer um bom Recioto é difícil, e o vinho atualmente não goza de tanto prestígio quanto o amarone. Por que será?

Enfim, chega de papo e vamos ao vinho.

Fica de 12 a 18 meses em barricas de carvalho, se apresentou com cores e aromas bem parecidos a um bom Porto Ruby, passaria por um facilmente, se não fosse o paladar. Aliás o "nariz" do vinho é muito bom.

O que houve com o paladar? Bom, na boca você logo nota uma textura mais licorosa, menos alcoólica, e a meu ver menos, assim, profunda. O vinho é bom, mas não é o meu estilo. Achei doce demais, enjoativo.

Minha amada Isis adorou. Menos mal, agradei a ela, e ele ganhou mais meio pontinho!

O colega Jonas, do Simplificando o Vinho, bebeu o Essere Valpolicella DOC do mesmo produtor.


In English:

This is the post that had to be released on last september, for the Brazilian Winebloggers Fraternity. It is the first virtual fraternity of our country, every month one of the members choose a theme, and all the others have to drink one bottle following it, and then posting their impressions.

For september the theme proposed by Alexandre Takei from Notas Etílicas was Valpolicella and its variations, and I have chosen this one to drink.

When I decided to drink this wine so I could post about it, the bottle was not ok and I had to ask the supplier to send me another one, which took about a week and a half to arrive. I had some issues over all over the end of the year so this little project had to be postponed.

As with Valpolicella, the Recioto uses Corvina Veronese, Rondinella and Molinara, all of them dried for about 3 months to concentrate sugar. Its famous brother - the Amarone - was once called Recioto della Valpolicella Amarone, from which it has derived. Maybe to shorten its name after gained fame, people started to call it just Amarone - who knows? The truth is that recioto is difficult to produce and today we have few good options available - see more about this here.

Well, straight to the wine!

12 to 18 month in oak barrels, the colors and aroma are very similar to a Ruby Port Wine, fruity and sweet, some wood detectable. Good "nose" but the mouth is not the same, the texture is more liqueur and less alcohol. Not that alcohol is similar to quality but I found it less, well, profound.

The wine is good but it is not my style. My beloved Isis liked it so after all I pleased her. Good to the wine that earned 0.5 point more.

On the producer's site they say that it pairs well with chocolate. I will try it, since I have some left.

For the occasion, the wineblogger Jonas drank the Essere Valpolicella DOC from the same producer.



Nota -> 3 de 5. 3 out of 5.

Preço -> R$ 89,90 (alegaram ser R$188,00 o preço original) na VinumDay. The price was almost R$90.

Site -> Cesari.


terça-feira, 10 de março de 2015

Chemin des Papes Côtes du Rhône 2012

Presente dos queridos David e Elisabeth, depois de um tempinho aberto se mostrou plenamente, nariz de frutas e um quê tostado de leve, boca gostosa com acidez bem presente. Boa estrutura, e com traços que parecem de chocolate no fim combinado a taninos firmes porém não agressivos.

60% Grenache e 30% Syrah, com toques de outras uvas da região. Recomendo, mesmo no Brasil. Vai agradar.

Outro blog que bebeu: Todo dia é dia de vinho!

In English:

A beautiful gift from our dears David and Elisabeth, after some time showed himself completely, fruit forward and slightly toasted nose, delicious in mouth, good acidity. Nice structured and something like chocolate in the end, combined with firm but not aggressive tannins.

60% Grenache and 30% Syrah, with touches of other grapes of the region. Recommend, even in Brazil. Will please you, better with food.

Another brazilian blog that drank it: Todo dia é dia de vinho!


Nota -> 4 de 5. 4 out of 5.

Preço -> Na internet oscila entre R$40 e R$50. In Brazil the range is from R$40 to R$50.

Site -> Chemin des Papes.