terça-feira, 30 de julho de 2013

Degustação Campos de Cima


Convidado pelo meu amigo Fabio da Wine Maximum a degustar em conjunto com outros amigos da SBAV alguns vinhos que ele estava avaliando a possibilidade de distribuir, lá fui eu novamente em 16/07 para dar cabo dessa bela missão.

Eis que ele nos surpreendeu com as garrafas envoltas em papel alumínio, seria às cegas.

Começaríamos por dois espumantes, embora tenhamos sido recebidos com um Chandon Rosé demi-sec às claras (achei bem doce, embora não seja ruim).

Os dois primeiros espumantes estavam muito bons, embora incrivelmente eu tenha gostado mais do primeiro, que era um brut (geralmente prefiro os extra-brut). Mais uma prova que não existem dogmas no mundo do vinho.

Relembrando: só ao fim soubemos os vinhos.

O terceiro foi um Viognier, bastante fresco e com aromas um tanto "fechados". Depois de um tempo se abriram mais, porém não me conquistou.

O primeiro tinto foi um Merlot, que aliás achei bem parecido a alguns Merlot(s) que tenho bebido, menos veludo e mais mineral. Parecia o da Suzin, provado algumas semanas antes. Também não me conquistou.

Mas aí vieram dois Tannat(s), bem diferentes um do outro, de duas safras: 2008 e 2006. Muito bons, o 2008 estava com uma aparência mais evoluída que o 2006, que ainda apresentava vigor. Gostei muito desses dois Tannat(s).

Pra finalizar nosso grande amigo Affonso Nunes, presidente interino da SBAV, nos brindou com outro excelente Tannat nacional de sua adega: o Pizzato Reserva Tannat 2005! Mais um da safra 2005 pra conta...

Volto a dizer que o nosso Tannat é muito bom, e uma vez mais ele veio na frente do Merlot na minha opinião.

Se encontrarem um Campos de Cima pela frente, provem, não é apenas um rótulo bonito. São vinhos bons e de qualidade. O melhor de tudo é que a faixa de preço é ótima (todos abaixo dos R$50,00 já para o consumidor final).

Site -> Campos de Cima.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Casa Valduga Reserva Brut 25 Meses 2010: que belo espumante!


Há tempos espero para provar esse espumante. Havia comprado há um tempinho, e lá estava ele descansando em minha geladega.

Decidido a supreender a Isis, grande fã de espumantes, resolvi investir nele.

Li alguma coisa a respeito, dizem que fez bonito em degustações às cegas. Ganhou Medalha de Prata na 37ª edição do Challenge International du Vin 2013, na França.

Confesso: não me decepcionei.

Na taça seu perlage (as famosas bolhinhas) são intensas e espalham-se de uma forma muito bonita, parecia um céu estrelado. É sério.

Dourado intenso e brilhante.

O nariz é bastante frutado, e tem algo mais, não diria que seria o clássico pão/casca de pão. A ficha técnica aponta para amêndoas e especiarias.

Mas na boca é que ele diz a que veio. Saboroso, ótima sensação, um pouco cítrico, acidez no ponto, a famosa cremosidade se mostra muito bem, o final é longo e sem amargor algum. Persistência ótima.

A Chardonnay manda com 70%, e a Pinot Noir completa.

Um belíssimo trabalho dos Valduga, vou procurar mais dessa safra 2010 para comprar.

Nota -> 5 de 5 (minha companhia ajudou-o, concedendo mais meio ponto).

Preço -> se não me engano paguei R$46,00 na Lidador.

Site -> Casa Valduga.

Clos Cattacini Gewürztraminer 2012


Clos é o termo utilizado na França para designar pequenos vinhedos cercados por muros, geralmente de alta qualidade.

No sul do Brasil, esse muro é conhecido por taipa. Este vinho foi feito a partir de uvas oriundas de Flores da Cunha (RS), de um vinhedo de 1 hectare, cercado por uma taipa.

O rótulo mostra o manto de estrelas que cobre o Clos Cattacini, na época da colheita. São apenas 1200 garrafas.

