domingo, 19 de outubro de 2014

ICMS: na teoria não aumentará os preços; na prática a história é outra...

Após conhecer a teoria por trás da substituição tributária do ICMS no RJ, O Globo publicou uma reportagem muito interessante que traz à tona a realidade do problema:

Como o lojista precisará recolher o imposto da venda antes de vender, o problema pode ser fluxo de caixa. E assim, pode ser que necessite de empréstimo.

Para pagar o empréstimo e manter sua margem, precisará aumentar os preços. Aumentando os preços, quem paga?

Um chateau tax para quem acertar...



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Como guardar seus vinhos

Cito aqui o esclarecedor infográfico do meu amigo Ariel, do Vinarquía, na primeira edição de sua ótima revista (gratuita a partir de seu blog). Se você tem dúvidas sobre o armazenamento de suas garrafas, aqui está uma imagem esclarecedora:

Fonte: Vinarquía

Ainda que a posição horizontal atualmente tenha entrado em questão, inclusive com matéria na última edição da revista adega, as demais instruções são essenciais.

Se você ainda não possui uma adega ou geladega (minha adega é uma grande geladeira só para vinhos), convém procurar um lugar com menor variação de temperatura possível, e se possível sem vibração.

Tradução:

Pouca luz ou escuridão. Nada de luz natural.
Boa circulação de ar.
Posição horizontal.
Evitar vibrações.
75% de umidade (Talvez a mais difícil de se conseguir).

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

ICMS no vinho: entenda mais um aumento nos impostos

O Estado do Rio de Janeiro, a partir de 1 de novembro, alia-se aos outros estados no sistema de substituição do ICMS.

O que isso nos afeta? O preço do vinho vai - pasmem - subir. E de quebra, pequenos comerciantes e lojas especializadas serão mais penalizados.

Quer entender? Três artigos que resumem a tristeza:

IBPT - Instituo Brasileiro de Planejamento e Tributação

Conexão Francesa por Rogerio Rebouças

Portal Contábeis

Esse blog tem lugar de destaque para o vinho nacional, e sempre reclamo aqui do preço pago pelos ótimos vinhos nacionais, muitas vezes sendo preterido aos demais - também ótimos - vinhos sulamericanos, fazendo coro aos que dizem que o vinho nacional não sofre por sua qualidade mas pelo preconceito para com ele. Agora, adicionado ao preconceito, com a substituição do ICMS o vinho importado vai ficar ainda mais barato.

Qual a saída? Talvez comprar vinho brasileiro lá fora... Já imaginou? Ou então parar de beber...

Pelo jeito é isso que o governo deseja.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Número 1 da revista vinarquía!!!



O excelente blog Vinarquía, de Ariel Rodríguez, agora é uma revista.

O que eu gosto do blog é que ele sempre nos brinda com informações direto da fonte e artigos muito bem escritos. Agora, ele virou revista!

Sugiro a leitura de ambos (em espanhol).

Antucura La Folie 2012


Provei este vinho ontem, na Grand Cru de Niterói. Recentemente figurou no painel promovido pela Decanter com vinhos argentinos, tendo como tema a Cabernet Franc.

Este vinho não é um varietal, mas um blend. E a nossa amada Cabernet Franc não é a base dele, muito pelo contrário. Um complexo corte de Malbec, Merlot, Syrah, Cabernet Franc, Petit Verdot e Cabernet Sauvignon.

Mas o interessante é que tanto a Cabernet Franc quanto a Petit Verdot são uvas que aportam suas características aos blends, ainda que suas proporções não sejam as maiores.

Nesse caso o blend é:
32% Malbec, 30% Merlot, 16% Syrah, 9% Cabernet Franc (olha ela aí), 9% Petit Verdot, 4% Cabernet Sauvignon. Uma alquimia.

Pois bem, para mim o vinho tinha uma bela cor (veja na foto) para um vinho jovem, seus aromas estavam escondidos e ele precisou de um tempo para se abrir. Pude divisar facilmente algo como um chocolate e grafite, e também algo herbáceo/mentolado. Eram muito bons os aromas. O álcool de vez em quando dava leve queimada nas narinas (são quase 15% de álcool!).

Na boca um conjunto bem arrumado de acidez, taninos, frescor, madurez na medida.

O vinho na minha opinião foi muito bem descrito pelos pros, o que me deixou feliz pois pude concordar com quase tudo, inclusive que ele ainda tem uns anos pela frente, eu inclusive o abriria daqui a dois ou três anos. Só não achei os aromas de pimenta preta recém-moída deles (desculpem-me).

Ganhou 92 pontos nesse painel, então se você gosta de se guiar pelas pontuações é mais uma das opções com pontuações altas a preços mais "convidativos" da Grand Cru, fugindo à hegemonia dos espanhóis desse grupo. Não que sejam ruins (eu sou fã dos vinhos espanhóis), mas bebi alguns que não achei que eram tão notáveis assim. Questão de opinião.

