sexta-feira, 29 de abril de 2016

Portugal: Pêra Grave Tinto 2012 [English below]

Um alentejano fechadão, num corte de Cabernet Sauvignon, Aragonez, Syrah e Alicante Bouschet. Sinto por não ter-lhe dado a devida atenção, ganharia com uma decantação bem executada. Cor bem viva púrpura, escuro, os aromas de frutas negras bem presente, o tostado está bem presente. Leve queimada no nariz de início que só se percebe depois com muita atenção. Na boca um bom corpo, textura bem aveludada, marcante. Mais frutas e tostados. Um vinho para ser apreciado com calma.

Detalhes da casa produtora: "A Quinta de São José de Peramanca situa-se a cinco quilometros de Évora, na Estrada Nacional 114. O grande e tradicional casario, marcado pela arquitetura barroca e a igreja de São José a ele adjacente facilitam na identificação. Com 34 hectares, a Quinta tem na casa solarenga e na sua vinha o seu maior patrimônio. Quanto ao nome peculiar da quinta "Peramanca" (Pedra-Manca), significa "pedra oscilante, pouco segura", é explicado pela existência na região de grandes pedras de granito em equilíbrio oscilante. Desde a época Romana e ao longo dos séculos, os arredores a ocidente de Évora foram considerados como uma das mais importantes regiões produtoras de vinho de qualidade, tendo a zona ficado conhecida por “Terras de Peramanca”, dada a abundância destas pedras oscilantes"

 Nice portuguese from alentejo, a hot region from Portugal, where there are great wines to be discovered. Somehow profound, it does not show itself easily. A blend based on Cabernet Sauvignon and completed by Aragonez (Tempranillo), Syrah and the local and interesting Alicante Bouschet, black and small fruits come forth together with toasted hints. Could not find the chocolate and mocha said to be there by some other sites.
It is very purple and dark, I should have decanted it but did not. 
More fruit and toasted flavours in a medium-bodied velvety set, a wine to be slowly appreciated.



Nota (points): 3.5 de (out of) 5.

Preço -> Oscila entre R$130 e R$170 pelos sites mas esse eu ganhei! (between US$37 and 48)

Site -> Quinta São José de Pêra Manca.

Prêmios e pontuações:


terça-feira, 12 de abril de 2016

Chile: Catrala Sauvignon Blanc 2014 [English below]

Já conhecia esse, bebido em sua safra 2011 (relembre aqui).

Essa versão está mais 'madura', tem mais fruta evidente no nariz e no paladar. Mas ainda há mineralidade presente também nas duas esferas.

Ao ser aberto, os maravilhosos herbáceos apareceram, mas ao longo do tempo foram se esvaindo, o que me deixou meio triste. Após, volta e meia se percebia um resquício, mas nada comparado à intensidade inicial.

O vinho tem boa estrutura e uma acidez interessante. É um belo vinho que comprova uma vez mais o excelente terroir que se tem no vale de Casablanca, perto do mar. Lo Orozco fica às margens de uma reserva nacional, a do lago Peñuelas.

Embora os herbáceos tenham aparecido e a mineralidade esteja presente, não me cativou, achei que ele ficou desfilando de um lado pro outro e não se posicionou. Mas é um bom vinho!

Had the 2011 before, it was really nice. This one is more rippen, herbaceous came in the beginning but suddenly disappeared. Minerality is present, but it somehow keeps on changing from side to side. Too young?

Nota (grade) -> 3.5 de 5.

Preço -> R$64,90 (US$18,57)

Site -> Catrala

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Brasil: Don Laurindo Gran Reserva 2005 #CBE [English below]

Dia primeiro, e como todo dia primeiro, é dia de CBE, nossa amada confraria virtual dos enoblogueiros brasileiros.

O tema desse mês foi proposto pelo confrade Gustavo Kauffman do blog enoleigos: "Vinho Sul Americano com 10 anos de vida ou mais".

É um tema relativamente desafiador para você que não costuma guardar os vinhos na adega, pelo menos no Rio de Janeiro é difícil encontrar um vinho com mais de 5 anos nas lojas ditas especializadas, quem dirá com 10 ou mais!!!

Possuo outras opções que se encaixam no tema, mas estava curioso com esse presente que ganhei de um amigo que recentemente visitou a Don Laurindo (coisa que ainda não fiz, infelizmente), e de quebra ainda me rendeu um autógrafo do Ademir Brandelli, filho de Laurindo Brandelli, o famoso Don Laurindo.

Confesso que estava um pouco apreensivo por conta dos 11 anos de idade dessa que é considerada por muitos a melhor safra (diria que a melhor que foi, vamos dizer, medida) do Brasil. Reza a lenda que a de 1999 foi excelente, porém mal aproveitada.

Mas enfim, o rótulo manteve a escrita da Don Laurindo nesse blog: tudo deles que foi bebido até hoje é muito bom!

Este é um corte inusitado: 80% Tannat e 20% Ancellota. A Tannat é uma paixão pessoal, a Ancellota me agradou no pouco que dela bebi. Suspeito sou, então.

Começou fechadão, ao ser vertido na taça demonstrou ser um caldo denso, no nariz o álcool apareceu.

Bonita cor!

Uma fruta fresca surgiu logo depois, mas cedeu rapidamente espaço para os tons ditos 'animais', a famosa estrebaria que meu amigo confrade Peter afirma gostar bastante. Já bebi muitos Tannat que apresentaram essas nuances, mas sem exageros, sempre bem balanceadas com as frutas.

Na boca uma textura deliciosa, menos densa do que denunciou o líquido ao ser espalhado na taça, algo assim como a sensação daquela carne entre mal passada e ao ponto. Não falta acidez ao conjunto e tudo está bem harmônico mesmo após todo esse tempo, com os taninos bem redondinhos e enriquecendo a experiência, confirmando que a safra e a Don Laurindo trabalharam muito bem!

Foram 1.780 garrafas e essa é a de número 1.650. Gosto desse direcionamento da Don Laurindo de fazer pequenas séries especiais, bem cuidadas.

Se vale a pena comprar esse vinho para guardar? Eu sinceramente compraria para degustar novamente nesse inverno que se aproxima, pra mim está no ponto!


2005 is considered to be the best harvest for the modern brazilian wine until now. This bottle comes to confirm that indeed is something quite amazing.

I was a little worried about this bottle's conditions after these 11 years, but fortunately it was perfect.

Unnusual blend of 80% Tannat and the rest from Ancellota, the grapes themselves not from the mainstream wine varietals, the color was beautiful and the nose started fresh fruity and a little warm, rapidly turning into something close to a barn, Tannat most of the times brings us with this kind of hint.
It appeared to be one more dense south american wine, but incredibly in mouth what we saw in the glass did not confirm itself. Nice texture, nice taste, I would definitely buy a whole box. If you have never tasted a brazilian wine before, this one is a good start, but hurry since only 1.780 had been produced.

Don Laurindo is a small winery in southern Brazil, valuing high quality, character, sympathy and local tradition.


Nota (grade) -> 4.5 de 5.

Preço (Price) -> Presente. No site a garrafa custa R$120,00 e a meia, R$60,00. (This was a gift but on site it is US$30,00 a bottle)

Site -> Don Laurindo.