Essas informações estão no rótulo da parte de trás da leve garrafa utilizada, em linha com uma orientação green.

O vinho é bastante perfumado, amarelo palha brilhante, com belas lágrimas. Interessantíssimos mesmo os aromas, algo adocicado, algo floral, muita fruta (lichia?).

Na boca é uma grata surpresa, visto não sumir, pelo contrário, boa presença, volume, acidez marcante, impossível enjoar, bem refrescante, acompanha comidas leves e facilmente algumas mais estruturadas. Essa é também a sugestão do rótulo. Tem 4 meses e meio de barricas de segundo uso.

A Gewürz (especiaria) é uma uva de casca rosa:


O colega João Filipe Clemente dedicou um belo post a ela.

Sugiro experimentar, tanto pela uva que não é muito conhecida dos brasileiros, quanto pelo sabor e pela iniciativa da Cattacini, que pertence ao simpático Luis Gelli, um apaixonado pelos vinhos.

Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$44,00.

Site -> Cattacini.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Circuito Brasileiro de Degustação



Havia escrito esse post anteriormente, logo depois do evento. Mas não sei o que aconteceu, pois o post simplesmente desapareceu.

Bem, vou tentar puxar pela memória e com a ajuda do caderninho que ganhamos, escrever o que constatei e encontrei.

Antes de tudo, concordo com meu amigo Jorge do Contando Vinhos: o evento precisava de mais espaço. E acrescento que o pessoal ainda não sabe como se comportar em uma degustação. Tenhamos calma minha gente, ali não é pra ficar bêbado, isso até pode ser consequência de quem provar muita coisa.

Aconteceu no dia 04/07/2013 no Iate Clube do Rio de Janeiro, ali no início da Urca, bairro tradicional da cidade.

Mas vamos lá.

Comecei pela Casa Venturini. Excelente o Tannat Reserva deles, 2011. Já estava prontíssimo. Aconselho a compra para aqueles que gostam de vinhos no estilo profusão de aromas e textura. Pra mim foi um dos melhores da noite. O Chardonnay Reserva deles também é muito interessante.

Na Dunamis provei o já famoso Merlot Branco, bem agradável. Mas gostei mesmo do Pinot Grigio deles. Muito fácil de beber e fresco, alguns presentes classificaram-no como "vinho de piscina", um termo que acho meio besta.

No stand da Lidio Carraro pude provar o Faces, o vinho da Copa. Tanto o tinto quanto o branco são vinhos de qualidade, mas na minha opinião o branco é melhor. Também bastante agradável e fácil de beber.
O tinto é feito com 11 uvas (!), cada uma representando uma posição num time de futebol, com as mais estruturadas nas funções mais defensivas, tudo habilmente explicado pela enóloga Monica, uma simpatia!

Aliás, o stand da Lidio Carraro foi o mais receptivo de todos. Provei também o Grande Vindima Quorum 2006, que na minha opinião junto com o Tannat Reserva da Venturini, foram os melhores da noite. Já provei a linha Grande Vindima da safra 2005 (Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat e Quorum). São belíssimos vinhos.

Na Quinta da Neve pude provar novamente o Sauvignon Blanc, nesse caso o 2011, que na minha opinião é muito melhor que o 2010. Junto com o Sauvignon Blanc da Suzin e o da Hiragami, são belíssimos vinhos. Outro que provei e gostei foi o inusitado corte de Cabernet Sauvignon+Sangiovese+Merlot. Boa acidez, bem gostoso em boca. Fácil de beber, bem gostoso.

Provei novamente o Concentus e o Fausto Verve na Pizzato. Belos vinhos também, outros dois que aconselho a compra. O Verve é um vinho que "amarra" um pouco a boca, mas muito bom.

No stand da Don Abel bebi o Rota 324 safra 2005 (que tenho em minha adega) e o Don Gran Reserva 2005. O rota 324 é muito bom e ainda tem vigor. Um vinho para ser apreciado bem devagar. O Don é uma potência, ainda precisa de tempo em garrafa. Eu gostei. Não vai em madeira.