E ainda por cima o rótulo é bonito, então também serve para dar de presente.

O colega blogueiro João Ratão não achou nada de mais. Eu gostei.


Nota -> 4 de 5.

Preço -> R$68,00 na Grand Cru.

Site -> Antucura.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Peruzzo Cabernet Franc 2012: vinho brasileiro sem madeira para a #CBE


Como todo início de mês, nós confrades da Confraria Brasileira de Enoblogs temos que degustar um vinho relativo ao tema escolhido por um dos confrades.

Este é um post atrasado, na verdade era pra ter sido escrito para o tema do mês de agosto, escolhido pelo Evandro Gonçalves do Vinhos que Provo.

O tema era: vinho tinto brasileiro de qualquer preço sem passagem por madeira.

Pois bem, escolhi esse após prová-lo numa degustação da Peruzzo na Mondovino, no Recreio. Pude degustar o Merlot, o Cabernet Sauvignon e esse Cabernet Franc, que não passa por madeira.

Belo vermelho rubi, a idéia é de média concentração.

De início o álcool estava presente mas rapidamente se estabilizou, divisei frutas e herbáceos, leve mentolado também.

Bem gostoso em boca, boa acidez, preferi-lo sozinho a acompanhado por comida. Taninos presentes, mais fruta e herbáceos, estrutura boa e final médio, deixa um gostinho parecido a chocolate. Gostei, bom exemplar da cepa!

A Peruzzo localiza-se na Campanha Gaúcha, região ainda relativamente pouco explorada mas que já havia sido identificada com grande potencial vitivinícola desde 1973, por conta de levantamento agroclimático da Universidade de California - Davis e da Universidade Federal de Santa Maria em conjunto com a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul. Fonte: Vinho e Arte.

Adolfo Lona supervisiona tudo.

Outros blogs que provaram-no: Le Vin au Blog e Vou de Vinho.


Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$39,00 na Mondovino.

Site -> Peruzzo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Mas des Bressades 2011

Este foi degustado num restaurante na primeira noite em NY com minha noiva, mês passado, numa creperia.

Boa carta de vinhos, decidi optar por esse por conta da Viognier. Depois descobri que não era somente Viognier, mas um corte (meio a meio) com Roussane. Segundo o contrarrótulo, são as duas variedades nobres do vale do Rhône.

Os vinhedos da Mas de Bressades estão localizados entre Nîmes e o Rhône.

São 13.5% de álcool num amarelo claro com nuances verdes. Aromas de limão, manteiga e pão tostado. Álcool aparece também.

Na boca boa acidez, frutas de polpa branca e final com leve queimado adocicado, com o álcool repetindo o nariz. Nota-se claramente a madeira no vinho.

Bom vinho, interessante para conhecer.

Nota -> 3 de 5.

Preço -> Não me lembro.

Site -> Mas de Bressades

Marques de Casa Concha Carmenère 2009

A linha Marques de Casa Concha é a primeira linha séria da Concha Y Toro na minha opinião. Casilleros del Diablo são altamente bebíveis, Trio e a Serie Riberas trazem coisa boa de vez em quando, mas realmente a coisa fica séria a partir da Marques de Casa Concha.

O problema é que por aqui alcança um custo absurdo, quase três vezes mais os preços praticados no país de origem.

Bom, este tem uvas de Peumo, tida como a melhor região para a Carmenère para muita gente. Não esquecendo que encontramos muita coisa boa vinda do Colchagua (especialmente na microrregião de Apalta, com Viña Montes e um pouco mais longe com Casa Silva e Santa Helena) e do Aconcagua (Von Siebenthal principalmente).

Não é o top Carmenère da CyT, depois dele tem o famigerado Carmín de Peumo, tido algumas vezes pelo Descorchados como o melhor Carmenère do Chile.

Foi aberto antes da pizza que foi escoltada pelo Dal Pizzol Cabernet Sauvignon do post anterior.

Estava púrpura, escuro, denotando concentração. Engraçado que o halo já estava transparente.

Aromas tostados, defumados (caramba, carmenère defumada?), nada de herbáceos, muita fruta preta, baunilha. Taninos presentes, veludo puro. Leve acidez e chega a dar uma pequena impressão adocicada, mas passa longe de ser enjoativo, com um final bem gostoso e azedinho. Extremamente agradável, daqueles que todos vão beber com prazer.

Acho que agora estão vendendo a safra 2011...


Nota -> 4 de 5.

Preço -> Sei lá.

Site -> Concha y Toro.

P.S.: Este é o post de número 300 !!!

Dal Pizzol Cabernet Sauvignon 2009


Tirando o atraso... Ainda tenho alguns posts a redigir!

Esse foi bebido na casa da cunhada e do concunhado, enquanto terminávamos uma pizza e tomávamos conta do pequeno Arthur, ligado no 380V.