Finalmente provei o Talento e o Desejo da Salton, safra 2007. Gostei bastante do Talento, que aliás é o vinho que está sendo servido para o Papa. Gostei também do Intenso Merlot+Tannat, que para a faixa de preço que me foi informada (cerca dos R$30,00), é uma bela compra.

Na Valduga só consegui degustar (novamente) o espumante 60 meses. Belo também, não é para qualquer um, embora seja muito bom.

Por fim, conheci a Dezem, uma vinícola do Paraná, e lá bebi um Chardonnay muito bom, com madeira, que consegue não ser enjoado como a maioria dos que passam por madeira. Muito bom.


Sanjo: provei o Maestrale Integrus Cabernet Sauvignon 2008, muito bom. Também na linha estrutura, com potencial de guarda.



Infelizmente não consegui provar o Perini 4, nem o Quinta da Neve Pinot Noir.

Bem, é isso.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Bonarda: impressões XIII - Alamos Bonarda 2011



Fino halo transparente, emoldurando um púrpura escuro. Lágrimas lentas e espaçadas.

Abriu-se num aroma muito interessante, que me fez lembrar alguns vinhos mais caros que já bebi. Muita fruta, e um quê "suadinho". Depois apareceu muito de leve uma flor. Um tempo depois algo que lembra couro. Aí fica nisso, fruta e algo mais misterioso.

Será um Malbec engarrafado errado? Rs

Na boca os taninos  se mostram, mas educadamente. O álcool inicialmente não sobressai apesar da jovialidade e do relativo vigor. Acho que ele estava gelado porque depois o álcool se mostrou, mas não incomodou. O final é levemente mineral e a persistência média/baixa.

A textura é ótima, como os outros bons Bonardas que bebi. A sensação é de dulçor e suculência.

O preço da linha Alamos tem subido (+ ou - R$45,00), acho caro apesar de todos os que bebi até hoje serem bons. Ou seja, estamos ficando cada vez mais refém dos achados infelizmente. Ou então abastecer a adega em viagens e pagar sobrepeso.

A linha cresceu, agora tem um Malbec+Petit Verdot, um espumante Brut, um rosé...

Os bons vinhos da Bonarda vão nessa mesma linha, de boa textura na boca, fácil de serem bebidos, gostosos. São vinhos para se beber descompromissadamente e para provocar sensações agradáveis no palato.

O interessante desse Alamos é o aroma, o que geralmente não é o forte dos Bonardas, que trazem a textura emborrachada e o sabor como pontos a notar. O "fundo de taça" revela um leve tostadinho, que denota os 5 a 7 meses de barricas francesas e americanas, muito agradável.

A rolha não é "de prima" mas acredito que o vinho aguente mais uns dois aninhos. Só não sei se vale. Agora ele tem um leve vigor, está ótimo.

Pra variar mais um bom produto dos Catena. Parabéns também pelo rótulo.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$45,00 na Lidador.

Site -> Alamos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Calix Primor 2011: ótima compra



Muito se tem falado sobre esse vinho. Dizem que são as uvas que não entraram no Parcela #7, que junto com o Carmenère são os vinhos "de entrada" da Von Siebenthal.

O "de entrada" está entre aspas porque por aqui esses vinhos já ultrapassam os R$90,00, e porque os vinhos dessa casa são muito, muito bons, cheios de personalidade. Quem já os experimentou, juntamente com seus outros irmãos mais velhos e pontuados (Tatay, Toknar, Montelig, Carabantes) sabe do que estou falando.

Pois bem, mas não é só por isso que os enoblogueiros e demais interessados têm falado nele. Além de ter pedigree, o vinho está situado numa faixa de preço incomum para a Von Siebenthal aqui no Brasil: custa menos de R$30,00!

Assim sendo, fiquei instigado a conhecê-lo.

Independente de ser um vinho "barato", sua apresentação é muito boa, diferente de muitos nessa faixa de preço.

A rolha é sintética, ok, mas não acredito que ele vá lá evoluir muito. A proposta é essa mesmo, jovialidade.

O vinho na taça tem uma cor entre púrpura e rubi, quase sem halo, quase uniforme.

O nariz é de frutas vermelhas, com uma goiaba aparecendo bastante nítida até. A colega blogueira Fabiana escreveu praticamente a mesma coisa, o que soma pontos para o vinho na minha opinião, dando-lhe credibilidade por manter um padrão facilmente identificável pelos consumidores.

Na boca achei pouco concentrado, com um certo dulçor e leve álcool, mas desce bem, fácil de beber e boa persistência, realmente ele surpreende positivamente, não esperava essa boa persistência. Taninos educados, o vinho está na categoria elegante e não é um vinho exuberante em nenhum aspecto.

Total estilo velho mundo, uma acidez agradável, é daqueles coringas que você precisa ter na adega para servir pro pessoal que "não gosta ou não entende de vinho", ainda mais pelo preço!

Eu acho que esse vinho vai agradar aos amantes da Pinot Noir do novo mundo, e sinceramente gostaria que todos aquele que aprovaram o Toro Loco provassem esse vinho...

Ganhou mais 0,5 ponto só por conta da relação preço x qualidade!

“Os vinhos da Vinícola Von Siebenthal procuram agradar o paladar do consumidor”, diz Mauro Von Siebenthal. “Tentamos conservar as características da uva e poder transmiti-las ao vinho. Assim, encontramos um vinho fresco, frutado, com uma estrutura agradável, predominando um aporte de taninos redondos e macios; convida assim a continuar consumindo nosso produto. No final encontram-se a elegância sutil aportada pela madeira do barril. Nosso propósito é poder desfrutar o máximo do vinho”.

Nota -> 3.5 de 5

Preço -> Paguei R$21,80 na Lidador. Também é vendido online aqui.

Site -> Von Siebenthal (não há info sobre o vinho :-\ ).

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Bonarda: quem sou eu?



Muito se tem falado sobre a Bonarda ultimamente.

Há muita gente que diz que a Bonarda era a variedade mais plantada antes da Malbec surgir como estrela principal da Argentina. Outro fato bastante comentado é que precisa de muita atenção ao vinhedo, por conta da tendência de superprodução e redução de qualidade.

É a uva com a segunda maior superfície plantada em Mendoza, e a terceira quando se considera o país inteiro.

Num mundo onde a paciência para esperar um vinho "ficar pronto" tem se reduzido bastante, ela talvez seja uma boa aposta, visto que seus vinhos trazem características bastante apreciadas (taninos maduros, textura sedosa, muita fruta, sensação adocicada) pelos jovens apreciadores, notadamente maioria em nosso país que, à excessão da região sul, não tem histórico de consumo da bebida.

Pois é, a pergunta que surge é: "por que será que ela ainda não pegou, ainda não conquistou os consumidores?"

Parece que as coisas estão mudando.

A Winesur publicou um artigo interessantíssimo, onde traz algumas informações acerca de um largo estudo feito onde, entre outras coisas, descobriu-se que a Bonarda argentina é na verdade a cepa francesa Corbeau, e não a italiana Bonarda Piemontese.

De cunho pessoal, o que tenho observado é que há ainda um receio de muita gente em dar o primeiro passo, em comprar um vinho feito com ela. Mas, ao prová-lo, a aprovação é quase total.

Se quiser ler o estudo -> LINK

terça-feira, 9 de julho de 2013

Finca La Anita: renovação ou afirmação?

Muito bom o post do meu colega Ariel Rodriguez sobre a Finca La Anita.

Você pode ler minhas impressões e opiniões sobre ela aqui, aqui, aqui também e por último aqui.

Vale a pena ler a opinião dos colegas argentinos a respeito dos seus vinhos.