Primeiro vinho da Dal Pizzol que bebi. E gostei desse.

Após 5 anos, a aparência era de um vinho evoluído, com halo transparente e cor já puxando pra um vermelho mais "cansado". Aromas incrivelmente frutados apesar da aparência evoluída.

Paladar de boa acidez e taninos amaciados, sabor a frutas maduras sem serem doces (como é isso?). O final é persistente sem ser doce. Gostoso, um Cabernet Sauvignon que segue mais um estilo "velho mundo", com mais acidez e menos concentração, com notas balsâmicas. Parecido ao estilo do Cabernet Sauvignon da Maximo Boschi e da Cordilheira de Santanna, embora o Boschi tenha mais taninos e longevidade, e o Santanna madeira mais evidente.


Nota -> 4 de 5.

Preço -> não faço a mínima idéia do quanto foi pago.

Site -> Dal Pizzol.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Schramsberg Blanc de Blancs 2011: americano também faz bom espumante


Mais um post rápido.

Esse foi degustado por nós (Eu e minha amada Isis) num restaurante em São Francisco, em nossa recente viagem aos EUA.

A Schramsberg produz espumantes no vale do Napa, fica às "margens" da Sta Helena highway, a mesma onde se encontram a Robert Mondavi, Opus One, entre outras.

Infelizmente não pude visitá-la, mas experimentei um dos espumantes no mesmo dia, no jantar. A Damadovinho esteve por lá, o post dela está bem completo!

Este foi o primeiro Blanc de Blanc produzido nos EUA, em 1965. Seus espumantes fazem parte dos eventos oficiais do governo americano.

O Nariz traz pão quentinho, o perlage é belo.

A boca tem boa cremosidade e concentra em maçã verde e algo mais lima-limão ao final, que é marcante.

Um belo espumante mas o preço pago foi alto (restaurante...) e não me conquistou totalmente. Sugerem venda a US$38,00 o que ainda se configura num alto preço para nós Brasileiros pois em cima disso ainda virão so impostos, frete, margens, etc...

Acho que não é vendido no Brasil.

Enfim, é bom mas é caro. Mr. Geisse faz um belíssimo também que compete de igual pra igual (ou talvez até melhor, mas daí vai de cada um).


Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> US$60,00 (caro) no Jasper's

Site -> Schramsberg

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Meu tema para a #CBE: Cabernet Franc! Logis de la Bouchardière



Pessoal, no início do mês fui surpreendido pelo Alexandre dizendo: "Esse mês você escolhe o tema".

Sou um fã confesso da Cabernet Franc e da Sauvignon Blanc. O lado herbáceo e o frescor das duas me agrada muito.

No último ano bebi muitos Sauvignon Blanc mas poucos Cabernet Franc. Não há muitos disponíveis no mercado brasileiro mas toda vez que abro um, não me arrependo. E ainda sonho com o Cheval Blanc...

Pois bem, não pensei duas vezes e dei o tema ao Alexandre.

A Cabernet Franc tem estado na mídia especializada, principalmente na Argentina, depois que o Alejandro Vigil, enólogo chefe da Catena e um cara pessoalmente muito simpático e atencioso (conheci-o no encontro Mistral) conseguiu a maior nota já dada pelo tio Parker para um vinho com ela.

E não parou por aí, a Decanter Magazine também ressaltou seus vinhos e blends com a Cabernet Franc, e recentemente a Wines of Argentina organizou um painel de degustação somente com exemplares feitos com a uva.

O lado bom? Mais opções! O lado ruim? Preço subindo...

Claro que já havia bastante coisa além da dele, Humberto Canale, Pulenta, Lamadrid, tem bastante gente já lançando um aqui outro acolá com a uva. Parece que a Argentina busca alternativas à Malbec.

Mas deixemos isso de lado e falemos do vinho.

Escolhi um tradicional Chinon, para muitos a região-lar da Cabernet Franc.

O vinho tem um visual bem rubi, a impressão é de que a cor é mais evoluída que o vinho. Não é muito translúcido e parece até meio opaco, desconfiei de algo em suspensão mas infelizmente não pude decantar. Poucas lágrimas.

O nariz traz fruta bem fresca, chega até a dar um leve suadinho, e o indefectível pimentão verde. Algo de tostado no ar também dá as caras.

Na boca um corpo médio, acidez leve, frescor em alta e taninos bem presentes. Álcool bem integrado, o final é médio e traz um gosto meio tostado, achei um pouco estranho por conta do pouco tempo de barrica (4-6 meses), não me incomodou mas certamente incomodará os paladares mais delicados.

Um vinho bem clássico, e interessante. Uma pena custar tanto aqui no Brasil...


Nota -> 3.5 de 5.

Preço -> R$95,00 na Grand Cru.

Site -> Serge et Bruno Sourdais