Koyle Reserva Malbec 2011 e Palazzo Della Torre 2008

Finzinho de domingo, finalmente consegui visitar meus queridos Be e Bia em seu novo apê no Grajaú. Muito simpático e agradável, o Grajaú ainda conserva um pouco do "espírito" de bairro, com muitas casas e ruas tranquilas.

Eis que fui recebido com duas belas surpresas, as quais vou delinear um pouquinho para vocês.


O Koyle é um Malbec do vale do Colchagua, mais precisamente de Los Lingues. Região que dá frutos bem maduros e muita cor, de onde encontramos também alguns tintos da Casa Silva e da Santa Helena, que aliás ficam uma ao lado da outra.

A Koyle é uma vinícola moderna, da família Undurraga, e que também investiu no trabalho de Pedro Parra, além de possuir vinhedos biodinâmicos.

Este vinho (com um corte de 10% Syrah e 3% Cabernet Sauvignon) se abriu um pouco mineral e evocando azeitonas, bem parecido ao Malbec da Loma Larga, comentado aqui, embora mais maduro e com mais fruta. Bem púrpura escuro e denso, é um vinho de bastante extração, embora os taninos estejam "doces" e a sensação de boca seja ótima, preenchendo-a com mais fruta e um leve frescor, finalizando com uma boa mineralidade. Apesar de teoricamente jovem, já propicia bastante prazer, e possui 14.0 de álcool.

Gostei dele, Bernardo também, acabou rapidinho.

Dá uma olhada na tinta:


Garrafa finalizada, veio o outro candidato da noite. Um italiano mais austero...


O rótulo nos traz bastante informação. Ele diz que esse vinho é resultado da expertise da Allegrini em secar as uvas, numa releitura do processo conhecido como ripasso. A maioria dos frutos das cepas Corvina (70%) e Rondinella (25%) são vinificadas em tempo de colheita, enquanto o restante é encaminhado para a sala de secagem, onde vagarosamente se tornam passificadas até serem prensadas em janeiro. Então, são acrescidas ao vinho feito em setembro para que comecem uma segunda fermentação no intuito de prover complexidade e concentração.

O vinho é envelhecido em barris de carvalho de segundo uso por algo como 15 ou 16 meses e tem uma pequena adição de Sangiovese. Todas de vinhas com 40 anos de idade média.

Sua cor já era bem mais para um rubi levemente turvo, também evocando muita fruta, nesse caso bem vermelha, e alguma especiaria, com algo de tostado também presente. De estrutura considerável embora de menor extração que o Koyle, os taninos marcam forte presença mas a acidez aqui é quem está mandando. Realmente um vinho de potencial, o produtor recomenda pelo menos 10 anos. Outro grande vinho, também aprovado. Quando terminou, o "fundo de taça" dele era de um tostado notável. Ganhou 90 da WS.

Notas -> 4 de 5 para os dois. (Será que a companhia ajudou os garotos? Rs).

Preços -> Os dois foram presentes para os meus amigos, mas são importados e comercializados pela Grand Cru. O Koyle está saindo por R$57,00 e o Palazzo por R$123,00.

Sites -> Koyle e Allegrini.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Hiragami Kanpai Rosé Brut 2010


Post rápido. Após provar o Sauvignon Blanc 2010 da Hiragami, eis que foi a vez do espumante rosé.

Feito de Cabernet Sauvignon (!), é um rosé bastante alaranjado, brilhante, com uma explosão de bolhinhas (não estava quente, muito pelo contrário) realmente surpreendente, e com aromas de fruta muito madura e doce. Alguns notaram algo próximo a laranja...

Na boca muito refrescante, cítrico, com aquela sensação "cremosa" e um final levemente azedinho surpreendentemente bom.


Pelo preço e pela qualidade, é uma bela compra.

Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$31,00.

Site -> Hiragami (ainda não traz info dos vinhos). É associada da ACAVITIS

quinta-feira, 4 de julho de 2013

De Martino Reserva 347 Vineyards Sauvignon Blanc 2012


Post rápido.

Verdeal, nariz de fruta madura. Levemente adocicado.

Na boca boa acidez, herbáceo de leve que não apareceu no nariz (curioso...), final levemente mineral e "azedinho", me lembrou um pouco os riesling que já bebi, deu a mesma sensação de fim de boca, embora - claro - menos intensa.

Esse vinho é feito 84% com uvas do vale do Maipo, e o restante com frutas do frio e belo vale de Casablanca.

A De Martino é uma das vinícolas do grupo VIGNO, que se esforça para resgatar a tradição da Carignan no Chile.

Não é um grande vinho, mas a dois tudo melhora ;-)

Nota -> 3 de 5.

Preço -> R$53,00 (1/2 garrafa - caro!) no Familia Paludo.

Site -> De Martino.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Bonarda: impressões XII - Zuccardi Emma Bonarda 2010 #CBE

Meu primeiro post da CBE (Confraria Brasileira de Enoblogs)!

O tema do mês de junho foi proposto pelo casal Claudio e Rafaela do Le Vin au Blog (que aliás acho o nome bem original), e era: vinho especial da sua adega que esteja pronto para ser aberto.

Frisaram bastante que era o momento do desapego total.

Eu escolhi esse:


Apesar de relativamente jovem para um vinho desse naipe, os Bonarda (sic) que tenho bebido estavam bem prontos, então o desapego não causou assim tanta preocupação.

Aliás, os vinhos feitos com a cepa não costumam usar muita barrica porque a madeira "pega" muito nos vinhos feitos com ela (palavras de Sebastian Zuccardi). 60% desse vinho passou por barris de primeiro, segundo e terceiro uso por 12 meses, com apenas 3680 garrafas produzidas. As vinhas possuem 32 anos.

A Bonarda também pede uma atenção especial no vinhedo, visto que se não for bem direcionada tende a produzir muito, reduzindo a qualidade dos frutos. Essas uvas são de Santa Rosa, do vinhedo lote 61 plantado por José "Pepe" Zuccardi.

A Zuccardi tem vinhos muito bons, foi uma das melhores visitas que fiz em Mendoza, mas o post eu tô devendo até hoje.

Esse vinho ganhou medalha de ouro e troféu regional da Decanter para suas duas primeiras safras (2009 e 2010). Tim Atkin deu 92 pontos e a Wine & Spirits deu 90 pontos, a Wine Enthusiast 89 pontos, e o IWC medalha de prata. Todos para essa safra.

Começou meio tímido, muito púrpura, escuro, halo aquoso fininho que desce para um púrpura brilhante, mas se abriu num frutado exuberante, muita coisa vermelha e alguma coisa preta, toda aquela coleção (cereja, mirtilo, etc...). Percebe-se o leve tostado, muito agradável que se integra perfeitamente, e talvez alguma coisa de erva/especiaria. Vez por outra vem algo que lembra um chocolate.

Na boca, jugoso, sedoso, um belo caldo, a textura tradicional da Bonarda elevada a um outro nível, com mais estrutura e taninos, que de forma alguma incomodaram. Muito pelo contrário, deram força a ele, fazendo com que encare algo mais forte para acompanhá-lo. Preenche a boca e faz um carinho. Às vezes o álcool dá uma queimada.

Diferentemente dos outros Bonardas varietais de linha, trouxe também uma acidez bem legal, que o impede de ser enjoativo. A persistência é muito boa. O final tem um quê mineral e convida a outro gole, e foi embora rápido.

O vinho está pronto e é muito bom. Talvez dure mais uns aninhos, não saberia dizer.

O único porém é o preço praticado aqui no Brasil (pra variar). Se você não tem a sorte do meu colega Vitor, que comprou-o na fronteira a um preço absurdamente menor, só indo até Mendoza...


"Emma é uma mulher elegante, de personalidade brilhante, charmosa, espontânea e sofisticada ao mesmo tempo." Emma é a avó de Sebastian, e esse vinho é em homenagem a ela.

Nota -> 4,5 de 5.

Preço -> R$180,00 na Emporio Mercantil e na Ravin (que é quem importa).

Site -> Zuccardi.